11/01/2013 - Veículo: Estadão Nova poupança perde da

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Cliente: Anefac
Data: 11/01/2013
Mídia/ Veículo: Web/ Estadão.com
Inserção/ Editoria: Matéria/ Economia
Entrevistado: Miguel Ribeiro de Oliveira (difusão)
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‘Nova’ poupança perde da
inflação
Caderneta com novas regras rendeu menos que o IPCA, enquanto a
poupança ‘antiga’ teve ganho real de 0,6%, o menor desde 2004
10 de janeiro de 2013 | 21h 35
Luiz Guilherme Gerbelli, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O resultado da inflação superou em muito o
rendimento da poupança, aplicação mais popular do País. Em
dezembro, por exemplo, o IPCA de 0,79% ficou bem acima do
desempenho na nova poupança (0,413%) e da antiga (0,50%).
Em 2012, o País enfrentou um cenário macroeconômico
incomum. A taxa básica de juros caiu, enquanto a inflação
aumentou. O resultado foi que a nova poupança perdeu da
inflação entre setembro e dezembro.
Em relação ao desempenho da poupança antiga, um
levantamento da Economatica divulgado ontem mostrou que a
rentabilidade nominal no ano passado foi de 6,47%, a mais
baixa em 46 anos. O rendimento real (descontada a inflação) foi
de 0,60%, o menor desde 2004.
O novo cálculo para o rendimento da poupança começou a valer
para depósitos realizados a partir de 4 de maio. A nova
rentabilidade está atrelada a 70% da Selic e vale no cenário em
que a taxa de juros estiver em 8,5% ou menos. Para os depósitos
realizados antes dessa data, continua o rendimento mensal de
0,5% mais a Taxa Referencial (TR).
Atratividade. A mudança na forma de tributação não tirou a
atratividade de poupança. Pelo contrário. De maio até
dezembro, a captação foi de R$ 45,6 bilhões, segundo o Banco
Central. Em todo o ano passado, a captação foi de R$ 49,7
bilhões. O valor apurado superou o recorde anterior, de R$ 38,7
bilhões em 2010 e ficou 250% acima do resultado de 2011 ( R$
14,2 bilhões).
Apesar do aumento, houve queda nos rendimentos aplicados no
período. Os recursos que foram depositados na poupança
renderam 2% menos do que o verificado em 2011. "A poupança
continua competitiva, apesar de todas as mudanças", afirma
Fábio Colombo, administrador de investimentos. A grande
vantagem da aplicação é não ter cobrança de Imposto de Renda
e da taxa de administração. Além disso, a aplicação está
garantida em até R$ 70 mil pelo Fundo Garantidor de Crédito
(FGC).
É importante lembrar que a redução da taxa básica de juros da
economia também afetou os fundos, sobretudo os mais
conservadores como os DI e de renda fixa. "Esse recorde na
captação da poupança não veio somente de pessoas de baixa
renda, sem acesso a taxas de retorno maior. A poupança passou
a ser uma boa alternativa com a redução dos juros", diz Miguel
de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac).
Com a taxa de juros atual em 7,25% ao ano, a nova poupança
tem um rendimento superior aos fundos de renda fixa que
cobram taxa de administração acima de 1,5% ao ano, mostra um
estudo da própria Anefac. A poupança antiga continua imbatível
e é melhor do que todos os fundos de renda fixa. "Nada ganha
da poupança antiga. Ela é imbatível", afirma Oliveira.
De toda forma, o fim do ganho fácil com juro alto tem de levar o
brasileiro a pesquisar e a estudar novas modalidades de
investimentos, alertam os especialistas. "Há uma falta de
conhecimento com os investimentos", afirma Mauro Calil,
educador financeiro. Como uma das alternativas para a
poupança, ele sugere, por exemplo, o Tesouro Direto ou o CDB
de bancos médios.
Preocupação. Na avaliação de Ricardo Rocha, professor do
Insper, a elevada captação da poupança também pode ser fruto
da preocupação do brasileiro em poupar, sobretudo no cenário
em que a inadimplência teve forte alta em 2012. "Eu acredito
que a alta do endividamento e da inadimplência fizeram o
brasileiro ter um pouco mais de preocupação em relação a
guardar dinheiro. Além disso, para quem começa com pouco, a
sugestão mais comum é sempre ir para a poupança."
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral,nova
-poupanca-perde-da-inflacao,140314,0.htm
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