Pedagogia de junho 2014 Se em maio, como dizíamos na pedagogia daquele mês, o tempo era mais tranqüilo, agora, em junho o esforço será grande, com sete celebrações para serem preparadas com carinho e com muita dedicação. Tempo missionário O Tempo Pascal, que se conclui com a Ascensão do Senhor, propõe o projeto de Jesus que continua na Igreja e através da Igreja, com o envio: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos!" Para a celebração da Ascensão do Senhor, continuamos no contexto celebrativo de catequese mistagógica, com a finalidade de conduzir os celebrantes a aprofundar sua fé que, nesta celebração, consiste em conhecer cada vez mais aprofundadamente o mistério da Igreja e sua missão evangelizadora na terra. Celebrar a Ascensão Senhor, portanto, é fazer memória do início evangelizador da Igreja, recordando que sua missão evangelizadora conta com o protagonismo do Espírito Santo e com a atividade humana, a partir da oração adorante de quem reconhece que Jesus é o Senhor e o condutor de toda dinâmica evangelizadora. Sempre no contexto mistagógico próprio do Tempo Pascal, depois de refletir, nas últimas celebrações sobre a missão da Igreja, a Liturgia propõe na celebração de Pentecostes a origem da Igreja e, logicamente, sua origem do projeto missionário evangelizador. No enfoque mistagógico, a Igreja nasce da ressurreição de Jesus e é assistida pelo Espírito Santo, que a acompanha nos caminhos do mundo. Por isso, também a celebração de Pentecostes ilumina-se no contexto eclesial. Uma celebração para invocar o Espírito Santo, mas também para reconhecer os sinais que indicam sua presença na Igreja enquanto condição indispensável para que a missão evangelizadora aconteça. Adoração e louvor Depois da conclusão do Tempo Pascal tem início o Tempo Comum, mas a Liturgia dedica um Domingo especial à adoração e ao louvor da Santíssima Trindade. É uma celebração mais adorante que as demais celebrações, na qual toda a Igreja canta: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo! Depois da grande celebração da Páscoa anual, portanto, a Igreja como que faz uma pausa para dedicar uma Liturgia totalmente voltada ao agradecimento do amor divino pela humanidade. Mesmo que isto aconteça em todas as celebrações, esta tem um perfume de ação de graças especial. É uma Liturgia que convida à contemplação do Mistério Divino, com a finalidade de conhecer Deus, não pela via intelectual, mas pelo caminho do envolvimento no seu amor e no seu Mistério, através da contemplação, do discipulado e de relacionamentos fraternos. Neste mesmo contexto de adoração e louvor, a Igreja faz ecoar pela sua Liturgia o grande e belo convite de Jesus: “Vinde a mim todos que estais cansados, e eu vos aliviarei”, na celebração do Sagrado Coração de Jesus, proposto como ícone, como modelo da vida cristã, mas também como proposta para que a Igreja modele seu coração no próprio Coração do Mestre. Quanto mais a Igreja bater no compasso do Coração de Jesus, mais fiel será na realização de sua missão evangelizadora. Por isso, o Coração de Jesus inspira a Igreja e, ao mesmo tempo, é incentivo constante para que a Igreja seja aquilo que o Coração de Jesus propõe em sua misericórdia infinita. Deus alimenta e conduz o seu povo Duas outras celebrações completam a riqueza litúrgica do mês de junho. Na primeira delas, a Igreja celebra sua fé no Pão Eucarístico, proclamando que “quem comer deste pão viverá eternamente!” (Corpus Christi) É uma celebração, na qual a Liturgia faz memória da bondade divina em favor do povo, seja na passagem histórica pelo deserto, seja na passagem existencial até a realização da eternidade. É memorial para fortalecer a fé nos celebrantes e não se abaterem com os escorpiões e as serpentes do caminho, porque é o Senhor que conduz o povo nos caminhos do mundo, protegendo-o de todos os perigos e alimentando-o com um alimento especial, para que se tornem divinizados. Um caminho que precisa ser feito com coragem, deixando ecoar no coração de cada celebrante a garantia da companhia de Jesus dizendo: “Não tenham medo!” (12DTC-A). Um apelo necessário em todos os tempos da Igreja e também em nossos dias, uma vez que religião e perseguição formam uma parceria estranha na história da humanidade e em todas as confissões de fé. Homens e mulheres religiosos em todos os tempos e de todas as raças sempre tiveram encontro marcado com alguma forma de perseguição. De onde que a celebração deste Domingo será caracterizada pelo encorajamento diante de diversas formas de perseguições sofridas a quem se faz discípulo e discípula de Jesus. Às vezes, são perseguições pequenas, às vezes, grandes perseguições. Em nenhum caso, o discípulo e discípula desanimam, mas se mantêm firmes na fé e na fidelidade. Conclusão A conclusão das celebrações do mês de junho apresenta dois pilares da fé e da Igreja: Pedro e Paulo. Uma celebração para contemplar, refletir e rezar a atividade libertadora de Deus, considerando que Deus vem em socorro de quem lhe é fiel. A mesma libertação divina está presente na Igreja para protegê-la das forças do mal e da maldade. Uma celebração que ajudará os celebrantes a considerar os Apóstolos Pedro e Paulo como ícones de uma Igreja que se liberta de prisões para evangelizar, para ser semeadora do Evangelho, para que o mundo seja evangelizado e todas as pessoas vivam iluminadas pelo Evangelho. Iniciaremos o mês iluminados pela atividade da missão evangelizadora da Igreja, passaremos pelo descanso e o fortalecimento do alimento divino, e seremos encorajados a não ter medo, para que a exemplo de Pedro e Paulo, continuemos a mesma missão do Senhor, na Igreja, em nossos dias. Serginho Valle