desafios da educação profissional: da semiformação a

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DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: DA SEMIFORMAÇÃO A
AUTONOMIA
Manuela Pires Weissböck (PIBIC/UNICENTRO), Paulo Guilhermeti
(Orientador), e-mail: [email protected]
Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO/Departamento de
Pedagogia - Guarapuava/PR
Palavras-chave: Educação Profissional, Trabalho, Materialismo Histórico,
Teoria Crítica.
Resumo:
O presente trabalho faz uma análise sobre as recentes transformações que
ocorreram no mundo do trabalho nas últimas três décadas e suas principais
conseqüências para a formação profissional, partindo de análises do modelo da
educação básica atual. Este projeto faz parte do Programa de Iniciação
Científica – PIBIC/CNPq (2007/2008) intitulado “Mudanças no mundo do
trabalho e conseqüências para a educação profissional”. A idéia central é
buscar mediações que se apresentam de maneira mais evidente na literatura
em questão e na prática social e educativa e que podem auxiliar o educador a
compreender as relações envolvidas neste processo, bem como, utilizar
práticas que dêem significado aos alunos.
Introdução:
A educação profissional surgiu associada à formação de mão-de-obra,
reproduzindo o dualismo na sociedade brasileira entre a elite e as minorias. A
desvinculação entre a educação básica e a formação profissional para o
trabalho predominou até o século passado e sempre foi vinculada às classes
menos favorecidas, de caráter assistencialista. Com o surgimento de legislação
própria, a educação profissional exigiu uma sólida escolaridade básica, fazendo
com que o aluno se tornasse polivalente. Com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (9394/96) – LDB, um novo paradigma é apresentado: conduzir o
cidadão ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
Esse novo enfoque supõe a superação total da educação profissional como
simples instrumento de uma política de cunho assistencialista, fazendo com
que este nível de educação seja uma importante estratégia para o acesso às
conquistas científicas e tecnológicas da sociedade contemporânea.
Materiais e métodos:
Este trabalho parte de uma pesquisa bibliográfica que utiliza o Materialismo
Histórico e a Teoria Crítica como referenciais teóricos para analisar as
transformações no mundo do trabalho nas últimas três décadas e as
conseqüências para a educação profissional, partindo também de uma análise
da educação básica.
Resultados e discussões:
Partindo de uma análise do Materialismo Histórico, o modo de produção
capitalista organizou-se uma forma de promover a valorização do capital
através do padrão de acumulação fordista/taylorista até a crise de 1973. Esta
crise impôs novos métodos de expansão para garantir a funcionalidade e a
reprodução do capital. A partir disto, percebemos como as escolas vêm se
estruturando a partir de uma lógica organizada a partir do capital. A educação
profissional, desde seu caráter inicial assistencialista e formador de mão-deobra para a indústria, passou a desafiar o aluno em seu processo de
aprendizagem, a fim de desenvolver sua autonomia intelectual, de modo que
ele tenha condições de continuar aprendendo e articulando as várias
dimensões da educação do trabalho, da ciência e da tecnologia. Uma análise
atual da situação da educação profissional a partir do contexto do capitalismo
evidencia o conceito de “competência profissional” como exigência da inclusão
de novos conteúdos, novas formas de organização do trabalho, a incorporação
dos conhecimentos adquiridos na prática, metodologias que propiciem o
desenvolvimento da capacidade de resolver problemas novos e a comunicação
de idéias. Portanto, é imprescindível que se discuta o processo de formação
cultural partindo da educação básica chegando à educação profissional como
elemento de análise dos processos de semiformação existentes que revelam
uma apropriação cultural danificada e que corresponde à continuidade do modo
de produção capitalista.
Conclusões:
A Teoria Crítica entende que a formação cultural do sujeito é hoje, a única
possibilidade de sobrevivência da cultura (Bildung). A educação profissional,
assim como a educação básica, vive atualmente um processo de socialização
da semiformação. O processo educativo tornou-se via da adaptação e da
consciência das massas através da ideologia e a expressão da divisão técnica
e social do trabalho, tal como é constituída a sociedade capitalista. A partir de
nossos estudos, entendemos que é preciso tornar primeiro a educação básica
um suporte para que a educação profissional se torne um espaço de
contradições, de questionamentos e de produção de autonomia intelectual,
diferente do atual cenário em que há uma transposição de técnicas,
fragmentação pedagógica, distanciamento entre concepção e execução da
qual fazem parte os especialistas. Este é um retrato fiel do fetichismo da
autonomia, discutido por Marx (1985) em “O Capital”, obra que também
potencializa nossas discussões a respeito da formação educacional que hoje
permeia a educação em todas as esferas de nossa pesquisa.
Referências:
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ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Tradução:
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