Visualização do documento Transtorno Bipolar 02.doc (172 KB) Baixar Transtorno Bipolar Por Ana Lúcia Pereira 15/02/2007 O Transtorno Bipolar é uma doença que se caracteriza pela alternância de humor, sendo que ora a pessoa fica eufórica (episódios de mania) ora deprimida, intercalando com períodos de normalidade. Apesar de transtorno bipolar do humor nem sempre ser facilmente identificado, existem evidências de que fatores genéticos possam influenciar o aparecimento da doença. Com o que não deve ser confundida Não devemos confundir transtorno bipolar com as alterações de humor motivadas por dificuldades cotidianas estressantes , pois estas são momentâneas e tendem a desaparecer quando as dificuldades são resolvidas. Sintomas A mudança do comportamento de euforia para depressão ou vice-versa é súbita, mas o indivíduo não percebe esta alteração ou a atribui a algum fator do momento, pois o senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva das situações ficam prejudicadas ou ausentes. Quando em um episódio de Mania ou Euforia o paciente pode apresentar: Aumento de energia e disposição; Quando em um episódio de Depressão o paciente pode apresentar: Desânimo, cansaço mental; Humor eufórico; Dificuldade de concentração, esquecimento; Irritabilidade, impaciência, "pavio curto"; Isolamento social e familiar; Distração; Apatia, desmotivação; Exaltação; Sentimento de medo, insegurança, desespero e vazio; Pensamento acelerado, tagarelice; Pessimismo, idéias de culpa; Insônia; Baixa auto-estima; Otimismo exagerado, aumento da auto-estima; Alteração do apetite; Gastos excessivos; Redução da libido; Falta de senso crítico; Aumento do sono; Em casos mais graves pode ocorrer: Em casos mais graves pode ocorrer: Delírios e alucinações; Dores e problemas físicos como, cefaléia, sintomas gastrintestinais, dores pelo corpo e pressão no peito; Abuso de álcool ou drogas;· Idéias de suicídio; Idéias suicidas. Desinibição exagerada; Comportamentos inadequados; Tratamento O tratamento mais indicado atualmente é uma combinação de medicamentos com psicoterapia. O diagnóstico precoce aliada a uma terapêutica adequada é um bom caminho para a melhoria e manutenção da qualidade de vida do portador desse distúrbio. A participação da família também é muito importante. Para auxiliar o paciente, a família precisa saber o que é e como se trata o transtorno bipolar. Esse entendimento trará ao paciente a sensação de apoio e compreensão que serão importantes atitudes no relacionamento familiar. Um bom conhecimento da doença e do seu tratamento pelo paciente, pelos seus familiares e amigos, aumenta a possibilidade de uma vida produtiva, com qualidade e satisfação. Muitas vezes o paciente não percebe que tem esta enfermidade, e é necessário que familiares e amigos estejam bem informados e saibam reconhecer alguns dos sintomas para poderem encaminhá-lo a um tratamento adequado. Fonte: Site da Psicóloga Ana Lúcia Pereira - http://alppsicologa.h pg.ig.com.br Transtorno Bipolar Introdução a Como funciona o transtorno bipolar Imagine que em um dia você acorda se sentindo extremamente confiante. Você pode fazer tudo que imaginar e nada pode dar errado. Na verdade, você está tão cheio de energia que decide nem dormir. Passam-se dias, talvez semanas e nada parece chatear ou desacelerar você. Mas, de repente, sem nenhum aviso, esse sentimento começa a diminuir. Sem nenhum motivo, você começa a se sentir entediado ou deprimido. A vida se torna triste e sem sentido. Durante semanas, você se sente absolutamente sem esperanças. Um tempo depois você acorda novamente pronto para enfrentar tudo. Kent Matthews/Getty Images O transtorno bipolar pode causar mudança súbita de humor Esse é o ciclo característico das pessoas que sofrem da síndrome bipolar. De acordo com o Instituto Americano de Saúde Mental (NIMH), o transtorno bipolar - também conhecido como síndrome maníacodepressiva - afeta cerca de 5,7 milhões de adultos nos Estados Unidos (2,6% da população acima de 18 anos) [fonte: NIMH (em inglês)]. O transtorno causa momentos intensos e alternados de mania e depressão, indo muito além da simples oscilação de humor. Crianças e adolescentes também podem desenvolver o transtorno, embora a mudança de humor nesse grupo aconteça, normalmente, com muito mais rapidez. Pessoas que sofrem de transtorno bipolar enfrentam uma série de problemas em conseqüência da doença. Além do estresse gerado junto a familiares e nos relacionamentos pessoais, um paciente bipolar tem 40% menos chances de conseguir um emprego [fonte: Cox]. Quem sofre de bipolaridade também tem 10 vezes mais chance de abusar do consumo de álcool ou de drogas, o que é bastante nocivo pelo fato de tais substâncias terem potencial de causar crises de mania ou de depressão [fonte: UPMC]. Talvez o fato mais preocupante é que, de um total de 25 a 50% das pessoas com transtorno bipolar que tentam o suicídio (em inglês), 15% concretiza o ato [fonte: psychlaws (em inglês)]. O que os cientistas sabem sobre este transtorno? Continue lendo sobre as evidências e sintomas do transtorno bipolar. Sintomas de bipolaridade As oscilações de humor que um paciente bipolar vivencia são muito mais intensas do que as naturais mudanças de humor de uma pessoa saudável. O transtorno normalmente acontece entre os 15 aos 25 anos, caracterizando-se por períodos de obsessão e de depressão (fonte: Healthline (em inglês)). O Instituto Americano de Saúde Mental (em inglês - NIMH) define os sintomas comuns de um surto de mania. São eles: •bom humor intenso e incomum •energia excessiva •irritabilidade •sensação de agitação •falar mais rápido do que o normal •idéia e pensamento rápido e incomum •decisões arriscadas (gastos excessivos, investimentos de risco) •fácil distração •necessidade de dormir pouco •idéia exagerada das capacidades •aumento do apetite sexual Kaadaa/Getty Images O transtorno bipolar é caracterizado por períodos de mania e de depressão De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (em inglês - DSM), um determinado número de sintomas precisa durar ao menos uma semana para o caso ser considerado como um surto de mania. Esses surtos podem afetar as pessoas de forma diferente. Para alguns, os sintomas de euforia são maravilhosos, uma experiência desejável. Para outros, a mania causa facilmente extrema irritação e raiva. Um tipo menos grave de mania, chamado de hipomania, pode incluir formas menos intensas de qualquer um dos sintomas mencionados acima. A hipomania não interfere na vida diária e nos relacionamentos da mesma maneira que um tradicional surto de mania [fonte: MedicineNet (em inglês)]. Se não for tratada, a hipomania pode progredir para mania. A seguir, confira a lista feita pela NIMH de sintomas de um surto depressivo: •depressão ou ansiedade (em inglês) •desespero; •falta de interesse em atividades prazerosas •fadiga e preguiça •incapacidade de concentração •indecisão •agitação •irritabilidade •mudanças nos hábitos de sono •mudanças no apetite ou de peso •dores misteriosas •pensamentos suicidas Para que esses sintomas sejam considerados um surto depressivo, um determinado número de episódios deve persistir por ao menos duas semanas. É possível que pacientes bipolares apresentem sintomas de mania e de depressão ao mesmo tempo. Quando isso acontece por ao menos uma semana, o quadro é chamado de episódio misto [fonte: DBSA (em inglês)]. Além disso, alguns podem passar pelo ciclo rápido que se caracteriza por um ano de pelo menos quatro episódios de mania, hipomania ou depressão [fonte: DBSA]. Durante um surto mais grave de mania, um paciente bipolar pode ter sintomas psicóticos. Isso pode incluir delusão (crenças irreais) e alucinações (sensações irreais) [fonte: NIMH (em inglês)]. Como esses sintomas são normalmente associados à esquizofrenia, os médicos podem facilmente fazer um diagnóstico errado do paciente bipolar. Os tipos de surto vivenciados pelos pacientes determinam o diagnóstico do tipo de transtorno bipolar. • Transtorno Bipolar I - é a forma mais grave do transtorno. Envolve ao menos um surto de mania ou episódio misto e pelo menos um surto depressivo [fonte: DBSA]. • Transtorno Bipolar II - neste caso, os pacientes precisam apresentar pelo menos um surto depressivo e um episódio de hipomania. Além disso, podem passar por períodos estáveis de humor também. • Transtorno Bipolar no Especificado(NOS) - essa classificacão é usada em casos em que pacientes bipolares apresentam quadros que não se encaixam nem na categoria I nem na II. • Ciclotimia - é a forma mais leve do transtorno. Inclui dois anos de surtos de hipomania e de depressão leve. Agora que você conhece o transtorno e sabe o que o paciente bipolar vive, vamos analisar as possíveis razões dessa misteriosa doença. Causas do transtorno bipolar Os pesquisadores não sabem exatamente o que causa o transtorno bipolar. É provável que não exista um fator único, mas sim uma combinação de fatores que propicia o desenvolvimento da bipolaridade. A genética certamente tem influência, podendo aumentar a probabilidade de alguém desenvolver a doença. Mas não se pode determinar sempre quem irá desenvolver o quadro, baseando-se na genética (por exemplo, um gêmeo pode desenvolver a doença e o outro não). Estatísticas mostram que filhos de pacientes bipolares têm um risco maior de desenvolver o quadro. Tentativas de encontrar os genes específicos que causam o transtorno falharam, mas as pesquisas continuam [fonte: NIMH]. Rob Atkins/Getty Images Os cientistas tentam encontrar cromossomos e genes envolvidos no transtorno bipolar Fatores circunstanciais podem, na verdade, contribuir para o desenvolvimento do transtorno em pessoas com predisposição genética. Por exemplo, períodos estressantes e de grandes mudanças - tanto positivas como negativas - podem causar o transtorno. Outros fatores circunstanciais podem causar surtos maníaco-depressivos específicos em pacientes bipolares. Entre eles estão abuso de drogas e de álcool, mudanças sazonais (em inglês) e até anti-depressivos [fonte: Helpguide.org (em inglês)]. O perfil de mediadores químicos cerebrais (substâncias que interferem no funcionamento do cérebro) também deixa as pessoas predispostas à bipolaridade [fonte: CCI]. Pesquisadores suspeitam que os níveis dos neurotransmissores dopamina, serotonina, noradrenalina e GABA (cido GamaAminobutírico) podem estar envolvidos no aparecimento do transtorno bipolar. Como a cocaína e a anfetamina (em inglês) podem liberar dopamina e causar mania, é possível que altos níveis de dopamina provoquem surtos de mania [fonte: Davies (em inglês)]. Essa teoria é sustentada pela evidência de que sintomas maníacos e psicóticos estejam relacionados a níveis elevados de dopamina [fonte: Frank]. Além disso, pesquisadores identificaram uma baixa dos níveis de serotonina durante surtos maníaco-depressivos [fonte: Frank (em inglês)]. Freqüentemente, a hipomania se relaciona também com níveis elevados de noradrenalina. Comparado a pacientes saudáveis, os pacientes bipolares possuem níveis baixos de uma enzima que interfere no metabolismo de GABA no cérebro. Acredita-se que isso influencie o desenvolvimento do transtorno porque medicamentos anticonvulsivos eficazes no tratamento da bipolaridade aumentam os níveis de GABA [fonte: Frank]. Quanto mais os cientistas descobrem sobre as causas dessa doença, mais provável é a descoberta de tratamentos eficazes. Felizmente, muitos pacientes bipolares melhoram com os medicamentos disponíveis no mercado. A seguir, vamos analisar os principais medicamentos usados no tratamento do transtorno bipolar. Medicação para transtorno bipolar Como a causa da bipolaridade é desconhecida, a busca por tratamentos eficazes é difícil. Embora determinados medicamentos, como o lítio, sejam comprovadamente eficientes para muitos pacientes bipolares, os cientistas não sabem a razão do sucesso. Médicos descobriram que o transtorno bipolar é uma doença que requer tratamento sério e prolongado. Isso normalmente inclui manter a medicação inclusive em períodos de humor estabilizado. Como os pacientes respondem de maneira distinta aos medicamentos usados no tratamento do transtorno, deve-se descobrir a dosagem exata e o tipo de medicamento que funcionará melhor para cada pessoa. A lista a seguir mostra os medicamentos mais conhecidos no tratamento da bipolaridade. iStockphoto/David Freund O lítio é um dos elementos da tabela periódica que pode ser encontrado na crosta terrestre • Lítio - nos anos 70, o Food & Drug Administration (FDA) aprovou o carbonato de lítio para tratamento do transtorno bipolar, sendo até hoje uma das primeiras opções de tratamento da síndrome. O lítio é um estabilizador de humor, eficaz no tratamento de surtos maníacodepressivos. Depois do início do tratamento, os pacientes devem voltar ao médico para realizar exames de sangue freqüentes para monitorar os níveis de lítio. Depois de acertar a dosagem adequada, os pacientes não precisam fazer exames de sangue com tanta freqüência. • Anticonvulsivantes - assim como o lítio, anticonvulsivantes também são estabilizadores de humor. Eles atuam ao estabilizar partes muito ativas do cérebro e também são normalmente usados para prevenir convulsões em pacientes epiléticos (em inglês). Outros anticonvulsivantes atuam de forma diferente, elevando os níveis do neurotransmissor GABA [fonte: Frank]. Usados sozinhos ou com o lítio, os anticonvulsivantes podem ser eficazes para muitos pacientes bipolares. • Antipsicóticos atípicos - para as pessoas que não respondem ao lítio nem aos anticonvulsivantes, os médicos podem prescrever antipsicóticos atípicos como a clozapina. Esse tipo de medicamento, também usado no tratamento de esquizofrenia, atua ao alterar os níveis de certos neurotransmissores no cérebro, tais como a dopamina. • Benzodiazepínicos (drogas antiansiolíticas) - se um paciente bipolar tiver problemas de sono, os benzodiazepínicos podem ajudar a estabelecer uma rotina de sono saudável. Esses medicamentos devem ser usados com cautela e por apenas um curto período de tempo devido à possibilidade de dependência [fonte: NIMH]. • Antidepressivos - como podem provocar episódios de mania, os antidepressivos não são mais tão prescritos para tratar transtorno bipolar como costumavam ser no passado [fonte: MayoClinic]. Dependendo do tipo, eles atuam ao ajustar os níveis de serotonina ou de noradrenalina no cérebro (para saber mais sobre eles, leia Como funcionam os antidepressivos). Além dos efeitos colaterais potenciais típicos, fazer uso de tais drogas estabilizadoras do humor é perigoso para mulheres grávidas ou em período de amamentação (em inglês). É pouco provável que o lítio prejudique o feto (em inglês) em formação, mas certos anticonvulsivantes podem causar defeitos de nascença [fonte: NAMI]. Mudar muito de medicação durante a gravidez pode causar problemas também [fonte: NAMI (em inglês)]. Como uma gravidez inesperada pode dificultar a conduta, melhor discutir as opções previamente com um médico. Medicamentos não são a única alternativa para combater a bipolaridade. O Instituto Americano de Saúde Mental destaca que o melhor tratamento incorpora medicamentos como os acima mencionados e tratamento psicoterápico [fonte: NIMH (em inglês)]. Na próxima seção, vamos explorar esses e outros tipos de tratamento. Outros tratamentos para transtorno bipolar Diversas terapias se provaram eficazes em pacientes bipolares como um suplemento da medicina tradicional. Seguir uma delas pode reduzir a intensidade do transtorno e dar ao paciente mais controle sobre os sintomas. • Terapia cognitvo-comportamental - usada em vários tipos de transtornos, esta terapia visa mudar as percepções e os hábitos dos pacientes. Ao alterar a forma como os bipolares veêm a doença e encorajar atitudes positivas, ela pode trazer melhorias efetivas. Essa terapia também abrange o aprendizado sobre o transtorno bipolar, ajudando os pacientes a se sentirem mais confiantes e informados sobre os tratamentos mais adequados à doença. • Terapia familiar - a família participa neste tipo de terapia com o paciente. Ao identificar fontes de estresse (em inglês) e conflitos, a família aprende como lidar melhor com a situação e assim consegue proporcionar ao paciente uma atmosfera melhor e mais encorajadora. • Terapia em grupo - oferece a oportunidade para diversas pessoas com transtorno bipolar se reunirem em um grupo coordenado por um psicólogo. Nas terapias em grupo, os membros discutem suas experiências com a doença, dando feedback uns aos outros. Daly & Newton/Getty Images Terapia em grupo pode ser muito eficiente para muitos pacientes • Psicoeducação - aprender sobre o transtorno bipolar por meio da psicoeducação pode ajudar de diversas maneiras. O processo é bem parecido com a fase de aprendizado da terapia cognitivo-comportamental. Uma das maiores vantagens da psicoeducação é que o paciente aprende a identificar quando a recaída está para acontecer e, felizmente, a preveni-la [fonte: NIMH (em inglês)]. • Terapia interpessoal e social - como o nome indica, esta terapia visa melhorar os relacionamentos e estimular hábitos regulares (como a hora de dormir, por exemplo). Esses dois fatores têm grande impacto no humor. Estudos mostram que essa terapia ajuda a prevenir recaídas de transtorno bipolar que possam ser resultado de relacionamentos não saudáveis e de hábitos irregulares [fonte: Kupfer (em inglês)]. • Terapia eletroconvulsiva (ECT) - embora ainda carregue um estigma, a ECT é um tratamento eficiente e bem mais seguro do que era antigamente. Na ECT, os médicos induzem convulsões, que podem durar até um minuto, nos pacientes [fonte: MayoClinic (em inglês)]. Essa terapia pode ser utilizada no tratamento da depressão grave. Ela funciona ao alterar o comportamento dos mediadores químicos do cérebro. No entanto, os cientistas não sabem muito bem como e por que isso acontece. 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