O ENFERMEIRO INTENSIVISTA FRENTE À MORTE ENCEFÁLICA E A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS THE INTENSIVE CARE NURSE IN FRONT OF BRAIN DEATH AND ORGAN DONATION Norma Lopes de Magalhães Velasco Bastos *1 Luciano Del Giudice Santos *2 Maria da Conceição Quirino dos Santos *3 *1- Enfermeira, esp. em Saúde da Mulher, Docente da Universidade estadual do Sudoeste da Bahia/Jequié/Bahia, Docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências/Jequié/Bahia, enfermeira assistencial do Centro Cirúrgico do HGPV/Jequié/Bahia, mestranda da SOBRATI. *2- Enfermeiro, membro do corpo de bombeiros/Jequié/Bahia, sócio do laboratório de análise clínicas/Ipiaú/Bahia, mestrando da SOBRATI. *3- Orientadora,Enfermeira, Mestre em Terapia Intensiva pela Sobrati, Esp. Em UTI, esp. Em Educação do Ensino Superior pela UFBA/Ba, Esp. Em Gestão do Trabalho e Educação Permanente em Saúde, Docente Auxiliar da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Jequié/FTC/Bahia. RESUMO A presente tese de mestrado intitulada O Enfermeiro Intensivista frente à Morte Encefálica e a Doação de Órgãos foram desenvolvidos no intuito de apresentar a ação do profissional enfermeiro mediante tal situação que emerge a doação e captação de órgãos pós-morte encefálica do paciente numa unidade de terapia intensiva, tendo como objetivo geral compreender a percepção do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva em relação à doação de órgãos na morte encefálica e detectar se os mesmos são doadores de órgãos ou não. Tendo como objetivos específicos: identificar a compreensão de morte encefálica; e conhecer os motivos considerados para recusar ou não uma doação. Para nortear o presente objeto de trabalho foi questionado qual a visão do profissional de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva frente a abordagem para a doação de órgãos na morte encefálica? Metodologicamente buscou-se trabalhar uma abordagem quanti-qualitativa tendo como sujeitos os profissionais que trabalham na UTI do Hospital Geral Prado Valadares em Jequié na Bahia, sendo os dados coletados através de um questionário semiestruturado. Percebemos que a abordagem temática trouxe algumas reflexões voltadas para o conhecimento sobre morte encefálica e doação de órgãos. Com isso, pode-se afirmar que os profissionais têm necessidade de um esclarecimento sobre o diagnóstico, por isso, concordamos que o ensino sobre o assunto nos cursos de graduação médica e de enfermagem seja mais eficaz em se tratando de transplante de órgãos e tecidos. Palavras – Chaves: Doação de órgãos, transplante, morte encefálica, Terapia intensiva, enfermagem. SUMMARY The present Master thesis entitled the intensive care nurse in front of brain death and organ donation were developed in order to present the action of professional nurse through such a situation which emerges the donation and collection of postmortem brain organs of the patient in the intensive care unit, with the overall objective to understand the perception of the nurse in the intensive care unit in relation to organ donation on brain death and detect whether they are donors of organs or not. Having as specific objectives: identify the understanding of brain death; and knowing the reasons relied upon to refuse or not a donation. To guide the present job object was asked what the vision of professional nursing in the intensive care unit before the approach to organ donation on brain death? Methodologically sought to work a quantitative and qualitative approach having as subject the professionals who work in the ICU Prado Valadares General Hospital in Jequié in Bahia, being the collected data through a semi-structured questionnaire. We realize that the thematic approach brought some reflections aimed to the understanding of brain death and organ donation. With this, we can say that professionals need a clarification about the diagnosis, therefore, agreed that the teaching on the subject in undergraduate medical and nursing is more effective when it comes to transplantation of organs and tissues. Key words: organ donation, transplant, brain death, intensive care, nursing. INTRODUÇÃO A morte é um fenômeno natural como o nascimento. A diferença é que a ausência do corpo e suas consequências afetivas tornam o fato mais doloroso, provocando diversos sentimentos e emoções, como tristeza, sofrimento, desespero, apatia, ansiedade, raiva, sensação de impotência. Observada do ponto de vista biológico e atentando-se para o corpo como uma toda a morte não é um fato único e instantâneo, é o resultado de uma serie de processos de uma transição gradual (CHIAVENATO, 1988). A morte encefálica consiste na perda definitiva e irreversível das funções cerebrais, relacionados com a existência consciente (SANTOS 2005). O cérebro é um órgão que tem como uma de suas funções, controlar o desempenho do sistema nervoso simpático e parassimpático. Quando o indivíduo perde a função cerebral, é a hora exata de contactar com a família sobre o processo de doação. (HABIB, 2000). A doação de órgãos é o ato de coletar um órgão ou tecido, ou parte deles, de um indivíduo (doador) e implantá-lo(s) em outro indivíduo (receptor) ou, no caso de tecidos, no próprio doador. O profissional de enfermagem deve ter conhecimento sobre o cenário da morte encefálica, incluindo conhecimentos sobre os direitos humanos, ética e legislação sobre a morte cerebral e doação de órgãos, para prestar todos os esclarecimentos necessários (WALD, 1997). A decisão de ser ou não doador de órgãos e tecidos, mostra ao individuo o fato de sua própria plenitude, uma vez que, ao pensar na possibilidade de finitude, em especial a própria, depara-se com sentimentos de impotência, medo, frustração e limite. O tema sobre transplantes, trás em si, dilemas éticos, legais e humanísticos, que podem influenciar na vida do receptor e no futuro das ciências baseadas na tecnologia. A Lei 9.434 de 04 de fevereiro de 19997 dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante, posteriormente alterada pela Lei nº. 10.211, de 23 de março de 2001, que substituiu a doação presumida pelo consentimento informado do desejo de doar. (BRASIL 2001). Segundo a nova Lei, as manifestações de vontade à doação de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, "post mortem", que constavam na Carteira de Identidade Civil e na Carteira Nacional de Habilitação, perderam sua validade a partir do dia 22 de dezembro de 2000. Isto significa que, hoje, a retirada de órgãos/tecidos de pessoas falecidas para a realização de transplante depende da autorização da família. Sendo assim, o objetivo geral do estudo visa compreender a percepção do enfermeiro, em Unidade de Terapia Intensiva, em relação à doação de órgãos na morte encefálica e detectar se os mesmos são doadores de órgãos ou não. Tendo como objetivos específicos: identificar a compreensão de morte encefálica; conhecer os motivos considerados para recusar ou não uma doação. A questão que norteia este trabalho é: Qual a visão do profissional de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva frente a abordagem para a doação de órgãos na morte encefálica? REFERENCIAL TEÓRICO O Brasil teve sua primeira lei regulamentando o transplante de órgãos e tecidos em 06 de novembro de 1963, segundo Cardoso (2002), através da Lei 4280, que dispunha sobre a extirpação de órgão ou tecido de pessoa falecida. A última disposição legal sobre transplante de órgãos é encontrada na Lei 10.211 de 23 de março de 2001. Esta ressalta a obrigatoriedade da realização dos transplantes de órgãos ou de parte do corpo humano por instituição hospitalar e, ou unidade de saúde; a necessidade da comprovação, do diagnóstico de morte, do objetivo da retirada do tecido, órgãos, ou parte do corpo humano que será destinado ao transplante de órgãos; da obrigatoriedade de autorização da família para a efetiva doação de órgãos, e no caso de doador vivo, a efetiva demonstração de vontade e sua autorização por escrito para quem a lei permitir. A origem da palavra “hospital” vem do latim hospitalis, que significa hospitaleiro, acolhedor, hospede, estrangeiro, significando ainda aquele que dá agasalho, que hospeda (BORBA; 2006) . Borda e Lisboa (2006) comentam que os termos hospital e ospedale surgiram do primitivo latim e se difundiram por vários países. Com o nascimento do conceito de Hospital moderno a instituição passa a ser vista como um local além de “curar”, também se transforma em local de registro, de acumulo e de formação do saber. As UTIs foram criadas a partir da necessidade de atendimento do cliente cujo estado critico exigia aparato tecnológico, assistência e observação continuam de médicos e enfermeiros. Esta preocupação iniciou-se com Florence Nightingle, que durante a guerra da Criméia no século XIX procurou selecionar indivíduos mais graves, acomodando-os de forma a favorecer o cuidado imediato (LINO; SILVA, 2001). Ainda para VILLA e ROSSI (2002), a tecnologia está presente em todos os setores da área de saúde no Brasil e no mundo, principalmente nas UTIs, colocando o profissional de enfermagem frente a um desafio: integrar a tecnologia ao cuidado, dominando os princípios científicos que fundamentam a sua utilização e ao mesmo tempo suprindo as necessidades terapêuticas dos pacientes, sendo que o mesmo precisa estar capacitado para exercer tal atividade com segurança. Segundo Vila e Rossi (2002) apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido de humanizar para o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma UTI não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor. As intercorrências inesperadas, como mudanças repentinas no estado clínico de um paciente que estava bem, aumentam a tensão e a ansiedade. Essas situações geram inquietude na equipe como um todo e a fazem avaliar as capacidades pessoais de conviver no ambiente que gera estresse. Esses sentimentos podem levar à frustração, raiva, depressão e falta de confiança em si próprio, diminuindo a satisfação com o trabalho. Vale lembrar que o cuidado emocional é de responsabilidade de toda a equipe de saúde, que precisa estar em condições emocionais de trabalhar com o paciente, seus familiares e comunidades. Ser saudável é uma conquista que deve ser buscada não só para os pacientes, mas também para a vida dos profissionais. Na organização hospitalar a humanização é uma questão de princípios e de filosofia, que pode ser implementada em diversos setores, bastando que a equipe de saúde adote objetivos, ou seja, tenha foco. Morte Encefálica A morte encefálica é estabelecida pela perda definitiva e irreversível das funções do encéfalo por uma causa conhecida, comprovada e capaz de provocar o quadro clinico. Só existe morte encefálica após a perda definitiva e irreversível das funções do encéfalo por causa conhecida, comprovada e capaz de provocar o quadro clinico (SANTOS 2005). O diagnóstico de morte encefálica é de certeza absoluta. A determinação só deverá ser realizada de forma padronizada, com uma especificidade de 100%. Além da completa ausência de resposta estímulos, nenhum reflexo funciona, a respiração cessa quando se desliga o aparelho e a pressão sanguínea só se mantém com medicamentos. O diagnóstico de morte encefálica é complexo e deverá ser atestado por, no mínimo dois médicos, sendo um deles neurologista. Os critérios para diagnostico de morte encefálica estão definidos na resolução do Conselho Federal de Medicina n 1480 de 08 de agosto de 1997, que conceitua morte como “parada total e irreversível das funções encefálicas”. De acordo a Resolução em seu Art. 4° diz que os parâmetros clínicos a serem observados para a constatação de morte encefálica (ME) são: coma a perceptivo com ausência de atividade motora supra espinal e apneia. Para o diagnóstico de ME, é essencial que todas as seguintes condições sejam observadas: Pré-requisitos – diagnosticar a presença e a causa da lesão encefálica responsável pelo quadro atual e a sua irreversibilidade, excluindo possíveis causas reversíveis que simulem o mesmo quadro. Exame Clínico determinar a ausência de função do tronco cerebral em todos os seus níveis. Teste de Apneia - confirmar a ausência de movimentos respiratórios após estimulação máxima dos centros respiratórios. Exames Complementares determinar a ausência de função do encéfalo através da realização de exames complementares. Repetição do Exame Clínico - confirmar a persistência da ausência de função do tronco cerebral após um período mínimo de observação (PORTAL MÉDICO, 2008). Os pré-requisitos para que o processo tenha continuidade, apontam as demais condições acordadas na Resolução do CFM n° 1.480/97, conforme a seguir. Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de provocar o quadro clínico: A incerteza da presença ou da causa de uma lesão irreversível impossibilita a determinação da ME. Um período mínimo de observação e tratamento intensivo em ambiente hospitalar de 6 horas após o estabelecimento da lesão irreversível e do coma, deverá ser respeitado. Ausência de causas reversíveis de coma: Distúrbio hidroeletrolítico, ácido-basico / endócrino e intoxicação exógena severa e não corrigidos: Na presença ou na suspeita de alguma destas condições, caberá a equipe responsável pela determinação da ME definir se estas anormalidades são capazes de causar ou confundir o quadro ou são decorrentes da morte encefálica ou somática. Hipotermia severa: A temperatura corporal (retal ou oral) deverá ser maior ou igual a 32º C. Exame Clínico: Coma aperceptivo, Estado de inconsciência permanente com ausência de resposta motora supraespinhal à qualquer estimulação, particularmente dolorosa intensa em região supraorbitária, esternal, mamilos e nos quatro membros. Poderão ser observados reflexos tendinosos profundos, movimentos de membros, atitude em opistótono ou flexão tronco, adução/elevação ombros, sudorese (Dösemic L et al. Transplantation Procedings , 2004, p. 36: 17-19). A presença destes sinais clínicos significa apenas a persistência de atividade medular e não impossibilita a determinação de ME. Ausência de reflexos de tronco cerebral. 1. Ausência do reflexo fotomotor - as pupilas deverão estar fixas e sem resposta à estimulação luminosa intensa. 2. Ausência do reflexo córneopalpebral - ausência de resposta de piscamento à estimulação direta do canto inferior lateral da córnea com cotonete. 3. Ausência do reflexo oculocefalógiro - ausência de desvio do(s) olho(s) durante a movimentação rápida da cabeça no sentido lateral ou vertical. Não realizar em pacientes com lesão de coluna cervical suspeita ou confirmada. 4. Ausência do reflexo vestíbulo-calórico - ausência de desvio do(s) olho(s) durante 1 minuto de observação, após irrigação do conduto auditivo externo com 50 a 100 ml de água fria (5º C), com a cabeça colocada em posição supina e a 30º. 5. Ausência de reflexo de tosse - ausência de tosse ou bradicardia reflexa à estimulação traqueal com uma cânula de aspiração. (RESOLUÇÃO CFM nº 1.480/97. Brasília-DF, 08 de agosto de 1997). Após serem excluídas todas outras causas que poderiam produzir quadro clinico semelhante, deverá ser preenchida a notificação de ME. A morte, que presta um auxílio inestimável a todos aqueles que precisam de um órgão para manter a vida, é sempre rodeada de incertezas, dúvidas, medos e superstições. Ela não é um acontecimento abrupto, mas sim um processo. Importa ao direito saber então qual o exato momento e os critérios determinativos da morte para que o médico não pratique um homicídio (BARALDI, 2000). O Diário Oficial publicou no mês de janeiro/08 a resolução do Conselho Federal de Medicina no 1826/2007 que normatiza a ação do médico no caso de morte encefálica em indivíduo nãodoador de órgãos. Vale lembrar que há exatamente dez anos, o Conselho Federal de Medicina – CFM já tinha aprovado, por meio da Resolução, os critérios que caracterizam a determinação da morte encefálica válidos para todo Brasil. Doação de Órgãos Ato, processo ou efeito de doar alguma coisa, esse é o significado da palavra doação presente no dicionário da língua portuguesa. Quando pensamos em vida, associamos, entre tantas coisas, à doação de sangue e de órgãos. Este ato representa continuidade e renascimento para muitos cidadãos que aguardam em fila por um transplante de órgão ou que necessitam de transfusão de sangue em unidades de tratamento intensivo por motivos de doença ou acidentes. Mas, quando se trata da doação, ainda encontramos cidadãos apreensivos em doar. O transplante de órgãos e tecidos é uma alternativa terapêutica segura e eficaz no tratamento de diversas doenças, determinando melhoria na qualidade e na perspectiva de vida (PEREIRA, 2003). No que se refere ao consentimento do doador, a atual legislação já sofreu várias mudanças, tendo em vista o seu caráter personalista e humanitário. Inicialmente, a Lei nº. 9.434/97 adotou o sistema de consentimento presumido ou de não oposição, porém, tal fato acabou por gerar grandes discussões, pois este afastava qualquer possibilidade de oposição ou de autorização por parte dos familiares, nas disposições cadavéricas. Consequentemente, todos os cidadãos identificados teriam seus tecidos, órgãos e partes do corpo extraídos post mortem para servirem de meio de tratamento ou serem transplantados, sempre que deixassem de fazer constar – por desinformação, negligência ou até mesmo por medo da segregação – em seus documentos, a manifestação de vontade contrária à doação. Diante das manifestações contrárias, o sistema foi modificado de consentimento presumido para consentimento informado, ficando legitimado para concordar ou discordar, o cônjuge sobrevivente ou o parente consanguíneo mais próximo, titular dos direitos de personalidade do de cujus sobre o seu corpo, agora cadáver. Ao se passarem dois anos da adoção dessa nova forma de consentimento post mortem, sem que se resolvesse o problema da escassez de órgãos para transplante a partir de cadáver, o legislador, mais uma vez, alterou a Lei nº. 9.434/1997 através da Medida Provisória nº. 1.959-97, em 24 de outubro de 2000. Desta feita mudando substancialmente a forma de consentimento post mortem, determinando que somente através da autorização da família ou do cônjuge é que será permitida a doação de órgãos de pessoas falecidas. O Consentimento Familiar Para Asher (2005) A principal razão para a não captação de órgãos de potenciais doadores é a recusa da família em doar. Aproximadamente a metade das famílias abordadas quanto à doação nos Estados Unidos disse não, segundo Medina-Pestana (2004). Segundo Wald (1997), no Brasil, a taxa de recusa chega a 70% nas regiões menos desenvolvidas do país. O Brasil, entre vários outros países, se utiliza de um sistema voluntário de doação, no qual os pacientes ou suas famílias podem escolher entre doar ou não os órgãos após a morte. Para infelicidade, a maioria das pessoas não discute sua intenção após a morte com seu sistema familiar e muitas vezes aqueles que decidem por doar seus órgãos não informam às suas famílias. De acordo com Daar (2004), diante das dificuldades e limitação para se aumentar as taxa de doação, discute-se há muito tempo sobre a validade e a ética de se compensarem financeiramente as famílias dos doadores, tanto indiretamente (como pagar despesas de funeral) como diretamente (redução de impostos, por exemplo). Um estudo feito por Oz MC (2003) entre profissionais da área dos transplantes (77) evidenciou que 75% deles apoiam leis de consentimento presumido. Algumas correntes contra a recompensa financeira para a doação de órgãos alegam que esse deve ser um ato puramente altruísta e que seres humanos, bem como seus órgãos, não têm preço. Muitas respostas para essa questão advêm de estudos comparativos entre famílias doadoras e não doadoras. Um estudo realizado por Siminoff (2003) aponta que indivíduos pertencentes a minorias raciais têm menor conhecimento sobre doação e transplante de órgãos, dificilmente conversam com seus familiares sobre sua condição de doador e têm menos credibilidade no sistema de transplantes e distribuição de órgãos. Desconhecer os desejos do seu familiar sobre doação de órgãos é uma das principais razões declaradas pelas famílias não doadoras conforme Raza (2004). Para Miranda (2001) questões emocionais que envolvem o momento da perda também interferem na decisão. Famílias insatisfeitas com o atendimento hospitalar são menos propensas a doar. Segundo Siminoff (2001) explicar para a família alguns pontos específicos associa-se a uma melhor taxa de consentimento. Incluem-se nesses pontos questões sobre mutilação e desfiguração do corpo, o impacto da doação no velório e funeral; a ausência de custos para a família do doador e os procedimentos referentes a retirado dos órgãos, quando forem necessários. O profissional que irá abordar a família deve proporcionar um clima confortável para a família decidir, de modo que seus membros se sintam bem, independentemente da sua decisão, que não se sintam obrigados a doar, nem culpada por não doar. A bioética como ferramenta para a prática na doação de órgãos e tecidos. A bioética definida por Potter (1971) como a “ciência da sobrevivência humana”, com a finalidade de promover e defender a dignidade humana e a qualidade de vida, incluindo a realidade cósmico-ecológica, pode ser uma ferramenta de auxilio na resolução de problemas éticos para profissionais que trabalham com doação e transplante de órgãos e tecidos. A ética implica opção individual na escolha ativa. Requer a adesão íntima da pessoa aos valores, princípios e às normas morais; e é ligada intrinsecamente à noção de autonomia individual. Visa à interioridade do ser humano, solicita convicções próprias que não podem ser impostas de fontes exteriores ao indivíduo; requer aceitação livre e consciente das normas (BERLINGUER, 1994). Na década de 1960, com o advento dos transplantes, surgem os questionamentos a respeito dos limites da vida mantida em maquina. O critério de morte deixa de ser parada cardiorrespiratória e passa a ser a morte encefálica. Desse modo, as situações de vida e morte envolvem vários personagens: pacientes, familiares e equipe de saúde, alem da instituição hospitalar. Essa discussão torna-se fundamental, quando este em jogo a busca da dignidade, não só durante toda vida, mas também com a aproximação da morte, envolvendo a valorização das necessidades e diminuição do sofrimento. A atuação da enfermagem na doação de órgãos Estudos feitos por Pereira (2003) evidenciam que os profissionais de saúde e a população são predispostos à doação de órgão e que existem grande números de potenciais doadores. Percebe-se que o entendimento da morte encefálica é um dos fatores que influi no processo de doação de órgãos, em decorrência de uma lesão cerebral severa e súbita, o que dificulta a compreensão da ideia da cessação das funções do cérebro em um ser aparentemente vivo. Os profissionais envolvidos no cuidado de cada paciente e suas famílias também podem sentir desconfortos, medos e distanciarem-se do processo de doação para não sofrerem com essas experiências (PELLETIER, 1992). Em teoria, os profissionais são favoráveis à doação, mas, quando pessoalmente confrontados, a disposição de doar diminuiu. Entre os profissionais, as enfermeiras parecem exercer maior influência nas taxas de doação de órgãos, por vivenciarem o estresse das famílias com o diagnóstico de morte encefálica e os conflitos com as equipes de transplantes (GIBSON, 1996). Sabemos que há uma tendência dos familiares consentirem na doação, quando bem orientados a respeito do conceito de morte encefálica e da finalidade humanística de doar (BEAULIEU, 1999). O conhecimento de facilidades e dificuldades relacionadas à doação permite oferecer elementos que norteiam a atuação dos enfermeiros junto às famílias na tomada de decisões. Esses resultados mostram estratégias que poderão ser utilizadas para auxiliar a família no processo de doação. As experiências vivenciadas pelos familiares expõem o papel fundamental de reconhecimento do sofrimento e acolhimento que deve ser realizado pelo profissional de saúde. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de abordagem quanti- qualitativa, uma vez que se procura descrever a relação entre variáveis, assim como a relação de causa e efeito entre fatos ou fenômenos (Beluzzo; Feres, 2008). Visto que a pesquisa busca conhecer o entendimento dos sujeitos da amostra, no que diz respeito as suas percepções, dificuldades e desafios, a escolha da abordagem torna-se apropriada, pois ajuda no desenvolvimento e na criação de hipóteses explicativas de fatos a serem verificados numa pesquisa, a clarificar conceitos e a familiarizar e elevar o conhecimento e compreensão de um problema de pesquisa em perspectiva. Além disso, irá complementar e subsidiar o alcance dos nossos objetivos. Sendo assim, o método escolhido permitiu um delineamento da realidade a ser descrita pelos sujeitos da pesquisa, buscando respostas para as inquietações iniciais dos problemas e alcance dos objetivos já citados. Os sujeitos do estudo da pesquisa foram profissionais de enfermagem que trabalham na UTI do Hospital Geral Prado Valadares (HGPV), que se constituiu no cenário da pesquisa. A Coleta de dado deu-se por meio de um questionário semi- estruturado pré-estabelecido, de natureza individual. No que tange a técnica para análise de dados Bardin in Leopardi (1999, p. 21) define a análise de conteúdo como: ...um conjunto de técnicas de análises das comunicações, visando, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção /recepção (variáveis inferidas) das mensagens. O processo de análise dos dados envolve procedimentos das respostas, para a interpretação dos dados que consiste fundamentalmente, em esclarecer a ligação entre os resultados obtidos com outros já conhecidos, que sejam derivados de teorias. Assim, a relação entre os dados obtidos e a fundamentação teórica é que darão sentidos a interpretação, que corresponde à organização dos resultados em quadros, diagramas, organogramas, figuras e modelos, para posteriormente propor as inferências e interpretações descritas anteriormente. O trabalho foi estruturado e desenvolvido obedecendo a Resolução 466 de dezembro de 2012 que resguarda a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) sobre Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos. Foi enviada ao Hospital Geral Prado Valadares um parecer onde o diretor geral autorizou a realização do estudo (anexo). Foi solicitado o consentimento, por escrito, dos sujeitos (anexo) sendo esclarecido que a participação seria voluntária e com possibilidades de desistência. ANÁLISE DE DADOS Depois de todos os conceitos trabalhados e diante da participação dos entrevistados, pôde-se navegar entre os depoimentos obtidos durante a pesquisa de campo, e verificar a relevância do trabalho em conjunto entre teoria e prática. Caracterização dos entrevistados A caracterização dos sujeitos do estudo é apresentada no quadro abaixo, sendo as informantes representadas por nomes fictícios. Quadro I: Caracterização sócio-demográfica dos entrevistados: Entrevistados Idade Sexo Estado Civil Tempo Religião atuação na área Elemento I 25 anos F Casada Não tem 02 anos Elemento II 44 anos F Casada Não tem 04 anos Elemento III 30 anos F Solteira Católica 03 anos Elemento IV 46 anos F Casada Não tem 04 anos Elemento V 48 anos F Casada Não tem 04 anos No intuito de garantir o anonimato dos participantes no estudo, os sujeitos pesquisados foram identificados com nomes fictícios, conforme evidencia o quadro I citado anteriormente. De acordo a análise do quadro acima se pode observar que a pesquisa se deu com enfermeiros com faixa etária entre 25 a 48 anos, todas do sexo feminino e a maioria relatou ser casada. Podemos também observar que todas as enfermeiras possuem uma maturidade profissional, pois a maioria está atuando há mais de 3 anos, o que possibilitou uma melhor análise sobre o tema proposto nesta pesquisa. Apresentação e Discussão das Categorias Aqui descrevemos os resultados obtidos após o tratamento dos dados coletados ao longo de toda a pesquisa e desta emergiram as categorias e subcategorias de análise do referido estudo: Quadro II – Distribuição das Categorias de N° Categorias 1 Conhecimento de ME 2 Conhecer e creditar no diagnóstico de ME 3 Ser ou não, doador de órgãos. Conhecimento de ME. Essa categoria procurou saber sobre os conhecimentos dos profissionais de enfermagem, sobre a definição de M.E. [...] Morte Cerebral. (Elemento I) [...] É quando o cérebro deixa de exercer suas funções eletromecânicas. (Elemento II) [...] Parada total e irreversível das funções cerebrais e de tronco encefálico. (Elemento III) [...] Refere-se à morte biológica. Deteriorização das funções do encéfalo o que torna incompatível com a vida. (Elemento IV) [...] Perda das funções cerebrais irreversível. (Elemento V) Percebe-se que o entendimento sobre M.E. é evidente entre os profissionais de enfermagem, já que nem sempre há esclarecimentos necessários sobre a ocorrência com pacientes durante o período de internação. Porem sabemos que, os profissionais tem que estar preparados para esclarecer a família do paciente o diagnóstico clínico de M E e da irreversibilidade do quadro. Nenhum paciente pode ser declarado com ME, se não houver uma causa definida e irreversível que justifique o colapso neurológico. Para isso são realizados exames que confirmem o estado clínico do paciente. No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é definido pela Resolução CFM Nº 1480/97, devendo ser registrado, em prontuário, um Termo de Declaração de Morte Encefálica, descrevendo os elementos do exame neurológico que demonstram ausência dos reflexos do tronco cerebral, bem como o relatório de um exame complementar. Conhecer e acreditar no diagnóstico. Quadro III – Percepção acerca do diagnóstico Pode-se observar neste quadro que 40% não conhece o diagnóstico, Conhece o Acredita diagnóstico no de diagnóstico de JUSTIFIQUE ME ME Elemento I Não Sim Justificou Elemento II Sim Sim Justificou Elemento III Sim Sim Justificou Elemento IV Sim Sim Justificou Elemento V Não SIM Não justificou porém diz acreditar no mesmo, o que leva a resposta da entrevista ficar complexa, já que como alguém pode acreditar numa determinada coisa, se não conhece? Para elucidar ainda mais, vamos observar o que disse o Elemento I, já que o Elemento V, que também nos deixou confusa não justificou: [...] diz acreditar no diagnostico, devido vários testes como eletrocardiograma, reflexos. (Elemento I) Esta fala nos assegura que o Elemento I pode não conhecer especificamente o diagnostico, mas por trabalhar a tanto tempo na área, tem uma noção de como é feito. Os exames aceitos pelo Conselho Federal de Medicina (validados) são: a angiografia cerebral, a tomografia por emissão de fóton único, a cintilografia isotópica, o eletro encefalograma, o Doppler transcraniano, a tomografia por emissão de pósitrons , a tomografia computadorizada por xenônio. Um ponto a ser lembrado é a facilidade de realização do exame, pois há centros que dispõe apenas de eletroencefalograma. O ideal é que sejam utilizados métodos nos quais os examinadores sejam experientes e confiáveis. Vimos que 60% responderam que conhecem o diagnostico e acreditam no mesmo, apesar de saber que a fronteira que separa a vida da morte é uma linha difusa e difícil de estabelecer. De acordo com as falas abaixo: [...] Acredito sim, pois, são realizados vários testes, exames, até a comprovação final. (Elemento II) [...] Pois o protocolo de ME avalia clinicamente todas as funções cerebrais e de tronco cerebral, além de realizar exames complementar para confirmar a ausência de atividade cerebral. (Elemento III) [...] São realizados os reflexos e um ou mais exames que comprovem a (falência) falta de atividade elétrica ou falta de fluxo cerebral. O diagnóstico de ME precisa ser entendido e conhecido pelos profissionais de saúde, por ser um dos fatores que influi no processo de doação de órgão. A possibilidade de doação de órgão e tecidos, paradoxalmente, diante da angústia e tristeza da morte, a perspectiva de que outras pessoas possam recomeçar e buscar nova vida com qualidade. Ser ou não, doador de órgãos Santos (2005) afirma que as pessoas que compreendem a ME têm maior facilidade em pensar na possibilidade de doação, mas aquelas que não compreendem, ou que acreditam na possibilidade de reversão do quadro do paciente, ficam irritadas e espantadas ao serem abordadas quanto a doação. QUADRO IV – Opinião do entrevistado em relação a ser doador. SIM NÃO Elemento I X Elemento II X Elemento III X Elemento IV X Elemento V X De acordo com o nosso estudo, os profissionais, apesar de acreditarem e conhecerem o diagnóstico, 60%, não são doadores de órgãos. Isso se converte em um fato surpreendente, pois são profissionais que trabalham na área da saúde e sabem da importância que para alguém um órgão pode ter. Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar à sua família o desejo da doação. A família sempre se aplica na realização deste último desejo, que só se concretiza após a autorização desta, por escrito. Em virtude disso, foi perguntado aos entrevistados se eles estavam dispostos a doar e se já haviam informado a família seu desejo. Como resultado obteve-se as seguintes respostas: [...] Sim. (Elemento III) [...] Sim. (elemento IV) Para Asher (2005) a principal razão para a não-captação de órgãos de potenciais doadores é a recusa da família em doar. Para a infelicidade a maioria das pessoas não discute sua intenção após a morte com seu sistema familiar e muitas vezes aqueles que decidem por doar seus órgãos não informam as suas famílias. É sabido que a mudança da legislação do consentimento informado para a do consentimento presumido não parece ser realmente a maneira mais eficaz de aumentar a taxa de consentimento. Já que depois da morte muitas famílias se recusam a fazer a doação e respeitar a vontade do falecido. Pode-se perceber que a doação de órgãos é uma questão complexa e multifatorial que não só tem impacto sobre o doador, mas também sobre sua família. Desta forma a decisão individual de doar órgãos é um direito das pessoas após consentimento informado, respeitando o direito individual. No decorrer do questionário, surgiu o seguinte questionamento: O que poderia fazer você desistir de ser doador de órgãos? Dos nossos entrevistados tivemos as seguintes respostas: [...] Desconfiança no protocolo ME. (Elemento III) [...] Nada. (Elemento IV) Vejamos que os indivíduos que dizem ser doadores de órgãos têm receios do protocolo que já foi explicado anteriormente. O questionário é finalizado com a seguinte pergunta: Qual a importância da doação de órgãos na ME? E os entrevistados me contemplaram com as seguintes respostas: [...] Salvar vidas. (Elemento I) [...] É de grande importância para o receptor, pois recebendo novo órgão acabaria com muitos sofrimentos e salvaria muitas vidas. (Elemento II) [...] Salvar outras vidas. (Elemento III) [...] Poder oportunizar vida para outro que tem chance se conseguir um órgão. (Elemento IV) [...] Recuperar outras vidas (Elemento V) Atualmente é comum ouvimos campanhas incentivando a doação de órgãos, visto que a fila de pessoas que esperam por um órgão para transplante é enorme, e infelizmente muitos acabam perecendo nesta fila. É preciso olhar sob o ponto de vista do paciente em fila de espera, que passa pela angústia de um dia após o outro, aguardar o telefone tocar com a possibilidade de ser um doador. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS Segundo dados fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial de transplantes, mas é o 28º colocado em captação de órgãos. O número é cinco vezes menor que o da Espanha, maior captador do mundo. (RIBEIRO, 2005). A legislação de transplante no Brasil, assim como sua estruturação ligada diretamente ao Ministério da Saúde, através do SNT (Sistema Nacional de Transplantes), criado em 1998 a partir da legislação de 1997, com coordenações estaduais através das CNCDOs (Central de Notificação, Cadastramento e Distribuição de Órgãos), embora tenha que resolver algumas dificuldades, é considerada adequada e funcionante. A morte encefálica provoca discussões acaloradas entre a população e se constitui em um dos motivos que contribuem para a dificuldade de doação. A aceitação do diagnóstico de morte encefálica advém do fato do paciente apresentar batimentos cardíacos, movimentos respiratórios e temperatura corpórea e por isso suscitam dúvidas entre os profissionais que convivem com a situação. Em 1998, através de um convênio entre a Espanha e o Brasil, iniciou-se a educação voltada para os profissionais de saúde atuar em transplante de órgãos. (GARCIA, 2000). Hoje em dia, tanto o Sistema Nacional de Transplantes, como a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos providenciam cursos que possibilitem o profissional da saúde a atuar nesta área. Há muito que ser feito do ponto de vista da necessidade do aumento no número de doações de órgãos e, consequentemente, do número de transplantes. Inúmeras vidas são ceifadas enquanto se aguarda em uma fila de espera por um órgão vital. Medidas que possam resultar em aumento no número de transplantes são medidas organizacionais e principalmente educativas, não somente da população em geral, como de todos os profissionais da saúde. Após a realização desta pesquisa, percebemos que a abordagem da temática trouxe algumas reflexões voltadas para o conhecimento sobre morte encefálica e doação de órgãos. Após o arcabouço teórico trabalhado, pode-se afirmar que os profissionais têm necessidade de um esclarecimento sobre o diagnóstico e sua irreversibilidade e, por isso, corroboramos plenamente que o ensino sobre o assunto nos cursos de graduação médica e de enfermagem seja a forma mais eficaz de, em longo prazo, resolver um dos problemas que tem dificultado muito o acesso de pessoas aos transplantes de órgãos e tecidos, que é o desconhecimento. REFERÊNCIAS 1. ABADIE, A.; GAY, S. The impact o presumed consent legislation on cadaveric organ donation: a cross-country study. J Health Econ, v.25, p.599-620, 2006. 2. ASHER J. et al. Variation in organ donation in northeastern England 1986 to 2003. Transplant Proc, v. 37, p.3262-3263, 2005. 3. BARALDI S, Silva MJP. Reflexões sobre a influência da estrutura social no processo da morte-morrer. Rev. Nursing. 2000 Maio; 3(24): 14-7. 4. BARDIN, L. Análise de conteúdo. 1. ed. Lisboa: Edições 70, 1977. 5. ______. Análise de conteúdo. 2. ed. 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