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DA ECONOMIA SOLIDÁRIA AO COMÉRCIO JUSTO
Wanderson Dutra Gresele (UNIMEO), Valdinei Aparecido de Oliveira (UNIMEO),
Paulo Costa de Almeida (UNIMEO), Sebastião Cavalcanti Neto (Orientador – Dep.
de Administração/UNIMEO).
Palavras-chave: economia solidária, comércio justo, consumo solidário.
Resumo
Com o objetivo de discutir teoricamente a Economia Solidária ao Comércio
Justo se justificando pela grande importância que Economia Solidária possui como
uma alternativa nova e eficaz para a criação de empregos, reação e combate a
pobreza e um meio de divisão de renda. Apresente pesquisa identificou que para o
crescimento da Economia Solidária é indispensável o Comércio Justo.
Introdução
Na passagem dos últimos dois séculos de expansão e domínio da civilização, o
sistema econômico classificou e separou gradativamente os indivíduos por seu
poder de aquisição. GAIGER (2004) diz que desde então surgiram reações de
resistências que podem ser compreendidas como formas de não dependência da
sorte. CATTANI (2003) vem dizer que há a necessidade de construir uma outra
economia, que no lugar da concorrência devem emergir sentimentos como o da
cooperação e da solidariedade, no lugar de devastação a relação respeitosa, do
acúmulo pela generosidade, partilha e doação. A partir da Segunda metade dos
anos 90, a economia solidária foi sinalizada como conceito de gestão e houve então
a necessidade de uma compreensão de iniciativas emergentes e pouco conhecidas.
Materiais e Métodos
Esta pesquisa pode ser definida por LAKATOS e MARCONI (1991) como uma
pesquisa bibliográfica. Onde os autores citam que serve para identificar como e em
que estado o problema se concentra, permitindo que estabeleça um modelo teórico
de referência. Complementam dizendo que a pesquisa bibliográfica é uma coleta
sobre determinado assunto, baseando-se nos principais trabalhos já realizados, por
estarem capacitados de fornecer dados atuais e relevantes. Assim a presente
pesquisa buscou discutir do tema economia solidária ao comercio justo, verificando
várias formas diferente de contribuições existentes sobre o determinado tema, como
sugerido por OLIVEIRA (2002). Tendo contribuições de autores como CATTANI,
GAIGER, LECHAT, MOURA e MEIRA, SINGER no assunto de economia solidária e
em comércio justo: FRANÇA, SCHNEIDER et al.
Resultados e Discussões
Economia Solidária
O termo economia solidária é de difícil definição. Segundo GUÉLIN
referenciado por LECHAT (2002) durante cerca de 150 anos serviu para referir sobre
diferentes realidades, mas segundo o autor, atualmente o termo pode ser definido
por organismos produtores de bens ou serviços, onde a participação é livre e não
pode ter a origem de retenção de capital e a detenção de capital não fundamentada
a aplicação dos lucros. Para SINGER (2007) a economia solidária busca a igualdade
e democracia dentro da empresa, também sendo como no relacionamento entre
empresas em rede, produtores e consumidores. Com o resultado de tantas
definições MOURA e MEIRA (2002) revelam que o termo é síntese de uma
diversidade de experiências de caráter econômico com base na solidariedade.
LECHAT (2002) baseado em Laville e Roustang, contribui dizendo que o significado
da economia solidária proporciona uma ênfase sobre o desejo de uma economia
social, tentando evitar o vazio entre o econômico, social e político, assim o autor
afirma que é a articulação desses que entra o essencial da economia solidária. Para
SINGER (2002, p.114), a economia solidária virá a ser uma alternativa superior ao
método econômico atual, superior não economicamente em termos, mas oferecendo
ao mercado produtos ou serviços melhores em termos de preço e qualidade.
Para SINGER (2002, p.117) o “crescimento da economia solidária pode
desembocar em duas formas muito distintas de relacionamento com a economia
inclusiva, dominado pelo capital”. Uma dela sugerido pelo autor seria isolamento,
onde o ES tenderia a formar um meio auto-suficiente, não tendo interferências do
meio capitalista, por meio de consumidores motivados, chamado aqui pelo autor de
consumo solidário, que dá preferência a mercadorias fornecidas por EES
(Empreendimentos de Economia Solidária). O autor cita que já existe um movimento
nesse sentido, o comércio justo (fair trade), que procura romper a idéia de comprar
em proveito pessoal, mas com base no modo de produção. SINGER (2002) se
baseando em Mance, diz que consumir produtos que possuem qualidade iguais que
os similares, podendo ser ou não mais caros, com o fim de promover o bem-vier
coletivo é o que se denomina por consumo solidário. Seguindo o autor, os
empreendimentos de economia solidária, não possuem meios para competir com as
empresas capitalistas, é o fator principal para a permanência desses EES, precárias
e de pequenas proporções é o consumo solidário que a elas chegam .
Consumo Solidário
Para FRANÇA (2002) o século XX é marcado pela sociedade consumista, com
as transformações tecnológicas permitiram um grande progresso á produção
levando o consumo a um papel cada vez mais central na relação humana. Chegouse a chamar de “excluído” (FRANÇA, 2002 p.140) as pessoas que não tem
viabilidade no mercado de consumo, como se esse pudesse definir se o ser humano
deve ou não está inserida na sociedade, o autor chega a citar que o consumo
chegou a impor a lógica de “eu consumo, logo existo”, e que as identidades estão
ligadas com o que as pessoas consomem.
O consumo solidário significa consumir bens ou serviços que atendam às
necessidades e desejos do consumidor, buscando realizar o seu bem-viver pessoal,
promovendo o bem viver dos trabalhadores que elaboram, distribuem e
comercializam o devido produto ou serviço, mantendo o equilíbrio ambiental e por
último contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, CATTANI
(2003).
Comércio Justo
Comércio justo, também conhecido como comércio ético, comércio solidário, ou
internacionalmente por Fair Trade segundo CATTANI (2003) não é apenas uma
relação comercial, busca também ser uma relação de cooperação e colaboração
entre os produtores e os compradores, com bases na igualdade e nos respeito
recíproco. Para SCHNEIDER et al (2004) o consumidor está mais crítico e cada vez
mais consciente com as conseqüências da globalização e está em busca de novos
meios para um mundo mais harmônico. Conforme o autor o consumidor está em
plena evolução do seu poder de escolha, estando disposto a pagar mais por
produtos com valor social agregado, considerando-se que este consumidor pode
chegar a boicotar empresas que não respeitem seus valores. FRANÇA (2002) busca
dizer com base em uma pesquisa da European Fair Trade Association (EFTA) que
os consumidores europeus demonstraram uma maior responsabilidade no ato de
comprar estando prontos a pagar um adicional por mercadorias que apresentam
qualidades economicamente justas. O autor cita o caso da Inglaterra, onde 68%
estão dispostos a pagar mais por estes tipos de produtos, e tendo que 86% sabem
quais são os produtos do comércio justo. SHNEIDER et al (2004) ressalta que o
consumidor brasileiro aparentemente se iguala ao padrão internacional, no que diz
respeito ao consumo solidário. São seus consumidores basicamente mulheres de
nível superior, com um maior poder aquisitivo e politizado, se enquadrando na faixa
etária de 25 a 50 anos. O autor busca no Instituto Akatu, para dizer que em recente
pesquisa o consumidor solidário está se tornando consciente, mas na própria
pesquisa demonstra que a capacidade dos consumidores em pensar nos resultados
do ato da compra ainda é nova. GUERREIRO (2007) vem contribuir que a baixa
renda do consumidor brasileiro é uma barreira para a evolução co comercio justo no
Brasil, onde que os consumidores que detém melhor poder aquisitivo e maior
consciência esta no hemisfério norte.
Conclusões
Concluísse que o poder se escolha dos consumidores pode alterar a realidade
existente, onde que para SINGER (2002) quando uma organização de rede integrar
todas em cadeia produtiva, consumindo e produzindo principalmente para o
crescimento da própria rede, que poderá se expandir multiplicando-se em novas, daí
um novo jeito de gerar economia se desenvolverá, em razão da incorporação ao
processo produtivo dos trabalhadores atualmente excluídos, também a qualificação
permitirá o aumento da produção e redução da jornada de trabalho, dessa forma o
autor cita que daí uma nova sociedade pós-capitalista estará surgindo.
Referências
CATTANI, A. D. A Outra Economia. 1.ed., Porto Alegre – RS: Veraz Editores, 2003.
FRANÇA, C. L. de. Comércio Ético e Solidário. 1.ed., São Paulo – SP: Fundação
Friedrich Ebert, 2002.
GAIGER, L. I. Sentidos e Experiências da Economia solidária no Brasil. 1.
ed.,Porto Alegre – RS: Editora da UFRGS, 2004.
GUERREIRO, C. Cresce a Discussão do Comércio Justo no Brasil. Gazeta
Mercantil, disponível em: http://www.ajudabrasil.org/noticias.asp?idnoticia=1812
acessado em 10/03/2007 as 00:30.
LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia Científica. 3.
ed., São Paulo-SP, Editora Atlas, 1991.
LECHAT, N. M. P. AS Raízes da Economia Solidária e seu Apareciemento no
Brasil. Palestra proferida na UNICAMP no II Seminário de Incubadoras
Tecnológicas de Cooperativas Populares, 2002.
MOURA, M S.; MEIRA; Desafios da Gestão de Empreendimentos Solidários.
Bahia Análise e Dados, Salvador – Bahia, 2002, v. 12 n. 1 p-77-84.
OLIVEIRA, Silvio L. de. Tratado de Metodologia Cientifica. 2. ed., São Paulo –
SP: Editora Pioneira Thomson Learning, 2002.
SCHNEIDER, J.; RINCON, J.; ALVES, L Comércio Justo Pesquisa Mundial,
Sumário Executivo. 1.ed., Brasília: Sebrae, 2004.
SINGER, Paul. Introdução a Economia Soldaria. 1º edição, São Paulo – SP,
Fundação Perseu Abrano, 2002.
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