POLÍTICAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE PANCAS Tiago Victor Ribeiro de Souza1; Jaqueline Siqueira da Motta²; Maria Gabriella Oliosi Martineli³; Rômulo Fonseca Braga4; Rogério Cosmo dos Reis (orientador) 5 1.Estudante de Direito da Faculdade Castelo Branco, Colatina-E.S. E-mail: [email protected] 2.E-mail: [email protected] 3.E-mail: [email protected] 4.E-mail: [email protected] 5.E-mail: rogé[email protected] RESUMO – Dentre várias definições de política uma delas se distingue como ações direcionadas para a população, visando melhorias na educação, saúde, meio ambiente e redução da má distribuição de renda, para a diminuição da pobreza. Surgiu em um determinado momento o conceito de políticas públicas sociais com princípios, objetivos e normas, determinando a atuação do governo em áreas específicas gerando a ampliação e extensão dos benefícios e programas sociais. Através das primeiras leis trabalhistas na década de trinta, o Brasil começou a caminhar no sentido de inserir os necessitados no sistema capitalista, mas essa prerrogativa só foi consolidada com a Const. federal/88 que prevê no art. 195 os recursos orçamentais destinados aos projetos sociais. PALAVRAS CHAVE: Ação social. Desenvolvimento. Redução da criminalidade INTRODUÇÃO: Este trabalho tem como objetivo mostrar as políticas públicas sociais, que são projetos governamentais desenvolvidos pelos municípios com recurso federal e estadual e são ferramentas essenciais para a iniciativa dos municípios diante de projetos voltados para a comunidade carente. O presente trabalho tem como intenção mostrar a realidade do município de Pancas, bem como para as ações voltadas à população carente e a melhoria das condições de vida. Será estudado a forma que os projetos estão sendo implantados pelas secretarias e aqueles que ainda estão sendo analisados para serem colocados em prática, visando a redução da criminalidade, melhoria nas condições de trabalho da população carente, entre outros, para uma concretização de novos resultados de impacto social no Município de Pancas. MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo utilizou dados estatísticos oferecidos pelas secretarias do município de Pancas, bem como a Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Saúde e a Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer. Foram realizadas entrevistas com os respectivos secretários, onde foram fornecidas estatísticas a respeito da quantidade de famílias beneficiadas pelos programas do governo. Além de uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a secretária de Assistência Social, um número aproximado de 2000 famílias atualmente, está recebendo a bolsa família, porém um pouco mais da metade se mostrou presente nas atividades ofertadas pelo município, já que ainda não são obrigatórios. Ainda de acordo com o Diretor da Sec. de cultura, esporte e lazer, grande parte das ações movidas por esta secretaria são destinadas a melhoria das condições de vida da população. As atividades desenvolvidas envolvem na maior parte, crianças de baixa renda, porém não deixando de atender toda a comunidade. Aproximadamente 200 crianças participam das atividades, incluindo esportes como futebol, karatê, capoeira, voleibol, handebol e outros. São movimentos utilizados como uma prevenção entre as crianças do município. Na Secretaria de Saúde, foram recolhidas informações sobre a prevenção de drogas oferecido pelo município. De acordo com a responsável pelas palestras e atividades realizadas nesta secretaria, alguns projetos são desenvolvidos no decorrer do ano ou quando há demanda por parte da população. No cenário social em que Pancas vivência nos tempos atuais, é de preocupação da população que se sente impotente diante do aumento dos crimes, que cada vez mais, vem crescendo e tendo como protagonistas na maioria de atos incomuns, os jovens e adolescentes. Podemos comprovar estes fatos através das reportagens publicadas pelo jornal “O mestre” (jornal local) que faz cobertura dos casos de maior repercussão, já que infelizmente o grupo de pesquisa não obteve êxito ao solicitar dados e estatísticas ao 8º batalhão Polícia Militar de Pancas, para podermos mapear e traçar um melhor perfil dos jovens envolvidos. A inserção da vida no crime se dá ao deslumbramento de um dia ser “visto e enxergado” pela sociedade, trazendo a oportunidade de conseguir facilmente bens materiais que não estão à altura de pessoas com renda inferior. Proporcionando para o marginalizado uma sensação de igualdade que teoricamente teriam, mas na prática não existe. A única informação cedida pela Polícia militar de Pancas, é que somente neste ano foram apreendidos aproximadamente 100 jovens envolvidos apenas com o tráfico, confirmando o auto índice de envolvidos com a criminalidade. Em meio a este caos os projetos sociais oferecidos pelas secretarias de esporte, cultura e lazer, secretaria de saúde e secretaria de ação social, caminha lentamente para reverter a situação que assola a juventude municipal, através de programas sociais realizados no CRAS (centro regional de assistência social) palestras e atividades esportivas. A secretária da ação social, relatou em entrevistas que o orçamento destinado aos projetos é insuficiente para atender toda a demanda e que existem margens para desenvolver programas que realmente modifiquem efetivamente a vida dos cidadãos incluídos com cursos profissionalizantes e o acompanhamento que é fundamental. Mas para isso é necessário um investimento maior, fazendo com que a assistência consiga alcançar seu objetivo com sucesso e alcance toda sociedade necessitada. A principal fonte de pesquisa, a secretária de ação social Inês Helmer, que é a pessoa responsável pelo desenvolvimento dos projetos, informou que o município possui apenas duas assistentes sociais, número abaixo do essencial para uma cidade de aproximadamente 23.125 e com uma extensão territorial de 829,937 km². Tendo uma densidade demográfica de 25,96 hab/km² (dados do IBGE), que é dividido em uma cidade e dois distritos. Deixando claro a deficiência da assistência, que demora chegar com o auxílio à lugares mais isolados. É importante ainda, salientar que de acordo com o relato das assistentes, existem enormes resistências por parte de beneficiados do bolsa família e demais programas. Na maioria dos casos, grande parte da população não aceita participar dos cursos e demais formas de capacitação profissional disponibilizados para este público, alegando que uma futura capacitação os faria perder os benefícios disponibilizados pelo governo. Os cursos são abertos inicialmente com o mínimo de 20 vagas sendo 15 para beneficiados e 5 para a população em geral que esteja interessada. Até hoje os cursos que foram realizados não se obtiveram o preenchimento de todas as vagas disponíveis. Muitos deles até se inscrevem sob ameaça de perder o benefício e no decorrer do tempo percebe-se a desistência de até 30% da turma. CONCLUSÕES: Há uma situação complicada, se tornando um problema não só social mas também cultural no município. Assim, o município está no caminho para uma abertura na vida da população mais carente, tentado inseri-la no meio social e fazendo com que possam viver de forma semelhante à comunidade em geral. Todo trabalho realizado pelas secretarias e órgãos envolvidos, visa não só a melhoria nas condições de vida da população mais carente. Além disso, trabalha com a prevenção da inserção dos jovens na vida criminal. São projetos, ações e iniciativas indispensáveis. É necessário uma maior atenção e preocupação com estas ações, para que desenvolvam e tornem a sociedade mais homogênea. REFERÊNCIAS TEIXEIRA, ELENALDO CELSO. O papel das Políticas Públicas no desenvolvimento local e na transformação da realidade. 2002 - AATR-BA. Disponível em <http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/aatr2/a_pdf/03_aatr_pp_papel.pdf>. Acesso em: 14 out. 2013 DANIEL VÁZQUEZ. Professor-pesquisador da FLACSO-México e Coordenador do Mestrado em Direitos Humanos e Democracia. FLACSO-México. Políticas Públicas na Perspectiva de Direitos Humanos: Um Campo em Construção. Disponível em < http://www.surjournal.org/conteudos/getArtigo14.php?artigo=14,artigo_02.htm> . Acesso em: 13 out. 2013 DINO, Flávio. Superar limites no controle jurisdicional das políticas públicas –sugestões para uma reforma cultural no Judiciário. Disponível em < http://www.premioinnovare.com.br>. Acesso em: 11 out. 2013