INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER HOSPITAL DO CÂNCER II SERVIÇO DE ONCOLOGIA CLÍNICA ROTINAS PARA TRATAMENTO DOS TUMORES GINECOLÓGICOS SUMÁRIO 1 COLO UTERINO 2 2 TUMOR EPITELIAL DO OVÁRIO 18 7 3 TUMORES GERMINATIVOS E DO CORDÃO SEXUAL 4 VULVA 12 14 5 TUMORES DA VAGINA 17 6 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL 18 7. TUMORES DO ENDOMÉTRIO 20 8 SARCOMAS UTERINOS 25 Colo Uterino Introdução As neoplasias de colo de útero correspondem ao tumor ginecológico mais freqüente na população brasileira. A maioria dos casos matriculados no Hospital do Câncer II é diagnosticada em estadios localmente avançado e recebe tratamento com quimioterapia e radioterapia combinados. Estadiamento As pacientes são estadiadas de acordo com a FIGO. Devem passar por exame ginecológico detalhado e realizar exames laboratoriais (incluindo hemograma 18 completo, EAS, provas de função e hepática e renal, além de sorologia para HIV). Com relação aos exames de imagem, devem ser realizados RX de tórax , US de abdome e trans-vaginal. Tomografias de abdome e pelve podem substituir a avaliação ultra-sonográfica. Retosigmoidoscopia e cistoscopia não serão realizados rotineiramente, sendo utilizados nos casos de suspeita clínica de acometimento de retos e bexiga, respectivamente. MODALIDADES DE TRATAMENTO: TRATAMENTO CURATIVO – CIRURGIA: -Pacientes com doença estágio IA , IB1 e pacientes com estadio IIA, passíveis de tratamento cirúrgico com intenção curativa, serão primariamente abordadas pelo Serviço de Ginecologia. TRATAMENTO CURATIVO – QUIMIORRADIOTERAPIA: -Estágios IB2 a IVA : pacientes com indicação de tratamento radioterápico receberão tratamento combinado com Quimioterapia à base de cisplatina. Cisplatina 40mg/m² ( dose máxima de 70mg ), 1 vez por semana, por 5 a 6 semanas consecutivas, durante a Radioterapia externa. Realização semanal de hemograma completo e dosagem de creatinina, potássio e magnésio antes de cada aplicação. As pacientes receberm, posteriormente, Braquiterapia em alta taxa de dose. TRATAMENTO NEOADJUVANTE: O tratamento quimioterápico neoadjuvante à Radioterapia não demonstrou benefícios nos estudos clínicos disponíveis e, portanto, não deve ser indicado. TRATAMENTO ADJUVANTE: Está indicado para pacientes com doença estágios IB2 e IIA, submetidas a cirurgia, com fatores de mau prognóstico encontrados na avaliação patológica: - Linfonodos pélvicos positivos; - Infiltração parametrial microscópica; - Margens cirúrgicas positivas. O tratamento adjuvante consiste em Quimiorradioterapia, seguindo os mesmos moldes da usada com intenção curativa ( descrita acima). TRATAMENTO PALIATIVO: Pacientes com Performance Status 0 a 2 , serão avaliadas quanto à indicação de Quimioterapia paliativa.O esquema de escolha consiste na combinação de quimioterápicos à base de platina. A combinação de Paclitaxel e Carboplatina será considerada de eleição. Monoterapia à base de cisplatina poderá ser considerado em casos específicos. Paclitaxel 175 mg/m2 Carboplatina AUC 5 a cada 21 dias por 6 ciclos 18 Referência: Peters, WA, Liu, PY, Barrett, RJ, et al. Concurrent chemotherapy and pelvic radiation therapy compared with pelvic pradiation therapy alone as adjuvant therapy after radical surgery in high-risk early stage cancer of the cervix. J Clin Oncol 2000; 18:1606. Câncer de Ovário Introdução Os tumores epiteliais são a maior causa de mortalidade por neoplasia de ovário, geralmente acometendo mulheres pós-menopáusicas, com maior incidência na sexta década. Fatores de risco conhecidos incluem história de câncer de ovário e/ou mama em parentes de primeiro grau, história patológica pregressa de câncer de cólon, endométrio ou mama, infertilidade ou uso de drogas indutoras de ovulação, origem judaica, mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2 e nuliparidade. 18 Os principais fatores prognósticos são idade, extensão e volume da doença, grau e tipo histológicos. Idade avançada e lesões pouco diferenciadas estão associadas a uma pior sobrevida. Os tipos histológicos sabidamente mais agressivos são os de células claras e mucinoso. Estadiamento Assim como em outros tumores sólidos, o estadiamento correto das neoplasias malignas ovarianas é importante porque agrupa as pacientes em categorias diferentes de acordo com a extensão de doença, cada qual com um prognóstico distinto. Os tumores de estadio inicial - I e II, apresentam sobrevida global em 5 anos de 95% e 79%, respectivamente. Tumores estágio III e IV têm prognóstico mais reservado e sobrevida global em 5 anos estimada entre 5 e 20%. A decisão terapêutica é baseada tomando-se como base o estagiamento, o grau e tipo histológicos. O procedimento cirúrgico inicial possui uma importância fundamental para o diagnóstico, estagiamento e tratamento da neoplasia de ovário, e deve ser realizado por um especialista em ginecologia oncológica sempre que possível, pois alguns estudos já demonstraram ganhos relevantes no tratamento quando a paciente é operada por tais especialistas. Tratamento Cirúrgico A melhor abordagem cirúrgica deve ser estabelecida pelo serviço de ginecologia e não será abordado nesta rotina. Tabela I – Sobrevida por estágios Sobrevida em Estágio 5 anos (%) I 70-100 II 55-63 III 10-27 IV 3-15 Adaptado de Stratton. Tabela II - Estagiamento da Neoplasia de Ovário FIGO TNM O tumor primário não pode ser localizado. TX 0 Sem evidência do tumor primário. T0 I Tumor confinado aos ovários. T1 IA 18 Limitado a um dos ovários, com cápsula intacta: sem neoplasia na superfície do ovário e sem células malignas no T1a lavado peritoneal ou ascite. Doença em ambos ovários, com cápsula intacta: sem IB neoplasia na superfície dos ovários e sem células malignas T1b no lavado peritoneal ou ascite. Tumor um ou ambos os ovários, incluindo: ruptura da IC cápsula, tumor na superfície do(s) ovário(s), ascite ou lavado T1c peritoneal positivos para células malignas. II IIA IIB IIC Tumor em um ou ambos os ovários, com extensão para a pelve. Extensão e/ou implantes para útero ou tubas uterinas, sem células malignas no lavado peritoneal ou ascite. Extensão e/ou implantes para outros órgãos pélvicos, sem células malignas no lavado peritoneal ou ascite. IA ou IB com células malignas no lavado peritoneal ou ascite. Tumor em um ou ambos os ovários, com metástases III peritoneais extra-pélvicas histologicamente comprovadas e/ou doença linfonodal regional. T2 T2a T2b T2c T3 e/ou N1 IIIA Doença peritoneal extra-pélvica microscópica. T3a IIIB Doença peritoneal extra-pélvica macroscópica ≤ 2 cm. T3b IIIC IV Metástases peritoneais extra-pélvicas > 2 cm e/ou T3c e/ou metástases linfonodais regionais. N1 Metástases além da cavidade abdominal1. M1 Tratamento Adjuvante Doença em estadio inicial - E IA ou B, G 1 ou 2: não serão submetidas a quimioterapia adjuvante. - E IC, subtipo histológico células claras2 ou G III: oferecer quimioterapia com paclitaxel e carboplatina por 3 ou 6 ciclos. É aceitável o uso de Carboplatina isolada com AUC 6 por 6 ciclos em pacientes com idade mais avançada ou comorbidades limitantes. Implantes secundários na cápsula do fígado são considerados T3 - estágio III, enquanto as lesões hepáticas parenquimatosas são incluídas no estágio IV (M1). O derrame pleural deve ter citologia positiva para ser considerado M1. Toda neoplasia de células claras é considerada G3. 18 - E II: quimioterapia com paclitaxel e carboplatina, por 6 ciclos. Doença avançada - E III: quimioterapia com paclitaxel e carboplatina, 6 ciclos. - E IV: quimioterapia com paclitaxel e carboplatina, 6 ciclos ou uma das drogas isoladas, dependendo do PS e comorbidades. Neoadjuvância Carboplatina e paclitaxel 3 a 6 ciclos. Considerar em pacientes com doença irressecável e condições clínicas favoráveis ao tratamento. Avaliar, após terceiro ciclo, a possibilidade de ressecção (cirurgia de intervalo), que deverá ser realizada em tempo hábil. Após tal procedimento, a paciente retorna ao tratamento quimioterápico, para mais três ciclos. Avaliações durante o tratamento ■ Hemograma completo e plaquetas, funções renal e hepática. ■ CA 125: avaliado no pré e pós-operatório e a cada 2 ciclos até o término do tratamento. No controle a cada 3 meses. Se o CA125 era normal antes do inicio do tratamento cirúrgico, acompanhar somente com imagem. ■ Radiografia de tórax e TC abdomino-pélvica: solicitar no início do tratamento, após terceiro ciclo (meio do tratamento) e ao término do mesmo. Se a paciente ficar com doença totalmente ressecada (R0) após a cirurgia, não há necessidade de TC antes de iniciar o tratamento quimioterápico. Final do Tratamento a) Paciente sem evidência de doença (clínica, laboratorial e imagem): retorno a Ginecologia para controle. b) Paciente sem evidência de doença clínica e radiológica, mas com CA 125 elevado: iniciar quimioterapia se sintomas ou imagem de doença surgirem ao longo do acompanhamento. OBS: A duplicação do valor normal ou do valor ao final do tratamento deste marcador indica progressão de doença, mas na ausência de doença clínica ou imagem, não há benefício definido em iniciar quimioterapia. c) Paciente sem evidência de doença clínica e laboratorial, com imagem residual: acompanhar com TC abdomino-pélvica, a cada 2 meses. Se progressão de doença, iniciar quimioterapia. OBS: 10 a 20% dos tumores epiteliais de ovário são não-secretores (não elevam Ca 125). d) Paciente com sintomas clínicos, sem imagem ou elevação do CA 125: avaliar outras causas para o quadro clínico, já que não há sintomas clínicos patognomônicos da doença. Recorrência de Doença 18 1. Precoce (menos de 6 meses do final do tratamento): paciente considerada resistente a platina. Deverá ser submetida à segunda linha de tratamento com gencitabina ou paclitaxel (caso não utilizado em primeira linha) ou etoposide oral. 2. Tardia (≥ 6 meses do final do tratamento): paciente considerado sensível a platina. Deverá ser submetido a resgate com carboplatina e paclitaxel OU uma das drogas isoladas, dependendo do PS e comorbidades. Segunda Linha de Doença Avançada Gencitabina é a droga de eleição. Topotecano ou etoposide oral3. Não há evidências relevantes para a indicação de terceira linha no tratamento paliativo da neoplasia epitelial de ovário. Os casos devem ser individualizados em Mesa Redonda ou encaminhados para estudo clínico. Cirurgia de second-look : avaliáveis apenas em protocolo, sem benefício definido. Quimioterapia intra-peritoneal: avaliável apenas em protocolo Esquemas de Quimioterapia - Carboplatina AUC 5-6 e Paclitaxel 175 mg/m2 IV em 3 horas, IV, a cada 21 dias. - Gencitabina 800-1000 mg/m2 IV, D1, D8 e D15, a cada 28 dias ou 1000 mg/m2 D1 e D8. - Etoposide oral, 50 mg/m2 D1-14, a cada 21 dias (iniciar com dose de 50mg/dia). - Topotecan 3-4 mg/m2 IV D1, 8, 15, a cada 28 dias. Tumores Germinativos Introdução São tumores incomuns, que acometem principalmente mulheres jovens ou adolescentes, freqüentemente unilaterais e curáveis quando em estágios iniciais. Representam 5% de todos os tumores de ovário. O estadiamento do tumor de ovário deve ser patológico, isto é, por laparotomia, pois esta permite estadiamento e tratamento citorredutor, caso seja necessário. 18 Antes da cirurgia, deve-se obter tomografia computadorizada (TC) de tórax, abdome e pelve. Marcadores tumorais, incluindo alfa-fetoproteína (AFP), gonadotropina coriônica humana (beta-HCG) e desidrogenase láctica (DHL) devem ser solicitados. A melhor abordagem cirúrgica deve ser definida pelo serviço de ginecologia. O estadiamento final segue as regras do estadiamento cirúrgico FIGO para a neoplasia epitelial de ovário. Avaliação para tratamento sistêmico complementar. . Disgerminoma: E I: salpingo-ooforectomia unilateral. Conservação de útero e ovário oposto é aceito em pacientes jovens para preservar fertilidade e gravidez E Ia: observação pós-cirurgia. Apenas 15 a 25% irão recorrer e a maioria será curada com QT E IB,IC, II a IV: histerectomia abdominal total com salpingo-ooforectomia bilateral. Cirurgia conservadora em pacientes jovens, que querem conservar fertilidade. Tratamento adjuvante com QT (BEP 3 ciclos) . Não Disgerminoma: E I: cirurgia como já citado acima. Oferecer quimioterapia para aqueles que não sejam disgerminomas puros ou teratomas imaturos GI. A quimioterapia deve ser feita com esquema BEP E III ou IV: cirurgia como já especificado; QT com BEP 4 ciclos BEP: bleomicina 30 UD 2,9 e 16 etoposide 100 mg/m2 IV D1-5 cisplatina 20 mg/m2 IV D1-5 Obs: a cada 21 dias Avaliação do tratamento: Antes de cada ciclo: hemograma completo, alfa fetoptna e beta-HCG e função renal Início e final do tratamento: TC de tórax e abdomino-pélvica Final do tratamento: avaliação clínica, R-x de tórax e marcadores tumorais= trimestral no primeiro ano, quadrimestral no segundo ano, semestral do terceiro ao quinto ano e anual a partir do quinto ano. As TC‘s são semestrais pelos 3 primeiros anos. Doença persistente ou recorrente Primeira linha: VeIP: vimblastina, 0,1 mg/kg EV D1 e D2 ifosfamida, 1,2 g/m² EV durante 4 horas D1 a D5 mesna, 400 mg/m² antes da infusão de ifosfamida e 4 e 8 horas após a ifosfamida D1 a D5 cisplatina, 20 mg/m² EV durante 30 minutos nos D1 a D5 a cada 3 semanas, num total de 4 ciclos Segunda-linha (casos selecionados): Gemcitabina (1000 mg2 D1 e 8) e Paclitaxel (80 mg/m2 D1 e D8) cada 21 dias 18 Tumores do cordão Sexual São 8% dos tumores de ovário. Representam uma série de neoplasias, sendo a mais comum o tumor de células da granulosa ( 7% dos tumores de ovário). Tumores da Células da Granulosa: São 90% dos tumores estromais Dividido em juvenil e adulto Tratamento: Cirurgia: HTA + SOB; se cirurgia conservadora, deve-se realizar curetagem uterina. Na recorrência, tentar resgate cirúrgico. Tratamento Adjuvante Existem dúvidas sobre o beneficio de se oferecer tratamento adjuvante as pacientes operadas com tumor da granulosa. Pacientes com estádio I a sobrevida é de 94% em cinco anos. Os outros estádios devem ser discutidos caso a caso. Existem alguns parâmentros que marcam com mal prognóstico, são eles: Idade > 50 anos Tumores > 10cm Ausência de doença residual Nestes casos está indicado tratamento com esquemas baseados em platina: BEP ou EP. Tecomas e Fibromas: tratamento cirúrgico Tumor de Estroma de Células de Sertoli (Androblastoma) 1% dos tumores de ovário Avaliação: USG transvaginal; DHEAS e testosterona Tratamento: HTA + SOB Quimioterapia deve ser realizada em pacientes com estádios > que I Preconizados esquemas baseados em platina (BEP) por 4 ciclos Carcinoma de Vulva Introdução Tumores de Vulva são infreqüentes e acometem principalmente mulheres idosas, com idade média de 65 anos. Vários fatores estão relacionados etiologicamente, destacando-se o HPV e as doenças inflamatórias crônicas locais ( Líquen plano, Distrofia Vulvar Crônica, Doença de Paget, etc.). O tipo 18 histológico predominante é o Carcinoma Epidermóide (90% dos casos) e a rotina se restringirá a este subtipo. A abordagem terapêutica curativa envolve principalmente a cirurgia, havendo também a possibilidade de tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia, seguido ou não de resgate cirúrgico, nos casos localmente avançados. Por sua raridade, não há trabalhos definitivos disponíveis sobre o papel do tratamento combinado e as conclusões são baseadas em estudos de fase II. Avaliação inicial e Estadiamento O estadiamento é determinado pela FIGO, baseando-se no exame ginecológico, R-X de tórax, TC de abdome e pelve. Retosigmoidoscopia e cistoscopia podem ser solicitados se necessário. Apesar de não fazer parte do estadiamento, considerando-se a correlação do HPV com esta doença (até 50% dos casos) e o compartilhamento com os meios de transmissão do HIV, deve-se obter sorologias, principalmente nas pacientes mais jovens. Estadiamento FIGO/ TNM Tratamento Curativo 1) Cirurgia Uma discussão aprofundada sobre a abordagem cirúrgica destas pacientes foge ao objetivo desta rotina. Porém, algumas observações são importantes: ■ A abordagem cirúrgica exclusiva é o principal método terapêutico para tumores T1 e T2. ■ O uso adequado de dissecção inguinal é o fator mais importante no tratamento curativo do tumor inicial. Todos os pacientes com tumores 18 ■ ■ ■ ■ ■ com invasão >1mm devem ser submetidos a dissecção inguinal uni ou bilateral, dependendo da localização da lesão. O uso de Linfonodo Sentinela, apesar de promissor permanece investigacional e não deve ser oferecido rotineiramente. Cinco estudos publicados totalizando 169 pacientes mostraram um valor preditivo negativo em relação ao LN sentinela negativo de 100%. (GOG- 173). Tumores T1 podem ser abordados com ressecção local ampla. Invasão <1 mm (T1A) não necessitam de avaliação nodal inguinal. Casos com estágioT1B em diante devem ter abordagem inguinal. Pacientes com linfonodos clinicamente positivos ou mais de 2 linfonodos patologicamente acometidos, devem ser tratados com radioterapia inguinal e pélvica adjuvante Tumores T2 necessitam de vulvectomia radical modificada e linfadenectomia inguinal bilateral Radioterapia adjuvante é necessária quando margem suficiente não pode ser alcançada, como ocorre com ânus e uretra. A abordagem cirúrgica é extremamente limitada em tumores T3 e T4, resultando geralmente em exenteração pélvica, com alta morbidade e mortalidade. Métodos alternativos devem ser oferecidos (tratamento combinado QT+RXT). 2) Radioterapia Exclusiva ■ Esta modalidade é reservada para doença localmente avançada e irressecável (T3 ou T4), onde o estado geral ou comorbidades impedem o uso de tratamento combinado. ■ Uma outra possibilidade são os casos T1 cuja paciente recusa a cirurgia. ■ A dose usual para este propósito é de 60-65 Gy, em 25-30 frações 3) QT+RXT combinados Pacientes com tumores localmente avançados T3 ou T4, ou com recidivas locais não ressecáveis devem ser considerados para tratamento combinado. Apesar dos trabalhos disponíveis serem pequenos e não comparativos, os resultados são consistentes e dificilmente teremos dados confirmatórios em escala maior, devido à escassez de casos. Critérios de elegibilidade: ■ ■ P.S. 0 ou 1 e boa função renal. Ausência de doença coronariana importante (história pregressa, ex. físico e ECG). ■ Ausência de doença à distância avaliada por RX de Tórax e TC de abdome/pelve (outros sítios devem ser excluídos na dependência de sinais e sintomas). Esquema para uso combinado: CDDP 50 a 75 mg/m2 IV D1 e D29 18 5-FU 1,0 G/m2 IV em infusão contínua de 24H- D1 a 4 e D29 a D32 RXT pélvica e inguinal com 45 a 50.4 Gy Caso persista doença residual após o tratamento combinado, o resgate cirúrgico pode ser oferecido. Considerações especiais: ■ ■ ■ ■ ■ Pacientes não elegíveis exclusivamente por conta da função renal inadequada podem ser tratados com Mitomicina C (10mg/m2 D1 e D29), substituindo-se a CDDP. Pacientes acima de 80 anos devem ser avaliadas individualmente. Mulheres com tumores T2, que recusam a vulvectomia modificada, podem ser avaliadas quanto à QT +RXT Pacientes com PS2 ou 3 devem ser tratadas com RXT exclusiva. Não é aceito como rotina quimioterapia exclusiva , mesmo que seguida de cirurgia. Adjuvância Com relação à adjuvância, o tratamento engloba exclusivamente a radioterapia. Indicações definidas: ■ Margens positivas ou doença residual macroscópica ■ Região inguinal clinicamente positiva e/ou dissecção inguinal com mais de 2 linfonodos patologicamente positivos. O campo terapêutico deve englobar a pelve e a região inguinal bilateralmente, com dose total de 65 Gy. Paliação/ Doença Avançada Basicamente é constituída de medidas de suporte e analgesia. ■ Não há papel definido para quimioterapia sistêmica com intenção paliativa em pacientes metastáticos. ■ Radioterapia pode ser utilizada com intenção de controle local em casos avançados e para analgesia. Câncer de vagina Avaliação inicial : Incidência- 0,36% das neoplasias malignas ginecológicas. Mulheres com idade avançada- sexta e sétima décadas de vida. Tipos histológicos: carcinoma epidermóide ou adenocarcinoma. Disseminação linfática. Os carcinomas localizados no 1/3 superior da vagina se disseminam para cadeias ilíacas e hipogástrias e os do terço inferior para cadeias inguinais. 18 Estadiamento FIGO: Estádio 0: Tumor intra-epitelial ou in situ Estádio I: Tumor limitado à mucosa da vagina Estádio II: Tumor envolvendo tecido subvaginal sem extensão à parede pélvica Estádio III: Tumor com extensão à parede pélvica. Estágio IVA: Invasão de mucosa de bexiga ou reto ou fora da pelve verdadeira. Exames para estadiamento: Exame pélvico, biópsia, RX de tórax e tomografia computadorizada abdomino-pélvica. Cistoscopia e Retossigmoidoscopia podem ser solicitadas para complementar o estadiamento. Tratamento: Estádio I- lesões de 1/3 inferior de vagina e menores que 2 cm de diâmetro devem ser encaminhadas à cirurgia. As demais lesões até estádio IV devem ser tratadas com radioterapia associada ou não à braquiterapia. Doença localmente avançada, ou seja, estádios III ou IV, ou tumores maiores do que 4 cm podem ser tratados com QT e RXT à semelhança de colo de útero. Doença recorrente- Avaliação pela ginecologia de exenteração pélvica, caso previamente tratada com radioterapia. Doença Trofoblástica Gestacional Introdução Doenças trofoblásticas gestacionais (DTG) compreendem um grupo heterogêneo de patologias que se originam da proliferação atípica do epitélio trofoblástico placentário e caracterizam-se por ter como marcador a subunidade beta do HCG. Pertencem aos grupos das DTGs as lesões trofoblásticas benignas, mola hidatiforme-80% (completa, parcial, e invasiva), e as neoplasias trofoblásticas gestacionais (NTG)-20% (coriocarcinoma, neoplasia de sítio placentário, e tumor trofoblástico epitelióide). As molas hidatiformes são usualmente benignas, porém em algumas circunstâncias podem adquirir potencial maligno, como nas molas invasivas. 18 Geralmente são tratadas com curetagem ou histerectomia. Raramente necessitam de alguma forma de tratamento sistêmico. Estadiamento (WHO) Estádio I: persistência de beta-HCG elevado e doença confinada ao útero Estádio II: doença além do útero, porém limitada a vagina e/ou pelve Estádio III: metástases pulmonares com ou sem envolvimento uterino, vaginal, ou pélvico Estádio IV: outros sítios de doença metastática (cérebro, fígado, rim, trato gastro-intestinal) Tabela de Fatores Prognósticos de Acordo com WHO Fatores Prognósticos 0 1 Idade (anos) < 40 ≥ 40 Antecedente Gravídico Mola Aborto Termo Intervalo (meses) <4 ≥4e<7 ≥ 7 e < 13 3 a 5cm ≥ 5cm Maior útero) tumor (incluindo Sítio de Metástases Número dos Metástases Sítios Quimioterapia Prévia Pulmão de 2 < 3 ≥ 13 Baço, rim Gastrointestinal Cérebro, fígado 1-4 5-8 >8 Um agente Dois ou agentes mais Pacientes com escore ≥ 7 são considerados de alto risco e candidatos a poliquimioterapia. Em contraste, pacientes com escore < 7 são classificados como de baixo risco, e candidatos a monoquimioterapia. A classificação de acordo com a WHO é mais aplicácel aos pacientes com doença em estádios II e III Coriocarcinoma Estadio I Metotrexato, 1 mg/kg IM nos D1, D3, D5 e D7, ácido folínico, 0,1 mg/kg IM nos D2, D4, D6 e D8, a cada 2 semanas. Continuar por 2 ciclos após a normalização do beta-HCG. Estádios II e III Baixo Risco Metotrexato, 1 mg/kg IM nos D1, D3, D5 e D7, ácido folínico, 0,1 mg/kg IM nos D2, D4, D6 e D8, a cada 2 semanas. Continuar por 2 ciclos após a normalização do beta-HCG. 18 Alternativa: Actinomicina-D, 1,25 mg/m² EV no D1, a cada 2 semanas Coriocarcinoma Alto Risco EMA-CO - etoposídeo, 100 mg/m² EV no D1, metotrexato, 100 mg/m² EV bolus, seguido de 200 mg/m² EV durante 12 h no D1, actinomicina-D, 0,5 mg EV no D1; etoposídeo, 100 mg/m² EV no D2, actinomicina-D, 0,5 mg EV no D2, ácido folínico, 15 mg VO no D2, a cada 12 h por 4 doses, começando 24 h após a administração de metotrexato; vincristina, 1 mg/m² (máximo de 2 mg) EV no D8 e ciclofosfamida, 600 mg/m² EV no D8, a cada 2 semanas. Continuar terapia por 3 ciclos após normalização do beta-HCG. Refratariedade ao EMA-CO EMA-EP - etoposídeo, 100 mg/m² EV no D1, metotrexato, 100 mg/m² EV bolus no D1, seguido de 200 mg/m² EV durante 12 h e actinomicina-D, 0,5 mg EV no D1; ácido folínico, 15 mg IM ou EV ou VO, a cada 12 h por 4 doses, começando 24 h depois do início da administração de metotrexato, etoposídeo, 100 mg/m² EV no D2, actinomicina-D, 0,5 mg EV no D2; etoposídeo, 150 mg/m² EV no D8, cisplatina, 75 mg/m² EV no D8, a cada 2 semanas. Neoplasia Trofoblástica de Sítio Primário Placentário Em caso de deonça residual pós-operatória: EMA-EP conforme descrito acima Carcinoma de Endométrio I) Introdução O câncer de endométrio é uma das neoplasias ginecológicas mais incidentes. Por conta da manifestação clínica geralmente precoce (sangramento vaginal), o prognóstico é satisfatório com cirurgia exclusiva em uma grande parcela dos casos. Baseado nas características clínicas, o câncer de endométrio pode ser dividido em hormônio-dependente e hormônio independente. O primeiro encontra-se em mulheres mais jovens e correlacionado com o subtipo endometrióide, de 18 comportamento mais indolente, e o segundo está associado com idade mais avançada, endométrio atrófico e com os subtipos seroso-papilífero e células claras, de comportamento mais agressivo. II) Estadiamento O estadiamento atualmente disponível pela FIGO/AJCC é eminentemente baseado em achados cirúrgicos e é realizado pelo serviço de ginecologia. Em casos avançados, onde não se considera a possibilidade cirúrgica, pode-se estimar a extensão da doença por métodos de imagem ( RX-tórax e Tomografias Computadorizadas e/ou Ressonância de abdome e pelve ). III) Tratamento Cirúrgico A abordagem cirúrgica faz parte do estadiamento e do tratamento com intenção curativa. O melhor procedimento cirúrgico (laparotomia exploradora, histerectomia total abdominal, linfadenectomia pélvica, anexectomia bilateral, lavado peritoneal, biópsias de áreas suspeitas, omentectomia e amostragem de linfonodos paraaórticos) é decidido pelo serviço de ginecologia e leva em consideração o tipo histológico, o grau do tumor, e a profundidade do envolvimento miometrial. Além do aspecto terapêutico, a importância da abordagem cirúrgica destas pacientes se reflete no fato de que a estratificação de risco e a subseqüente decisão sobre o tratamento complementar são vinculadas ao estadiamento ( Tabela 1). Há no momento uma grande discussão sobre a melhor abordagem adjuvante para as diversas situações clínicas identificadas, e este é um campo onde o melhor manejo está sendo constantemente revisto. Tabela 1- Estratificação de risco de acordo com o estadiamento cirúrgico em pacientes com câncer de endométrio Baixo Risco Risco Intermediário Alto Risco IV) Avaliação de tratamento adjuvante 18 IA e IB, G1 e G2 SG 5 anos > 90% IA e IB G3, IC (G1 e G2) SG 5 anos 70-85% Recidiva local 20% IC G3, II, III e IVA / SG 5 anos <60% Recidiva local >30% IV.a) Câncer de endométrio tipo I ■ Baixo Risco- O tratamento cirúrgico exclusivo é suficiente e não está preconizado tto adjuvante. O melhor procedimento cirúrgico é definido pelo serviço de ginecologia. ● Risco Intermediário- Fica definido que após a cirurgia deve ser indicado o complemento terapêutico com radioterapia. Esta modalidade adjuvante não se mostrou eficiente em termos de aumento de sobrevida, mas aumentou o controle pélvico da doença. Estudos atuais referem que radioterapia externa mais braquiterapia, quando comparado com braquiterapia exclusiva são equivalentes em termos de controle local. Entretanto a decisão quanto à melhor forma de irradiação local deve ser definido pelo serviço de radioterapia.O início do tratamento deve se dar preferencialmente entre 4 e 6 semanas da cirurgia. ● Alto Risco –Apesar de constituírem um único grupo para a maioria dos autores, há uma grande discrepância entre os estadios quando se considera a melhor opção terapêutica e o prognóstico relacionado. A abordagem terapêutica nestes casos é dividida considerando duas situações: (1) casos de alto risco com doença restrita ao útero e (2) casos de alto risco com doença extra-uterina. 1) Doença restrita ao útero- Baseado nos estudos disponíveis, não há evidência definitiva que a quimioterapia sistêmica tenha impacto na sobrevida destes casos, apesar de existir um estudo apontando tendência a maior SLP de pacientes IC acima dos 70 anos. Na rotina do serviço, pacientes com adenocarcinoma endometrióide IC G3 e estadio II são encaminhadas para radioterapia exclusiva, seguida de braquiterapia local. A decisão quanto à melhor forma de irradiação local deve ser definido pelo serviço de radioterapia. 2) Dença extra-uterina- Deve-se considerar o início do tratamento quimioterápico logo Após a cirurgia (idealmente com doença residual < 2 cm). Não há no momento estudo definidores do uso de radioterapia combinada com quimioterapia. ● • Baseado no estudo de fase III GOG 122, para pacientes com KPS>70, indicamos QT adjuvante (cisplatina e doxorubicina) por 6 ciclos. No caso de doença residual pélvica pós-cirurgia, considerar o encaminhamento para complementação com radioterapia local. Em pacientes com KPS adequado, mas com comorbidades como disfunção cardíaca e insuficiência renal, é aceitável o uso de Carboplatina e Paclitaxel (CP) por 6 ciclos em substituição ao esquema Doxorubicina/Cisplatina(AP). AP: 18 Doxorubicina : 50 mg/m2 iv D1 (repetir a cada 21 dias) Cisplatina 60 mg/m2 iv D1 TC Paclitaxel 175 mg/m2 iv D1 (repetir a cada 21 dias) Carboplatina AUC 5 iv ● D1 A radioterapia seqüencial à quimioterapia não está indicada rotineiramente, mas pode ser considerada nos casos com doença residual pós-operatória em pelve e cúpula vaginal. IV.b) Câncer de Endométrio Tipo II (Seroso-Papilífero/ Céls. Claras) São subtipos do câncer de endométrio com comportamento mais agressivo. Apesar de apresentarem diversas características semelhantes aos tumores de ovário, ainda há várias dúvidas sobre o melhor tratamento adjuvante, principalmente nos estádios iniciais. Estádios IA e IB- Radioterapia exclusiva seguida de braquiterapia, nos moldes dos tumores endometrióides de risco intermediário. Entretanto a decisão quanto à melhor forma de irradiação local deve ser definido pelo serviço de radioterapia Estádios IC e II- Os casos englobados neste subgrupo devem ser analisados na MR da Oncologia Clínica. Em caso de ausência de comorbidades está indicado o tratamento com 6 ciclos de Carboplatina e Paclitaxel, exclusivamente. Em casos de idade avançada ou comorbidades limitantes, considerar radioterapia nos moldes dos estádios IA e IB. Estádios III e IVA- Dado o comportamento semelhante às neoplasias ovarianas favorecemos quimioterapia com Carboplatina e Paclitaxel por 6 ciclos, exclusivamente. ● Obs: A radioterapia seqüencial à quimioterapia não está indicada rotineiramente, mas pode ser considerada nos casos com doença residual pós-operatória em pelve e cúpula vaginal. C) Hormonioterapia Adjuvante 18 Não há evidências de que o uso de progestágenos de forma adjuvante aumente a SLD ou a SG. V) Tratamento Paliativo/ Doença Avançada Os fatores prognósticos associados à pacientes com doença avançada englobam principalmente a Idade, extensão da doença, o Performance Status (P.S) e o padrão de Receptores Hormonais(RH). Quimioterapia, hormonioterapia e a radioterapia podem ser utilizadas com resultados satisfatórios. A1) RH positivo ■ Iniciar progestágeno (Megestrol 160 mg/dia) até progressão de doença ou toxicidade proibitiva. ■ Quimioterapia (vide item RH negativo) pode ser considerada como 1ª. linha em casos com comprometimento visceral (fígado e pulmão), seguida então de Megestrol. B) RH negativo ■ Não há evidências de benefícios com hormonioterapia nestas pacientes. ■ Mulheres com P.S 0-2 devem ser tratadas com quimioterapia. ■ AP é considerado o esquema de eleição: ■ ■ ■ ■ ■ ■ A duração do AP deve ser entre 4 e 6 ciclos, na dependência da resposta e da toxicidade. Radioterapia pode ser utilizada como paliação em situações específicas. Monoterapia pode ser individualizada em algumas situações (ex.:doença cardíaca ou renal, recidiva tardia com dose de doxorubicina esgotada). Não há evidências de benefícios em termos de SLP ou SG com 2ª. linha de quimioterapia após a progressão, mas o esquema inicial pode ser repetido em caso de respostas mantidas superiores a 6 meses. Casos com P.S 3 e 4 devem ser mantidos em medidas de suporte com eventual uso de Radioterapia para paliação. Pacientes com estado geral satisfatório mas com contra-indicação para antraciclina ou platina podem ser avaliados em MR para uso de Carboplatina e Paclitaxel com a mesma duração do AP. V) Avaliações de Seguimento A) Pacientes Sem Evidência de Doença 18 ■ ■ ■ Exame físico trimestral por 2 anos e semestral por mais 2 anos. Citologia Vaginal semestral até 2 anos e anual posteriormente. Ca-125 pode ser utilizado semestralmente nos primeiros 2 anos e anualmente até o 5º. ano naquelas pacientes com valores aumentados na apresentação. ■ Nenhum método de imagem deve ser solicitado rotineiramente. B) Pacientes em tratamento paliativo ■ As pacientes em uso de Hormônio ou aquelas que estão em controle após o uso de quimioterapia (RC, RP ou DE) devem ser acompanhados clinicamente, procurando-se minimizar a utilização de métodos de imagem, exceto naquelas situações indicadas pelo quadro clínico. ■ Pacientes em quimioterapia devem realizar exames de imagem comparativos no 4º. e no 6º. ciclo para registro de resposta ou progressão. O tipo de imagem ( RX, TC, RMN, cintigrafia, etc.) ficará na dependência da localização da doença e do método utilizado no diagnóstico. ■ CA-125 também pode ser útil na avaliação de resposta, mas somente em casos com valores aumentados na apresentação. Podem ser repetidos a cada dois meses durante o tratamento. SARCOMAS UTERINOS I) Introdução Os Sarcomas correspondem a 2 a 3% neoplasias malignas uterinas. Os principais subtipos são: leiomiossarcomas, carcinossarcomas, sarcomas de estroma endometrial baixo grau e sarcomas indiferenciado (SEE alto grau). De forma geral, o prognóstico é pior do que o carcinoma endometrial. A via de disseminação preferencial é nodal(pelve e retroperitôneo)-exceção para o LMS. Exames para estadiamento: Exame físico incluindo exame ginecológico e retal por ginecologista oncológico Rotina laboratorial, TC tórax ,TC ou RM abdome e pelve em tumores de alto grau. Cistoscopia e Retosigmóidoscopia se suspeita de extensão vesical e/ou colo-retal. II) Estadiamento IA: tumor limitado ao endométrio IB: invasão tumoral<metade do miométrio IC: invasão tumoral>metade do miométrio 18 IIA: envolvimento endocervical glandular IIB: envolvimento do estroma cervical IIIA: invasão da serosa e/ou anexos e/ou citologia peritonal positiva IIIB: metástases vaginais IIIC: metástases para linfonodos pélvicos e/ou para-aórticos IVA: invasão de bexiga e/ou mucosa intestinal IVB: metástases a distância III)Modalidades de Tratamento A. Cirurgia ● ● Papel da cirurgia:diagnóstico, estadiamento e tratamento curativo. HTA + SOB .Recomenda-se tb a realização de lavado peritoneal, omentectomia e linfadenectomia pélvica e para-aórtica B) Radioterapia Adjuvante ● ● ● Benefício permanece incerto. Não há estudo randomizado com cirurgia isolada como braço controle. Estudos existentes não dividem os pacientes em subtipo histológico,estadiamento e por outros fatores prognósticos Indicações: Carcinossarcoma estadio I e II Não há estudo randomizado mostrando benefício para tratamento radioterápico adjuvante nos outros subtipos histológicos.Estudos mostram melhor controle pélvico com radioterapia em leiomiossarcoma,porém, é muito mais comum recaída à distância C) Quimioterapia Adjuvante Avaliar em Mesa Redonda pacientes com Carcinosarcoma estadio III e IV para tratamento adjuvante com Cisplatina e Ifosfamida. Cisplatina 20 mg/m2 D1-4 IV por 4 ciclos Ifosfamida 1,5g/m2 D1-4 IV Base para a indicação: ■ GOG 150(Gynecol citorredução ótima. Oncol 2007;107:177)232 mulheres com ● Não há estudo randomizado mostrando benefício para tratamento quimioterápico adjuvante nos outros subtipos histológicos de sarcomas uterinos. D) Doença metastática 18 Leiomiossarcomas ■ ADM isolada é eficaz (taxa de resposta 16- 25%) ■ IFO tem eficácia limitada como agente isolado(6%),porém, aumenta taxa de resposta em combinação com ADM Esquema Proposto: Doxorrubicina 60mg/m2 D1 + Ifosfamida 1,5g/m 2 com mesna D1-4 a cada 21 dias por 6 ciclos Base para a indicação: ■ GOG (Gynecol Oncol 1996;62:226) Segunda linha-Gencitabina 1000mg/m2 D1,D8 e D15 a cada 28 dias(em pacientes selecionados), discutidos em MR. Base para a decisão: ■ GOG (Gynecol Oncol 2004;92:644) Fase II 44 pcs em segunda linha LMS metastático Gencitabina 1000mg/m2 d1,d8 e d15 a cada 28 dias Taxa resposta global 21% Carcinosarcomas ■ Esquema Proposto: Cisplatina 50mg/m2 D1 + Ifosfamida 1,5g/m2 com mesna D1-4 a cada 21 dias por 6 ciclos Base para a decisão: ■ Phase III trial of Ifosfamide with or without Cisplatin in carcinosarcoma of the uterus-GOG (Gynecol Oncol 2000;79:147) Segunda linha-Paclitaxel isolado 175mg/m2 D1 a cada 21 dias(em pacientes selecionados). Sarcomas de estroma endometrial Megestrol 160mg/dia até progessão de doença. Doença hormônio-Refratária: Doxorubicina 60 mg/m2 IV a cada 3 semanas por 6 ciclos. 18 18