Versal - METEOROLOGIA Fraternidade e a Vida no Planeta Prof. Dr. Ruibran dos Reis Coordenador do Minas Tempo [email protected] A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, propôs neste ano o seguinte tema para a Campanha da Fraternidade: a “Fraternidade e a Vida no Planeta”. O objetivo é fazer uma reflexão de como o homem cuida de cada canto e o que faz para obter uma casa limpa, qualidade de vida e saúde para todos. Sabe-se que o aquecimento global gera inúmeros tipos de catástrofes, como inundações, escorregamentos, enchentes, granizos, furacões e tornados. Fenômenos severos e que a cada ano tem aumentado na quantidade e na intensidade por todo o mundo. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a probabilidade de que é o homem seja o responsável pelo aquecimento global é de 90%. Mas terremotos e tsunamis não são fenômenos causados pelo homem. O nosso planeta tem vida. Vulcões e terremotos fazem parte dela. Às vezes, ficamos assustados com a ocorrência destes fenômenos, com o tamanho do desastre e o número de vítimas fatais. Citaria inúmeros terremotos, tsunamis e vulcões que causaram grandes tragédias na nossa história. Porém, apresento somente os resultados do terremoto de Lisboa, ocorrido em 1755. Era 1º de novembro e a maioria das pessoas se encontrava nas igrejas, pois era o Dia de Todos os Santos. O terremoto ocorreu às 9h45. A estimativa é de que o número de vítimas fatais tenha chegado a 15 mil pessoas. O abalo sísmico foi seguido de um tsunami e depois de grandes incêndios. Estes surgiram em virtude das casas utilizarem fogão a lenha e velas acesas para os mortos. Telhados das igrejas caíram e a altura da onda do tsunami foi calculada em 20 metros, aproximadamente. Suspeita-se que o terremoto tenha atingido magnitude nove na escala Richter. O Rei Dom José e toda a família dele haviam saído da cidade de Lisboa depois de participarem de uma missa matutina. Eles se encontravam em Santa Maria do Belém, nos arredores da capital portuguesa, mais precisamente a 3,3 km. O Rei depois do terremoto passou a ter fobias de lugares fechados e passou a morar em uma luxuosa tenda em Alto da Ajuda. A repercussão da catástrofe abalou a Europa, fazendo com que Portugal recebesse ajuda de vários países. A sismologia moderna começou a partir desta catástrofe. Afinal, pensadores e cientistas procuravam descobrir o que havia gerado tal abalo. Mas por desconhecimento técnico na época, algumas pessoas acharam que aquilo se tratava da ira de Deus contra um povo pecador. E assim, Lisboa seria punida como Sodoma. Com este raciocínio, muitos inocentes foram enforcados para diminuir a ira de Deus. A história nos convida a refletir sobre as catástrofes e os responsáveis. Mesmo com o desenvolvimento da ciência, ela continua ocorrendo. Mas podemos diminuir muito as conseqüências delas. Assim, precisamos aproveitar este momento de reflexão para cobrar dos governantes medidas sérias e não paliativas. Pois não se pode imaginar que você possa fazer algo sozinho para diminuir a catástrofe que já é anunciada para os próximos anos. O mundo não vai acabar, mas o aquecimento global vai gerar um preço muito alto para a população mais pobre, como a falta de água, migração para regiões mais seguras, mortes por ondas de calor e aumento das doenças respiratórias. Deus não criou o mundo e deixou que as pessoas o destruíssem. Ele nos convida sempre a participar da criação, e precisamos ter consciência de que a cada dia o mundo deve ficar melhor para todos.