Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 ESTUDO DA FORMAÇÃO DE FASES E PROPRIEDADES MAGNÉTICAS EM LIGAS TERNÁRIAS DO TIPO Fe100-x-yCuxAly 1 Study of the phases formation and magnetic properties of Fe 100-x-yCuxAly ternary alloys Patrick Bley COPETTI2 João Carlos KRAUSE3 RESUMO Atualmente, busca-se compostos metálicos baseados em ligas de ferro com demais metais de transição devido ao fato de estes materiais apresentarem propriedades tecnológicas relevantes, sendo que o ferro e o cobre possuem muitas destas propriedades. O problema para se obter um composto de ferro e cobre é que estes metais são miscíveis apenas em pequenas quantidades. A adição de um terceiro elemento ao sistema Fe-Cu pode permitir a formação de liga, aumentando a solubilidade do Cu com o Fe. Deste modo, foi estudada a obtenção de compostos ternários FeCuAl, onde a investigação consistiu na obtenção, formação de fases e estudos das propriedades magnéticas das ligas formadas. Após a caracterização estrutural por difração de raios-x, foram realizadas medidas de magnetometria ZFC (Zero Field Cooling) e FC (Field Cooling) num magnetômetro SQUID (Superconducting Quantum Interface Design). Em todas as curvas de magnetização das amostras é possível observar pequenas oscilações no percurso da linha, fenômeno ainda não observado na literatura. Uma das linhas de pensamento trabalhadas pelo grupo levava em consideração que essas pequenas oscilações ocorriam devido à presença do Al na composição, já que este representa uma lacuna magnética no arranjo cúbico. No entanto, posteriormente foi descoberto que isso acontecia devido a um erro no software de posicionamento da amostra no equipamento de análise. Observa-se que o sistema pretendido é factível de ser obtido, impulsionando mais pesquisas acerca do assunto. Palavras-chave: Ligas ternárias; FeCuAl; Magnetização. ABSTRACT Currently, we seek to metal compounds based on iron alloys with other transition metals because these materials present relevant technological properties, and iron and copper have many of these properties. The problem to obtain a compound of iron and copper is that these metals are miscible only in small quantities. The addition of a third element to the Fe-Cu system can provide the formation of alloy, increasing the solubility of Cu in the Fe. Thus the ternary compounds FeCuAl obtainment was studied, where the investigation was the obtainment, phases formation and studies of the magnetic properties of the formed alloys. After the structural characterization by x-ray diffraction, were performed ZFC (Zero Field Cooling) and FC (Field Cooling) magnetometry measurements in a SQUID magnetometer (Superconducting Quantum Interface Design). In all the magnetization curves of the samples is possible to observe small oscillations on the line course, a phenomenon not yet observed in the literature. One of the thinking lines worked by the group took into consideration that these small oscillations occurred due to the presence of Al in the 1 Artigo premiado na área de Ciências Exatas e da Terra, na edição de 2009 do Prêmio Destaque de IC, promovido pela PROPEPG/URI. 2 Bolsista. Aluno do Curso de Física – URI/campus de Santo Ângelo. [email protected] 3 Orientador. Prof. Dr. do DCET – URI / campus de Santo Ângelo. [email protected] Vivências. Vol.6, N.9: p.116-123, Maio/2010 116 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 composition, since this represents a gap in the magnetic cubic arrangement. However, later it was discovered that it happened due to an error in the sample positioning software in the analysis equipment. It’s observed that the intended system is feasible to be achieved, what promotes more researches around the matter. Key words: Ternary alloys; FeCuAl; Magnetization. INTRODUÇÃO Pesquisas que buscam o desenvolvimento de novos materiais sempre foram muito presentes e intensas no mundo científico, devido ao fato de que para acompanhar a evolução tecnológica são necessários, cada vez mais, materiais com propriedades específicas, as quais, na maioria dos casos, apenas são obtidas com a combinação de dois ou mais elementos químicos. O ferro é um dos metais mais usados atualmente. Seu emprego se estende desde simplesmente ferro fundido, passando por aços de baixo carbono e chegando a compostos mais nobres usados em alta responsabilidade estrutural e componentes micro-eletrônicos. A larga utilização deste metal deve-se à grande demanda do mesmo e devido a ter uma relação custo / benefício extremamente atraente comparada à de outros metais com propriedades semelhantes. O cobre, por sua vez, é um metal mais nobre, e consequentemente mais caro, mas também largamente utilizado no ramo industrial. Possui propriedades específicas muito interessantes em certas aplicações, como alta resistência à corrosão, alta maleabilidade, alta condutibilidade térmica e elétrica. Na área tecnológica, o cobre tem lugar de destaque, pois seus óxidos são uns dos principais compostos na obtenção de materiais super e semicondutores. Analisando as propriedades mais importantes destes dois metais, se pudéssemos uni-las em um mesmo material haveria um grande avanço tecnológico, tanto em termos científicos quanto na aplicação direta deste material na indústria. Copetti, P.B.; Krause, J.C. REVISÃO DA LITERATURA FUNDAMENTOS TEÓRICOS E O grande problema em se obter um composto é que o ferro e o cobre são miscíveis apenas em pequenas quantidades de um e/ou do outro, e nestas condições formam uma solução sólida em uma fase com estrutura fcc (Chien, 1986; Duxin, 1998). Trabalhos recentes com mechanical alloying (França, 2007; Wang, 2002) e sputtering (Chien, 1986), já obtiveram um composto com uma maior quantidade de cobre, no entanto a obtenção por esses métodos é, ainda, muito complicada e cara, diferentemente do que seria se pudéssemos obter tais compostos por fusão simples. Estudos recentes em compostos ternários FeMnCu (Koziel, 2006) e FeCuB (Brillo, 2006; Restrepo, 2004), revelaram que com a inclusão de um terceiro elemento ao dueto Fe-Cu, torna-se possível a obtenção de soluções sólidas ou ligas sem a precipitação do cobre e/ou do ferro. A hipótese, de que um terceiro elemento associado ao sistema Fe-Cu possa permitir a formação de liga ou aumentar a solubilidade do Cu com o Fe, já foi comprovada anteriormente por alguns autores em sistemas FeCuB (Duxin, 2000; Duxin, 1998), FeCuC (Jiang, 1993), FeCuSi (Jiang, 1993) e também em alguns sistemas com metais de transição em regiões ricas em ferro (França, 2007; Koziel, 2006). Este aumento da solubilidade tem sua explicação baseada nas interações entre os átomos na formação das ligas. As interações entre os átomos de ferro e cobre são basicamente repulsivas devido à entalpia de mistura entre estes dois elementos ser positiva, na ordem de 13 kJ/mol (Brillo, 2006). Porém, para o caso do níquel, por exemplo, a entalpia de mistura é negativa (-2 kJ/mol) segundo Brillo, 2006, resultando em uma interação 117 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 atrativa entre os átomos de ferro e níquel, contrapondo à repulsividade entre o ferro e o cobre. Assim, à medida que o terceiro elemento é adicionado à liga, espera-se que o gap de miscibilidade entre o ferro e o cobre tenda a diminuir, tornando possível a obtenção de uma liga ou composto. Além do ferro e do cobre, o alumínio também é um elemento largamente utilizado atualmente, sendo que é o metal mais abundante na crosta terrestre. Deste modo, considerando a entalpia de mistura negativa entre o Fe e o Al, foi proposto um estudo da obtenção de composto ternários FeCuAl, em que a investigação consistiu na obtenção, formação de fases e estudos das propriedades magnéticas das ligas formadas. OBJETIVOS Preparar amostras com estequiometria prédefinida; Realizar caracterização estrutural pela análise de difração de raios-x; Realizar caracterização magnética por medidas ZFC e FC; Avaliar a possibilidade de obtenção do sistema pretendido em fase única. MATERIAIS E MÉTODOS Na obtenção das amostras foram usados apenas elementos com grau de pureza ≥ 99,5%, fundindo-os em estequiometria pré-definida (vide tabela 1), em um forno a arco voltaico, sob uma atmosfera inerte de argônio. Após a fusão, as amostras foram encapsuladas em tubos de quartzo e submetidas a tratamento térmico em um forno tipo mufla, a uma temperatura de 1000°C, por sete dias, seguido de um resfriamento rápido em água gelada, com o intuito de haver uma maior homogeneização das amostras e obter-se uma fase cúbica. As fusões e tratamentos térmicos foram realizados no LAMM (Laboratório de Materiais Magnéticos) situado na URI, campus Santo Ângelo. As amostras utilizadas nesse trabalho têm em sua composição o ferro, cobre e Vivências. Vol.6, N.9: p.116-123, Maio/2010 alumínio, de modo que serão trabalhadas amostras com três estequiometrias diferentes. Para determinação do comportamento magnético das amostras foram realizadas medidas de magnetometria em um Magnetômetro SQUID (Superconducting Quantum Interface Design), através da colaboração do Dr. Jacob Schaf, no Laboratório de Resistividade do Departamento de Física da UFRGS. As medidas de magnetização realizadas foram do tipo ZFC (Zero Field Cooling) e FC (Field Cooling). Nas medidas ZFC parte-se de uma temperatura ambiente e a amostra é resfriada em campo magnético nulo até baixas temperaturas. Em seguida um campo magnético constante é aplicado, e as medidas são feitas durante o aquecimento da amostra. Nas medidas FC se parte de uma temperatura ambiente e a amostra é resfriada sob ação de campo magnético constante até baixas temperaturas. Essas duas medidas foram realizadas seguidamente, com uma medida ZFC seguida de uma FC. As medidas de magnetização foram realizadas sob ação de diferentes valores de campo magnético, sendo eles de 10G, 50G e 100G, onde G é a unidade Gauss proveniente do Sistema de Unidades CGS, que corresponde a 1x 10-4 T (Tesla), que é a unidade do Sistema Internacional de Pesos e Medidas. RESULTADOS Foram estudadas três amostras de ligas ternárias FeCuAl, de modo que as suas composições estão expressas na Tabela 1. Tabela 1: Composição das amostras em estudo. Amostra Composição ( % ) Ferro Cobre Alumínio F22 86 1 13 F23 86 3 11 F24 86 5 9 A análise do difratograma é de extrema importância, pois nos mostra as fases presentes em cada amostra, para que depois possa ser 118 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 tirada alguma conclusão em relação à influência das mesmas nas propriedades magnéticas. Figura 1 - Difratograma de raios-X das amostras estudadas. A Figura 1 mostra os difratogramas de raios-X das amostras estudadas, onde se pode observar que em todas as amostras formou-se provavelmente uma solução sólida bcc do Fe com o Cu e o Al inseridos em sua rede cristalina. Na amostra F22 temos uma fase única bcc, porém, para as amostras F23 e F24, observou-se em baixos ângulos o surgimento de uma fase espúria, não identificada até o momento cujo pico se localiza em torno de 25°, pois nenhum composto da base de dados com os elementos da liga se encaixa nos padrões apresentados nos espectros. Como não é conhecida essa fase, também é possível que se trate de impurezas na amostra, podendo ser proveniente de resíduos de uma medição anterior realizada no equipamento. Para a amostra F23 também temos o aparecimento de uma fase Al2Cu. As magnetometrias realizadas seguiram um determinado protocolo muito utilizado em ligas supercondutoras, onde são realizadas Copetti, P.B.; Krause, J.C. medidas ZFC seguida de uma FC. Através destas pode-se verificar o caráter irreversível da magnetização, de modo que após completar-se a medida ZFC, quando a amostra é resfriada novamente a baixas temperaturas com o mesmo campo aplicado (FC), obtem-se uma curva diferente da anterior. O ponto onde estas curvas começam a se diferenciar é chamado de temperatura de irreversibilidade magnética (Tirr). Para amostras supercondutoras, a irreversibilidade ocorre devido ao aprisionamento de vórtices no interior da amostra. Portanto, as curvas ZFC e FC separamse abaixo de uma temperatura, a qual depende fortemente do campo aplicado. Os valores de magnetização aferidos nos ensaios, assim como os valores de difração de raios-X destas amostras, foram analisados e expressos graficamente por meio do software Microcal Origin 6.0. Os gráficos das curvas de magnetização das ligas estudadas estão apresentados na Figura 2. 119 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Figura 2: Magnetização específica das amostras estudadas. Posteriormente às medidas de magnetização, em posse da massa das amostras, foram calculadas as suas magnetizações específicas. Ao observar a Figura 2 observa-se que as magnetizações específicas tiveram valores destoantes. Isso leva a concluir que diminuindo a quantidade de Al e aumentando a quantidade de Cu aumenta a magnetização específica da amostra. Porém, os resultados mais expressivos encontrados não dizem respeito à grandeza da magnetização e sim ao comportamento evidenciado durante a análise. Na Figura 2 não se observa nenhum comportamento anômalo na magnetização das amostras, de modo que se observando as curvas de magnetização para as amostras F22 e F23 verifica-se um comportamento ferromagnético e para a amostra F24 observa-se um comportamento antiferromagnético em temperaturas próximas da ambiente. No entanto, estes resultados aparentemente normais, quando observados mais de perto não são de fácil explicação. Vivências. Vol.6, N.9: p.116-123, Maio/2010 120 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Figura 3 - Magnetização da amostra F22 com campo magnético de 50G. Figura 4 - Magnetização da amostra F23 com campo magnético de 50G. Copetti, P.B.; Krause, J.C. 121 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Figura 5 - Magnetização da amostra F24 com campo magnético de 50G. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Quanto à formação das fases, observa-se que o sistema pretendido é factível de ser obtido em fase única, como visto na amostra F22. Esses resultados carecem de mais estudos para a determinação da natureza da fase espúria Estão aqui apresentados somente os gráficos de curvas de magnetização sob ação de campo de 50G, visto que esse valor foi o que mais claramente expressou o comportamento magnético das amostras e nosso interesse aqui não é o mesmo que para amostras supercondutoras. A maioria das medidas de magnetização para amostras magnéticas são realizadas sob ação de campos muito altos, que podem mascarar comportamentos mais discretos que seriam de grande importância na análise. Na figura 3 (amostra F22) observa-se que a temperatura de irreversibilidade magnética esta muito acima da temperatura ambiente com uma provável transição magnética em torno de 170K. Para a amostra F23 (Figura 4) a temperatura de irreversibilidade magnética esta em torno de 300K não apresentando nenhuma outra transição. Na figura 5, para a amostra F24, não observa-se diferenças significativas entre as curvas ZFC e FC, isto demonstra que nesta amostra não há o aprisionamento de Vivências. Vol.6, N.9: p.116-123, Maio/2010 vórtices em seu interior, como observado nas amostras F22 e F23. Quando a escala utilizada na visualização é mais aproximada, em todas as curvas de magnetização das amostras é possível observar pequenas oscilações no percurso da linha. Esse fenômeno é ainda desconhecido, não existindo, atualmente, nenhuma teoria que o explique plenamente. Uma das linhas de pensamento trabalhadas pelo grupo levava em consideração que essas pequenas oscilações ocorreriam devido à presença do Al na composição, já que ele representa uma lacuna magnética no arranjo cúbico. No entanto, apenas isso não explicaria a pequena oscilação da magnetização em função da temperatura. Esse comportamento já havia sido observado pelo grupo em ligas MnCoAl. Isso gerou discussões dentro do grupo e com os colaboradores já citados, o que levounos a entrar em contato com a fabricante do equipamento. Deste modo, foi descoberto que este comportamento não era devido à composição da amostra, e sim devido ao software de posicionamento da amostra dentro do equipamento de análise. Durante a análise, devido às vibrações produzidas, o software tentava contrabalançar o posicionamento da amostra dentro da câmara de medição, movimentando-a. Portanto, essa 122 Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 movimentação é a causa geradora das oscilações em questão. Isso deve ocorrer em todas as medidas de magnetização, mas, como já comentado, a maioria das medições necessitam ser realizadas sob a ação de campos muito altos, os quais provavelmente mascaram estes efeitos mais discretos. CONCLUSÃO A partir da análise dos resultados observa-se que o sistema pretendido é factível de ser obtido em fase única, porém há que se descobrir a natureza da fase espúria para haver conclusões mais corretas. A origem das oscilações na verdade trata-se de um evento ocorrido durante a análise e não decorre da composição das amostras como pensado anteriormente. De qualquer forma, o trabalho obteve sucesso neste quesito devido ao fato de a natureza do fenômeno ter sido descoberta, o que auxiliará em trabalhos posteriores. Deve-se reforçar que isto só evidenciado em medições com baixo campo aplicado e que não faz mostra nada anormal quando visto em escala grande. Em função das fases desconhecidas, no prosseguimento dos estudos as amostras serão refeitas para que seja possível haver uma conclusão mais correta sobre a presença ou não das fases espúrias. BIBLIOGRAFIA BRILLO, J. EGRY, I. MATSUCHITA T. Density and surface tension of liquid ternary NiCu-Fe alloys. 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