POLICIA MILITAR DO PIAUI QUARTEL DO COMANDO GERAL DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS SAÚDE NA ATIVIDADE POLICIAL MILITAR CFC/2014 INSTRUTORES: CONTEUDISTA: CAP PM APARECIDA FORMADORES: TC BM EMÍDIO, MAJ PM CARLOS SALES, CAP PM ANA LÚCIA E CAP PM MARCOS TERESINA-PI OUTUBRO/2014 SAÚDE E SEUS ASPECTOS GERAIS SAÚDE: De acordo com a OMS, saúde não é apenas a ausência de doença, mas uma situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. SAÚDE MENTAL: a OMS afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, afetam o modo como a "saúde mental" é definida: Saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. É o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou externas. Saúde mental é a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de uma gama de variações sem contudo perder o valor do real e do precioso. Saúde mental é ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro. CRITÉRIOS DE SAÚDE MENTAL 1. Atitudes positivas em relação a si próprio 2. Crescimento, desenvolvimento e auto-realização 3. Integração e resposta emocional 4. Autonomia e autodeterminação 5. Percepção apurada da realidade 6. Domínio ambiental e competência social. NIVEIS DE PROMOÇÃO A SAÚDE É difícil estabelecer unanimidade quanto ao número de níveis de prevenção a distinguir e às “fronteiras” precisas que separam cada um deles. A posição mais abrangente reconhece cinco níveis: primordial, primária, secundária, terciária e quaternária. 1. PREVENÇÃO PRIMORDIAL Tem por objetivos evitar a emergência e o estabelecimento de estilos de vida que aumentem o risco de doença. Ao prevenir padrões de vida social, econômica ou cultural que se sabe estarem ligados a um elevado risco de doença, promove-se a saúde e o bem-estar e diminui-se a probabilidade de ocorrência de doença no futuro. Procura-se estabelecer determinantes positivos para saúde: legislação para criação de espaços livres de fumo do tabaco plano nacional de saúde escolar (PNSE) plano nacional para a ação ambiente e saúde (PNAAS) regulamentação para a segurança alimentar com implementação obrigatória do sistema de análise e gestão do risco HACCP - "Hazard Analysis and Critical Control Points". Através destas medidas, prevê-se e pretende-se que o impacto na saúde pública. Por exemplo, a prevenção do tabagismo contribui para a prevenção de doenças respiratórias, oncológicas e cardiovasculares. 2. PREVENÇÃO PRIMÁRIA Visa evitar ou remover fatores de risco ou causais antes que se desenvolva o mecanismo patológico que levará à doença. Recorre a meios dirigidos ao nível individual, a grupos selecionados ou à população em geral. Desta feita, espera-se a diminuição da incidência da doença pelo controlo de fatores de risco ou causas associadas, bem como a diminuição do risco médio de doença na população, através de: imunização (vacinação) contra algumas doenças infecto-contagiosas uso de vitamina D pelas crianças para prevenir o raquitismo uso de preservativos para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis uso de seringas descartáveis pelos toxicodependentes, para prevenir infecções como VIH/SIDA e hepatites. 3. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Corresponde à detecção precoce de problemas de saúde em indivíduos presumivelmente doentes, mas assintomáticos para a situação em estudo. Pretende-se, ainda, que haja uma aplicação imediata de medidas apropriadas, com vista ao rápido restabelecimento da saúde ou, pelo menos, um condicionamento favorável da evolução da situação, com cura e/ou redução das consequências mais importantes da doença. Assim, espera-se que haja diminuição da prevalência da doença, essencialmente pela diminuição da duração da mesma, as medidas de controles são: rastreio dos cancros do colo do útero, da mama, da próstata, do cólon e recto rastreio da fenilcetonúria no recém-nascido rastreio e vigilância da pressão arterial, glicémia ou dislipidémia realização dos testes de avaliação de acuidade auditiva e visual no âmbito da saúde ocupacional provas cutâneas e radiografia do tórax para o rastreio e diagnóstico precoce da tuberculose. 4. PREVENÇÃO TERCIÁRIA Este tipo de prevenção tem como objectivos: 1) limitar a progressão da doença, circunscrevendo-a, 2) evitar ou diminuir as consequências ou complicações da doença como as insuficiências, incapacidades, sequelas, sofrimento ou ansiedade, morte precoce, 3) promover a adaptação do doente às consequências inevitáveis (situações incuráveis), e 4) prevenir recorrências da doença, ou seja, controla-la e estabiliza-la. Além das internações e atuações médicas hospitalares, terapêutica, tem-se outras que vêm contribuindo para ações múltiplas: realização de sessões formativas/educativas nas escolas e locais de trabalho para eliminar atitudes fóbicas em relação a indivíduos soropositivos para o VIH reintegração de trabalhadores na empresa que por algum tipo de incapacidade (pós-traumática, sequelas de politraumatismos, etc.) não possam voltar a realizar o mesmo tipo de atividades educação, formação e apetrechamento necessários à autonomia de indivíduos invisuais. 5. PREVENÇÃO QUATERNÁRIA Trata-se dum nível de prevenção recentemente introduzido. Apesar de desconhecido ou não aceite por muitos, este nível de prevenção assenta num conjunto de evidências e argumentos de contexto muito atual e premente. É sabido que a população − concretamente dos países mais desenvolvidos − se encontra em progressivo envelhecimento, e que tal fato determina o aumento de doenças crônico-degenerativas, doenças do foro oncológico, com necessidade de cuidados assistenciais de toda a ordem, designadamente continuados e paliativos. As maiores expectativas das populações face à saúde − exigência de mais e melhores cuidados de saúde − e a prática duma “medicina defensiva”, conduzem à avultada realização de exames complementares de diagnóstico e aplicação de possibilidades terapêuticas, cada vez mais caras e sofisticada, que podem ultrapassar o apropriado e racional. Como consequência de todos estes fatores e realidades dos custos crescentes e desperdício em saúde, busca-se: evitar o excesso de intervencionismo médico e suas consequências; detectar indivíduos em risco de sobre tratamento (“hipermedicalização”), para os proteger de novas intervenções médicas inapropriadas; sugerir, subsequentemente, alternativas eticamente aceitáveis por forma a curar sem dano; capacitar os utentes, enquanto consumidores de cuidados de saúde, quanto às implicações (individuais, sociais, económicos) do consumo inapropriado salientar a importância de “análise das decisões clínicas” no aumento da qualidade do ato médico, no complemento e reforço do julgamento e decisão clínicos, na utilização dos métodos de diagnósticos e tratamento, na prescrição criteriosa e adequada técnico-cientificamente, na racionalidade econômica e do ato médico. Relativamente aos utentes, há que os capacitar, enquanto consumidores de cuidados de saúde: quanto às implicações (individuais, sociais, econômicas) do consumo inapropriado quanto à aceitação e uso de informação necessária e suficiente para poderem tomar decisões autônomas, sem falsas expectativas quanto ao conhecimento das vantagens e desvantagens dos métodos de diagnósticos e tratamento propostos quanto à promoção de fontes independentes de informação em saúde. CONTROLE DO ESTRESSE É um estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e ao perturbarem a homeostasia, disparam um processo de adaptação caracterizado, entre outras alterações, pelo aumento da secreção de adrenalina produzindo diversas manifestações sistêmicas, com distúrbios fisiológicos e psicológicos. AS QUATRO FASES DO ESTRESSE: São alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão, de acordo com o quadro sintomatológico identificado. A fase de alerta é considerada a fase positiva do estresse onde a descarga de adrenalina intensa torna o indivíduo mais atento, mais produtivo e motivado. A fase da resistência é caracterizada pela produção de cortisol, pois o organismo tenta energizar os músculos na tentativa de restabelecer a homeostase perdida ficando mais vulnerável a vírus e bactérias, em virtude do excesso desse hormônio. Na quase exaustão a pessoa experimenta uma verdadeira gangorra emocional, oscilando entre momentos em que consegue pensar equilibradamente, mesmo que com muito esforço, e momentos de extremo desconforto físico e emocional. Nessa fase podem surgir doenças, como hipertensão arterial, gastrite e diabetes. A exaustão é considerada a fase patológica; um importante desequilíbrio interior acontece. A pessoa entra em depressão, não consegue mais viver o dia a dia, a produtividade é nula. TENSÕES E PRESSÕES: FATOS GERADORES 1- A legislação e normas técnicas relativas à atividade do policial impedem a sua realização profissional. A psicologia do trabalho classifica a segurança como um trabalho de cuidado, as pessoas passam pelo trabalho do policial, mas esses profissionais não vêem o resultado do seu trabalho posteriormente. Se os presos foram absolvidos ou culpados, se as vítimas recuperaram seu patrimônio furtado ou roubado, se alguém que ele atendeu morreu ou sobreviveu. Essas questões acabam deixando o policial alheio ao resultado daquilo que produz. 2- O policial trabalha com as limitações humanas. O policial trabalha entre a crueldade e a bondade, o ódio e o amor, a vingança e o perdão, a punição e a impunidade, a injustiça e o direito, a dor e a alegria, a prisão e a liberdade, a discriminação e a igualdade. O policial vivencia a contradição da sociedade, e depende da existência dela. Sofre pressão psíquica constante, como, por exemplo, a tentação diária dos subornos, onde lhe oferecem benefícios e privilégios pessoais em troca do descumprimento da lei. Se não possuir um caráter firme, o policial se despersonaliza e, ainda por cima, é alvo da errônea afirmativa de que o problema é pessoal, ele que se vire. 3- Sofre a influência perniciosa das substâncias químicas. Por conta dos altos níveis de stresse e adrenalina, resultantes das atividades policiais de risco, substâncias químicas são liberadas e reduzem a imunidade orgânica do policial. Em virtude da vulnerabilidade, o policial tornase alvo fácil de doenças diversas que afetam sua saúde física como problemas de coluna, gastrite, pressão alta, diabetes, problemas cardíacos, etc, e ainda as que afetam sua saúde mental como perda de memória, falta de concentração, distúrbio do sono, etc. Diante disso, muitos profissionais tornam-se irritados e agressivos, e no entanto, é cobrado dos mesmos, autocontrole, equilíbrio e uma conduta disciplinada. 4- Trabalha no pico do estresse. O policial trabalha no limite do esforço humano. Diante do perigo, não pode ter medo ou recuar, ele deve lutar e enfrentar as situações de risco, pois do contrário será punido. 5- O policial deve cuidar e proteger, mas não tem quem o cuide e o proteja. Não existe regulamentação em lei em relação à saúde e a segurança do servidor público. 6- Sofrem as mesmas necessidades e os mesmos anseios e refletem os mesmos princípios e valores culturais da comunidade onde vivem. Os policiais costumam provir de camadas sociais de nível médio e baixo. São, portanto, pessoas que muitas vezes não tiveram oportunidades na vida e tem que priorizar o sustentodafamília, arcar com despesas domésticas, e, geralmente, habitam em área de risco social, como comunidades carentes e favelas. 7- Sofrem sobrecarga de trabalho Muitas vezes os policiais precisam fazer serviços extras, conhecidos como “bicos”, para assegurarem sua sobrevivência financeira e os impedirem de serem corrompidos por subornos. Em função disso, eles acabam não dispondo de tempo para qualificações profissionais, ou, até mesmo, de tempo de lazer com sua família, o que pode acarretar problemas em vários níveis. 8- Desempenham um papel ingrato Os policiais sofrem grande pressão e influências de condutas perniciosas, desmoralização, provocações, xingamentos, ameaças, lesões físicas e traumas psicológicos, devido aos enfrentamentos da criminalidade. Têm que vigiar e fiscalizar, gerenciando constantemente os conflitos sociais e, no entanto, muitos não conseguem exercer o autocontrole, pois não dispõem de treinamento específico para isso. Mesmo assim, as cobranças que sofrem, costumam afirmar que tem que serem equilibrados e não podem perder o controle. 9- O cidadão não compreende o papel do policial Quando desempenha bem o seu trabalho, o policial costuma ouvir que não fez mais que sua obrigação. Outra causa do não reconhecimento de seu trabalho, ocorre porque as ações criminosas são quase sempre ocultas, tornando também oculto o resultado do seu trabalho. Isso dificulta o acompanhamento da população, que, acaba concluindo que o policial não quer nada com o trabalho. 10- O policial vive uma contradição de valores A legislação estabelece uma lei com base nos Princípios da Administração Pública, que fala de interesses comuns. Mas na prática, a conduta dos relacionamentos sociais acaba sendo de interesse puramente pessoal. ESTUDOS PRELIMINARES DAS PSICOPATOLOGIAS PSICOPATIA: descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. PSICOSE: é um quadro psicopatológico reconhecido pela psiquiatria e psicologia clínica e psicanálise, como um estado psíquico no qual se verifica certa perda de contato com a realidade. É o distúrbio total da personalidade, é desordem menta. Ex: crises podem ter alucinações, delírios, etc. NEUROSE: é o conjunto de conflitos que se lavram no interior do nosso eu, inconscientemente em grande parte, entre o medo, a ira, sentimentos de culpa e a necessidade de amor. Os sintomas mais comuns são: ansiedade, a angústia, as fobias, a apatia, as idéias hipocondríacas, etc. são distúrbios menos severos que as psicoses, mas suficientemente graves para limitar o ajustamento social e a capacidade de trabalho do indivíduo. Os psicopatas são pessoas encantadoras à primeira vista, geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente.Costumam ser pessoas egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com frequência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos. São vários os tipos de personalidades psicopáticas: instáveis, paranóides, hiperemotivos, ciclóides, hipoemotivos, pariômanos, obsessivocompulsivos, passionais, perversos (amorais), instintivos (sexuais), epiléptóides (explosivos), histéricos e mitomaníacos. CARACTERÍSTICAS ou SINTOMAS: 1 Loquacidade / Encanto superficial. 2 Egocentrismo / Sensação grandiosa de autoestima. 3 Necessidade de estimulação / Tendência ao tédio. 4 Mentira patológica. 5 Direção / Manipulação. 6 Falta de remorso e de sentimento de culpa. 7 Afetos pouco profundos. 8 Insensibilidade / Falta de empatia. 9 Estilo de vida parasita. 10 Falta de controle comportamental. 11 Conduta sexual promiscua. 12 Problemas precoces de comportamento. 13 Falta de metas realistas no longo prazo. 14 Impulsividade. 15 Irresponsabilidade. 16 Incapacidade de aceitar a responsabilidade pelas próprias ações. 17 Várias relações maritais breves. 18 Delinquência juvenil. 19 Revogação da liberdade condicional. 20 Versatilidade criminal. ESQUIZOFRENIA: (psicose esquizofrênica) é um tipo de sofrimento psíquico severo com os seguintes sintomas: alterações de pensamento, alucinações (visuais, auditivas), delírios e alterações de contato com a realidade. É uma doença mental que se caracteriza por uma desorganização ampla dos processos mentais. É um quadro complexo apresentando sinais e sintomas na área do pensamento, percepção e emoções, causando marcados prejuízos ocupacionais, na vida de relações interpessoais e familiares. Pessoas com esquizofrenia não costumam ser violentas. Entretanto, alguns sintomas estão associados com violência, como delírios de perseguição. Se uma pessoa com esquizofrenia se torna violenta, é mais comum que esta seja dirigida a membros da família e tende a acontecer em casa. O abuso de substâncias ilícitas também pode aumentar a chance de que uma pessoa fique violenta. Algumas pessoas que usam drogas apresentam sintomas semelhantes aos da esquizofrenia. Assim, pessoas com esquizofrenia podem ser confundidas com pessoas sob o efeito de drogas. Pessoas com esquizofrenia tem muito mais chance de terem problemas com o abuso de álcool e drogas que a população geral. DISTÚRBIO ou TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (DAB ou TAB) As pessoas apresentam períodos de níveis elevados de energia e impulsividade (bom humor e irritabilidade), que se alternam com episódios depressivos. SINTOMAS NA FASE DE HIPERATIVIDADE DO TAB Distrai-se facilmente; Redução da necessidade de sono; Pouco controle do temperamento; Compulsão alimentar, beber demais e/ou uso excessivo de drogas; Capacidade de discernimento diminuída; Sexo com muitos parceiros (promiscuidade); Gastos excessivos; Atividade em excesso (hiperatividade); Aumento de energia; Pensamentos acelerados que se atropelam; Fala em excesso; Auto-estima muito alta (ilusão sobre si mesmo ou habilidades). SINTOMAS DA FASE DEPRESSIVA NO TAB Desânimo diário ou tristeza; Dificuldade de se concentrar, de lembrar ou de tomar decisões; Perda de peso e perda de apetite; Comer excessivamente e ganho de peso; Fadiga ou falta de energia; Sentir-se inútil, sem esperança ou culpado; Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas; Baixa auto-estima; Pensamentos sobre morte e suicídio; Problemas para dormir ou excesso de sono; Afastamento dos amigos ou das atividades que antes eram prazerosas. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA O transtorno de ansiedade generalizada é uma preocupação exagerada que pode abranger diversos eventos ou atividades da vida da pessoa. Pode vir acompanhado por uma variedade de sintomas como irritabilidade, tensões musculares, perturbações no sono, entre outros. Costuma causar um comprometimento significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa, podendo gerar um acentuado sofrimento. A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso, palpitações, problemas gastrointestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Podem ocorrer por pelo menos seis meses. É muito difícil controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do indivíduo. FOBIA SOCIAL Medo excessivo de humilhação ou embaraço em vários contextos sociais, falar, comer, escrever, praticar atividades físicas e esportivas em público, urinar em toalete público ou falar ou aproximar-se de um parceiro em um encontro romântico. Podem ocorrer prejuízos na vida profissional e afetiva do indivíduo. Medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho quando é exposta a pessoas estranhas. Temor por acabar agindo de forma humilhante e embaraçosa para si próprio. A exposição à situação social temida causa ansiedade. O indivíduo reconhece que o medo é irracional ou excessivo. As situações sociais e de desempenho temidas são evitadas ou suportadas com intensa ansiedade e sofrimento. O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado no relato dos sintomas do paciente. O tratamento deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. Baseia-se no emprego de medicações antidepressivas combinadas com psicoterapia TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO É uma doença em que o indivíduo apresenta obsessões e compulsões, ou seja, sofre de idéias e/ou comportamentos que podem parecer absurdas ou ridículas para a própria pessoa e para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e persistentes. A pessoa é dominada por pensamentos desagradáveis de natureza sexual, agressiva entre outros que são difíceis de se afastar de sua mente, parecem sem sentido e são aliviados temporariamente por determinados comportamentos. As obsessões não são meras preocupações excessivas com problemas da vida real. Compulsão é um comportamento consciente e repetitivo, como contar, verificar ou evitar um pensamento que serve para anular uma obsessão. Acomete 2 a 3% da população geral. A idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos e acomete tanto homens como mulheres. Freqüentemente as pessoas acometidas por este transtorno escondem de amigos e familiares essas idéias e comportamentos, tanto por vergonha quanto por terem noção do absurdo das exigências auto-impostas. Muitas vezes desconhecem que esses problemas fazem parte de um quadro psiquiátrico tratável e cada vez mais responsivo à medicamentos específicos e à psicoterapia. As obsessões tendem a aumentar a ansiedade da pessoa ao passo que a execução de compulsões a reduz. Se pessoa resiste a realização de uma compulsão ou é impedida de fazê-la surge intensa ansiedade. A pessoa percebe que a obsessão é irracional e a reconhece como um produto de sua mente, experimentando tanto a obsessão quanto a compulsão como algo fora de seu controle e desejo, o que causa muito sofrimento. Pode ser um problema incapacitante porque as obsessões podem consumir tempo (muitas horas do dia) e interferirem significativamente na rotina normal do indivíduo, no seu trabalho, em atividades sociais ou relacionamentos com amigos e familiares. TRANSTORNO DE PÂNICO O Transtorno de Pânico se caracteriza pela ocorrência espontânea de ataques de pânico. Os ataques de pânico duram quase sempre menos de uma hora com intensa ansiedade ou medo, junto com sintomas como palpitações, respiração ofegante e até mesmo medo de morrer. Estes ataques podem ocorrer acompanhados poragorafobia, que é o medo de estar sozinho em locais públicos, especialmente, locais de onde uma rápida saída seria difícil em caso de ocorrer um ataque de pânico. O primeiro ataque de pânico muitas vezes é completamente espontâneo, embora os ataques de pânico, em geral, ocorram após excitação, esforço físico, atividade sexual ou trauma emocional. Pode se sentir extremo medo e uma sensação de morte e catástrofe iminente. As pessoas, em geral, são incapazes de indicar a fonte de seus medos. Pode haver dificuldade de concentração, confusão, aceleração do coração, palpitações, falta de ar, dificuldade para falar e um enorme medo de morrer. TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO O transtorno de estresse pós-traumático acontece quando se vivencia um trauma emocional de grande magnitude. Esses traumas incluem guerras, catástrofes naturais, agressão física, estupro e sérios acidentes. O transtorno de estresse pós-traumático engloba as seguintes características: Reviver o trauma através de sonhos e de pensamentos; Evitar persistentemente coisas que lembrem o trauma; Enorme excitação persistente. A pessoa tem sonhos e recordações com muita aflição, incluindo imagens ou pensamentos do trauma vivenciado. O indivíduo pode agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. Um grande sofrimento psicológico se desenvolve quando surgem lembranças de algum aspecto do trauma. SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL OUSÍNDROME DE BURN OUT Segundo os especialistas, a Síndrome do Esgotamento Profissional possui doze "degraus", que a pessoa geralmente percorre sem se dar conta do caminho que está seguindo:Em inglês,burn quer dizer “queimar” e out que dizer “fora”. É uma espécie de “explosão”, “detonação”. A característica mais marcante da Síndrome do Esgotamento Profissional é a dedicação exagerada à atividade profissional, marcando o que se convencionou chamar deworkaholic, uma pessoa viciada em trabalho. Mas não é a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: a pessoa passar a avaliar e sustentar sua auto-estima na capacidade de realização e sucesso profissionais. O que inicia-se como uma vocação, envolvendo satisfação e prazer no trabalho, acaba quando o trabalhador não obtém o reconhecimento de que se acha merecedor. Nesse estágio, necessidade de se afirmar e desejo de realização profissional se transformam em obstinação e compulsão, tornando a pessoa incapaz de levantar os olhos e ver a situação de um ponto de vista mais amplo. Estágios da síndrome de Burnout Segundo os especialistas, a Síndrome do Esgotamento Profissional possui doze "degraus", que a pessoa geralmente percorre sem se dar conta do caminho que está seguindo: 1. Necessidade de se afirmar No começo, verifica-se com frequência uma ambição exagerada. Ânsia por fazer as coisas, interesse e desejo de se realizar na profissão transformamse em obstinação e na compulsão por desempenho. É preciso provar constantemente aos colegas – e, sobretudo, a si mesmo – que faz o trabalho muito bem e que é plenamente capaz. 2. Intensificada Para fazer juz às espectativas desmedidas, vai-se um pouco além e se intensifica a dedicação. Delegar tarefas torna-se cada vez mais difícil. Em vez disto, predomina o sentimento de que tem de fazer tudo sozinho, até para demonstrar que é imprescindível. 3. Descaso com as próprias necessidades Praticamente todo tempo disponível é reservado para a vida profissional. Outras necessidades, como dormir, comer ou encontrar-se com amigos são descartadas como fúteis. Atividades de lazer perdem o sentido. A pessoa justifica para si mesma a renúncia como desempenho heróico. 4. Recalque de conflitos Percebe-se que alguma coisa não vai bem, mas não se enfrenta o problema. Confrontá-la pode deflagrar uma crise e, por isso, o problema é visto como uma ameaça. Os primeiros problemas físicos começam a aparecer. 5. Reinterpretação dos valores Isolamento, fuga dos conflitos e negação das próprias necessidades modificam a percepção. O que antes era importante, como amigos ou passatempo, sofre uma completa desvalorização. A única medida da própria relevância e da auto-estima é o trabalho. Tudo o mais é subordinado a esse objetivo. O embotamento emocional é visível. 6. Negação de problemas O principal sintoma desta fase é a intolerância. Os outros são percebidos como incapazes, preguiçosos, exigentes demais ou indisciplinados. Predomina o sentimento de que os contatos sociais são quase insuportáveis. Cinismo e agressão tornam-se mais evidentes. Eventuais problemas são atribuídos exclusivamente à falta de tempo e à jornada de trabalho, e não à transformação pela qual se está passando. 7. Recolhimento Os contatos sociais são reduzidos ao mínimo. Vive-se recolhido, com a crescente sensação de desesperança e desorientação. No trabalho, “faz-se estritamente o necessário”. Nesta fase, muitos recorrem ao álcool ou às drogas. 8. Mudanças evidentes de comportamento Agora, é impossível para os outros não perceber a transformação pessoal. Os outrora tão dedicados e ativos revelam-se amedrontados, tímidos e apáticos. Atribuem a culpa ao mundo à sua volta. Interiormente sentem-se cada vez mais inúteis. 9. Despersonalização Nesta fase, rompe-se o contato consigo próprio. Ninguém mais parece ter valor, nem o próprio afetado nem os outros, as necessidades pessoais deixam de ser percebidas. A perspectiva temporal restringe-se ao presente. A vida é rebaixada ao mero funcionamento mecânico. 10. Vazio interior A sensação de vazio interior é cada vez mais forte e mais ampla. A fim de superá-la, procura-se nervosamente por atividades. Surgem reações excessivas, como intensificação da vida sexual, alimentação exagerada e consumo de álcool e drogas. 11. Depressão A pessoa se torna indiferente, desesperançada, exausta e não vê perspectivas. Todos os sintomas dos estados depressivos podem se manifestar, desde a agitação até a apatia. A vida perde o sentido. 12. Síndrome do esgotamento profissional Este estágio corresponde ao total colapso físico e psíquico. Quase todos os afetados pensam em suicídio e não são poucos os que a ele recorrem. Pacientes neste estado constituem casos de emergência: precisam de ajuda médica e psicológica o mais rápido possível. Ocorre em trabalhadores altamente motivados, que reagem ao estresse laboral trabalhando ainda mais, até que entram em colapso. É discrepância entre dedicação e investimento e aquilo que ele recebe em troca (reconhecimento profissional, bons resultados, etc), bem como da percepção individual entre esforço e conseqüência, que é influenciada por fatores individuais, organizacionais e sociais. Baixa remuneração (preocupação), Falta de efetivo (aumento da sobrecarga de trabalho), Péssimas condições de trabalho (grau de incerteza na prestação do serviço), Desvio de função (frustração). DEPRESSÃO DEPRESSÃO: é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também frequente. COMO SE DESENVOLVE A DEPRESSÃO? As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como: Estresse-Estilo de vida Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, crise da meia-idade. Predisposição genética. Depressões anteriores. Depressão, “quanto mais tem mais tem e quanto menos tem menos tem”. Por isso é importante tratar o quanto antes. Personalidade perfeccionista, detalhista. Distimia. Situações difíceis, desgastantes, frustrantes. Perdas: de pessoa querida, de dinheiro, de posição profissional ou social, aposentadoria, etc. Gravidez, Parto e Menopausa. Síndrome do Pânico. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Ansiedade generalizada. Fobia Social. Stress Pós Traumático, depois de assalto, seqüestro, acidente, diagnóstico ou doença grave, etc.. DDA ou TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade). Apnéia Obstrutiva do Sono. Hiper - e Hipotireoidismo. Os sintomas depressivos (tristeza, choro fácil e/ou frequente, apatia, sentimento de falta de sentimento, sentimento de tédio, irritabilidade aumentada, desespero, desesperança, culpabilidade, transtorno de sono e apetite) devem estar presentes em pelo menos duas semanas, e não mais do que dois anos, sem interrupção. Os episódios, geralmente, têm duração média de seis meses e variam no minimo de três e máximo de 12 meses. Pode ser classificado de acordo com a intensidade [leve, moderado, grave] e com a importância clínica dos sintomas. Depressão Atípica Além dos sintomas depressivos comuns, são somados aumento de apetite (doces), hipersonia (aumento em média de duas horas a mais do que o normal), sensação de corpo pesado, humor alterado (vai de um extremo ao outro com muita facilidade). A DepressãoAtípica é uma maneira disfarçada da Depressão se apresentar. Isso acontece, normalmente, naquelas pessoas que não se permitem sentimentos sem motivo e, apesar de já terem ido à muitos consultórios médicos com as mais variadas queixas e de terem feito inúmeros exames, continuam achando que a medicina ainda não conseguiu descobrir a causa de seus problemas. Depressão Típica Depressão Típica, se manifesta com todos os sintomas típicos, tais como apatia, desinteresse, tristeza, desânimo, etc. Portanto, o que mais se constata na Depressão Típica é um cansaço ou inibição das atividades físicas e psíquicas tal como se houvesse uma perda de energia geral. Todas as atividades parecem mais cansativas, difíceis e tediosas. Há um comprometimento do ânimo geral para tudo, inclusive para as atividades que deveriam dar prazer. TRATAMENTO O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão. SUICIDIO Suicídioé o ato de tirar a própria vida intencionalmente. O suicídio normalmente ocorrem em pessoas com: Transtorno bipolar; Transtorno de personalidade borderline (limítrofe); Depressão; Esquizofrenia; Dependência de drogas ou álcool. O suicídio é afuga de uma situação que parece impossível de enfrentar, como: Sentirem-se envergonhadas, culpadas ou por serem um peso para os demais; Sentirem-se vítimas; Sentimentos de rejeição, perda ou solidão. Os comportamentos suicidaspodem ser causados por diversas situações ou acontecimento: Envelhecimento (os idosos têm a maior taxa de suicídios); A morte de uma pessoa querida; Dependência de drogas ou álcool; Trauma emocional; Doença física grave; Desemprego ou problemas financeiros. Os fatores de risco para o suicídio em adolescentes incluem: Acesso a armas; Algum membro da família que cometeu suicídio; Histórico de ferimentos autoinfligidos. Histórico de ter sofrido negligência ou abuso Viver em comunidades onde houve surtos recentes de suicídio de jovens Término de relação amorosa Obs: As tentativas normalmente são pedidos de ajuda. Sintomas de Suicídio Muitas vezes, mas não sempre, uma pessoa pode apresentar determinados sintomas ou comportamentos antes de uma tentativa de suicídio, incluindo: Dificuldade para se concentrar ou pensar claramente; Doar seus pertences; Falar sobre ir embora ou sobre a necessidade de "organizar minhas coisas"; Mudança repentina de comportamento, principalmente estando calmo após um período de ansiedade; Perda de interesse em atividades que costumava se divertir; Comportamentos autodestrutivos, como beber muito álcool, usar drogas ilegais ou cortar o próprio corpo; Afastar-se dos amigos ou não querer sair; Repentinamente, começar a ter problemas na escola ou no trabalho; Falar sobre morte ou suicídio, ou mesmo dizer que quer se ferir; Dizer que se sente desolado ou culpado; Mudança nos hábitos de sono ou de alimentação. CONDIÇÕESCLÍNICASINCAPACITANTES doenças orgânicas incapacitantes; dor crônica; lesões desfigurantes perenes; epilepsia; trauma medular; neoplasias malignas; Aids. Atenção! Os principais fatores de risco para o suicídio são: história de tentativa de suicídio; transtorno mental. SAÚDE DO POLICIAL MILITAR COM ENFOQUE NA PREVENÇÃO AS DROGAS Para prevenir o uso das drogas, é importante que os policiais miliares conheçam os efeitos que elas causam, suas diferentes classificações e as consequências de seu uso. Droga, segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) é qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, causando alterações em funcionamento. Algumas substâncias são usadas com finalidade de promover efeitos benéficos, como tratamento de doenças, e são consideradas medicamentos. Classificações das drogas do ponto de vista legal: Drogas Lícitas Drogas ilícitas São aquelas comercializadas de legal, podendo ou não estar submetidas a algum tipo de restrição, como o álcool, cuja venda é proibida a menores São as proibidas por lei de 18 anos e, alguns medicamentos que só podem ser adquiridos por meio de prescrição médica especial Classificação baseada nas ações aparentes das drogas sobre o sistema nervoso central (SNC) 1- Drogas depressoras da atividade mental 2- Drogas estimulantes da atividade mental 3- Drogas perturbadoras da atividade mental 1. DROGAS DEPRESSORAS DA ATIVIDADE MENTAL Esta categoria inclui grande variedade de substâncias, as quais diferem acentuadamente em suas propriedades físicas e química, mas apresentam a característica comum de causar diminuição da atividade global ou de certos sistemas específicos do SNC. Como consequência dessa ação, há uma tendência de redução da atividade motora, da reativa à dor e da ansiedade, sendo comum um efeito euforizante inicial e , posteriormente, aumenta da sonolência. A Dependência Química é um conjunto de fenômenos que envolvem o comportamento, a cognição e a fisiologia corporal, em virtude do consumo repetido de uma substância psicoativa, associado ao forte desejo de usar esta substância, juntamente com dificuldade em controlar sua utilização persistente apesar das suas conseqüências danosas. Na dependência geralmente há prioridade ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações sócio-ocupacionais. Existe um padrão de uso repetido da substância que geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga. Tolerância é quando organismo do dependente se adpta a uma droga, e sua ação passa a ter mais efeito. Assim, necessário, o aumento da dose para obter o resultado esperado. Síndrome de abstinência é o conjunto de modificações orgânicas que se dão em razão da suspensão brusca do consumo de droga geradora de dependência física e química, como álcool, a heroína, o ópio, a morfina etc. 1.1 ALCOOL O álcool é a droga licita mais consumida no país, provocando danos sociais e a saúde. Estudos nacionais e internacionais tem demonstrado a ocorrência significativa de mortes e doenças associadas ao uso de álcool, sendo o alcoolismo a terceira causa de mortalidade e morbidade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Abuso Ou Dependencia Do Alcool (Alcoolismo) O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool; é entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas as conseqüências decorrentes. Dentro do alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso (uso excessivo, porém não continuado), intoxicação por álcool (embriaguez). Síndromes amnésica (perdas restritas de memória), demencial (perda de memória, fala, atenção) alucinatória, delirante. Distúrbios de ansiedade, sexuais, do sono, dentre outros. Por fim o delirium tremens (angústia, alucinações, tremores, câimbras, febre, suor, agitação), que pode ser fatal. 1.2 BARBITÚRICOS São um grupo de substancias quimicamente derivadas do acido barbitúrico, capazes de diminuir a atividade cerebral, possuem diversas propriedades em comum com o álcool e com outros tranquilizantes (benzodiazepínicos). Seu uso inicial foi dirigido a tratamento da insônia; porem, atualmente não são mais empregados para este fim, pois a dose para causar os efeitos terapêuticos desejáveis não é muito distante da dose toxina ou letal, o sono produzido por essas drogas, assim como aquele provocado por todos os indutores de sono, é muito diferente “natural” (fisiológico). Em geral, são utilizados na pratica clinica para indução anestésica (tiopental) e como anticonvulsivantes (fenobarbital). Efeitos: Diminuição da capacidade de raciocínio e concentração; Sensação de calma, relaxamento e sonolência; Reflexos mais lentos. 1.3 BENZODIAZEPINICOS Esse grupo de substancias possui similaridades importante com os barbitúricos em termos de ações farmacológicas, com a vantagem de oferecer maior margem de segurança, ou seja, a dose toxica (aquela que produz efeitos prejudiciais a saúde) é muitas vezes maior que a dose terapêutica (aquela prescrita no tratamento medico). Efeitos: Diminuição da ansiedade; Indução do sono; Relaxamento muscular; Redução do estado de alerta. 1.4 OPIÓDES Grupo que inclui drogas “naturais” derivadas da papoula do oriente, sintéticas e semissintéticas, obtidas a partir de modificações químicas em substancias naturais. As drogas mais conhecidas desse grupo são: morfina, heroína, codeína, metadona, meperidina. Efeitos: Contração pupilar importante; Diminuição da motilidade do trato gastrointestinal; Efeitos sedativos, que prejudica a capacidade de concentração; Torpor e sonolências; Deprime o centro respiratório, provocando desde respiração mais lenta e superficial ate parada respiratória, perda de consciência e morte. 1.5 SOLVENTES OU INALANTES Esse grupo de substancias depressoras hoje não possui utilização clinica, embora o éter etílico e o clorofórmio tenham sido bastante empregados como anestésicos gerais no passado. Podem tanto ser inalados involuntariamente por trabalhadores como utilizados como drogas de abuso – a cola de sapateiro. Outros exemplos são o tolueno, xilol, n-hexano, acetato de etila, tricloretileno, cuja mistura é chamada com frequência de “lanca-perfume”, “cheirinho” ou “loló”. Efeitos: 1ª fase: euforia, com diminuição de inibição de comportamento; 2ª fase: depressão do sistema nervoso central; o individuo torna-se confuso, desorientado com possibilidade de alucinações auditivas e visuais; 3ª fase: aprofundamento da depressão, com redução acentuado do estado de alerta; incoordenação ocular e motora (marcha vacilante, fala pastosa, reflexo bastante diminuídos); alucinações mais evidentes; 4ª fase: depressão tardia, inconsciência, e possibilidade de convulsões, coma e morte. 2. DROGAS ESTIMULANTES DA ATIVIDADE MENTAL Inclui-se neste grupo as drogas capazes de aumentar a atividade de determinados sistemas neuronais, o que tras, como consequência, estado de alerta exagerado, insônia, e aceleração dos processos psíquicos. 2.1 TABACO É um dos maiores problemas de saúde publica em diversos países e uma das mais importantes causas, potencialmente evitaveuis de doencias e mortes. Efeitos: Doenças cardiovasculares (infarto, acidente vascular encefálico e morte súbita); Doenças respiratórias (enfisemas, asmas, bronquite crônicas, doença ´pulmonar obstrutiva crônica); Diversas formas de câncer (pulmão, boca, faringe, laringe, esôfago, estomago, pâncreas, rins, bexiga e útero). 2.2 ANFETAMINA São substancias sintéticas, ou seja, produzidas em laboratórios. Seu mecanismo de ação é aumentar a liberação e prolongar o tempo de atuação de dois neurotransmissores utilizados pelo cérebro: a dopamina e a noradrenalina. Efeitos: Diminuição do sono e do apetite; Sensação de maior energia e menor fadiga; Fala acelerada; Dilatação das pupilas; Taquicardia; Elevação da pressão arterial. 2.3 COCAINA É uma substancia extraída de uma planta nativa da América do Sul, popularmente conhecida como “coca”. Pode ser consumida na forma de pó, que aspirado ou dissolvido em agua e injetada na corrente sanguínea; ou na forma de uma base, denominada crack, que é fumada. Existe ainda a pasta de coca, conhecida como merla, um produto menos purificado que também pode ser fumado. Efeitos: Sensação intensa de euforia e poder; Estado de excitação; Hiperatividade; Insônia; Falta de apetite; Perda de sensação de cansaço. 3. DROGAS PERTURBADORAS DA ATIVIDADE MENTAL Estão classificadas neste grupo diversas substancias cujo efeito principal é provocar alterações no funcionamento cerebral, que resultam em vários fenômenos psíquicos anormais, entre os quais se destacam os delírios e as alucinações. Por esse motivo, essas drogas são denominadas alucinógenas. Alucinação é uma percepção sem objeto, ou seja, a pessoa vê, ouvi ou sente algo que realmente não existe. Delírio, pode ser definido como falso juízo da realidade, ou seja, o individuo passa a atribuir significados anormais aos eventos que ocorrem a sua volta, por exemplo, no caso de delírio persecutório, nota, em toda parte, indícios claros, embora irreais, de que esta sendo perseguido. 3.1 MACONHA É o nome dado no Brasil a Cannabis Sativa. Suas folhas e inflorescências secas podem ser fumadas ou injeridas. Efeitos psíquicos: Na fase aguda: sensação de bem estar acompanhado de calma e relaxamento, menos fadiga e hilaridade, prejuízo da memoria e da atenção; Na fase crônica: interfere na capacidade de aprendizado e memorização, induz ao estado de diminuição da motivação, a pessoa não sente vontade de fazer mais nada, tudo parece ficar sem graça, perder a importância; Efeitos físicos: Na fase aguda: hiperemia conjuntival (olhos avermelhados), diminuição da produção de saliva, e taquicardia; Na fase crônica: problemas respiratórios em decorrência da fumaça produzida pela maconha, e diminuição de 50 a 60% na produção de testosterona nos homens, podendo causar infertilidade. 3.2 ALUCINOGENOS Designação dada a diversas drogas que podem provocar uma serie de distorções do funcionamento normal do cérebro, trazendo como consequência variada gama de alterações psíquicas, entre as quais alucinações e delírios, sem que haja estimulação ou depressão da atividade cerebral. Fazem parte desse grupo LSD e Ecstasy. LSD (Dietilamida do Acido Lisérgico) É uma substancia alucinógena sintetizada artificialmente e uma das mais potentes com ação psicotrópica. As doses de 20 a 50 milionésimos de grama produzem efeitos com duração de 4 a 12 horas. Efeitos: Distorcoes perceptivas (cores formas e contornos alterados); Fusão de sentimentos (impressão de que os sons adquirem forma ou cor); Perda da discriminação de tempo e espaço (minutos parecem horas ou metros assemelham-se a quilômetros); Alucinações (visuais ou auditivas); Estados de exaltação (coexistem com muita ansiedade, angustia e pânico, e são relatados como boas ou más “viagens”); Delírios de grandiosidade e persecutórios; Aceleração do pulso, dilatação das pupilas; Episodio de convulsão, mas são raros. ECSTASY É uma substancia alucinógena que guarda relação química com as anfetaminas e apresenta também propriedades estimulantes. Acredita-se que o ecstasy estimula a hiperatividade e aumenta a sensação de sede, podendo talvez, induzir um quadro toxico especifico. ESTEROIDES ANABOLIZANTES São drogas lícitas sintetizadas em laboratórios farmacêuticos para substituir a testosterona, hormônio masculino produzido pelos testículos. São usadas como medicamentos para tratamento de pacientes com deficiência na produção desse hormônio. Muitos indivíduos que consomem essas drogas são fisiculturistas, atletas de diversas modalidades ou indivíduos que procuram aumentar a massa muscular e podem desenvolver um padrão de consumo que se assemelha ao de dependência. Efeitos: Diversas doenças cardiovasculares; Alterações no fígado, inclusive câncer; Alterações musculoesqueléticas indesejáveis; Em mulheres, provoca masculinização; Em homens, podem apropriar os testículos. CONSEQUÊNCIAS NOS ASPECTOS LEGAIS E SOCIAIS DO USO DE DROGAS. A lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) colocou o Brasil em destaque no cenário internacional ao instituir o SISNADE (Sistema Nacional de Politicas Publicas sobre Drogas) e prescrever medidas para prevenção do uso de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, em consonância com a atual politica sobre drogas. Essa lei nasceu da necessidade de compatibilizar os dois instrumentos normativos que existiam anteriormente: as leis nº 6.368/1976 (tratava sobre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substancias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica) e nº 10.409/2002 (tratava sobre a prevenção, tratamento, fiscalização, o controle e a repressão à produção ao uso e ao trafico ilícito de produtos, substancias ou drogas ilícitas que causem dependência física ou psíquica.). O Brasil, seguindo a tendência mundial, entendeu que usuários e dependentes não devem ser penalizados pela justiça com a privação de liberdade. Essa abordagem em relação ao porte de drogas para uso pessoal tem sido apoiada por especialistas que apontam resultados consistentes de estudos, nos quais: a atenção ao usuário/dependente deve ser voltada ao oferecimento de oportunidade de reflexão sobre o próprio consumo, ao invés de encarceramento. Assim, a justiça retributiva, baseada no castigo é substituída pela justiça restaurativa, cujo objetivo maior é a ressocialização por meio de penas alternativas: Advertência: sobre os efeitos das drogas; Prestação de Serviços a Comunidade: em locais/programas que se ocupem da prevenção/recuperação de usuários e dependentes de drogas; Medidas Educativas: de comparecimento a programa ou curso educativo. POLITICA NACIONAL DO ALCOOL Tem como objetivo geral estabelecer princípios que orientem a elaboração de estratégias para o enfrentamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo de álcool, contemplando a intersetorialidade e a integralidade de ações para a redução dos danos sociais à saúde e à vida, causados pelo consumo dessa substancia, bem como das situações de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas. A lei nº 11.705, conhecida como “Lei Seca” foi sancionada em 19 de junho de 2008, por ocasião da realização X Semana Nacional sobre Drogas. Essa lei alterou alguns dispositivos do Código de Transito Brasileiro, impondo penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influencia de álcool ou de qualquer outra substancia psicoativa que determine dependência. Com essa lei, o motorista que tivesse qualquer concentração de álcool por litro de sangue ficou sujeito às medidas administrativas e penalidades, previstas no artigo 165 da lei nº 9503/97, como retenção do veículo até apresentação de condutor habilitado, recolhimento de documento de habilitação, multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Além das medidas administrativas e penalidades acima citadas ficou sujeita à pena de detenção de 6 meses a 3 anos. CAIS/PMPI Atualmente, parte do efetivo ativo e inativo da Polícia Militar do Piauí, vive uma situação de vulnerabilidade que decorre, principalmente, de sua exposição a fatores de risco, como o enfrentamento e convivência e depende conjuntamente em respostas ao desafio imposto pelas drogas diárias com o mundo das drogas lícitas e ilícitas. Deste modo, somar esforços e intervir conjuntamente em respostas ao desafio imposto pelas drogas e dependência são propostas do Centro de Assistência Integral do CAIS/PMPI. O CAIS/PMPI é o órgão responsável pela articulação e integração entre Corporação e família policial militar, das ações de prevenção, intervenção, tratamento ao uso indevido de drogas , reinserção social, laboral e familiar dos usuários e dependentes. Compete ao CAIS, estimular, assessorar, orientar, acompanhar e avaliar a implantação da política antidrogas da Corporação, através da Diretoria de Saúde. Simultaneamente com essas iniciativas, os órgãos disciplinares da Corporação intensificarão as ações de repressão às drogas ilícitas na Instituição. Este é responsável assistência integral da saude do policial militar e seus dependentes que necessitem de reabilitação através de acompanhamento psicológico, psiquiátrico, assistência social, enfermagem, psicopedagógico, arteterapico, clinico, educação física, religioso, fisioterápico e fonoaudiólogo, que desenvolvera, ainda, programas visando uma qualidade de vida no trabalho (QVT), resgate, reviver, combate ao estresse e antitabagismo, entre outros. Tem como objetivos: Adequar o paciente ao convívio familiar, social e profissional; Resgatar o individuo em sua saúde física e mental; Realizar triagem para delimitar a dinâmica do tratamento; Manter uma extrema ligação com o HPM; Realizar programas de combate ao estresse, antitabagismo, entre outros; Seguir as diretrizes emanadas do Comandante Geral e da Diretoria de Saúde; Manter informados os comandantes imediatos dos policiais militares em tratamento. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO O trabalho como regulador social é fundamental para a subjetividade humana, e essa condição mantém a vida do sujeito; quando a produtividade exclui o sujeito podem ocorrer as seguintes situações:disseminação das práticas agressivas nas suas relações, gerando indiferença ao sofrimento do outro e naturalização dos desmandos administrativos; pouca disposição psíquica para enfrentar as humilhações; fragmentação dos laços afetivos; aumento do individualismo, sensação de inutilidade acompanhada de progressiva deterioração identitária; falta de prazer; e sensação de esvaziamento. As condições laborais, bem como as relações diretas entre os trabalhadores, influenciam diretamente a qualidade de vida.O trabalho como provocador de um distúrbio psíquico latente ou agravador de doença já estabelecida : O trabalho em condições degradantes; Atividades que coloquem a vida do trabalhador em risco; Jornadas extensas e/ou em turnos alternados ou noturnos, dentre outros. Tudo isso pode se tornar importante fator psicossocial que leva ao desencadeamento de distúrbios psíquicos latentes ou ao agravamento de doenças já existentes, tais como a síndrome de dependência do álcool e outros. A gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sociopsicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem estar do trabalhador e na produtividade das empresas. (FERNANDES , 1996). Qualidade de Vida no trabalho, implica criar, manter e melhorar o ambiente de trabalho, seja em suas condições físicas – de higiene e segurança – seja em suas condições psicológicas e sociais. (CHIAVENATO, 2006) Promover a saúde do local de trabalho agrega QVT por meio de ações como aperfeiçoamento e a organização das tarefas de trabalho e do ambiente de trabalho; incentivo à participação ativa no processo de trabalho e promoção do desenvolvimento pessoal. INDICADORES DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Renda capaz de satisfazer às expectativas pessoais e sociais; Orgulho pelo trabalho realizado; Vida emocional satisfatória; Auto-estima elevada; Imagem da empresa/instituição junto à opinião pública; Equilíbrio entre trabalho e lazer; Horários e condições de trabalho sensatos; Oportunidades e perspectivas de carreira; Possibilidade de uso do potencial; Respeito aos direitos; Justiça nas recompensas. A adoção de programas de qualidade de vida e promoção da Saúde proporcionariam ao indivíduo maior resistência ao estresse, maior estabilidade emocional, maior motivação, maior eficiência no trabalho, melhor auto-imagem e melhor relacionamento. Por outro lado, as instituições/empresas seriam beneficiadas com uma força de trabalho mais saudável, menor absenteísmo/rotatividade, menor números de acidentes, menor custo de saúde assistencial, maior produtividade, melhor imagem e, por último, um melhor ambiente de trabalho. 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