AS RAÍZES DO PESSIMISMO SEXUAL CRISTÃO: A DEMONIZAÇÃO DA MULHER Pedro Rodolfo Morelli Graduando do 3º ano de Psicologia da Unesp de Assis Sofia Dias Figueira Bacharel em Teologia pelo STAGS de Londrina O presente artigo descreve a “evolução” do pensamento cristão sobre a sexualidade e suas origens no ascetismo grego. Analisamos o desenvolvimento deste pensamento em Santo Agostinho e em Tomás de Aquino e como esta cadeia foi vital para “demonização” da mulher durante a Idade Média e sua herança aos dias atuais. Do ascetismo grego, sobretudo Aristóteles, vem a concepção de que a mulher deve ser subordinada ao homem. Dos estóicos vem a idéia da desencarnação das práticas sexuais. A gnosis, surgida no oriente, fortalece o pessimismo sexual estóico. A partir destes, encontramos parâmetros para o surgimento das concepções cristãs sobre virgindade, monogamia e heterossexualidade consumadas como doutrina pelos pais da Igreja. Apesar do cristianismo combater o gnosticismo e o estoicismo, esse se apropria destes para sua compreensão da sexualidade. Isto toma forma com o ódio ao feminino e a demonização da mulher quando Agostinho a classifica como mero estimulante e não mais companheira. Surge então a idéia de que o homem é intelectualmente, moralmente e divinamente superior a mulher. Desta doutrina, Tomás de Aquino, cria as “intenções naturais humanas”, na qual o homem caminha para perfeição enquanto a mulher representa o decaído, a deformidade, a fraqueza e a velhice. Essa herança difunde a idéia do homem como princípio ativo da relação enquanto a mulher é mero princípio passivo.