ATENÇÃO Caso o seu veículo publique – parcialmente ou na íntegra – esta matéria de serviço, envie-nos uma cópia da edição. O endereço é o SCN Quadra 5 Bloco “A” Torre Norte, sala 417, Edifício Brasília Shopping, Brasília (DF). CEP: 70715-900. Obrigado. Levantamento avalia situação do câncer no Brasil Publicação do Inca aponta fatores de risco para a doença e propõe medidas de controle Pela primeira vez, um levantamento mostra o panorama geral do câncer no Brasil e aponta os principais desafios para controlar, combater e tratar a doença. Lançada no dia 27 de novembro pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), a publicação Situação do Câncer no Brasil analisa as causas, a incidência e os tipos predominantes de câncer no país. Segundo o Inca, cerca de 140 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas da doença. “O objetivo do trabalho é fazer uma análise do problema do câncer no Brasil, de acordo com a política de Câncer do Ministério da Saúde“, explica o diretor geral do Inca, Luiz Antonio Santini. Esse trabalho servirá como apoio para que as secretarias estaduais e municipais do país planejem medidas de controle à doença. “Queremos que os gestores estaduais e municipais, a comunidade acadêmica e os governantes tenham acesso à publicação, para que cada estado saiba mais sobre suas prioridades e quanto poderá investir para atender as demandas da população e a realidade local”, afirma Santini. “Se um município possui um índice alarmante de câncer de pulmão, é necessário reforçar neste local as campanhas para o controle do tabagismo” ,explica. A publicação pode ser acessada no site do Inca (www.inca.gov.br/situacao). A Situação do Câncer no Brasil se divide em três partes: “Causalidade”, “Ocorrência” e “Ações e Controle”. O tópico “Causalidade” associa a exposição da população aos fatores de risco ao desenvolvimento do câncer. A doença, em parte significativa dos casos, associa-se a hábitos como consumo regular de bebidas alcoólicas, tabagismo, sedentarismo, má alimentação e obesidade. O aparecimento do câncer também pode estar ligado à exposição ao sol. Trabalhadores que mantém contato mais tempo com agentes cancerígenos presentes em produtos como o amianto e o alumínio também tendem a desenvolver a doença. O capítulo “Ocorrência” trata da incidência do câncer e dos índices de mortalidade no país. A publicação informa dessa incidência nas populações masculina e feminina. Sobre os homens, entre outros dados, a pesquisa revela que, entre 1979 e 2004, houve aumento de 95,48% na taxa de mortalidade por câncer de próstata. Também cresceu, nos homens, em 54,24% a taxa de mortalidade por câncer de cólon e reto. Nas mulheres, no mesmo período, estatísticas do estudo revelam que cresceu em 96,95% a taxa de mortalidade por câncer de pulmão. Já a taxa de mortalidade por câncer de mama aumentou 38,62%. O tópico “Ações de Controle” trata de iniciativas para prevenção da doença, das formas de detecção precoce e do rastreamento do câncer, das linhas de cuidado integral e tratamento, formação e educação permanente em oncologia (área da medicina especializada no câncer). Colo do Útero – O Inca e o Ministério da Saúde lembram que o câncer de colo do útero, um dos que tem maior incidência, pode ser detectado precocemente pelo teste de Papanicolau. O Inca, em parceria com o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), construiu uma nova versão do Sistema de Informação do Câncer de Colo de Útero (Siscolo), que registra os exames e permite o acompanhamento do estado de saúde das pacientes. Estimativas a partir de estudos nacionais e locais mostram aumento da cobertura na maioria dos casos. Segundo o Inquérito Domiciliar, realizado em 17 capitais e no Distrito Federal, com mulheres de 25 a 59 anos, a cobertura do exame variou de 57% em São Luís a 92,9% em Vitória. Em relação ao câncer de mama, sabe-se que a capacidade de mamógrafos instalados da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) é suficiente para oferecer a cobertura a pelo menos 50% da população-alvo em todas as regiões brasileiras – o equivalente a 3.842.027 exames. Esse é o índice estabelecido pelo Consenso para o Controle do Câncer de Mama. O país tem capacidade de realizar 5.087.680 mamografias (radiografias da mama) anuais. O grande desafio no momento é organizar toda a rede de atenção à saúde para permitir que essas mulheres consigam ter acesso a esses aparelhos. Para prevenção do câncer de mama, mulheres com idade entre 50 e 69 anos devem realizar a mamografia pelo menos uma vez por ano. Mulheres com histórico de câncer de mama na família precisam, já a partir dos 35 anos, se submeterem ao exame. Mortalidade – Conforme dados da publicação, o câncer é responsável por cerca de 13,7% das mortes registradas no país. Apenas as doenças circulatórias matam mais (em torno de 27,9% do total de mortes). “A tendência nos países mais desenvolvidos é de que o câncer torne-se a principal causa de morte. Por isso, uma preocupação constante é dar qualidade de vida aos pacientes atendidos no Brasil”, comenta Luiz Antonio Santini. O levantamento mostra que, no Brasil, geralmente os tumores são diagnosticados em estágio avançado. Pesquisas do Inca realizadas entre 1999 e 2003 revelaram que, nesse período, apenas 3,35% dos casos de câncer de mama receberam diagnóstico no começo da doença. Dos registros de câncer de boca, somente 0,83% aconteceram quando o tumor estava no estágio inicial. O diagnóstico tardio afeta o tratamento e diminui as chances de cura dos pacientes. O estudo reforça a necessidade de se aumentarem os investimentos em atendimentos e exames para o diagnóstico precoce do câncer. “O grande desafio para o controle do câncer no Brasil está no campo da mobilização social. É preciso garantir a articulação de políticas de saúde com políticas de educação, rompendo preconceitos e quebrando o paradigma de que o câncer é sinônimo de morte”, destaca o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini. Mais dados sobre o câncer De 1979 a 2004, a taxa de mortalidade nos homens brasileiros por câncer de: Próstata aumentou 95,48% Cólon e reto aumentou 54,24% Pulmão aumentou 35,03% Leucemia aumentou 27,96% Esôfago aumentou 11,52% Estômago diminuiu 29,36% De 1979 a 2004, a taxa de mortalidade nas mulheres por câncer de: Pulmão aumentou 96,95% Mama aumentou 38,62% Colón e reto aumentou 38,22% Leucemia aumentou 20,72% Colo do útero aumentou 7,04% Esôfago aumentou 6,49% Estômago diminuiu 72,85% Nos países de baixa e média renda, a incidência de alguns tipos de câncer é maior. O câncer que atinge a traquéia, os brônquios e o pulmão, relacionado ao consumo de tabaco, foi o que mais matou nesses países no ano passado, tirando a vida de 770 mil pessoas. O câncer de estômago surge em segundo lugar, com 695 mil vítimas e o de esôfago, em terceiro lugar, surge com 379 mil mortes. A quarta forma mais letal do câncer é o de cólon e reto, com 356 mil vitimas. Em quinto lugar aparece o câncer de mama, com 317 mil mortes registradas. O sexto tipo de câncer mais letal é o de boca e faringe, com 271 mil vitimas.