(Do Senhor PEDRO CHAVES) Discurso proferido em 27 de agosto de 2013: Desenvolvimento Econômico e Social do Estado de Goiás e da Região Centro-Oeste. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados: Quero abordar hoje as potencialidades e as perspectivas de crescimento da economia e do desenvolvimento econômicosocial de Goiás e da Região Centro-Oeste. O setor privado, em busca de oportunidades e mercados mais dinâmicos, voltou-se para essa região habitada por mais de 13 milhões de brasileiros distribuídos entre o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A região é a que mais tem aparelhos celulares por habitante no Brasil, 2,2 por pessoa, e onde as empresas de tecnologia mais crescem. No varejo, as vendas seguem a ritmo forte, com taxa de expansão média de 8% ao ano. Toda essa prosperidade é bancada, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por um dos Produtos Internos Brutos (PIB) per capita mais elevados do país, ao redor de R$ 20 mil. O Centro-Oeste portanto, é a região mais promissora do nosso país. Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal estão sendo impulsionados pelo bom momento da agropecuária e, mais recentemente, pelo aumento da cotação dos grãos no mercado internacional. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central referente ao Centro-Oeste apontou um crescimento de 5,9% nos 12 meses encerrados em maio - na sequência, estão o Sul (4,4%) e o Nordeste (4,2%). Por trimestre, o crescimento do Centro-Oeste já é o maior do País há um ano, segundo o BC. No fim do ano passado, em novembro, o maior crescimento acumulado em 12 meses era da Região Norte (4,8%), seguida de perto pelo Nordeste (4,7%) e Centro-Oeste (4,2%). O Centro-Oeste é o principal produtor de grãos do Brasil. Na safra de 2013, que deve ser recorde, o IBGE prevê que a região será responsável por 42,7% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de todo o País - somente Mato Grosso produz 20 milhões de toneladas de soja, o que sozinho o torna o quarto maior produtor do mundo. O crescimento do agronegócio estimula outros setores da economia, com impacto direto no emprego no Centro-Oeste. A evolução na contratação de trabalhadores com carteira assinada na região se mantém no mesmo patamar de 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged). O Centro-Oeste é a única região que conseguiu manter o mesmo ritmo do crescimento do emprego. Há uma retomada da capacidade de investimento, em renovação de maquinário, o que dinamiza a economia local. Ou seja, todos os provedores de insumos e serviços para os produtores acabam se beneficiando. Nos últimos anos, o Centro-Oeste aumentou a sua participação no PIB nacional. De 2002 para 2009, segundo o IBGE, cresceu de 8,8% para 9,6%. O aumento de 0,8 ponto percentual no período foi o maior entre todas as regiões. Esse crescimento, impulsionado pelo agronegócio, alterou a estrutura das classes sociais. O dinheiro do agronegócio é como o crédito funciona para outras regiões do País. É um alavancador do consumo, o que faz com que toda a máquina cresça. A nova classe média a chamada classe C - corresponde a um mercado consumidor de R$ 98,7 bilhões. A região Centro-Oeste deve ser considerada como um grande espetáculo do crescimento econômico brasileiro ao longo das últimas décadas. Comparando-se as taxas de crescimento do PIB da região com as do Brasil verificamos a elevada performance apresentada pelo Centro Oeste, que nos últimos 40 anos cresceu aproximadamente 9% ao ano. Conforme constata estudo elaborado pelo IPEA, desde o início dos anos 60, o crescimento observado na sua economia, além de muito alto foi também bastante estável, inclusive em períodos de crises verificadas na economia brasileira. Nesse contexto de crescimento, o estado de Goiás se insere de forma significativa. Isto pode ser confirmado com a constatação de que importantes transformações estruturais de sua economia aconteceram nas últimas décadas, com o aprofundamento de sua relação de complementaridade com o centro dinâmico do país, permitindo a consolidação de bases para o crescimento econômico do estado. Deve ser destacada, assim como para todo o CentroOeste, a participação fundamental dos setores públicos principalmente federal e municipais para esse desenvolvimento regional. Ao verificar o desenvolvimento do Estado de Goiás ao longo das décadas pode-se deparar com a busca pelo crescimento econômico, via modernização dos setores agropecuário e agroindustrial, fortemente amparada por políticas públicas como crédito rural, planos regionais de desenvolvimento, política de preços mínimos,etc. É certo que a frequência e a magnitude com que essas políticas foram implementadas variam no tempo e na forma de intervenção. No entanto, foram fundamentais para a consolidação de um processo de desenvolvimento regional para o Centro-Oeste e para Goiás. Recentemente, com a crise dos anos 90 e as consequentes mudanças na política nacional, as políticas regionais e setoriais sofreram transformações profundas, exigindo mudanças nas estratégias de políticas públicas até então implementadas. É um período de intensa reestruturação da participação do poder público na condução do processo de desenvolvimento do Estado de Goiás. Destaca-se a atividade agropecuária no Estado de Goiás que registrou recentemente um crescimento da ordem de 7%. Este fato é decorrente do aumento da produção de soja e milho, aliado à melhoria de seus preços. A atividade industrial apresentou, também, um crescimento significativo, com destaque para a indústria química (polo farmacêutico), metalúrgica básica, fabricação de produtos minerais não metálicos, confecção de artigos de vestuário e acessórios e agroindústria. Este fato contribuiu para a elevação considerável do PIB per capita do estado de Goiás; consequentemente as taxas de crescimento da economia goiana são superiores àquelas verificadas para a economia nacional. E como resultado, constata-se um crescimento populacional em Goiás com taxas superiores à média nacional. Deve ser registrado também que, nos últimos trinta anos, a economia goiana cresceu acima da média nacional, com as transformações socioeconômicas e integração com o centro dinâmico do país. Nesse sentido, o Centro-Oeste deve ser considerado como um grande espetáculo do crescimento econômico brasileiro ao longo das últimas décadas. Este fato ocorre com a perda paulatina de importância relativa do seu setor tradicional, para o aumento de importância dos setores responsáveis por atividades produtivas, com geração de mais alto valor agregado por unidade de produto. No entanto, ainda é forte a importância do setor agropecuário para a economia da região uma vez que foi por intermédio do setor primário que se deu a ocupação do espaço regional e uma maior integração comercial com outras regiões do Brasil. Apesar desse cenário favorável muito ainda precisa ser feito para que o Centro-Oeste e o Estado de Goiás atinjam um desenvolvimento sustentável e igualitário. Os desequilíbrios no processo de desenvolvimento existem tanto dentro da própria região como entre estados e municípios. Implementar estratégias definitivas para sustentar o crescimento econômico que hoje o Estado de Goiás atingiu, sem permitir a desestruturação do processo de renda, é o foco central das políticas públicas nacionais, estaduais e municipais. Nesse sentido, não se pode pensar o desenvolvimento regional para o Centro Oeste e para o Estado de Goiás sem a construção de um arcabouço consistente de parcerias entre os entes públicos e privados, condutores do desenvolvimento e da geração de renda na região. A inclusão social, a redução de desequilíbrios inter e entre regiões, a distribuição mais equitativa de renda tornam-se os caminhos necessários para a estratégia de desenvolvimento sustentável que o estado de Goiás tem perseguido ao longo dos anos. O valor adicionado da indústria goiana evoluiu de R$ 3,134 bilhões, em 1996, para R$ 20,410 bilhões, em 2009, apresentando crescimento nominal de 551%, de acordo com os últimos dados publicados pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em igual período, o Brasil teve um crescimento bem mais modesto, em torno de 288%. O Estado de Goiás vem se destacando no cenário econômico nacional devido à sua localização estratégica para distribuição de produtos no mercado interno, ao seu grande potencial de produção de matérias-primas de origem animal, vegetal e mineral, bem como o arrojo das políticas de atração de investimentos iniciadas com o Programa Fomentar, nos anos 80. A evolução do PIB goiano é associada a esse contexto, somado à diversidade crescente dos setores industriais, considerando a chegada de novos empreendimentos em áreas estratégicas, como a farmoquímica, sucroalcooleira e automobilística. Ao longo dos anos, os empresários locais e investidores externos, procuraram ampliar a produção e a participação em outros mercados, por meio de substituição de tecnologias, melhoria da qualidade do produto e redução de custos, tornando-se competitivos. Outra informação que contribui para validar a forte expansão do setor industrial local é que, no período de 20022009, a taxa média anual de crescimento do valor adicionado foi de 4,1%, enquanto, em igual período, o País teve uma taxa de 2,4%. “É evidente a participação positiva dos demais setores no PIB goiano; contudo, há de se destacar que o setor industrial tem maior capacidade de agregação de valores ao produto transformado, trazendo mais riquezas, bem como apresentando forte destaque em relação a geração de emprego”. Os incentivos fiscais, combatido por muitos, por ensejar renúncia a impostos que seriam normalmente arrecadados, revelaram-se grandes geradores de impostos. Em 2011, foram arrecadados, em Goiás, R$1,971 bilhão, contra apenas R$ 459,59 bilhões em 1996. A expansão da arrecadação está ligada à expansão industrial no Estado. Não se trata aqui de validar a carga tributária estadual, nem a complexidade de sua legislação, mais sim inserir, diante dos resultados de crescimento na arrecadação, de que a indústria gera riquezas agregadas: arrecadação, emprego e renda. E que vem sendo substancial a participação da indústria no desenvolvimento do Estado. Goiás tem se mostrado um estado dinâmico, o que permite proporcionar importantes ganhos de participação na renda gerada no país. Esse fato pode ser creditado, em grande parte, à indústria, cujo desenvolvimento se deu por meio da integração entre a agropecuária moderna e o avanço da agroindústria, bem como pela emergência de novas atividades industriais atraídas pelas políticas de incentivos fiscais. O avanço da agroindústria e o surgimento das novas atividades industriais propiciaram a expansão do setor de serviços, de forma que a economia goiana foi paulatinamente mudando seu perfil produtivo. A atração de empreendimentos industriais e a expansão do setor de serviços vêm contribuindo para ampliar a espacialização da geração de renda no estado. As principais atividades produtivas, inicialmente com maior concentração nas áreas de adensamento populacional, com o passar dos anos se expandiram para municípios não metropolitanos, principalmente cidades medianas com potencial aglomerador. Embora a geração de renda em Goiás tenha espraiado mais nos últimos anos, ela ainda continua com elevada concentração em poucos municípios, o que fortalece o primordial desafio de promover um desenvolvimento harmônico em todas as regiões. Os segmentos que registram o maior índice de crescimento da economia goiana são: agronegócio, através do complexo: soja, cana de açúcar, complexo: carnes, milho, comércio e serviços, através de unidades de saúde e ensino, entretenimento e distribuição; e indústria, através da agroindústria, automobilística, mineração, química e farmacêutica e sucroenergética. Aspectos que justificam o crescimento da economia goiana: avanço da demanda interna pela agroindústria, e externa, por milho e soja; aumento da demanda interna e externa por etanol; e crescimento da atividade industrial, tendo a borracha como matéria prima. Outros fatores estimulantes são a diversificação de produção industrial com o crescimento de setores automotivo e farmoquímico; especialização do setor de comércio e serviços nas cidades do interior; e avanço do poder aquisitivo da população, com melhoria de emprego e renda e do mercado consumidor. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) do Governo Federal prevê a construção de vários empreendimentos, direcionados à infraestrutura de transportes, à geração e distribuição de energia, Programa Cidade Melhor — infraestrutura urbana — Minha Casa, Minha Vida e também a ampliação da rede de água tratada e captação de esgoto. Em 2014, mais R$ 14 bilhões virão para as obras em Goiás. Sessenta e oito(68) obras fazem parte do eixo de ações dos programas Luz para Todos, Água em Áreas Urbanas e Recursos Hídricos, Projetos de Hidrovias, Aeroportos, Rodovias, Ferrovias e Obras de geração e transmissão de energia elétrica. Há também 736 frentes de serviços sociais e urbanos com ações de ampliação na cobertura de serviços comunitários nas áreas de saúde, educação e cultura. Fazem parte desse eixo as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), as Unidades Básicas de Saúde (UBS), creches e pré-escolas, quadras poliesportivas nas escolas e praças de esportes e cultura. Outra área que é atendida pelo PAC é o de financiamento para aquisição de imóveis novos e usados, do Programa Minha Casa, Minha Vida. Para Goiás são várias ações do PAC para a contratação de unidades habitacionais com prioridade às famílias de baixa renda, com obras de infraestrutura como drenagem, abastecimento de água, esgotamento sanitário e iluminação pública, entre outras. Também são previstas obras em infraestrutura social e urbana, no denominado Programa Cidade Melhor, que objetiva o aumento da cobertura de coleta e tratamento de esgoto, proteção dos mananciais, despoluição de cursos d’água e no tratamento de resíduos sólidos. O setor rodoviário tem um papel importante não só para Goiás, mas para o País, em especial para o Brasil Central, já que se trata de um corredor logístico estratégico também para Estados vizinhos, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. O Aeroporto Santa Genoveva, única plataforma de embarque e desembarque aéreo da capital do Estado que é a nona economia do País; terá as obras de ampliação e reforma retomadas brevemente, após acordo firmado entre a Infraero e o Tribunal de Contas da União. O Ministério da Integração Nacional anunciou a alocação de R$ 2,5 bilhões do total de R$ 5,4 bilhões disponíveis no Fundo Constitucional do Centro-Oeste, FCO para dar impulso à economia regional. Os recursos do FCO possibilitam investimentos significativos em infraestrutura e logística em toda a região e a definição de parcerias público privadas. Este recurso é repassado anualmente para o Centro Oeste. O Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO) consolida o projeto de regulamentação da Sudeco, iniciado em maio de 2011 por decisão da presidenta Dilma Rousseff. O FDCO vai assegurar recursos para a implantação de projetos de desenvolvimento e a realização de investimentos em infraestrutura, ações e serviços públicos considerados prioritários no Plano Regional de Desenvolvimento do CentroOeste. É preciso ressaltar outros investimentos do Ministério da Integração Nacional no Centro-Oeste. Já estão consolidados R$ 704 milhões em convênios na região. Há, também, a carteira de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento voltada para o Centro-Oeste, com R$ 334 milhões. O Ministério da Integração Nacional autorizou - por meio da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional (SDR) - a assinatura de cinco Acordos de Cooperação Técnica para implantação, recuperação e ampliação de sistemas de abastecimento de água em áreas rurais, além de ações para a inclusão produtiva da população em situação de extrema pobreza. No total, o estado de Mato Grosso recebeu R$ 25 milhões, Mato Grosso do Sul mais R$ 15 milhões, e Goiás R$ 10 milhões. As ações para o abastecimento de água fazem parte do programa Água para Todos do Governo Dilma, que tem o objetivo de universalizar o acesso à água tratada para milhares de pessoas até 2014. A meta do Governo Federal é universalizar o acesso à água. Além das assinaturas já consolidas nos estados do Centro-Oeste, novos acordos serão feitos, para que todos os estados sejam atendidos na questão da água. Conforme a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, apenas 36% dos três estados da região e mais o Distrito Federal estão cobertos com serviços completos de saneamento (abastecimento de água, tratamento de esgoto e/ou rede pluvial). O PAC prevê ainda R$ 4,3 bilhões nos próximos quatros anos para a construção, reforma e aquisição de moradias, beneficiando milhares de famílias. A região é responsável por 6,8% do déficit habitacional brasileiro - o correspondente a 537 mil moradias. A Ferrovia Norte-Sul, projetada para ser uma estrada de ferro central, tronco do modal no Brasil. Ela ligará as ferrovias do Sul, Sudeste e Centro-Oeste ao Norte e Nordeste do país. Um corredor de 1.574 km fará a ligação entre o Cerrado e o litoral do Maranhão. Numa ponta está o município de Anápolis, em Goiás, e na outra Açailândia, no Maranhão. A partir de Açailândia, as cargas poderão seguir para o porto de Itaqui pela Estrada de Ferro Carajás. A integração do Nordeste do Brasil com o Sudeste ocorrerá pela Ferrovia Norte-Sul, através da Extensão Sul. São 681 km entre Ouro Verde, em Goiás e Estrela D'Oeste, em São Paulo. O setor produtivo terá seus insumos barateados por causa do frete. Em algumas cidades,os portos secos farão a integração entre os modais. Indústrias serão atraídas para a região, gerando empregos e renda. Muito obrigado Deputado Pedro Chaves