1 1 Análise da similaridade florística entre remanescentes florestais da Planície de 2 Inundação do Alto Rio Paraná, Brasil1 3 Título resumido: Similaridade florística em planície de inundação. 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 RESUMO – (Análise da similaridade florística entre remanescentes florestais da planície de inundação do alto rio Paraná, Brasil). A vegetação da Planície de Inundação do Alto Rio Paraná encontra-se nos domínios da Floresta Estacional Semidecidual (FES) e, além das formações florestais, apresenta campos, várzeas e extensas áreas de pastagem. Com o objetivo de elaborar análises da similaridade florística entre remanescentes florestais ripários dessa planície, foi realizada uma análise entre nove levantamentos, sendo quatro na margem direita, dois na esquerda e três em uma ilha, para as espécies arbóreas e arbustivo-arbóreas. Foram calculados os índices de similaridade de Sørensen (ISs) e de Jaccard (ISj) e elaborada Análise de Correspondência (CA), a partir de uma matriz de presença e ausência para espécies. Foram listadas 37 famílias, 80 gêneros e 110 espécies. Dentre as espécies, 5,5% foram generalistas enquanto que, 29,1% foram exclusivas de apenas um levantamento. Os valores de ISs variaram de 31,0% a 78,4% e os de ISj de 31,0% a 64,5%. A CA agrupou os levantamentos nas margens direita e esquerda e a ilha, as espécies com maior correlação positiva no eixo 1 foram as comuns aos levantamentos da margem esquerda. Os resultados alcançados demonstraram que levantamentos florísticos constituem importantes indicativos para avaliações da distribuição da vegetação nessa planície. Palavras-chaves: índices de similaridade, análises multivariadas, floresta estacional semidecidual, floresta ripária. ABSTRACT – (Analysis of floristic similarity between forest remnants of the upper Paraná River floodplain, Brazil). The vegetation of the Upper Paraná River floodplain is a fragment of Semi-deciduous Seasonal Forest that presents fields, lowlands and extensive areas of pasture in addition to forest formations. With the aim to drawed up analysis of floristic similarity between the riparian forest remnants of this plain, an analysis using nine surveys was performed, being four on the right bank, two on the left bank and three on an island, including tree and shrub-tree species. Indexes of similarity of Sørensen (ISs) and Jaccard (ISj) were calculated and Correspondence Analysis (CA) were elaborated, starting from a matrix of presence and absence of species. Thirty-seven families, 80 genera and 110 species were reported. Generalists represented 5.5% of the studied species, while 29.1% were exclusive to one survey. Values of ISs and ISj varied from 31.0% to 78.4%, and 31.0% to 64.5%, respectively. The CA grouped the surveys in the right and left banks and the island, the species with the highest positive correlation on axis 1 were the most common in the surveys on the left bank. The reached results demonstrated that risings floristics constitutes important indicatives for evaluations of the distribution of the vegetation in that plain. Key words: indexes of similarity, multivariate analysis, Semi-deciduous Seasonal Forest, forest vegetation. INTRODUÇÃO 37 Áreas úmidas compreendem os ecossistemas aquáticos encontrados em todos os tipos 38 de clima, dos trópicos até a tundra e em todos os continentes, exceto na Antártida (MITSCH; 39 GOSSELINK, 1993). Incluem corpos de água, temporários ou não, como lagos, rios e 40 riachos, além de pântanos, planícies de inundação e ecossistemas marinhos, dentre outros 41 (GOPAL; JUNK, 2000; NEIFF, 2001). 42 Ocupam aproximadamente 6% da superfície da Terra, ou seja, 8,6 milhões de Km2, dos 43 quais, cerca de 56,0%, encontra-se em regiões tropicais e subtropicais (MITSCH; 44 GOSSELINK, 1993). Essas áreas conferem uma das principais características ecológicas para 45 a América do Sul, devido à grande extensão com que ocorrem, abrangendo cerca de 20,0% de 46 seu território (JUNK, 1993), sendo que para o Brasil, foram estimados 1.082.466 Km2 (NEIFF, 2 47 2001). A maior parte das áreas úmidas pertence à categoria de planície de inundação, que são 48 aquelas periodicamente inundáveis (JUNK et al., 1989). 49 As florestas que se localizam no entorno dos corpos de água, denominadas ripárias ou 50 ciliares, dentre outras, apresentam-se diferenciadas principalmente quanto à composição e à 51 estrutura florísticas. De maneira geral, para as florestas ripárias do Brasil, têm sido 52 encontrados valores baixos para os índices de similaridade e elevada diversidade de espécies, 53 devido a heterogeneidade ambiental (BERNACCI et al., 1998; LACERDA et al., 2005; 54 MEYER et al., 2004; RODRIGUES; NAVE, 2004; ROLIM et al., 2006; TEIXEIRA; 55 RODRIGUES, 2006). 56 Vários fatores podem influenciar a (dis) similaridade entre florestas ripárias, como as 57 características hidrológicas da bacia hidrográfica, os diferentes graus de influência das 58 inundações, a largura do remanescente florestal, a matriz e o domínio de vegetação, o estádio 59 sucessional, o clima, a topografia, os tipos de solo, a distância geográfica, a altitude e a latitude 60 (ARAÚJO et al., 2005; BERNACCI et al., 1998; COSTA; MANTOVANI, 1995; DURIGAN 61 et al., 2008; KINOSHITA et al., 2006; LACERDA et al., 2005; MACHADO et al., 2004; 62 MARANGON et al., 2003; MEYER et al., 2004; METZGER et al., 1997; RODRIGUES; 63 NAVE, 2004; ROLIM et al., 2006; SANTOS; KINOSHITA, 2003; SILVA et al., 2007; 64 STRANGHETTI; RANGA, 1998; TEIXEIRA; RODRIGUES, 2006). 65 Para a Planície de Inundação do Alto Rio Paraná (PIARP), a similaridade florística 66 mostrou-se baixa e os fatores relacionados foram a heterogeneidade da vegetação, que 67 compreendeu a Floresta Estacional Semidecidual (FES), as formações típicas de florestas 68 ripárias, o Cerrado e o Pantanal; a disponibilidade de água, o tipo de solo e as perturbações 69 antrópicas (SOUZA et al., 1997; SOUZA; MONTEIRO, 2005; ROMAGNOLO; SOUZA, 70 2000; SOUZA et al., 2004a). Tendo em vista avaliações dessa natureza, Souza et al. (2004b) 71 dividiram didaticamente o trecho superior da PIARP em três sistemas, denominados margem 72 esquerda, margem direita e central (ilhas). 73 Neste contexto, teve-se como objetivo analisar a similaridade florística para os 74 componentes arbóreo e arbustivo-arbóreo entre remanescentes florestais ripários da PIARP, 75 considerando-se a hipótese de que a composição florística constitui um indicativo útil para 76 separar os três compartimentos, ou seja, margem esquerda, margem direita e ilha dessa 77 planície. 78 79 80 3 81 MATERIAL E MÉTODOS 82 A área de estudo compreendeu remanescentes florestais ripários localizados na PIARP, 83 nos Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, dos quais foram selecionados nove onde foram 84 realizados levantamentos de espécies arbóreas e arbustivo-arbóreas (Fig. 1; Tab. 1). O rio 85 Paraná é o décimo do mundo em descarga e um dos principais formadores da segunda maior 86 bacia de drenagem da América do Sul, a Bacia do Prata. Desde sua nascente, na confluência 87 dos rios Grande e Paranaíba, até sua foz, no estuário do rio da Prata próximo a Buenos Aires, 88 percorre cerca de 3.800 Km, drenando uma área de 2.800.000 Km2 (STEVAUX et al., 1997). 89 Em seu alto curso forma uma planície de inundação, composto por um canal principal, 90 ilhas e barras arenosas (STEVAUX, 1994). Sua margem esquerda (ME) é formada por 91 Arenitos da Formação Caiuá e apresenta-se diferencialmente exposta às inundações, 92 determinadas pelas variações altimétricas e topográficas, na maioria das vezes, formando 93 barrancos de até 15 m de altura e, mais raramente, áreas baixas e sujeitas a alagamento. Já, a 94 margem direita (MD) é constituída por sedimentos aluviais e colúvio aluviais não consolidados 95 e associados ao rio Paraná e seus afluentes, forma uma extensa planície fluvial com um 96 complexo de tributários, canais secundários, pântanos, lagoas e diques marginais (SOUZA 97 FILHO; STEVAUX, 1997). 98 99 100 101 Figura 1. Localização da área de estudo e dos levantamentos empregados na análise de similaridade florística da PIARP (MS e PR, Brasil) (1= A1, A2, A3; 2=A4, A9; 3=A5 e 4=A6, A7, A8) (A1 a A9=áreas de estudo conforme Tab. 1) (Adaptada de Nupélia/UEM, 2008). 4 102 Dentre as perturbações antrópicas a que o rio Paraná está exposto, a principal delas 103 constitui as barragens, presentes tanto no canal principal como na maioria dos tributários e 104 totalizam cerca de 130 reservatórios. Assim, a planície de inundação, que apresentava 480 Km 105 de extensão e mais que 20 Km de largura, foi reduzida para 230 Km de extensão com a 106 construção da barragem de Porto Primavera em 1998, entre Porto Primavera e a Hidrelétrica de 107 Itaipu (AGOSTINHO et al., 2004). 108 O clima da região, segundo o sistema de classificação de Köppen, é do tipo Cfa, ou seja, 109 clima tropical-subtropical com verão quente. A temperatura média anual é superior a 22C e a 110 precipitação média anual varia de 1.200-1.500 mm (CAMPOS; SOUZA, 2003; CAMPOS et 111 al., 2000; SOUZA; MONTEIRO, 2005). 112 A vegetação encontra-se inserida nos domínios da FES (IBGE, 1992) e é representada 113 por duas formações, a FES Aluvial e a Submontana (VELOSO; GÓES FILHO, 1982), além da 114 vegetação não florestal e das áreas de tensão ecológica (CAMPOS; SOUZA, 1997). As 115 florestas, além de espécies da FES, apresentam as típicas de áreas ripárias, do Cerrado e do 116 Pantanal (SOUZA; MONTEIRO, 2005) e são influenciadas pela disponibilidade de água, tipo 117 de solo, vegetação adjacente e perturbações antrópicas (SOUZA et al., 2004a). 118 A partir da lista de espécies compilada desses levantamentos, foi elaborada uma matriz 119 de presença ou ausência, empregada na comparação florística e nas análises de similaridade 120 entre as áreas. Foram conferidas as sinonímias e excluídos os táxons desconhecidos em 121 quaisquer dos níveis taxonômicos. As espécies de angiospermas foram reunidas em famílias de 122 acordo com o sistema de APG II (APG II, 2003; SOUZA; LORENZI, 2005). A escrita dos 123 nomes científicos e a abreviação dos nomes dos autores das espécies foram conferidas no 124 Index Kewensis, por meio de consulta ao site do The Royal Botanic Gardens, Kew (IPNI, 125 2010) ou do Missouri Botanical Garden, St. Louis (MOBOT, 2010). 126 A similaridade florística entre os levantamentos foi avaliada pelos Índices de 127 Similaridade de Sørensen (ISs) e de Jaccard (ISj) (MÜELLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 128 1974), sendo que o primeiro permitiu tecer comparações com três estudos já realizados na 129 PIARP, e o segundo, com outros trabalhos desenvolvidos em áreas de FES ripárias. Para a 130 ordenação dos dados foram utilizados os métodos de Análise de Correspondência (CA) 131 (MCCUNE; GRACE, 2002), por meio do programa PC-ORD versão 4, e os gráficos foram 132 elaborados utilizando-se o programa Statistica 7. 5 133 134 135 136 137 138 Tabela 1. Levantamentos realizados em florestas ripárias da PIARP (MS e PR, Brasil) e empregados na análise de similaridade florística (MD=margem direita do Rio Paraná; ME=margem esquerda do Rio Paraná; FES=Floresta Estacional Semidecidual; FESS=Floresta Estacional Semidecidual Submontana; PAP=perímetro a altura do peito; Ne=número de espécies). Fonte Código Município Estado Altitude Formação Tipo de solo Localização Ponto Método de Área Critério de Ne (m) vegetal amostragem amostrada inclusão (ha) CAMPOS; SOUZA, A1 Porto Rico PR 230 FES Aluvial Ilha Porto Floresta 1 Parcelas 0,41 PAP≥15cm 33 2003 Aluvial hidromórfico Rico CAMPOS; SOUZA, A2 Porto Rico PR 230 FES Aluvial não Ilha Porto Floresta 2 Parcelas 0,45 PAP≥15cm 18 2003 Aluvial hidromórfico Rico CAMPOS; SOUZA, A3 Porto Rico PR 230 FES Aluvial não Ilha Porto Floresta 3 Parcelas 0,13 PAP≥15cm 23 2003 Aluvial hidromórfico Rico SLUSARSKI; A4 Porto Rico PR 250 FESS ME Mata do Florística 68 10,0 Arbóreas e SOUZA, dados não Araldo arbustivopublicados arbóreas CAMPOS et. al., A5 MS 250 FES Aluvial não MD Parcelas 0,54 PAP≥15cm 43 2000 Aluvial hidromórfico (dique) e Aluvial hidromórfico (lago) ROMAGNOLO; A6 Taquaruçu MS 200- FES Aluvial não MD Jusante Parcelas 0,31 PAP≥15cm 40 SOUZA, 2000 300 Aluvial hidromórfico ROMAGNOLO; A7 Taquaruçu MS 200- FES Aluvial não MD Intermediário Parcelas 0,31 PAP≥15cm 29 SOUZA, 2000 300 Aluvial hidromórfico ROMAGNOLO; A8 Taquaruçu MS 200- FES Aluvial não MD Montante Parcelas 0,31 PAP≥15cm 36 SOUZA, 2000 300 Aluvial hidromórfico SOUZA; A9 Porto Rico PR 250 FESS ME Mata do Florística 85 2,5 Arbóreas e MONTEIRO, 2005 Araldo arbustivoarbóreas 6 139 RESULTADOS E DISCUSSÃO 140 A lista florística, compilada dos nove levantamentos, resultou em um total de 110 141 espécies, que foram reunidas em 80 gêneros e 37 famílias (Tab. 2). O número de espécies 142 amostradas, por levantamento, variou de 18 a 85, com média de 12,22. 143 144 145 146 147 148 Tabela 2. Lista florística de espécies arbóreas e arbustivo-arbóreas com respectivas ocorrências em nove levantamentos da PIARP (MS e PR, Brasil) (A1 a A9=áreas de estudo conforme Tab. 1; 1=presença; 0=ausência; T=número total de levantamentos em que a espécie ocorreu; * espécie exótica). Família/Espécie A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 T ANACARDIACEAE 3-Astronium graveolens Jacq. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 4-Spondias lutea L. 0 0 0 1 1 1 1 1 0 5 ANNONACEAE 5-Rollinia emarginata Schltdl. 1 1 0 1 1 1 1 1 0 7 6-Rollinia silvatica Mart. 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 7-Unonopsis lindmani R.Fries 1 0 1 1 1 1 1 1 1 8 APOCYNACEAE 8-Tabernaemontana catharinensis A.DC. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 ARECACEAE 1-Acrocomia aculeata Lodd. ex Mart. 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2 BIGNONIACEAE 9-Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 10-Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 BORAGINACEAE 11-Cordia ecalyculata Vell. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 12-Cordia sellowiana Cham. 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3 BURSERACEAE 13-Protium heptaphyllum L.Marchand 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3 CANNABACEAE 107-Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. 1 1 0 1 1 0 0 1 1 6 108-Trema micrantha Blume 0 0 0 1 0 1 0 0 1 3 CELASTRACEAE 32-Salacia grandiflora Peyr. 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2 CHRYSOBALANACEAE 15-Licania octandra Kuntze 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 CLUSIACEAE 16-Calophyllum brasiliense Cambess. 0 0 0 0 1 1 0 1 1 4 17-Garcinia brasiliensis Mart. 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2 18-Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 ELAEOCARPACEAE 19-Sloanea garckeana K.Schum. 1 1 1 1 1 0 0 1 1 7 20-Sloanea guianensis Benth. 0 0 0 1 1 1 1 1 1 6 ERYTHROXYLACEAE 21-Erythroxylum anguifugum Mart. 1 0 0 1 0 0 0 0 1 3 22-Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hil. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 EUPHORBIACEAE 23-Actinostemon concepciones Pax & K.Hoffm. 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2 24-Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. 0 0 0 1 0 1 0 0 1 3 25-Croton urucurana Baill. 1 1 0 1 1 0 1 1 1 7 LAMIACEAE 109-Vitex montevidensis Cham. 0 1 0 1 0 1 1 0 1 5 LAURACEAE 33-Nectandra cissiflora Ness 0 0 0 0 1 1 0 1 0 3 34-Nectandra cuspidata Nees & Mart. ex Nees 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 continua 7 149 150 Tabela 2 (continuação) 35-Nectandra falcifolia (Nees) Castiglioni 36-Nectandra leucantha Nees & Mart. ex Nees 37-Nectandra mollis Nees 38-Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez 39-Ocotea puberula Nees LECYTIDACEAE 40-Cariniana estrellensis Kuntze LEGUMINOSAE - Caesalpinioideae 41-Apuleia leiocarpa J.F.Macbr. 42-Copaifera langsdorffii Desf. 43-Peltophorum dubium Taub. 44-Pterogyne nitens Tul. - Faboideae 45-Andira fraxinifolia Benth. 46-Dalbergia frutescens Britton 47-Lonchocarpus cultratus (Vell.) A.M.G.Azevedo & H.C.Lima 48-Machaerium stipitatum Vogel 49-Machaerium villosum Vogel 50-Myroxylum peruiferum L.f. 51-Pterocarpus rohrii Vahl 52-Sweetia fruticosa Spreng. - Mimosoideae 53-Albizia hassleri (Chodat) Burkart 54-Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan 55-Calliandra foliolosa Benth. 56-Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong 57-Inga laurina Willd. 58-Inga marginata Willd. 59-Inga vera Willd. 60-Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan 61-Zygia cauliflora (Willd.) Killip MALVACEAE 105-Guazuma ulmifolia Lam. 106-Luehea divaricata Mart. MELASTOMATACEAE 62-Miconia jucunda Triana MELIACEAE 63-Guarea guidonia (L.) Sleumer 64-Guarea kunthiana A.Juss. 65-Guarea macrophylla Vahl 66-Trichilia catigua A.Juss. 67-Trichilia pallida Sw. MORACEAE 68-Ficus guianensis Desv. 69-Ficus gomelleira Hort.Monac. ex Kunth & C.D.Bouché 70-Ficus obtusiuscula Miq. 71-Maclura tinctoria D.Don ex Steud. MYRTACEAE 72-Calycorectes psidiiflorus (O.Berg) Sobral 73-Campomanesia xanthocarpa O.Berg 74-Eugenia egensis DC. 75-Eugenia florida DC. 76-Eugenia moraviana O.Berg 77-Hexachlamys itatiaiensis Mattos 78-Plinia rivularis (Cambess.) Rotman 79-Psidium guajava L. 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 7 2 2 9 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2 1 7 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 3 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 9 2 2 1 4 1 9 3 8 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 0 0 4 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 5 1 4 2 7 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 2 5 4 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 2 1 8 1 2 0 2 1 1 1 5 continua 8 151 Tabela 2 (continuação) 80-Psidium cf. guineense Sw. NYCTAGINACEAE 81-Guapira opposita (Vell.) Reitz PHYTOLACCACEAE 82-Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms PICRAMNIACEAE 103-Picramnia sellowii Planch. PIPERACEAE 83-Piper tuberculatum Jacq. POACEAE 2-Chusquea sellowii Rupr. POLYGONACEAE 84-Ruprechtia laxiflora Meisn. 85-Triplaris americana L. RHAMNACEAE 86-Colubrina retusa (Pittier) R.S.Cowan RUBIACEAE 87-Coussarea platyphylla Müll.Arg. 88-Genipa americana L. 89-Machaonia brasiliensis Cham. & Schltdl. 90-Psychotria carthagenensis Jacq. 91-Rosenbergiodendron longiflorum (Ruiz & Pav.) Fargerl. RUTACEAE 92-Citrus aurantium L.* 93-Citrus limonia Osbeck* 94-Metrodorea nigra A.St.-Hil. 95-Pilocarpus pennatifolius Lem. 96-Zanthoxylum chiloperone Mart. ex Engl. SALICACEAE 26-Casearia aculeata Jacq. 27-Casearia decandra Jacq. 28-Casearia gossypiosperma Briq. 29-Casearia lasiophylla Eichler 110-Casearia sylvestris Sw. 30-Xylosma glaberrima Sleumer 31-Xylosma venosa N.E.Br. SAPINDACEAE 97-Allophylus edulis Radlk. ex Warm. 98-Sapindus saponaria L. SAPOTACEAE 99-Chrysophyllum gonocarpum Engl. 100-Chrysophyllum marginatum Radlk. 101-Pouteria glomerata Radlk. 102-Pouteria torta Radlk. SOLANACEAE 104-Solanum granuloso-leprosum Dunal URTICACEAE 14-Cecropia pachystachya Trécul Total 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2 0 0 0 1 1 1 0 1 1 5 1 1 1 1 0 0 0 0 1 5 1 1 0 1 1 1 0 1 1 7 0 0 0 0 1 1 1 0 1 4 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 4 9 1 0 0 0 0 0 1 1 1 4 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 7 4 4 5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 3 3 1 1 2 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 2 1 5 4 1 3 2 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8 8 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 7 6 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 33 1 18 1 23 1 68 1 43 1 40 1 29 1 36 1 85 9 152 153 Os levantamentos que apresentaram maior número de espécies foram o A9 e o A4, 154 ambos localizados na margem esquerda (ME), enquanto que os menor riqueza localizaram-se 155 na margem direita (MD) e na ilha (Tab. 2). A heterogeneidade ambiental da ME, nos locais 156 onde foram realizados os levantamentos, com uma zona marginal e sujeita a inundações 157 frequentes, uma intermediária e sujeita a inundações esporádicas, além de uma terceira, mais 9 158 interna e não exposta a inundações (SOUZA, 1998), pode estar relacionada à maior riqueza 159 florística. Já, na MD e nas ilhas, as áreas inventariadas apresentaram maior homogeneidade 160 topográfica e, portanto, também quanto à exposição a inundações que tendem a ser frequentes 161 (CAMPOS et al., 2000; ROMAGNOLO; SOUZA, 2000; CAMPOS; SOUZA, 2003; SOUZA; 162 MONTEIRO, 2005). 163 Elevada diversidade de espécies em florestas ripárias, em função da heterogeneidade 164 ambiental, foi verificada por Van den Berg e Oliveira Filho (2000) e por Rodrigues e Nave 165 (2004). Por outro lado, Bernacci et al. (1998), Metzger et al. (1997), Metzger et al. (1998), 166 Silva et al. (2007) e Teixeira e Rodrigues (2006), consideraram que áreas expostas a 167 inundações freqüentes tendem a apresentar menor riqueza de espécies. 168 Essas considerações devem ser analisadas com certa cautela, pois perturbações 169 antrópicas relatadas para as áreas e diferentes métodos de amostragem constituem alguns 170 parâmetros que poderiam interferir nos resultados obtidos. Segundo Magurram (1988), o 171 número de espécies é positivamente correlacionado com o tamanho das amostras. Stranghetti e 172 Ranga (1998) compararam quatro remanescentes de FES do Estado de São Paulo e três do 173 Estado de Minas Gerais e verificaram que o tamanho das amostras influenciou na diversidade 174 de espécies. De acordo com Teixeira e Rodrigues (2006), o número de espécies amostradas em 175 florestas ripárias de diferentes regiões do Brasil, tem-se mostrado bastante variado em 176 decorrência das diversas condições ambientais, da matriz de vegetação circundante, da 177 dinâmica de clareiras naturais, da interferência antrópica e, também, dos diferentes métodos de 178 amostragem. 179 Quanto à distribuição das espécies, verificou-se a ocorrência de dois grupos, o das 180 generalistas e o das exclusivas. O primeiro, constituído pelas espécies que ocorreram em nove 181 levantamentos 182 diospyrifolia, Albizia hassleri, Inga vera e Triplaris americana), que reuniu 5,5% das espécies 183 (Tab. 2; Fig. 2) e em oito (Unonopsis lindmani, Zygia cauliflora, Eugenia florida, Allophylus 184 edulis e Sapindus saponaria), reuniu 10,0% das espécies. Essa relação de espécies já havia 185 sido citada como generalista para a PIARP (SOUZA et al., 2004a). O grupo das exclusivas, 186 mais amplo, reuniu 29,1% das espécies que apresentaram ocorrência exclusiva em um dos 187 levantamentos, dentre os quais os mais expressivos foram o A9, com 20,0% dessas espécies e 188 o A4, com 4,5% (Tab. 2; Fig. 2). (Tabernaemontana catharinensis, Cecropia pachystachya, Ocotea 189 De maneira geral, as florestas ripárias apresentam-se com reduzido número de espécies 190 generalistas e elevado número de exclusivas. Para a PIARP, numa análise entre seis (SOUZA 10 191 et al., 1997) e, posteriormente, entre nove (SOUZA et al., 2004a) levantamentos foram 192 encontrados cerca de 3,0% de espécies generalistas e de 60,0% de exclusivas. % espécies exclusivas 25 20 15 10 5 0 A9 A4 A5 A1 A6 A8 A2 A3 A7 Levantamentos 193 194 195 196 197 Para as florestas inundáveis do sul e sudeste do Brasil (SILVA et al., 2007), 198 aproximadamente 37,0% das espécies foram exclusivas de uma das 35 áreas analisadas e 8,0% 199 ocorreram em oito, não tendo sido encontradas espécies comuns a todas as áreas. Para as 200 florestas ripárias do rio Jacaré-Pepira, estado de São Paulo (METZGER et al., 1997; 201 BERNACCI et al., 1998), 27,0% das espécies foram exclusivas de um dos 15 remanescentes 202 estudados e 0,5% foram generalistas, ou seja, estiveram presentes em todos os levantamentos. Figura 2. Percentagem do número de espécies arbóreas e arbustivo-arbóreas com ocorrência exclusiva para cada um dos levantamentos analisados da PIARP (MS e PR, Brasil). 203 Dentre as espécies listadas no presente estudo, as mais freqüentes para as florestas 204 ciliares das regiões extra-amazônicas (RODRIGUES; NAVE, 2004; TEIXEIRA; 205 RODRIGUES, 2006) e para florestas inundáveis do Sul e Sudeste do Brasil (SILVA et al., 206 2007), foram Callophylum brasiliensis, Casearia sylvestris, Cecropia pachystachya, Copaifera 207 langsdorffii, Trichilia pallida e Luehea divaricata. Com exceção de Cecropia pachystachya, 208 Trichilia pallida e Callophylum brasiliensis as demais foram exclusivas de apenas um dos 209 levantamentos analisados na PIARP. 210 Quanto à similaridade florística entre os levantamentos, os valores do índice de Sørensen 211 (ISs) variaram de 31,0% a 78,4%, sendo que em 61,1% das análises os valores foram iguais ou 212 superiores a 50,0%. Os levantamentos mais similares foram A5 e A8, ambos localizados na 213 MD, seguidos por A4 e A9, da ME (Tab. 3). 214 Para a PIARP, Souza et al. (1997), Romagnolo e Souza (2000) e Souza et al. (2004a), 215 encontraram valores médios de 13,0% a 72,7%. A dominância de valores considerados baixos 216 foi relacionada à heterogeneidade ambiental e às perturbações antrópicas. O primeiro em 11 217 função, principalmente, da diversidade dos ambientes que são influenciados pela 218 disponibilidade de água, tipo de solo, localização entre o domínio florestal do Estado do 219 Paraná e o cerrado de Mato Grosso do Sul (SOUZA et al., 2004a). Valores considerados 220 baixos, em remanescentes de FES, foram relatados por Silva e Soares (2003), Meira Neto e 221 Martins (2002), Marangon et al. (2003), Meyer et al. (2004) e Teixeira e Rodrigues (2006). 222 223 224 Tabela 3. Índices de Similaridade de Sørensen (ISs) e de Jaccard (ISj) entre nove levantamentos de espécies arbóreas e arbustivoarbóreas da PIARP (MS e PR, Brasil). ISs A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A1 66,7 67,9 55,4 52,6 43,8 54,8 63,8 47,5 A2 43,9 39,5 39,3 31,0 42,5 51,9 31,1 A3 43,9 54,5 53,9 50,0 54,2 37,0 A4 59,5 57,4 47,4 55,8 78,4 A5 74,7 63,9 78,5 50,0 A6 63,8 71,1 49,6 A7 61,5 40,4 A8 47,9 A9 ISj A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A1 39,1 55,6 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0 A2 39,1 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0 A3 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0 A4 34,4 34,4 34,4 34,4 64,5 A5 55,7 45,4 63,3 34,4 A6 45,4 55,7 34,4 A7 45,4 34,4 A8 34,4 A9 - 225 226 Os valores do índice de Jaccard (ISj), variaram de 31,0% a 64,5%, sendo que em 227 13,9% das análises os valores foram superiores a 50,0% (Tab. 3). Os levantamentos mais 228 similares foram A4 e A9, ambos localizados na ME, seguidos por A5 e A8, da ME. Em áreas 229 de FES, os valores também foram considerados baixos (KINOSHITA et al., 2006; ARAÚJO et 230 al., 2005; COSTA; MANTOVANI, 1995; SANTOS; KINOSHITA, 2003; BERNACCI et al., 231 1998). 232 No presente estudo, os valores dos índices de Sørensen foram mais elevados que os de 233 Jaccard e houve, também, alterações entre os levantamentos mais similares, sendo que para o 234 primeiro foram os da MD e para o segundo os da ME. Comparações entre esses dois índices 235 foram realizadas por Pifano et al. (2007), para uma área de FES Submontana em Minas Gerais, 236 que encontraram, também, valores mais elevados para ISs. Os autores consideraram que essa 237 diferença deveu-se à própria formulação dos índices. 238 A Análise de Correspondência (CA), para os levantamentos, demonstrou a separação em 239 três grupos, os da ME, os da MD e da ilha. Nesta análise foram retidos, para interpretação, o 240 eixo 1 com autovalor de 0,3 e o eixo 2 com autovalor de 0,2, sendo que o primeiro separou a 12 241 ME (A4 e A9), e o segundo separou a ilha (A1, A2, A3). Os levantamentos da ME (A4 e A9) 242 foram realizados no mesmo remanescente, que se encontrava sob o domínio da FES 243 Submontana sob diferentes exposições à inundação e ambos tiveram a florística como método 244 de amostragem, enquanto que os da MD (A5, A6, A7, A8) e da ilha (A1, A2, A3) se 245 encontravam sob o domínio da FES Aluvial em condições similares de inundação e foram 246 amostrados por métodos fitossociológicos. 120 A1 A2 100 80 A3 60 Eixo 2 40 20 0 A9 A4 -20 A8 A7 -40 -60 -80 -80 A5 A6 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 Eixo 1 247 248 249 250 Silva et al. (2007) também aplicaram uma análise de ordenação entre 35 áreas de 251 florestas inundáveis das regiões Sul e Sudeste do Brasil e verificaram que áreas com regime de 252 inundação semelhante ficaram mais próximas entre si nos eixos da ordenação. Figura 3. Ordenação de nove levantamentos florestais da PIARP (MS e PR, Brasil). 253 Para as espécies (Fig. 4), a CA demonstrou que para o eixo 1, quinze espécies 254 apresentaram maior correlação positiva (r=0,9), e foram as mesmas comuns entre 255 levantamentos da ME (Tab. 4). Por outro lado, Guazuma ulmifolia, com a maior correlação 256 negativa (r=-0,6), ocorreu apenas nos levantamentos da MD. Para o eixo 2, Xylosma 257 glaberrima, com a maior correlação positiva (r=0,9), ocorreu apenas na ilha, enquanto que 258 Sloanea guianensis, com a maior correlação negativa (r=-0, 9), ocorreu nas ME e MD (Tab. 4). 259 Os resultados apresentados demonstram que levantamentos florísticos constituem 260 importantes indicativos para avaliações da distribuição da vegetação e para caracterização da 261 ME, MD e ilha na PIARP. Este resultado confirmou a tendência de separação da PIARP em 262 três sistemas, conforme dividido didaticamente por Souza et al. (2004b). 13 600 6 500 30 400 69 300 103 29 31 70, 90 100 21, 45 36, 18, 44, 47, 58, 106, 66, 110 96, 5 8,5 3,5 9,8 ,8 6 5 0 ,3 5 8 5 83 67, 87 109 7, 61, 75, 97, 98, 43 102 101 71 - 100 34 41 13 4 20 54, 55, 62, 64, 68, 76, 81, 72, 73, 78, 99, 100 91, 94, 95 24, 51, 92, 108 84 105 12, 17, 32, 33 104 42 - 300 40, 46, 50, 52, 56, 60, 93 89 57 37, 77 - 200 15, 22, 27, 1, 23, 26, 39, 48, 49, 107 5 14,3 3, 9, 10, 11, 65, 88 19 2 Ei xo 2 200 2, 16 28, 63, 74 79, 82 80 - 400 - 300 - 200 - 100 0 100 200 300 400 Ei xo 1 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 Figura 4. Ordenação de espécies arbóreas e arbustivo-arbóreas de nove levantamentos florestais da PIARP (MS e PR, Brasil) (os números referem-se às espécies citadas na tabela 2; em negrito as que apresentaram maior correlação; as exclusivas de cada sistema foram circundadas). Tabela 4. Espécies arbóreas e arbustivo-arbóreas que apresentaram maior correlação (r) na Análise de Correspondência (CA) entre nove levantamentos florestais da PIARP (MS e PR, Brasil). Espécie Eixo Eixo 1 Eixo 1 Eixo 2 1-Acrocomia aculeata 0,9 20-Sloanea guianensis -0,9 23-Actinostemon concepciones 0,9 26-Casearia aculeata 0,9 30-Xylosma glaberrima 0,9 36-Nectandra leucantha 0,9 40-Cariniana estrellensis 0,9 46-Dalbergia frutescens 0,9 47-Lonchocarpus cultratus 0,9 54-Anadenanthera macrocarpa 0,9 55-Calliandra foliolosa 0,9 66-Trichilia catigua 0,9 76-Eugenia moraviana 0,9 81-Guapira opposita 0,9 96-Zanthoxylum chiloperone 0,9 99-Chrysophyllum gonocarpum 0,9 100-Chrysophyllum marginatum 0,9 105-Guazuma ulmifolia -.0,6 - 273 274 As espécies compartilhadas entre as margens e a ilha, apesar de representarem menos de 275 um quarto das espécies aqui listadas, e a elevada ocorrência de espécies exclusivas de um 276 levantamento, constituem importantes subsídios para projetos de revegetação dessa região. As 14 277 primeiras, por serem mais freqüentes, seriam indicadas para etapas iniciais de revegetação dos 278 ambientes em geral, e a demais, por serem exclusivas de determinados locais, seriam indicadas 279 para enriquecimento de cada área em particular. 280 281 AGRADECIMENTOS 282 Ao programa PELD/CNPq sítio 6; ao PEA/UEM e ao Nupélia/UEM pelo apoio logístico; 283 ao CNPq pela bolsa concedida; ao Prof. Dr. Luiz Carlos Gomes pelo auxílio nas análises 284 estatísticas e aos Profs. Drs. Liliana Rodrigues e Sidinei Magela Thomaz pelas sugestões. 285 286 REFERÊNCIAS 287 AGOSTINHO, A.A.; GOMES, L.C.; THOMAZ, S.M. & HAHN, N.S. The upper Paraná river 288 and its floodplain: main characteristics and perspectives for management and conservation. 289 In: THOMAZ, S.M.; AGOSTINHO, A.A.; HAHN, N.S (Ed.). The upper River Paraná and 290 its floodplain: physical aspects, ecology and conservation. Leiden: Backhuys Publishers, 291 2004. p. 381-393. 292 APG [=ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP] II. 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