velhice : identidade e subjetividade

Propaganda
1
Velhice: Identidade e Subjetividade
Extraído das Páginas 33/35 do Excelente Livro
Perspectiva Cultural do Envelhecimento
Um dos diversos documentos que formam o acervo do Programa
Futuridade, da então SEADs – Secretaria Estadual de Assistência e
Desenvolvimento Social de São Paulo, rebatizada nesta segunda gestão
do Governador Geraldo Alckmin de SEDS – Secretaria de
Desenvolvimento Social
A autora do texto VELHICE: IDENTIDADE SUBJETIVIDADE é a
gerontóloga Elisabeth Frohlich Mercadante, Doutora em Ciências
Sociais (PUC-SP), coordenadora e professora do Programa de Estudos
Pós-Graduados em Gerontologia, antropóloga, pesquisadora na área
de Gerontologia e outros títulos ilustres
Trecho extraído do livro PERSPECTIVA CULTURAL DO
ENVELHECIMENTO por Maria Amelia Vampré Xavier, Diretora
para Assuntos Internacionais da Federação Nacional das APAEs,
Brasília (temos 2.080 APAEs atualmente no Brasil), integrante da
Rebrates, SP, Associação Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Membro
honorário vitalício de Inclusion International, a organização mundial
de famílias com um filho com deficiência intelectual, em 20 de
fevereiro de 2011
Viver não dói. O que dói
É o tempo, essa força onírica
Em que se criam os mitos
Que o próprio tempo devora
EMÍLIO MOURA : CANÇÃO
O processo do envelhecimento das populações, como fenômeno mundial,
tem atraído a atenção dos pesquisadores de todos os quadrantes pois se
consideramos, como dizem alguns especialistas da área que o mundo terá
em 2050 perto de 2 bilhões de pessoas idosas no mundo, considerando as
que já atingiram a idade de 60 anos, temos à nossa frente, nós, da sociedade
civil, interessados nos grandes problemas sociais de nosso tempo, a grande
responsabilidade de pensar soluções que possam atenuar as dificuldades
enfrentadas para, governos e povos, criarmos políticas sociais justas, que
2
contemplem uma melhor qualidade de vida para todos nós que estamos
envelhecendo e as numerosas gerações que virão em nosso encalço.
“Refletir sobre a velhice implica a utilização de conceitos e noções que
possam fundamentar a compreensão sobre as idéias a ela relacionadas.
Este texto apresenta e discute duas noções que sustentam várias
explicações teóricas levadas a efeito pelas ciências humanas e sociais nas
análises desenvolvidas sobre diversos temas, entre eles a velhice:
identidade e subjetividade.
IDENTIDADE
A questão da identidade faz com que nos perguntemos “quem somos?”,
tanto pessoal como socialmente. Assim, a resposta e a explicação do
“quem somos” remetem a uma análise que deve levar em conta uma
“identidade pessoal” que nos defina como indivíduos, e uma “identidade
social” que nos explique como membros de grupos.
A identidade, seja ela social ou grupal, é pensada e construída com base
em uma relação social que se estabelece ente o “eu” e o “outro.” A
principal característica dessa relação é o fato de ela apresentar-se sempre
como “constratva”, isto é, o “eu” sempre se define na “alteridade”, no
contraste com “o outro”. O “eu” é o contrário do “outro” Portanto, não
se pode falar de identidade sem apontar essa relação.
Em outras palavras, em seu significado mais próximo a identidade, tanto
individual como social, diz respeito à separação e ao ordenamento de
grupos de uma população em uma série de categorias definidas em termos
de “nós” e “eles”.
De maneira geral, na noção de identidade, o destaque é dado às diferenças
e às qualidades positivas. Os cientistas sociais utilizam essa noção na
análise das diversas minorias étnicas, religiosas e de grupos sociais. Esses
grupos (identidades sociais) podem ser de muitos tipos ou
composições:homossexuais, prostitutas, camadas sociais (média, por
exemplo), grupos ocupacionais (carpinteiros, médicos, advogados,
empregadas domésticas etc.) e tantos outros que possam ser classificados
pela categoria identidade. A justificativa do uso da categoria identidade
para demarcar cada um desses grupos se apóia no fato de eles terem um
mínimo de continuidade temporal e articularem suas experiências comuns
em torno de certas tradições e valores.
3
O que se quer, inicialmente ressaltar nessa concepção é que a
heterogeneidade social passa a ser o fundamento, o pressuposto que
explica as próprias sociedades complexas de hoje. Desse modo, os vários
grupos sociais, com suas características singulares, isto é, as diferentes
identidades sociais, são vistos como facetas diversas da plural e
multifacetada sociedade moderna.
A idéia da heterogeneidade como marca fundamental das sociedades
complexas chama a atenção para a participação diferenciada dos
indivíduos e grupos na sociedade. Assim, esses indivíduos e grupos faziam
leituras diferentes sobre temas comuns e gerais presentes em suas
sociedades.
Digitado por Maria Amélia Vampré Xavier em São Paulo em 20 de
fevereiro de 2011.
Download