Terremoto... tsunami... e choque

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Terremoto... tsunami...
e choque
Otávio Cabral
GEOGRAFIA
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Geografia
Assunto: Tsunami no Japão
Terremoto... tsunami... e choque
O Japão está sempre à espera de uma tragédia. Equilibrado sobre uma falha geológica que registra a
mais intensa atividade vulcânica e a maior frequência de terremotos do planeta – o chamado Anel de Fogo
do Pacífico –, o arquipélago há muito se habituou a conviver com as intempéries. Além dos abalos sísmicos
e das explosões, vive fustigado por tufões, furacões, tempestades. Nunca, porém, os japoneses haviam
presenciado um desastre natural de tamanha intensidade como o da madrugada de sexta-feira. Às 2h46, de
um ponto a 32 quilômetros de profundidade no oceano Pacífico, a 400 quilômetros de Tóquio, irrompeu um
tremor de magnitude de 8,9 na escala Richter. Ao interromper o equilíbrio das águas, o deslocamento das
placas tectônicas deu origem a ondas gigantes, de até 10 metros de altura e velocidade de 800 quilômetros
por hora. Numa das cenas mais impressionantes registradas pelas TVs, um vagalhão colossal, enegrecido
pelos destroços que já carregava, avançou sobre a cidade de Sendai, a mais próxima do epicentro do terremoto,
arrastando o que estava à sua frente. Carros, casas, barcos e prédios desprenderam-se do solo em frações de
segundo para rodopiar no turbilhão das águas como se fossem de brinquedo. Foi o maior terremoto da história
do Japão e o sétimo mais violento do mundo. Sua força foi tamanha que deslocou em 10 centímetros o eixo
de rotação da Terra. [...]
A cidade de Sendai, com 1 milhão de habitantes, por ser a mais próxima do epicentro do tremor, foi a
mais devastada. Quando as ondas gigantes do tsunami começaram a refluir, devolveram às suas praias mais
de 200 corpos. Dezenas de edifícios foram incendiados, a energia elétrica foi cortada e o aeroporto ficou
fechado depois de ter as pistas invadidas por carros arrastados pelas ondas. A água carregou casas e carros
para o mar e levou barcos e navios para a terra. Um navio que levava 100 pessoas foi tragado pelo tsunami [...].
Na mesma região, uma refinaria de petróleo e uma siderúrgica pegaram fogo. As chamas atingiram mais
de 30 metros de altura. Um dique se rompeu em Fukushima, destruindo 1800 casas. Quatro usinas nucleares
da região atingida pelo terremoto foram desligadas por precaução. Uma delas, a de Fukushima, teve problemas
no sistema de resfriamento, o que levou o governo a retirar os moradores num raio de 10 quilômetros por
causa do risco de acidente nuclear. [...]
CABRAL, Otávio. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2208, ano 44, n. 11, p. 85 e 88. 16 mar. 2011.
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