AVALIAÇÃO DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO EM ÁREA IRRIGADA DO SUB - MÉDIO SÃO FRANCISCO, PETROLINA-PE, A PARTIR DE IMAGENS DO SATÉLITE LANDSAT 5–TM. João Roberto P. Feitosa1; José Ferreira da C. Filho2 e Bernardo Barbosa da Silva3 RESUMO Com o objetivo de analisar o comportamento de índices de vegetação, IVs, a partir de imagens do satélite Landsat 5-TM em Petrolina-PE, foram determinados os seguintes índices: NDVI (índice de vegetação por diferença normalizada), SAVI (índice de vegetação ajustado ao solo), SARVI (índice de vegetação ajustado ao solo e resistência atmosférica), EVI (índice de vegetação otimizado) e LAI (índice de área foliar). Esses índices, de uma forma geral, se correlacionaram bem entre si, apresentando um coeficiente de determinação R2 maior que 0,70, exceto a relação SARVI e NDVI que apresentou um R2 igual a 0,5872. Observou-se também, que em todas correlações envolvendo o índice de vegetação otimizado (EVI), o R2 foi maior que 0,70, com destaque para a correlação EVI e SAVI, que apresentou o maior coeficiente de determinação, R2 = 0,9869. Quando se comparou o EVI, NDVI, SAVI e SARVI em relação ao LAI, observou-se um comportamento linear dos índices até um valor de aproximadamente 1,5 do LAI. No entanto, o EVI foi o índice que apresentou o melhor ajuste. ABSTRACT An analysis of the vegetation indices comportment (IVs) was carried out from the Landsat 5-TM images in the Petrolina-PE, in the northeast of Brazil. The normalized difference vegetation index (NDVI), Soil–adjusted vegetation index (SAVI), Soil-adjusted atmospherically resistant vegetation index (SARVI), enhanced vegetation index (EVI) and leaf area index (LAI) were determined. The results showed a good correspondence between the indices with R2 above 0.70, exception to the SARVI and NDVI relationship that was 0.5872. It was observed that all correlations involving the EVI index, the R2 was higher than 0.70, with prominence between EVI and SAVI correlation that showed the highest R2 = 0.986. When we compared all indices with LAI, was observed that linear equation comportment until closely 1.5 LAI value. Meanwhile, the EVI index showed the best adjustment to the LAI value. INTRODUÇAO A partir da década de 80 foram desenvolvidos e instalados sensores de alta resolução à bordo de satélites, capazes de fazer o monitoramento espectral da vegetação de uma determinada área geográfica. A utilização de índices de vegetação (IVs), gerados de dados de sensoriamento remoto, constitui uma importante estratégia para o monitoramento das alterações naturais, ou produzidas pelo homem, nos ecossistemas. De modo geral, as imagens de satélites têm sido utilizadas para avaliar o estágio de crescimento e identificar a composição arbórea da vegetação (Cibula,1987). Nesse contexto, os IVs destacam-se nas estimativas de vários parâmetros da vegetação, como por exemplo, a 1 Doutorando em Recursos Naturais / CCT/UFCG- Av. Aprígio Veloso s/n, Bodocongo- Campina Grande-PB. E-mail: [email protected] 2 Doutorando em Recursos Naturais / CCT/UFCG- Av. Aprígio Veloso s/n, Bodocongo- Campina Grande-PB. E-mail: [email protected] 3 DCA/UFCG - Av. Aprígio Veloso s/n, Bodocongo- Campina Grande-PB. E-mail: [email protected] produtividade e atividade fotossintética (Sellers,1985); o índice de área foliar (LAI) (Baret & Guyot, 1991; Gutman & Ignatov, 1998); quantidade de biomassa verde (Elvidge & Lyon, 1985; Batista et al., 1993). Em última análise, os modelos de IVs foram desenvolvidos com o objetivo de estudar quantitativamente e qualitativamente o estado de vigor da vegetação através de canais espectrais apropriados à observação da vegetação à superfície. No entanto, existem limitações nos IVs, que resultam da influência da atmosfera e dos diferentes substratos do solo. A turbidez atmosférica geralmente impede à obtenção de medidas mais realistas da vegetação, e via de regra retarda o processo de detecção do estresse no dossel (Jackson et al., 1983). Por outro lado, as características do solo, como textura, cor, umidade, temperatura, bem como as condições de sombreamento, espaçamento e a quantidade de matéria orgânica influenciam sobremaneira nas estimativas dos índices de vegetação (Huete, 1988). Estudos mais recentes têm evidenciado as vantagens de combinar IVs com dados de temperatura da superfície, especialmente o NDVI (Lambin & Ehrlich, 1997; Boegh et al., 1999). Essas variáveis biofísicas relacionam-se de tal forma que, o aumento da cobertura vegetal implica no decréscimo da temperatura da superfície. Em síntese, é possível caracterizar as mudanças na cobertura da superfície a partir da relação Ts/NDVI (Nemani & Running, 1989). Embora muitos IVs existam, os mais usados e conhecidos são: o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), Índice de Vegetação Ajustado ao Solo (SAVI) e Índice de Vegetação Resistente aos Efeitos da Atmosfera e Ajustado para os Efeitos do Solo (SARVI), o índice de verdor (GVI) e o Índice de vegetação otimizado (EVI). Através desses índices é possível determinar onde as plantas estão se desenvolvendo saudavelmente e onde se encontram, por exemplo, sob estresse hídrico. Lloyd (1989) explorou a variação temporal do NDVI para distinguir cultivo irrigado de outros tipos de cobertura vegetal. Azzali & Menenti (1996) também usaram a variação temporal do NDVI para distinguir agricultura irrigada da agricultura não irrigada. Primeiro analisaram séries temporais de NDVI com séries de Fourier, em seguida classificaram as amplitudes de Fourier em diferentes freqüências e fases, em vez de diferentes bandas espectrais. Na climatologia, os IVs também são importantes, vez que possibilitam conhecer a repartição e a densidade de ocupação do solo pela vegetação, a qual tem grande influência no ciclo hidrológico, e do carbono. Ademais, os Ivs podem ser utilizados, dentre outros fins, para se verificar as conseqüências da variabilidade climática interanual sobre a vegetação, assim como auxiliar no entendimento e análise da variação sazonal da vegetação (Teixeira 2003). Tanto o NDVI como o SAVI, são calculados como uma razão entre a refletividade medida nas regiões do vermelho (R) e infravermelho próximo (NIR) do espectro eletromagnético, sendo essas duas bandas espectrais selecionadas em razão de serem mais afetadas pela absorção da clorofila, pela folhagem da vegetação verde e pela densidade dessa vegetação na superfície. O SARVI, além de utilizar na sua concepção a exemplo do NDVI e do SAVI as bandas do vermelho e do infravermelho próximo, usa uma outra banda na região espectral do azul. O GVI é um índice que usa a combinação linear das respostas espectrais das bandas, enquanto que o SAVI, por exemplo, é um índice que tenta tirar vantagens das propriedades dos índices relacionais e ortogonais, de forma a minimizar os efeitos do solo como background (Huete, 1989). Em estudos comparativos de diversos IVs em escala global, Huete et al. (1997) encontraram que o NDVI saturava sob condições de vegetação densa, enquanto que sob condições de vegetação esparsa de regiões semi-áridas, o NDVI foi mais sensível ao “background” que o SARVI. Huete et al. (1997) concluem que, para efeito de monitoramento, esses índices se complementam, uma vez que o NDVI se mostrou mais sensível às variações na fração da radiação fotossinteticamente ativa (fPAR) que é absorvida pelas plantas, enquanto o SARVI foi mais sensível aos parâmetros relacionados à estrutura do dossel das plantas. Ao estudarem os efeitos de parâmetros do solo, como textura e umidade Todd & Hoffer (1998) afirmam que, para um mesmo percentual de cobertura, o GVI foi menos afetado pelo background do solo que o NDVI. O EVI é outro índice que vem sendo bastante utilizado como alternativa de melhoramento no monitoramento da cobertura vegetal da superfície terrestre, vez que foi desenvolvido para otimizar o sinal espectral da vegetação bem como melhorar a sensibilidade do mesmo em regiões com alta biomassa, além de reduzir o efeito de background e a influência da atmosfera (Verstraete & Pinty, 1996). A parametrização do EVI foi preconizada para atenuar à influência dos aerossóis de maior dimensão, proveniente de queimadas no Brasil (Miura, Huete Van Leeuwen, & Didan, 1998). Em última analise os IVs têm como objetivo principal isolar a banda do verde, ou seja, analisar o sinal da atividade fotossínteticamente ativa de acordo com a variação temporal e espacial da “mistura” dos pixels. No entanto, inúmeros efeitos dificultam as estimativas, bem como as analises dos dados. Dentre esses efeitos destaca-se o efeito de background, o qual possivelmente não é responsável pela maioria dos ruídos nas estimativas dos IVs, no entanto, é sem dúvida o efeito mais complexo de ser estudado nos modelos de IVs (Graetz, 1990). Segundo o referido autor mais de 70% da cobertura vegetal da superfície terrestre é constituída de vegetação esparsa, ou seja, susceptível ao efeito de background. Dentre os dosséis destacam-se; desertos, tundra, savanas, cerrados, pastos, áreas de floresta aberta, perímetros irrigados, dentre outros. Objetivou-se com este trabalho analisar os diferentes índices de vegetação NDVI, SAVI, SARVI e EVI, assim como o Índice de Área Foliar (LAI), com vistas avaliar as potencialidades dos mesmos para a região de estudo, bem como utiliza-los como instrumento de monitoramento da cobertura vegetal. MATERIAL E MÉTODOS Área de Estudo: O trabalho foi desenvolvido em uma área do Sub-Médio São Francisco, Nordeste do Brasil, estendendo-se desde a Barragem de Sobradinho no município de Casa Nova-BA, até o município de Petrolina-PE, com as seguintes coordenadas: canto superior esquerdo ( 40o41’ 21” Oeste e 09o12’06” Sul); canto superior direito (40o 26’54” e 09o12’06”); canto inferior direito (40°26’56” Oeste e 09°21’16 Sul) e canto inferior esquerdo (40°41’24” Oeste e 09o 21’16 Sul). Imagem de Satélite: Utilizou-se para o estudo, um recorte da imagem do dia 04 de outubro de 2001, adquirida junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, com sete bandas espectrais do Mapeador Temático (Landsat-5), correspondendo à cena 217/67, georreferenciada ao sistema de projeção UTM. A passagem do Landsat 5 -TM sobre a área de estudo ocorreu às 9:30 h (tempo solar). O sensor TM mede a radiância espectral de cada pixel e armazena-os em forma digital. Esses valores são denominados de nível de cinza ou número digital (NC) e variam de 0 a 255 (8 bits) no caso do Landsat 5-TM. Os valores foram convertidos em radiância, utilizando os coeficientes de calibração apresentados por Markham & Baker (1986). Foram selecionadas três áreas na imagem; área de caatinga, área irrigada e área com vegetação rala para analisar os valores dos pixels com os respectivos IVs. Para visualização e realização de operações matemáticas utilizou-se o software ERDAS 8.5. Calibração Radiométrica Para o cálculo dos índices de vegetação é necessário atualizar os coeficientes de calibração radiométrica, que é o processo de conversão do número digital (ND) de cada pixel da imagem, em radiância espectral monocromática ( L i ). Nesse estudo utilizou-se a relação proposta por Markham & Baker (1986) para implementação da calibração radiométrica: Li ai bi ai ND 255 (1) em que a i e b i são as radiâncias espectrais mínima e máxima em (Wm-2srm), ND é a intensidade do pixel (número inteiro de 0 a 255) e i corresponde às bandas 1,2,...,7 do Landsat 5-TM. Para obtenção do índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) utilizou-se a equação abaixo: NDVI = r r p4 rp 3 p 4 rp 3 (2) em que rp 3 e rp 4 correspondem às refletâncias das bandas 3 e 4 do Landsat 5-TM. O SAVI também é um outro índice espectral que pode ser refinado ou calibrado de modo que a variação do substrato do solo seja efetivamente normalizada, atenuando a influência do solo nas estimativas desse índice de vegetação. A expressão para cálculo do SAVI foi proposta por Huete (1988) da seguinte forma: SAVI= 1 L r p4 L r rp 3 p 4 rp 3 (3) onde L é um fator de ajuste, e pode assumir valores de 0,25 (vegetação densa); 0,5 (vegetação com densidade intermediária) e 1 (vegetação com baixa densidade). Nesse trabalho utilizou o valor de L = 0,5. A equação que estima o SARVI é dada por: SARVI= (1 L) rp 4 rp 3 rp1 rp 4 rp 3 rp1 L (4) em que rp 3 rp1 é o produto das refletâncias das bandas espectrais do vermelho e azul. A expressão que define o EVI é dada da seguinte forma: EVI G rp 4 rp 3 rp 4 C1 rp 4 C2 rp1 L (5) em que G é o fator de ganho cujo valor utilizado é 2,5; L=1 é o fator de ajuste do background; C 1 = 6 e C2 = 7,5 são os coeficientes de correção para atenuar os efeitos dos aerossóis nas faixas do azul e vermelho do espectro eletromagnético. Os IVs têm sido utilizado para correlacionar com vários parâmetros biofísicos da vegetação, como por exemplo; LAI, fPAR, biomassa, cobertura do dossel. O LAI é muito associado aos diferentes processos que ocorrem no dossel, como; a evapotranspiração, interceptação (Huete, 2002). O LAI foi obtido através da equação proposta por Allen et al. (2002): 0,69 SAVI Ln 0,59 LAI 0,91 (6) Resultados e Discussão Na Figura 1 é apresentada a área de estudo em composição colorida 4, 3, 2 do Mapeador Temático – TM do Landsat 5. Num panorama geral, observa-se claramente a densidade e a geometria (círculos, retângulos etc..) das áreas irrigadas, representadas na imagem pela coloração avermelhada. No canto superior esquerdo da imagem destaca-se uma área com tonalidade de vermelho mais claro, caracterizando área com cobertura vegetal menos densa, muito provavelmente área de caatinga. Já no canto direito inferior da imagem, observa-se pouca ou nenhuma região com tonalidade avermelhada, representando um comportamento espectral de vegetação de baixa densidade, confirmado pelos baixos valores do NDVI (entre 0,1 e 0,2) encontrado na referida área. Outro ponto que merece destaque nessa imagem, diz respeito ao conjunto de pivôs, localizados no canto inferior esquerdo da imagem, em especial aquele de maior diâmetro, que apresenta um vermelho bem representativo de áreas com grande densidade de cobertura vegetal, resultando em valores de IVs próximos de 1. Figura 1. Recorte da área de estudo em composição das bandas 4, 3, 2 do Landsat 5-TM. De um modo geral as relações entre os IVs apresentaram um índice de determinação, com valores de R2 superiores a 0,70 (Vê Figuras 2 a,b,c,d,e,f ), com exceção da relação SARVI e NDVI, a qual apresentou um R2 = 0,587. Observou-se também que todas as relações que envolveram o SARVI tiveram coeficientes de determinação bem inferiores as outras relações. Por outro lado, as relações que envolveram o EVI apresentaram um R2 acima de 0,70. Possivelmente esse desempenho do SARVI esteja relacionado com o fator de ajuste utilizado L= 0,5. Esse valor só deve ser utilizado em áreas com densidade de cobertura vegetal intermediária, como sugerido por Huete (1988). Observa-se na Figura 2 (a) e (b), que tanto o SAVI como o SARVI, responderam positivamente ao aumento do NDVI, no entanto o SAVI apresentou um maior coeficiente de determinação. Possivelmente, esse melhor ajuste do SAVI se deve ao fato de que o SAVI utiliza na sua formulação um fator que tenta minimizar os efeitos do background, enquanto que o SARVI, é mais sensível aos efeitos aos parâmetros relacionados à estrutura do dossel. No conjunto dos gráficos apresentados abaixo, percebe-se claramente que o melhor coeficiente de determinação está na relação EVI e SAVI (Figura 2 e), com R2 = 0,986. Analisando as duas formulações percebe-se que além dos IVs contemplarem nas suas parametrizações o termo de ajuste do solo, o EVI também inclui coeficientes de correção para atenuar os efeitos dos aerossóis nas faixas do azul e vermelho do espectro eletromagnético. Em outras palavras, o ótimo desempenho da relação EVI e SAVI não é só justificado pelo termo de ajuste do solo, mais também pelos termos que amenizam os efeitos dos aerossóis, na banda do azul e do vermelho, o qual estão inseridos na formulação do EVI. 0.80 1.00 y = 0.7838x + 0.2867 R2 = 0.7786 SARVI(-) SA RV I(-) 1.00 0.60 0.40 0.80 0.60 y = 0.5263x + 0.279 R2 = 0.5872 0.40 0.20 0.20 0.00 0.00 0.20 0.40 0.60 0.00 0.00 0.80 0.20 (a) EVI (-) EVI(-) 0.80 0.40 0.20 0.80 0.60 0.80 y = 1.125x - 0.0762 R2 = 0.968 0.60 0.40 0.20 0.20 0.40 0.60 0.00 0.00 0.80 0.20 SARVI(-) 0.40 NDVI(-) (d) (c) 1.00 1.00 0.80 0.80 0.60 0.40 y = 1.4692x - 0.0214 R2 = 0.9869 0.20 0.20 0.40 SAVI(-) 0.60 0.80 SAVI(-) EVI(-) 0.60 1.00 y = 1.3944x - 0.3517 R2 = 0.7014 0.60 0.00 0.00 0.80 (b) 1.00 0.00 0.00 0.60 NDVI(-) SA V I(-) 0.80 0.40 0.60 y = 0.7536x - 0.0337 R2 = 0.9505 0.40 0.20 0.00 0.00 0.20 0.40 NDVI(-) (f) (e) Figura 2 a, b, c, d, e, f., representam as relações entre os índices de vegetação estudados Na Tabela 1, são apresentados os valores mínimos, máximos e as médias dos pixels de cada IV, correspondentes às áreas de estudo, isto é, área de caatinga, vegetação rala, e área irrigada. Observa-se que para a área irrigada os valores de mínimo e o valo médio entre dos índices não apresentam grande variação, no entanto, entre os valores de máximo essa diferença torna-se bastante evidente, especialmente entre o EVI e o SARVI, cujos valores de máximo foram de 0,87 e 0,52 respectivamente, ou seja, uma diferença de quase 60% entre os mesmos. Outro ponto de destaque na referida Tabela, diz respeito à área de caatinga, em que é evidenciado um valor mínimo de 0,12 do SARVI. Esse valor é cerca de 50% menor que os valores do EVI e SAVI e 75% menor em relação ao NDVI. Quanto a área de vegetação rala, observa-se que o SARVI apresenta um valor mínimo de 0,29, superestimando os demais IVs dessa área que variaram entre 0,09 e 0,11. Do mesmo modo ocorre com valor máximo, atingindo 0,42, enquanto, que os demais IVs não ultrapassam o valor de 0,25. Em síntese, evidenciou-se que a resposta espectral do SARVI potencializa o “background” em áreas com vegetação rala, assim como não respondeu de modo satisfatório nas demais áreas. Por outro lado, o EVI ajustou-se satisfatoriamente as áreas de estudo. Valor do NDVI EVI SAVI SARVI Pixel Mínimo 0,43 0,44 0,35 0,40 Área Máximo 0,78 0,87 0,72 0,52 Irrigada Médio 0,63 0,52 0,56 0,52 Mínimo 0,34 0,23 0,23 0,12 Área de Máximo 0,56 0,54 0,35 0,41 Caatinga Médio 0,52 0,43 0,30 0,34 Mínimo 0,11 0,09 0,09 0,29 Área com Máximo vegetação 0,25 0,23 0,15 0,42 rala Médio 0,12 0,16 0,13 0,31 Tabela 1: Valores mínimos, máximos e médios dos pixels dos IVs para as áreas: irrigadas, de caatinga e vegetação rala. Na figura 3 é apresentado à relação entre o LAI e os IVs. Primeiramente, observa-se que as curvas dos IVs comportam-se como retas nos primeiros valores de LAI (próximos de 1,5), com exceção do SARVI, o qual não apresenta a mesma configuração dos demais IVs. Possivelmente, isso deve está relacionado com os ângulos azimutal, solar zenital, ângulo de visada, bem como a taxa de difusão da radiação de onda curta (Bastiaanssen, 1998). A curva do SARVI foi a que apresentou maior dispersão, concentrando-se entre os valores de 0,8 e 2,0 do LAI. Destaca-se na Figura a curva do EVI, cujo comportamento linear atinge um valor próximo a 2,0, caracterizando o seu melhor ajuste em relação ao LAI. Portanto, o EVI descreve melhor o LAI do que os outros IVs. As relações entre os IVs e LAI atingiram o valor máximo de 4. 1.00 IVs 0.80 NDVI SARVI SAVI EVI 0.60 0.40 0.20 0.00 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 LAI Figura 3. Relação entre os índices de vegetação e o índice de área foliar. Conclusão As relações entre os índices de vegetação apresentaram coeficientes de determinação (R2) acima de 0,70, com exceção do SARVI, que foi de 0,58. Dentre os índices estudados o EVI apresentou melhor R2, com valor de 0,98. O valor máximo do SARVI na área irrigada foi bem inferior aos valores de máximos dos demais índices. Por outro lado o valor de mínimo desse índice na área de caatinga subestimou os valores de mínimo dos outros índices. Já na área de vegetação rala o SARVI superestimou os valores de mínimo e máximo, chegando a dobrar o valor de mínimo dos outros índices. A relação entre os IVS e o LAI apresentou um comportamento linear até o valor de 1,5 do LAI, o qual atingiu um valor máximo de 4.0. O EVI foi quem melhor ajustou-se ao índice de área foliar. LITERATURA CITADA Allen, R. G.; Trezza, R.; Tasumi, M. Surface energy balance algorithms for land. Advanced training and users manual , version 1.0, p98, 2002. Azzali, S., and Menenti. Fourier analysis of temporal NDVI in the Southern African and American continents. Report 108. Wageningen, netherlands: DLO-Winand Staring Centre. 149p. 1996. Baret, F., and Guyot,G. Potentials and limits of vegetation indices for LAI and APAR assessment. 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