Patrimonio Cultural - SIEPE 2013

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PATRIMÔNIO CULTURAL: CONSCIENTIZAÇÃO E AÇÃO CIDADÃ – RELATOS
DA EXPERIÊNCIA DO PET-GEOGRAFIA/UNICENTRO
Bruno Bonsanto Dias (Bolsista PET/GEOGRAFIA), Christian Licheski Junior
(Bolsista PET/GEOGRAFIA), Dulce Renata de Moura (Voluntária PET/GEOGRAFIA)
[email protected]
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de Geografia/Guarapuava,
PR.
CIÊNCIAS HUMANAS; GEOGRAFIA
Palavras-chave: Cidadania, extensão, patrimônio cultural, PET;
Resumo:
A atividade aqui apresentada, vincula-se ao Projeto de Extensão “ Acervo digital da cultura
ucraniana: um projeto de educação, cidadania e cultura, financiado pelo Ministério da
Educação no Programa de Extensão Universitária – PROEXT. A atividade proposta teve
como base o entendimento de que a idéia de patrimônio cultural remete as questões que
estão relacionadas com a identidade da população, com a memória, a herança e está
dividido em duas categorias: uma de natureza material e a outra imaterial sendo este reflexo
da identidade de um povo e representa tudo o que deve ser preservado, revitalizado, ou
melhor, tudo o que não deve ser esquecido, ao contrário, é necessário mantê-lo presente.
Nesse sentido, os bolsistas do grupo PET de Geografia da UNICENTRO desenvolveram
palestras em duas escolas de Ensino Médio e Fundamental do Município de Prudentópolis –
PR, com o objetivo de discutir a importância da preservação e reconhecimento do
patrimônio cultural material e imaterial presente no município. Tal atividade contou com a
parceria da equipe pedagógica do Colégio Estadual Barão de Capanema e Colégio Estadual
Padre José Orestes Preima. Neste trabalho apresenta-se os resultados desta experiência
extensionista realizada pelo grupo PET de Geografia.
Introdução
Historicamente, o conceito de patrimônio vem sendo associado à noção de algo
sagrado, que se faz presente na memória social e individual, ou então a uma
herança pessoal, como por exemplo, bens de família. Segundo o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), patrimônio cultural pode ser
definido como um bem (ou bens) de natureza material e imaterial considerado(s)
relevante(s) para a identidade da sociedade brasileira. Para auxiliar na compreensão
do conceito de patrimônio e na sua preservação, a sociedade brasileira conta hoje
com o trabalho do IPHAN, órgão federal responsável pelo processo de
patrimonialização no país. Criado em 1938 junto a onda do movimento modernista
do país, o instituto tem realizado importante papel na defesa e preservação do
acervo patrimonial existente na cultura brasileira. Mas não é só o IPHAN que possui
este papel de conservar o patrimônio cultural, o Estado e, principalmente, a
sociedade também devem fazer sua parte, transformando este processo numa ação
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coletiva. Cabe ao Estado, assegurar o direito à memória individual e coletiva,
realizando ações de preservação dos bens culturais, materiais e imateriais,
mediantes políticas públicas eficazes. Já a sociedade, deve intervir ativamente no
processo de construção de políticas públicas, colaborando para o reconhecimento
do patrimônio de sua cultura.
No âmbito internacional o trabalho de apoio a preservação do patrimônio é
realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a
Cultura (UNESCO), órgão regulador em escala internacional, sobre políticas
referentes a educação e cultura. A UNESCO possui entidades em diversas nações
do mundo, os quais são vinculadas aos seus princípios. O IPHAN é uma delas.
Neste sentido, a UNESCO vem adotando políticas que visam a heterogeneidade da
cultura local em todos os países que se faz presente.
Como já mencionado, o patrimônio cultural nos remete as questões
relacionadas com a identidade, memória e herança. Desta forma, o IPHAN
classifica-o em duas categorias: material e imaterial. O patrimônio material pode ser
definido como o conjunto de edifícios, obras de arte, documentos, monumentos,
fotos e outros objetos pertencentes a um lugar. Ou seja, são coisas que possuem
um valor histórico ou sentimental para os habitantes de determinada região, pois a
população se refere às origens e à forma que escolhe para ser lembrada
(MONTEIRO, 2009). O patrimônio material é classificado segundo sua natureza,
podendo ser: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das
artes aplicadas. Quanto a sua natureza, está dividido em bens imóveis (núcleos
urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais) e móveis (coleções
arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos,
videográficos, fotográficos e cinematográficos).
Já o patrimônio imaterial se define por práticas, representações, expressões
artísticas, conhecimentos e técnicas (junto com os instrumentos, objetos, artefatos e
lugares culturais que lhe são associados) no qual as comunidades, os grupos e, em
alguns casos, os indivíduos, reconhecem como parte integrante da sua cultura, ou
seja, da sua forma de ser e viver. Também podem ser consideradas patrimônio
imaterial as tradições e expressões orais, expressões artísticas, práticas sociais,
ritos e atos festivos, conhecimentos e práticas relacionadas à natureza e ao
universo, bem como as técnicas artesanais tradicionais.
O IPHAN também protege e classifica o patrimônio natural, por exemplo, pode
compreender uma área natural que apresenta características singulares, que guarda
eventos do passado, ou onde existe a ocorrência de espécies endêmicas, como
exemplos das Cataratas do Iguaçu, do Pinheiro-do-Paraná, da Gralha azul e as
comunidades faxinalenses presentes no estado do Paraná.
Seja ele material ou imaterial, este é reflexo da identidade de um povo e
representa tudo o que deve ser preservado, tombado, registrado, revitalizado, ou
melhor, tudo o que não deve ser esquecido, ao contrário, é necessário mantê-lo
presente. É com este propósito, que os bolsistas do grupo PET de Geografia da
UNICENTRO como colaboradores do Projeto “Acervo Digital da cultura ucraniana:
um projeto de educação, cidadania e cultura”, desenvolveram palestras em duas
escolas de Ensino Médio e Fundamental do Município de Prudentópolis – PR, com o
objetivo de discutir a importância da preservação e reconhecimento do patrimônio
cultural material e imaterial presente no município. Tal atividade contou com a
parceria da equipe pedagógica do Colégio Estadual Barão de Capanema e do
Colégio Estadual Padre José Orestes Preima.
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Materiais e métodos
Para a realização dessa atividade extensionista, realizamos inicialmente uma
pesquisa bibliográfica onde buscamos publicações que abordassem a temática
patrimônio cultural. Tivemos como principal ferramenta os sites de busca e das
instituições responsáveis pelas políticas de registro, tombamento, catalogação dos
bens culturais, ou seja, aquelas que têm por função a proteção do patrimônio
cultural, como o IPHAN e a UNESCO. Construído o alicerce teórico, partimos para a
montagem da apresentação da palestra que abordou os seguintes assuntos: o que é
patrimônio cultural; trabalho desenvolvido pelo IPHAN e pela UNESCO; atribuições e
papel do Estado e da sociedade na preservação do patrimônio e por fim trabalhouse com conceitos e exemplos de patrimônio material, imaterial e natural, entre outros
aspectos.
As palestras foram realizadas em dois colégios no município de Prudentópolis
localizados em áreas distintas do município. A primeira palestra foi realizada no
Colégio Estadual Barão de Capanema no período da manhã, localizado na área
urbana e central do município de Prudentópolis. A palestra contou com a presença
de diversos alunos do ensino médio. A segunda palestra, realizada no período da
tarde, aconteceu no Colégio Estadual Padre José Orestes Preima, localizado na
área rural do município, na comunidade de Linha Esperança. As duas palestras
abordaram os mesmos temas, porém, seu desenvolvimento se deu de maneira
diferente. No Colégio Estadual Barão de Capanema tivemos contato com alunos do
ensino médio, na maioria adolescentes e pré-adolescentes interessados no tema
apresentado. Alguns alunos do colégio colaboraram com a nossa apresentação,
manifestando suas dúvidas.
Observamos que ao tratarmos de exemplos
relativos ao seu município os alunos trataram, quando solicitados, de contribuir com
o grupo. Para a atividade no Colégio Estadual Padre José Orestes Preima, em se
tratando de alunos de diferentes anos do ensino fundamental, o grupo decidiu por
mudar a metodologia de trabalho, respeitando a faixa etária do publico estudantil
presente. A atividade estendeu-se durante todo o período da tarde, fato que permitiu
um trabalho mais consistente e produtivo junto aos alunos. Após a conclusão da
palestra estes foram distribuídos em grupos para a realização de uma atividade. A
atividade consistiu na elaboração de desenhos e textos sobre patrimônio cultural do
município. Os alunos tinham liberdade em escolher a natureza do patrimônio, se
material e imaterial. Para a realização da atividade os alunos utilizaram cartolina,
canetas, lápis de cor, giz, entre outros materiais. Terminada a atividade, solicitou-se
que cada grupo fizesse a exposição oral do trabalho, socializando com os demais
grupos o trabalho desenvolvido pela equipe de alunos.
Resultados e Discussão
O objetivo central das atividades foi difundir com o apoio de recursos tecnológicos a
riqueza cultural da imigração ucraniana, nas comunidades de descendentes de
imigrantes ucranianos, buscando alcançar o verdadeiro sentido do ato de preservar.
Ou seja, acreditamos que somente quem conhece algo, seja um objeto ou um modo
de fazer, saberá reconhecer e dar valor à tal.
As atividades propostas pelo grupo foram estruturadas com a intenção de
promover a preservação e estimular nas crianças, adolescentes e jovens a busca do
conhecimento sobre a suas raízes culturais, além de congregar iniciativas de
reflexão e debate acerca dessa cultura, contribuindo para o conhecimento da
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diversidade cultural no Paraná e no Brasil e para o fortalecimento da cidadania.
Entende-se que professores e alunos podem atuar como disseminadores da
importância de valorizar a diversidade cultural e étnica e os motivos que definem as
singularidades de cada grupo e demarcam as diferenças.
A articulação entre pesquisa e ensino a partir da extensão universitária é um
traço marcante dessa atividade e visa o fortalecimento do compromisso social da
universidade pública na resolução de questões que atingem a maioria da população.
De acordo com Menezes (1999), o conhecimento e a identificação com o
patrimônio, desperta o sentimento de pertencimento, e por isso, entendemos que
sua preservação é melhor viabilizada quando pensada em conjunto com a
comunidade escolar e em geral. É, inclusive, uma maneira da população local se
conhecer e discutir sua identidade, suas raízes.
Conclusões
Como integrantes do Programa de Educação Tutorial – PET, nossas atividades são
baseadas no tripé ensino, pesquisa e extensão. Com a realização desta atividade,
tivemos a oportunidade de articular um pouco essas três dimensões que compõem o
principio do programa PET, tornando a atividade mais completa e satisfatória ao
nosso grupo. Este trabalho possibilitou aos petianos e demais envolvidos, um
contato direto com a comunidade escolar, algo muito importante em termos de
experiência acadêmica uma vez que transpomos os muros da universidade, levando
nossas idéias e um pouco do conhecimento acadêmico para repartir com a
comunidade e com ela amadurecer as nossas idéias.
Portanto, ao término da atividade, percebemos que os objetivos esperados
foram alcançados, avanços estes percebidos pelo interesse demonstrado pelos
alunos e toda as comunidade escolar durante a sua realização da atividade.
Agradecimentos
Agradecemos a parceria e colaboração da equipe pedagógica das escolas
envolvidas na atividade, bem como ao apoio dado pela Universidade Estadual do
Centro-Oeste, nos fornecendo o transporte para o deslocamento do grupo para a
realização da atividade. Agradecimento especial ao Ministério da Educação e ao
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), pelo apoio financeiro ao
PET.
Bibliografia
Daher, A. Práticas patrimonializantes e objetos patrimonializado. Revista Est. Hist,
Rio de Janeiro, v. 23, n. 45, p.199-202, 2010.
Menezes, U. T. B. Os “usos culturais” da cultura. Contribuição para uma abordagem
crítica das práticas e políticas culturais. In Turismo: espaço, paisagem e cultura, E.
Yazigi, A. F. A Carlos, R. C. A Cruz, (ed.). Hucitec, 1999.
Pelegrini, S. C. A. Cultura e natureza: os desafios das práticas preservacionistas na
esfera do patrimônio cultural e ambiental. Revista Brasileira de História, São Paulo,
v. 26, n. 51, p. 115-140, 2006.
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