Ferramentas para Web I Capítulo 1 Padrões Web Índice INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1 PADRÕES WEB .................................................................................................................. 1 PADRÕES DO W3C ........................................................................................................... 1 HTML - HYPERTEXT MARKUP LANGUAGE .................................................................. 2 XML - EXTENSIBLE MARKUP LANGUAGE .................................................................... 2 XHTML - EXTENSIBLE HTML .................................................................................... 2 CSS - CASCADING STYLE SHEETS ............................................................................. 3 DOM - DOCUMENT OBJECT MODEL............................................................................ 3 PADRÕES DA ECMA ........................................................................................................ 3 ECMASCRIPT........................................................................................................... 3 DIVULGAÇÃO .................................................................................................................... 4 BENEFÍCIOS EM SE ADOTAR PADRÕES WEB ......................................................... 4 PORTABILIDADE ........................................................................................................ 4 FACILIDADE DE INDEXAÇÃO ........................................................................................ 4 FACILIDADE DE MIGRAÇÃO ......................................................................................... 4 ACESSIBILIDADE........................................................................................................ 4 Micheline Carvalho Barroso Pereira VALIDAÇÃO DE CÓDIGO .............................................................................................. 5 MELHORIAS NO DESENVOLVIMENTO ............................................................................ 5 BENEFÍCIOS PARA DESENVOLVEDORES ....................................................................... 5 ACESSIBILIDADE ............................................................................................................. 6 O QUE É ACESSIBILIDADE? ......................................................................................... 6 PRINCÍPIOS PARA A ACESSIBILIDADE NA WEB .............................................................. 7 TESTANDO A ACESSIBILIDADE DO SEU SITE .................................................................. 7 USABILIDADE .................................................................................................................... 7 DEFINIÇÃO DE USABILIDADE ....................................................................................... 7 CARACTERÍSTICAS DE SITES COM BOA USABILIDADE .................................................... 8 WEB SEMÂNTICA ............................................................................................................. 8 POR ONDE COMEÇAR? .................................................................................................. 9 COMPONENTES DE UMA PÁGINA WEB ......................................................................... 9 DECIDINDO-SE PELOS PADRÕES ................................................................................. 9 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 11 Micheline Carvalho Barroso Pereira Padrões Web 11 1 Introdução Tim Berners-Lee planejou a sua grande invenção, a Teia de Alcance Mundial (WWW World Wide Web), como um espaço onde usuários pudessem compartilhar informações, promovendo o trabalho em grupo, o lazer, enfim, a socialização global. No cenário atual da tecnologia da informação, marcado por uma acelerada evolução, a Web necessita de orientação a fim de que seja capaz de desenvolver todo o seu potencial. Este direcionamento pode ser obtido através dos padrões Web. Os padrões Web podem assegurar que todos tenham acesso às informações que os desenvolvedores de sites Web fornecem, independente da plataforma de hardware ou software utilizada, como também viabilizam um processo de desenvolvimento Web mais rápido e agradável. Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados Padrões Web A Web é influenciada por várias organizações de padronização. Indiscutivelmente, o trabalho mais expressivo na área de definição de padrões para a Web é desenvolvido pelo W3C (World Wide Web Consortium - Consórcio da Teia de Alcance Mundial) [1]. Além do W3C, o ECMA (European Computer Manufacturers Association - Associação dos Fabricantes de Computadores Europeus) [2] oferece padrões para a indústria de tecnologia da informação, incluindo conjuntos de caracteres e um modelo padrão de linguagem de scripts denominado ECMAScript, que consiste, essencialmente, na versão padronizada do Javascript. Padrões do W3C O W3C é um consórcio da indústria internacional dedicado a conduzir a Web rumo ao seu completo potencial. Fundado em 1994 e liderado por Tim Berners-Lee, o W3C possui mais de 450 organizações membro: incluindo Microsoft, America Online (Netscape Communications), Apple Computer, Adobe, Macromedia, Sun Microsystems, uma variedade de fabricantes de hardware e software, provedores de conteúdo, instituições acadêmicas e companhias de telecomunicação. O consórcio é mantido por três instituições de pesquisa - MIT (Estados Unidos), INRIA (Europa), e Universidade de Keio (Japão). A Web é uma aplicação baseada na Internet e, desta forma, herdou seus princípios fundamentais de projeto [1]: Interoperabilidade: especificações para as linguagens e para os protocolos da Web devem ser compatíveis entre si, além de permitir o acesso à Web a partir de qualquer tipo de hardware ou software; Evolução: a Web deve ser capaz de acomodar tecnologias futuras. Princípios de projeto, como, simplicidade, modularidade e extensibilidade aumentarão as chances da Web trabalhar com tecnologias emergentes, tais como dispositivos móveis e televisão digital, bem como outras que estão por vir; Descentralização: este é o princípio mais novo e mais difícil de aplicar. Para permitir que a Web alcance proporções mundiais, enquanto resiste a erros e quedas do sistema, sua arquitetura (como a Internet) deve limitar ou eliminar as dependências em registros centrais. Estes princípios guiam as atividades do W3C, que desenvolve especificações abertas a fim de garantir a interoperabilidade, a evolução e a descentralização dos produtos relacionados com a Web. As recomendações do W3C são desenvolvidas por grupos de trabalho compostos por membros do consórcio e especialistas convidados. Seguir estas recomendações significa produzir sites mais interoperáveis e consistentes. Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 21 1 HTML - HyperText Markup Language HTML (Hypertext Markup Language - Linguagem de Marcação de Hipertexto) é uma aplicação SGML (Standard Generalized Markup Language - Linguagem de Marcação Generalizada Padrão) largamente conhecida como a linguagem padrão de publicação para Web [1]. SGML é uma linguagem para descrever linguagens de marcação, particularmente aquelas utilizadas em troca eletrônica, gerenciamento e publicação de documentos. HTML é um exemplo de linguagem definida em SGML. Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados SGML surgiu em meados dos anos 80 e, desde então, manteve-se estável. Muito de sua estabilidade decorre do fato da linguagem ser rica em recursos e flexível. Esta flexibilidade, contudo, tem um preço: o alto nível de complexidade que impediu sua adoção em uma diversidade de ambientes, incluindo a Web. HTML foi originalmente concebida para ser uma linguagem de troca de documentos científicos e técnicos. HTML resolveu o problema da complexidade da SGML especificando um conjunto menor de elementos estruturais e semânticos apropriado para geração de documentos simples. Além de simplificar a estrutura do documento, HTML adicionou suporte a hipertexto, e, posteriormente, capacidades multimídia. Em um curto espaço de tempo, HTML tornou-se largamente popular e rapidamente superou seu objetivo inicial. Desde o seu surgimento, foram adicionados novos elementos a fim de adaptar HTML a mercados altamente especializados. O excesso de novos elementos desencadeou problemas de compatibilidade de documentos entre plataformas diferentes. Como a heterogeneidade de plataformas de hardware e software cresce rapidamente, torna-se evidente que a adoção de HTML para uso nestas plataformas apresenta uma certa limitação. A última versão desta linguagem, HTML 4.01, suporta um maior número de opções multimídia, linguagens de script, folhas de estilo, melhores facilidades de impressão e documentos mais acessíveis a usuários com necessidades especiais. XML - Extensible Markup Language XML (Extensible Markup Language - Linguagem de Marcação Extensível) é uma linguagem de marcação como o HTML, mas, no lugar de ter um conjunto de elementos simples e pré-definido, ela permite que novos conjuntos de elementos sejam definidos ou importados [1]. Ela foi concebida a fim de oferecer o poder e a flexibilidade de SGML, sem o seu excesso de complexidade. A versão mais recente desta linguagem é XML 1.1. XML provê um formato para descrever dados estruturados. Isso facilita declarações mais precisas do conteúdo e resultados mais significativos de busca através de múltiplas plataformas. O XML também vai permitir o surgimento de uma nova geração de aplicações de manipulação e visualização de dados via Internet. O XML permite a definição de um número infinito de tags. Enquanto no HTML, se as tags podem ser usadas para definir a formatação de caracteres e parágrafos, o XML provê um sistema para criar tags para dados estruturados. XHTML - Extensible HTML XHTML (Extensible Hypertext Markup Language - Linguagem de Marcação de Hipertexto Extensível) é uma família de módulos e documentos que reproduzem, englobam e ampliam o Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 31 1 HTML [1]. Os documentos da família XHTML são baseados em XML e têm sido projetados para trabalhar em conjunto com aplicações XML. A versão mais recente desta linguagem é XHTML 2.0. XHTML é uma reformulação de HTML como uma aplicação XML. Foi concebida para ser uma linguagem de conteúdo em conformidade com XML e, seguindo algumas diretrizes simples, ser também compatível com aplicações em HTML. A família XHTML é o próximo degrau na evolução da Internet. Migrando para XHTML, os desenvolvedores de conteúdo estarão entrando no mundo XML com todos seus benefícios, assegurando, para seus conteúdos, a compatibilidade com aplicações passadas e futuras. CSS - Cascading Style Sheets Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados CSS (Cascading Style Sheets - Folhas de Estilo em Cascata) é um mecanismo utilizado para alterar a aparência dos elementos HTML ou XML, atribuindo estilos aos tipos de elementos, ou às classes e instâncias de elementos especificadas pelo desenvolvedor [3]. Folhas de estilo podem ser utilizadas para formatar a aparência completa do site. O W3C recomenda, fortemente, que características específicas de apresentação sejam determinadas através de CSS, contribuindo para gerar uma Web mais simples e estruturada. DOM - Document Object Model DOM (Document Object Model - Modelo do Objeto Documento) é uma API (Application Program Interface - Programa de Interface de Aplicação), independente de plataforma e de linguagem, que permite que programas e scripts acessem e atualizem, dinamicamente, a estrutura, o conteúdo e a apresentação de documentos Web [3]. DOM permite que todo poder e interatividade de linguagens de scripts (como o ECMAScript) sejam incorporados a uma página Web. Padrões da ECMA A ECMA é uma associação internacional voltada para a padronização de informação e sistemas de comunicação [2]. É constituída por grandes nomes da indústria como a IBM, Alcatel, Intel, Compaq, Microsoft, Philips, entre outras. Seu principal objetivo é o desenvolvimento e a publicação de especificações e padrões a serem seguidos pela indústria em geral. Para a Web, um importante documento gerado pelo ECMA tem o nome de ECMA-262. ECMAScript Inicialmente introduzido pela Netscape, o Javascript atingiu enorme sucesso na Web por permitir que dados fossem processados também no próprio navegador do usuário, não somente no servidor. Possibilitou a implementação de algoritmos de validação de dados no lado do cliente Web (client-side scripts) e a elaboração de sites mais dinâmicos, com recursos interativos, menus, posicionamento de camadas na tela, jogos e outros recursos. O projeto do Javascript teve um resultado tão positivo que a Netscape recorreu à ECMA, para que esta associação atuasse na padronização da linguagem. Ao W3C, foi atribuída a tarefa de padronizar o DOM, que descreve os objetos do ambiente do Javascript. Hoje, o ECMAScript rompeu a barreira dos navegadores. Passou a ser utilizado em outros dispositivos, como telefones celulares e demais aparelhos portáteis. Tornou-se uma linguagem de scripting para propósitos gerais e tem uso crescente na indústria. Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 41 1 Divulgação Projetos, como o WASP (Web Standards Project - Projeto de Padrões Web) [3] e o MACCAWS (Making a Commercial Case for Adopting Web Standards - Criando um Estudo de Caso Comercial para Adotar Padrões Web) [4], são responsáveis por divulgar os padrões Web entre fabricantes de navegadores, organizações, projetistas e desenvolvedores de sites, e o público em geral. Muito já foi realizado em termos de promover a implementação de padrões em navegadores. Neste momento, o desafio maior que se apresenta é motivar os projetistas e desenvolvedores a estruturar seus documentos Web seguindo estes padrões. A cada nova página criada, estamos contribuindo para o espaço comum de informação que é a Web. Adotar padrões Web no desenvolvimento de sites é a única maneira de assegurar que os sites construídos poderão ser visitados a partir de qualquer plataforma, hoje e sempre. A escolha pertence a nós, as conseqüências pertencem a todos. Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados Benefícios em se adotar padrões Web Portabilidade A maioria dos padrões Web são projetados considerando sua compatibilidade passada e futura - de modo que dados utilizando uma versão mais antiga dos padrões continuem a funcionar em novos navegadores, e dados utilizando novas versões dos padrões possam produzir resultados aceitáveis em navegadores antigos [3]. Os padrões são escritos a fim de que navegadores mais antigos continuem compreendendo a estrutura dos documentos [3]. Ainda que não compreendam novos recursos adicionados aos padrões, os navegadores serão capazes de apresentar o conteúdo do seu site. A mesma idéia pode ser aplicada aos robôs (sistemas que coletam informação de um site através de motores de busca e outras ferramentas de indexação). Facilidade de indexação Estar em conformidade com padrões Web pode atribuir às páginas um maior potencial de visualização durante buscas na Web [3]. A informação estruturada, presente nestes documentos, torna mais fácil, para os motores de busca, acessarem e avaliarem informações existentes e, assim, estes documentos podem ser indexados de forma mais precisa. Facilidade de migração Documentos da Web produzidos em conformidade com os padrões podem ser facilmente convertidos em outros formatos, tais como informações para banco de dados ou outros tipos de documentos [3]. Isto permite um uso mais versátil da informação em documentos da Web, assim como uma migração simplificada para novos sistemas de hardware ou software - incluindo dispositivos, como aparelhos de televisão ou portáteis. Acessibilidade Acessibilidade é uma idéia importante por trás dos padrões Web. Isto não significa apenas tornar a página acessível a pessoas portadoras de necessidades especiais, mas também permitir Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 51 1 que páginas Web sejam compreendidas por pessoas utilizando navegadores diferentes dos mais populares - incluindo navegadores vocalizados, que lêem páginas para pessoas cegas; navegadores Braille, que traduzem o texto comum em Braille; navegadores de dispositivos móveis, que possuem um espaço bastante limitado de visualização; entre outros dispositivos incomuns [3]. Validação de código Escrever código em conformidade com os padrões oferece a oportunidade de validar páginas através de serviços de validação [3]. Ferramentas de validação processam o documento, apresentando uma relação de erros. Este recurso torna a tarefa de identificar e corrigir erros mais simples e rápida. Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados Melhorias no desenvolvimento Pelo fato dos sites Web geralmente atravessarem várias equipes de projetistas durante o seu tempo de vida, é importante que estas equipes estejam preparadas para compreender o código e editá-lo facilmente. Padrões Web oferecem um conjunto de regras que todo desenvolvedor Web deverá seguir, entender e familiarizar-se: quando um desenvolvedor projeta um site com padrões, outro será capaz de substituí-lo sem grandes dificuldades. Como a variedade de métodos de acesso à Web aumenta constantemente, ajustar ou duplicar sites Web, a fim de satisfazer todas as necessidades tornou-se uma tarefa difícil. Seguir padrões é o principal passo em busca de superar estes problemas. Construir sites compatíveis com os padrões será decisivo para assegurar que além dos navegadores tradicionais, antigos ou novos, navegadores e mídias não-convencionais serão capazes de apresentar sites de forma apropriada. Os padrões aumentam a interoperabilidade, melhoram a acessibilidade, simplificam a produção e a manutenção, reduzem gastos com largura de banda, diminuindo o custo final de um projeto. Por que não adotá-los? Quem ignora padrões, corre o risco de limitar o número de visitantes ao seu site! Pense nisso! Benefícios para desenvolvedores Adotar padrões permitirá que os desenvolvedores [6]: Desenvolvam sites mais leves e que exigem menos tempo de carregamento; Tenham um controle mais preciso sobre layout, posicionamento e tipografia; Desenvolvam comportamentos sofisticados que funcionam em várias plataformas de hardware e software; Sejam compatíveis com leis e diretrizes sem sacrificar a beleza, o desempenho ou a sofisticação; Reprojetem em horas, em vez de dias ou semanas, reduzindo custos e eliminando o trabalho desnecessário; Suportem vários navegadores sem a dificuldade e a despesa de criar versões separadas e, freqüentemente, com pouca ou nenhuma bifurcação de código; Suportem dispositivos não-tradicionais, desde acessórios sem fio e telefones celulares compatíveis com a Web, até leitoras de Braille e leitoras de tela usadas por usuários com deficiências físicas - novamente, sem a dificuldade e a despesa de criar versões separadas; Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 61 1 Disponibilizem versões impressas sofisticadas de qualquer página Web, freqüentemente sem a criação de versões de páginas dedicadas para a impressora, ou contando com sistemas de publicação proprietários e caros para criar tais versões; Separem o estilo da estrutura e do comportamento, criando layouts criativos, fundamentados pela rigorosa estrutura do documento e facilitando o replanejamento de documentos Web em fluxos de trabalho de publicação avançada; Façam transição da HTML, a antiga linguagem Web, para a marcação mais poderosa baseada em XML; Assegurem que os sites, assim projetados e criados, funcionarão corretamente em navegadores atuais compatíveis com os padrões e serão executados de forma aceitável em navegadores antigos; Assegurem que os sites, assim projetados, continuarão a funcionar nos navegadores e dispositivos de amanhã, incluindo dispositivos ainda não construídos ou sequer imaginados. Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados Acessibilidade1 O que é acessibilidade? A expressão "acessibilidade", presente em diversas áreas de atividade, tem também na informática um importante significado. Representa para o nosso usuário não só o direito de acessar a rede de informações, mas também o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos. Não é fácil, a princípio, avaliar a importância dessa temática associada à concepção de páginas para a web. Mas os dados do W3C (Consórcio para a WEB) e WAI (Iniciativa para a Acessibilidade na Rede) apontam situações e características diversas que o usuário pode apresentar: Incapacidade de ver, ouvir ou deslocar-se, ou grande dificuldade - quando não a impossibilidade - de interpretar certos tipos de informação; Dificuldade visual para ler ou compreender textos; Incapacidade para usar o teclado ou o mouse, ou não dispor deles; Insuficiência de quadros, apresentando apenas texto ou dimensões reduzidas, ou uma ligação muito lenta à Internet; Dificuldade para falar ou compreender, fluentemente, a língua em que o documento foi escrito; Ocupação dos olhos, ouvidos ou mãos, por exemplo, ao volante a caminho do emprego, ou no trabalho em ambiente barulhento; Desatualização, pelo uso de navegador com versão muito antiga, ou navegador completamente diferente dos habituais, ou por voz ou sistema operacional menos difundido. Essas diferentes situações e características precisam ser levadas em conta pelos criadores de conteúdo durante a concepção de uma página. Para ser realmente potencializador da acessibilidade, cada projeto de página deve proporcionar respostas simultâneas a vários grupos de incapacidade ou deficiência e, por extensão, ao universo de usuários da web. 1 O material presente nesta seção foi baseado em: [12] [13] Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 71 1 Princípios para a acessibilidade na Web A acessibilidade à web é parte integrante do projeto brasileiro de inclusão digital para as pessoas portadoras de necessidades especiais. No início do processo de adaptação dos sites existentes a esse novo conceito, foram estabelecidos princípios gerais que, embora sem a garantia de total acessibilidade, favorecem seu conhecimento e experimentação por parte dos responsáveis. São os seguintes: Quanto à apresentação da informação - Associação de um texto a cada elemento não textual, como imagens, representações gráficas de texto, regiões de mapa de imagem, animações, botões gráficos, entre outros; Quanto à navegação - Garantia de que as ligações textuais, ou com um equivalente textual, sejam palavras ou expressões compreensíveis e que os elementos da página possam ser ativados pelo teclado; Quanto à implantação - Utilização dos requisitos de acessibilidade de conteúdo da Web do W3C/WAI, disponíveis em português (http://www.acessobrasil.org.br), ou inglês (http://www.cast.org/bobby); Quanto à página principal - Exposição do símbolo de acessibilidade na Web. Este símbolo de acessibilidade não garante que o site tenha 100% de acessibilidade, mas que os responsáveis por ele têm desenvolvido esforços no sentido de torná-lo acessível a todos. Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados Testando a acessibilidade do seu site Questões que garantem um bom caminho em busca da acessibilidade: As imagens possuem textos alternativos? É possível compreender o conteúdo de um vídeo ou áudio com o som desligado? Os formulários são acessíveis? O texto pode ser redimensionado? É possível acessar todas as áreas do site sem usar o mouse? Existe um mapa do site? Os textos dos links fazem sentido fora do contexto da página? Use ferramentas especializadas para validar a acessibilidade do seu site. Usabilidade2 Definição de usabilidade Usabilidade pode ser vista como a medida da qualidade das experiências dos usuários no momento em que interagem com algum produto ou sistema. Usabilidade na Web nada mais é do que estruturar um site pensando no usuário final, concentrando esforços para a facilidade do uso, criando um sistema transparente e de fácil entendimento e operação. Em outras palavras, é integrar perfeitamente conteúdo, design, serviços e interatividade buscando melhorar a experiência do usuário final. É preciso também compreender que muitos usuários não são totalmente familiarizados com computadores e com a Web, que seus equipamentos possuem limitações e que, na maior parte dos casos, a visita ao site é um meio e não um fim. 2 O material presente nesta seção foi baseado em: [14] [15] Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 81 1 A usabilidade possui 5 (cinco) componentes de qualidade: Facilidade de aprendizagem: Será fácil para o usuário realizar atividades básicas na primeira vez que entrar em contato com o projeto? Eficiência: Uma vez conhecido o projeto, será rápido realizar tarefas? Memorização: Quando o usuário retorna ao projeto depois de um longo período, será fácil restabelecer suas atividades? Erros: Quantos erros o usuário comete? Estes erros são graves? Será fácil para o usuário se recuperar destes erros? Satisfação : Usar o projeto é agradável? Características de sites com boa usabilidade Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados Clara definição e design para atender diferentes públicos-alvo: a primeira e a última coisa a serem pensadas no desenvolvimento de sites deveria ser uma clara segmentação dos diferentes públicos-alvo que estes irão ou já estão atendendo; Navegação lógica e intuitiva: estruturar a navegação de um site de modo a atender as diferentes demandas de públicos diferenciados é um dos principais desafios de um site; Busca eficiente: o sistema de busca deve trazer resultados consistentes e de maneira rápida, assim como oferecer maneiras de se refinar o que se busca através de seleções específicas de áreas datas e tipos de arquivos; Manutenção adequada de conteúdo: um dos principais desafios de um site é conseguir dar relevância e confiabilidade ao seu conteúdo; Textos adequados para Web: os textos devem ser curtos, objetivos e apresentados de forma clara para o usuário, permitindo que o mesmo navegue pelos textos de forma a aprofundar seu grau de informação sobre o tema. Textos escritos para a Internet devem ser claros, concisos e objetivos, evitando o uso exgerado de adjetivos, construções elaboradas, termos e expressões demasiadamente técnicos fora de conteúdos específicos; Bons mapas: um bom site deve se preocupar em mostrar de forma clara todos os lugares que podem ser explorados; Peso adequado: as páginas não devem apresentar arquivos pesados que acarretam lentidão em sua visualização por parte dos usuários. Web Semântica3 A Web Semântica é uma extensão da Web atual na qual à informação é dado um significado bem definido, permitindo que computadores e pessoas trabalhem em regime de cooperação. A Web Semântica era inicialmente, apenas uma visão de futuro: a idéia era termos dados definidos e conectados de modo a serem utilizados por máquinas, não só com objetivo de apresentação, mas também para automação, integração e reuso de dados através de várias aplicações. Atualmente, a Web Semântica tem sido o centro de atenção de muitos esforços, tanto na área acadêmica quanto na industrial, uma vez que é considerada o próximo passo evolutivo da Web. O objetivo principal desta Web do futuro é alcançar um estágio onde uma imensa quantidade de dados estará disponível com seus metadados, para auxiliar, tanto pessoas quanto máquinas, a encontrar e processar recursos úteis, e também trocar dados entre aplicações. A Web atual é composta de elementos isolados: palavras soltas, imagens e sons. Porém, estes elementos têm apenas significado individual numa busca. Por exemplo, hoje, ao procurar 3 O material presente nesta seção foi baseado em: [16] Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 91 1 pela palavra "casa", esta será encontrada em todas suas ocorrências nas páginas HTML, seja um substantivo ou um verbo. O XML permite que numa página palavras sejam inseridas com seu significado semântico, o que permite que elementos sejam encontrados de forma mais inteligente: "casa" pode ser uma construção arquitetônica ou o ato do matrimônio em terceira pessoa . Assim, XML é um dos fundamentos necessários para que a Web se torne uma rede mais inteligente, em que a informação possui um significado contextual - algo mais próximo da mecânica cognitiva do cérebro humano. Por onde começar? Componentes de uma página Web Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados Os Padrões Web permitem segmentar páginas em três componentes [6]: Estrutura: HTML, XHTML, XML; Apresentação: CSS1, CSS2; Comportamento: DOM, ECMAScript. Estrutura A XML fornece um conjunto consideravelmente maior de opções, mas, por enquanto, nós nos limitaremos à XHTML, uma linguagem de marcação de transição e atual recomendação do W3C. Quando criada corretamente, a marcação XHTML, muito parecida com a marcação HTML, é completamente portável. Ela funciona em navegadores Web, leitoras de tela, navegadores de texto, dispositivos sem fio, entre outros. Apresentação As linguagens de apresentação, CSS1 e CSS2, servem para definir a aparência da página Web, controlando a tipografia, o posicionamento, a cor e assim por diante. Em muitos casos, recomenda-se usar CSS para substituir antigos layouts baseados em tags de tabela e de formatação de texto. Comportamento O modelo de objetos padrão, DOM, trabalha com XHTML, CSS e ECMAScript, permitindo a criação de comportamentos e efeitos sofisticados que funcionam através de várias plataformas e navegadores. Decidindo-se pelos padrões Separando a apresentação da estrutura, é possível alterar a aparência sem afetar o conteúdo da página. E, de forma semelhante, é possível alterar o conteúdo da página sem interferir na sua aparência. De acordo com os objetivos e com o público-alvo do site, os desenvolvedores podem dimensionar todo o poder dos padrões Web, separando totalmente a estrutura, a apresentação e o Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 10 11 comportamento. Ou, ainda, podem escolher criar sites de transição, combinando o antigo e o novo. Quem já adotou? O site a seguir representa um dos maiores e melhores exemplos de utilização de padrões Web: http://csszengarden.com - Zen Garden: A beleza do design CSS Outros adeptos podem ser encontrados em: Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados http://www.alltheweb.com - Site de busca All The Web http://macromedia.com - Macromedia http://terra.com.br - Portal Terra http://www.cidadao.sp.gov.br - Governo do Estado de São Paulo http://www.sebraepb.com.br - Sebrae Paraíba Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa Padrões Web 11 11 Bibliografia Copyright © by UNIBRATEC Todos os direitos reservados 1. http://w3c.org Site do Consórcio W3C (World Wide Web Consortium) 2. http://www.ecma-international.org Site da Organização ECMA (European Computer Manufacturers Association) 3. http://webstandards.org Site do Projeto WASP (Web Standards Project) 4. http://maccaws.org Site do Projeto MACCAWS (Making a Commercial Case for Adopting Web Standards) 5. http://www.oasis-open.org/index.php Site do Consórcio OASIS (Organization for the Advancement of Structured Information Standards) 6. ZELDMAN, Jeffrey. "Projetando Web Sites Compatíveis". Rio de Janeiro: Editora Campus, 2003. 7. http://www.maujor.com Site de Maurício Samy Silva. Tutoriais, Recomendações, Dicas: XHTML e CSS. 8. HOLZSCHLAG, Molly E.. "XHTML: XML on the client side". XML Journal, Abril/2001. Disponível online em: http://molly.com/articles/markupandcss/2001-04-xmlclientside.php. Acessado em: 30/03/2005. 9. PECK, Nigel. "XHTML Web Design for Beginners". SitePoint, Junho/2003. Disponível online em: http://www.accessify.com/tutorials/xhtml-web-design-for-beginners-part-1.asp. Acessado em: 03/04/2005. 10. "Recomendação XHTML 1.0 do W3C". Disponível online em: http://www.maujor.com/w3c/xhtml10_2ed.html. Acessado em: 06/04/2005. 11. "Recomendação CSS 1 do W3C". Disponível online em: http://www.maujor.com/tutorialcss1/css1tut.shtml. Acessado em: 06/04/2005. 12. http://www.acessobrasil.org.br Site da Sociedade Acessibilidade Brasil 13. MOSS, Trenton. "Ten quick tests to check your web site for accessibility". Accessify.com, Julho/2004. Disponível online em: http://www.accessify.com. Acessado em: 07/04/2005. 14. TERRA, José Cláudio e outros. "Usabilidade: conceitos centrais". Disponível online em: http://www.terraforum.com.br/cpub/pt/quemsomos/atuacao_usabilidade.php. Acessado em: 07/04/2005. 15. NIELSEN, Jakob. "Usability 101: Introduction to Usability". Useit.com, Agosto/2003. Disponível online em: http://www.useit.com/alertbox/20030825.html. Acessado em: 07/04/2005. 16. http://www.w3.org/2001/sw/ Site de Web Semântica, W3C Micheline Carvalho Barroso Pereira UNIBRATEC - João Pessoa