ALANI MIGOTTO FRANCIELE FERRÃO DA ROSA PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA Santa Maria, RS, Brasil. 2012 A gravidez implica no crescimento de um ser geneticamente diferente dentro do útero da mulher, uma vez que herdou metade dos genes do pai. Ela não rejeita esse corpo estranho, porque desenvolve mecanismos imunológicos para proteger o feto. Em alguns casos, porém, ele libera proteínas na circulação materna, que provocam uma resposta imunológica da gestante, que agride as paredes dos vasos sanguíneos, causando vasoconstrição e aumento da pressão arterial. Pré-eclâmpsia. A hipertensão arterial específica da gravidez recebe o nome de pré-eclâmpsia (ou toxemia gravídica) e, em geral, instala-se a partir da 20ª semana de gestação, especialmente no 3° trimestre. o Hipertensão arterial (geralmente maior que 140 mmHg); o Proteína na urina (proteinúria); o Ganho de peso. Causas: As causa dessa enfermidade ainda é desconhecida. O que se sabe é que está associada à hipertensão arterial, que pode ser crônica ou especifica da gravidez. As possíveis causas incluem: o Doenças autoimunes; o Problemas nos vasos sanguíneos; o Dieta; o Genes. Fatores de risco: o Primeira gestação; o Gestação múltipla (gêmeos ou mais); o Obesidade; o Idade superior a 35 anos; o Histórico anterior de diabetes, hipertensão ou doença renal. Sintomas: o Pode ser assintomático; o Hipertensão arterial; o Edema, principalmente nos membros inferiores, que pode surgir antes da elevação da pressão arterial. o Aumento exagerado de peso corpóreo; o Proteinúria. Sintomas para pré-eclâmpsia grave: o Dor de cabeça constante ou latejante que não desaparece; o Dor abdominal, sentida principalmente no lado direito, abaixo das costelas. Também é possível sentir dor no ombro direito ou confundi-la com azia, dor na região da vesícula biliar, vírus estomacal ou chutes do bebê. o Agitação; o Diminuição da quantidade de urina, não urinar com muita frequência; o Náusea e vômito (sinal preocupante); o Alterações na visão, como perda temporária da visão, sensação de luzes piscando, auras, sensibilidade à luz, manchas e visão embaçada. Tratamento: No caso de que a mulher grávida tenha pré-eclampsia, a melhor forma de proteger-se a si mesma e ao bebê, é dar a luz. Se isso não for possível pelo tempo que tenha o bebê, podem-se seguir outros caminhos para manejar a pré-eclampsia até que o momento seja mais adequado para o parto. Normalmente, esses caminhos requerem: o Repouso absoluto, deitada sobre o lado esquerdo o tempo todo ou a maior parte do tempo; o Acompanhamento contínuo do médico; o Medir com frequência a pressão arterial; o Anti-hipertensivos, se necessário; o Beber bastante água e adotar uma dieta com pouco sal; o E em alguns casos pode ser necessária a hospitalização. De todas as formas, o médico avaliará o caso e determinará o tipo de tratamento a seguir. A doença regride espontaneamente com a retirada da placenta. O médico deverá discutir o melhor momento para realizar o parto do bebê, levando em consideração: o A proximidade da data prevista para o nascimento. Quanto mais avançada estiver a gravidez antes do parto, melhor será para o bebê; o A gravidade da pré-eclâmpsia. A pré-eclâmpsia pode causar muitas complicações graves para a mãe; o A situação do bebê dentro do útero. O parto deve ser realizado em caso de presença de sinais de pré-eclâmpsia graves: o Exames (ultrassom, perfil biológico) que mostram que o bebê não está se desenvolvendo bem ou não está recebendo a quantidade adequada de sangue e oxigênio; o O valor mais baixo de pressão arterial apresentado pela mãe for superior a 110 mmHg ou for maior do que 100mmHg continuamente durante 24 horas; o Exames alterados da função hepática; o Dor de cabeça intensa; o Dor abdominal; o Eclâmpsia; o Líquido nos pulmões da mãe (edema pulmonar); o Síndrome de HELLP; o Baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia); o Diminuição da função renal (pequena quantidade de urina, grande quantidade de proteína na urina, aumento do nível de creatinina no sangue) Prevenção: Embora não exista uma forma conhecida de evitar a pré-eclâmpsia, é importante que todas as gestantes comecem o pré-natal cedo e continuem realizando os exames até o fim da gravidez. Isso permite que o médico descubra e trate doenças como à pré-eclâmpsia o mais cedo possível. Um pré-natal adequado é essencial. Em todas as consultas, o médico examinará seu peso, pressão arterial e urina (por meio de um teste com fita reativa) para verificar se você apresenta pré-eclâmpsia. Assim como em qualquer gestação, uma boa dieta pré-natal com vitaminas, antioxidantes, minerais e os grupos básicos de alimentos são muito importantes. Também é essencial diminuir a ingestão de alimentos processados e açúcares refinados e cortar completamente a cafeína, o álcool e todos os medicamentos não receitados por um médico. Converse com seu médico antes de tomar qualquer suplemento, incluindo fórmulas fitoterápicas. Complicações: A pré-eclâmpsia pode transformar em eclampsia se a mãe tiver convulsões. Podem ocorrer complicações para o bebê se o parto for realizado de forma prematura. Outras possíveis complicações para a mãe: o Problemas de hemorragia; o Separação prematura da placenta e do útero antes do nascimento do bebê (descolamento de placenta); o Ruptura do fígado; o Derrame; o Morte (raramente); o Em eclampsia grave, síndrome de HELLP. OBS: Entretanto essas complicações não são comuns. Eclâmpsia. Trata-se de uma toxemia gravídica com convulsões. Um quadro mais agravado da pré-eclampsia. Ou seja, é quando a mulher grávida apresenta os sintomas da pré-eclâmpsia e chega a ter convulsões e outras reações mais preocupantes para ela e para o bebê que espera. Causas: A causa da eclâmpsia ainda é desconhecida. Acredita-se que os seguintes fatores podem estar relacionados: o Vasos sanguíneos; o Fatores relacionados ao cérebro e ao sistema nervoso (neurológicos); o Dieta; o Genes. No entanto nenhuma teoria foi comprovada. Fatores de risco: o Ter pelo menos, 35 anos de idade; o Ser afro-americana; o Primeira gestação; o Histórico de diabetes, pressão alta ou doença renal; o Várias gestações (gêmeos, trigêmeos, etc.); o Gravidez na adolescência. Sintomas: o Convulsão (às vezes precedida por dor de cabeça, de estômago e perturbações visuais); o Sangramento vaginal; o Coma. Tratamento: Na pré-eclâmpsia, o médico deverá monitorar cuidadosamente os sinais de piora ou de possível eclâmpsia. O parto é o tratamento indicado para a préeclâmpsia grave com o objetivo de evitar a eclâmpsia. O parto do bebê alivia essa condição, pois prolongar a gravidez pode ser perigoso para mãe e o bebê. Com monitoramento cuidadoso, a meta é cuidar de casos graves até 32 a 34 semanas de gravidez e casos leves até 36 a 37 semanas. Isso ajuda a reduzir as complicações do parto prematuro. O uso de medicamentos para evitar convulsões (anticonvulsivos) ex: sulfato de magnésio é um medicamento seguro. O médico poderá prescrever medicamentos para reduzir a pressão arterial, mas talvez seja necessário fazer o parto se a pressão permanecer alta mesmo com medicação, para evitar maiores complicações. Prevenção: É importante que todas as mulheres grávidas façam acompanhamento médico de forma contínua desde o início da gravidez Isso permite o diagnóstico e o tratamento precoces de problemas como a pré-eclâmpsia. O tratamento da préeclâmpsia pode evitar a eclampsia. Complicações: o Descolamento de placenta, com pré-eclâmpsia ou eclâmpsia; o Podem ocorrer complicações para o bebê devido ao parto prematuro; o Coagulação intravascular disseminada (doença na quais diminutos coágulos de sangue se disseminam na corrente sanguínea, obstruindo os pequenos vasos do sangue e consumindo os fatores da coagulação necessários para controlar a hemorragia). Curiosidades: A mortalidade materna, no Brasil, é uma das piores do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no passado 140 mães morriam para cada cem mil crianças nascidas vivas. Em 1996, essa taxa subiu para 220 mães mortas em cem mil nascimentos. Esses índices se aproximam dos da década de 1950 nos Estados Unidos. Para ter-se uma ideia da magnitude do problema brasileiro, nos países de primeiro mundo, essa taxa está por volta de 5 ou 10 mães por cem mil crianças. É importante considerar que 75 % das mortes por hipertensão na gravidez tem como causa a pré-eclâmpsia e eclampsia. Isso é lastimável, porque a eclampsia em especial, que é uma forma grave da pré-eclampsia, é uma patologia que pode ser prevenida desde que se consiga atuar precocemente. Referências: http://drauziovarella.com.br/saude-da-mulher/gravidez/eclampsia-e-preeclampsia/ http://www.minhavida.com.br/saude/temas/preeclampsia http://www.minhavida.com.br/saude/temas/eclampsia http://br.guiainfantil.com/eclampsia/345-pre-eclampsia-e-eclampsia-nagravidez.html