UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE BIOLOGIA (EAD) TRABALHO DE BIOLOGIA GERAL Joaquim José Correa da Cruz (matr. 2008070226) Turma “B” Pólo Realengo Rio de Janeiro, 01 de abril de 2008. TRABALHO DE BOLOGIA GERAL Joaquim José Correa da Cruz ( matricula nº 2008070226) Trabalho apresentado como avaliação de A2, requisito parcial para aprovação na disciplina ‘Biologia Geral, orientado pela professor Diego da Silva Ferreira. Rio de Janeiro, de abril de 2008. CARACTERISTICAS GERAIS DOS CORAIS, IMPORTÂNCIA PARA A BIODIVERSIDADE E FATORES QUE PREJUDICAM OS CORAIS Corais ou recife de corais ou ainda antozoários são animais cnidários( parentes das medusas, água viva), Classe anthozoa ( animais em forma de flor) e uma das maravilhas do mundo submarino. Os corais constituem colônias coloridas e de formas espantosas que crescem nos mares e podem formar recifes de grandes dimensões.Os recifes de corais formam um complexo ecossistema marinho, formados por pequenas colônias de animais chamados pólipos, que têm estrutura externa de composição calcária. Tratase de um dos mais ricos e fascinantes ecossistemas marinhos. Localiza-se em águas limpas e rasas, até 50 metros de profundidade, com temperaturas acima de 180 C, para que os vegetais possam receber a luz do sol e produzir alimentos. A melhor condição de desenvolvimento dos recifes de corais se encontra entre 5 e 10 metros de profundidade entre 22 e 260 C. No Brasil, em virtude da pouca transparência da água, a melhor condição se situa até 5 metros de profundidade. No total, acredita-se que 500 milhões de pessoas que vivem em países em desenvolvimento têm algum tipo de dependência associada aos recifes de coral (Wilkinson, 2002). A saúde desse ecossistema afeta diretamente essas pessoas. No entanto, os recifes de coral estão seriamente ameaçados. Estima-se que 27% dos recifes do mundo inteiro já foram degradados de forma irreversível. No ritmo atual, previsões indicam que uma perda semelhante ocorrerá nos próximos 30 anos. O monitoramento dos recifes de coral é especialmente importante devido à correlação encontrada entre eventos de branqueamento, fenômeno que vem danificando os recifes de coral no mundo todo, e mudanças climáticas globais. As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera têm aumentado nas últimas décadas em uma taxa de várias ordens de magnitude acima dos valores calculados para os últimos 400 mil anos, o que comprova que mudanças climáticas constituem não somente um fato, mas também já apresentam suas conseqüências (Hoeghe-Guldeberg & Hoeghe-Guldeberg, 2004). Os recifes de corais têm sido apontados como o primeiro e maior ecossistema a sofrer impactos significantes devido a estas mudanças. Em 1998, um evento global de branqueamento foi detectado em várias partes do mundo e associado a eventos de alterações climáticas globais. Os eventos cíclicos de branqueamento e mortalidade de corais têm aumentado dramaticamente à medida que as temperaturas da água do mar alcançam valores mais altos e que eventos, como El Niño, ocorrem com maior intensidade e freqüência. Na Grande Barreira de Corais da Austrália, por exemplo, somente nos últimos cinco anos foram registrados dois dos piores eventos de branqueamento da história (Hoeghe-Guldeberg & Hoeghe-Guldeberg, 2004). No entanto, os eventos ligados à mudança climática global não são os únicos que afetam os recifes de coral, os impactos negativos provocados pela ação da pesca, poluição e mau uso do solo também têm degradado esses ambientes em todo o mundo. Flora e Fauna São conhecidas no mundo mais de 350 espécies de corais, dentre os quais 18 são encontradas na costa brasileira, sendo que 8 espécies são consideradas endêmicas ou seja, só existe aqui isso é de grande importância científica e ambiental e que podem ser divididas em dois grupos , bastantes diferentes: os Octocorais : possuem oito tentáculos parecidos plumas, e os hexacorais: possuem 6 tentáculos simples ou múltiplos de seis.Os hexacorais com mais de 2500 espécies conhecidas são os construtores de recifes mais importantes que existem. . Como exemplo, temos as espécies gorgonácea( figura abaixo), chifre-deveado, alga verde, anêmona, margarida, sargaço, lírio do mar e cérebro. No Brasil, os recifes de corais estão distribuídos por cerca de 3.000 km da costa, desde o Maranhão até o sul da Bahia, ressaltando-se que são as únicas formações recifais do Oceano Atlântico Sul. Nos corais habitam cerca de 30% das espécies marinhas existentes no mundo e 65% dos peixes. São inúmeras espécies como: Moréia, polvo, camarão, estrela-do-mar, ouriço-do-mar, siri, caracol, lesma do mar. Os corais podem ser tanto solitários como viver em colônias, As espécies coloniais formam densos grupos de pólipos (Os pólipos são os indivíduos em forma de flor, geralmente sésseis, dos animais invertebrados do filo Coelenterata ou Cnidaria, que inclui os corais e as anêmonas-do-mar). e, ao secretarem carbonato de cálcio, a colônia se funde em um só núcleo calcário ( os coralites) . Seus tentáculos dispostos em redor da boca. Cada tentáculo possui células com nematocistos ( cápsula urticante) utilizados para paralisar e capturar alimento , o zooplâncton. Os recifes de corais são exemplos de relações harmônicas através de simbiose entre os pólipos, onde as pequenas algas chamadas de zooxantelas vivem dentro dos corais, absorvendo o nitrogênio e fósforo dos resíduos minerais excretados pelos corais e o dióxido de carbono transforma em oxigênio. Quando o coral morre permanece o pólipo calcáreo, que possibilita servir de base para novos corais. O zooplâncton supre 5 a 20% das necessidades das zooxantelas. Estima-se que os recifes de corais tenham em média cerca de 15.000 anos em formação, tendo surgido após o último período glacial, quando o nível do mar subiu, inundando quase 100 km da plataforma continental.Existem aproximadamente 600.000 km2 de corais no mundo, dos quais 350.000 km2 se localizam na Austrália e formam o Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, com 2.000 km de extensão, composto por 2.000 ilhas e 3.000 colônias de corais e também uma espessura de 1.200 km entre a base vulcânica e a superfície. Biologia dos corais Os corais são os membros da classe Anthozoa que constroem um "esqueleto" que pode ser de matéria orgânica ou de carbonato de cálcio. Os restantes membros desta classe que não formam exoesqueleto são as anêmonas. Quase todos os antozoários formam colónias, que podem chegar a tamanhos consideráveis – os recifes mas existem muitas espécies em que os pólipos vivem solitários. Os pólipos têm a forma de um saco (o celêntero) e uma coroa de tentáculos com cnidócitos (células urticantes) na abertura, que se chama arquêntero. Os antozoários não têm verdadeiros sistemas de órgãos: nem sistema digestivo nem sistema circulatório, nem sistema excretor, uma vez que todas as trocas de gases e fluidos se dão no celêntero, uma vez que a água entra e sai do corpo do animal através de correntes provocadas pelos tentáculos. No entanto, esta classe de celenterados tem algumas particularidades na sua anatomia: ►Uma faringe, denominada neste grupo actinofaringe que liga a “boca” ao celêntero e que, muitas vezes, contem divertículos chamados sifonoglifos, com células flageladas, em posições diametralmente opostas, dando à anatomia do pólipo uma simetria bilateral. ►Os mesentérios - um conjunto de filamentos radiais que unem a faringe à parede do pólipo. O grupo inclui os importantes construtores de recifes, conhecidos como corais hermatípicos, encontrados nos oceanos tropicais. Os últimos encontrados, são conhecidos como corais de pedra, visto que o tecido vivo cobre o esqueleto composto de carbonato de cálcio. Os corais hermatípicos obtêm muitos dos nutrientes de que necessita de atividade simbiótica com a alga zooxantela. Os recifes de corais tem como características ► Proteger a costa contra a ação erosiva dos mares ►São sensíveis às variações de temperaturas ►São a base de sobrevivência de espécies, inclusive pelágicos, que não vivem nos corais ► Crescem verticalmente de 0,2 a 8mm/ano ► Os moluscos e caranguejos se alimentam dos corais ou seu muco ►As barreiras de corais, além da rica e bela flora e fauna, se constituem em uma proteção da costa, pois quebram a força do mar, minimizando a erosão marinha. Precisamos saber também que os corais podem provocar danos a saúde, como as feridas produzidas por seres exoesqueletos calcários, a ação da peçonha propriamente dita ( venenos), as infecções bacterianas secundárias e a penetração de partículas sólidas microscópicas. Sintomas - Os principais sintomas são: dermatites do membro atingido, sensação de formigamento e queimadura e principalmente dor local, que se irradia pelo membro atingido. Classificação de Corais Os corais são classificados conforme a localização em: • Franja: Perpendiculares ao mar de águas rasas, próximos às praias; • Barreira: Paralelos à costa, mas separados por lagos de água rasa e salgada; • Atóis: Crescem ao redor de vulcões, que depois afundam, deixando-os à tona. Classificação científica Subclasses e ordens Subclasse Alcyonaria (=Octocorallia) Ordem Alcyonacea Ordem Gorgonacea Ordem Helioporacea Ordem Pennatulacea Ordem Stolonifera Ordem Telestacea Subclasse Zoantharia (=Hexacorallia) Ordem Actiniaria Ordem Antipatharia Ordem Ceriantharia Ordem Corallimorpharia Ordem Ptychodactiaria Ordem Rugosa Ordem Scleractinia Ordem Zoanthidea Reino: Animalia Subreino: Metazoa Filo: Cnidaria Classe: Anthozoa Estrutura simplificada de um coral Destruição dos Corais Estima-se que aproximadamente 60% da área de corais existente no mundo ameaçada, sendo que 10% esta irremediavelmente destruída e outros 20% seriamente comprometida. Tal fato se deve principalmente à pesca predatória, circulação e ancoragem de embarcações, retirada de corais para a comercialização e o turismo desordenado. Outra causa de destruição vem da contaminação decorrente dos pesticidas utilizados em lavouras, que atingem os corais carregados pela correnteza dos rios. Merece registro o fenômeno de branqueamento dos corais, causando muitas vezes a morte. Tal condição tem origem no aquecimento global, o que provoca um aumento da temperatura da água ( acima de 280 C ) e aumento da fotossíntese e liberação de toxinas, causando um desequilíbrio do ecossistema. O mais importante, sob o ponto de vista de manejo e conservação, é que a maioria dos ecossistemas já estava degradada antes de 1900. Os recentes eventos catastróficos de branqueamento e as doenças de corais que têm chamado a atenção e preocupado cientistas e governos, em todo o mundo, na realidade se somam ao problema crônico e severo de declínio dos ambientes recifais. Na verdade, mesmo sem serem considerados efeitos de mudanças climáticas, acredita-se que esses impactos podem vir a destruir nos próximos 30 ou 50 anos, cerca de metade dos recifes hoje existentes. Importância para Biodiversidade A importância dos oceanos é algo conhecido de todos, já que cerca de 70% do globo terrestre é constituído de água salgada. Na EXPO 98, em Portugal, foi divulgado que cerca de 80% da biodiversidade mundial e 80% do oxigênio que nós respiramos vem dos mares. Um dos ambientes mais importantes dos mares é o ambiente recifal. A importância dos recifes de corais consiste no fato de que estes ambientes dão suporte e abrigo a uma variedade de comunidades marinhas, muitas delas de interesse econômico direto, como os peixes, os polvos, as lagostas, os camarões, as algas, entre outros, servindo de habitat para mais de 25% de toda vida marinha. Estima-se que entre um e nove milhões de espécies estão associadas aos recifes de corais, pois a produtividade primária dos ambientes recifais é muito alta, unicamente comparável à das regiões de manguezais. Isto se deve, sobretudo, às algas que fazem simbiose com os corais, as chamadas zooxantelas. ►Importância dos recifes de corais consiste no fato de que estes ambientes dão suporte, abrigo e alimentos a uma variedade de comunidades marinhas; ►Protegem a costa contra a erosão; - os recifes protegem a costa de erosão, tempestades, ondas, etc., tanto que nas regiões onde estes foram dinamitados (por exemplo, a região de Suape-PE), a erosão marinha cresce rapidamente. ►Econômicamente: - Odontologia: fabricação de próteses dentárias, - Indústria de cosméticos: uso de algas, etc., em diversos produtos; - Economia: peixes, jóias, areia, - Lazer: turismo, mergulho, etc. ►Produção de alimento: 1/5 de toda proteína animal consumida vem do mar; ►Proteção climática: organismos fotossintetizantes marinhos utilizam o CO2 que iria para a atmosfera, amenizando o efeito estufa; ►Farmacologia: além das substâncias antivirais e bactericidas encontradas nas gorgônias, metade de toda a pesquisa de medicamentos para o câncer está voltada aos organismos marinhos; ► Medicina: reparação de fraturas com esqueleto de corais; amenizando o efeito estufa; ► Farmacologia: além das substâncias antivirais e bactericidas encontradas nas gorgônias, metade de toda a pesquisa de medicamentos para o câncer está voltada aos organismos marinhos; FATORES QUE PREJUDICAM OS CORAIS ►Impactos externos que violem a sua homeostasia, sejam eles naturais ou causados pelo Homem; ►Ação das ondas ►Diminuição da salinidade ► Exposição ao ar ► Sobreaquecimento ►Ação do homem ( derramamento de óleo, coleta predatória, etc) ► Predadores como: Estrela-do-mar ►Doenças dos corais: a exposição dos corais a doenças foi descoberta por Antonius, em 1973 (in Sorokin, 1993). Mais tarde este autor descreveu quatro tipos de doenças, duas que danificam os corais quando em situação de stress, como o sobreaquecimento ou a poluição - “White bacteriosis” e “Pull-in of polyps” – e as outras duas que se podem manifestar em corais saudáveis - “White band” e “Black band”. A “Black band”, doença causada pela alga filamentosa Phormidium corallicum (Rützler and Santavy, 1983 in Sorokin, 1993) pode, no entanto, ser estimulada por condições de stress (Antonius, 1981, 1984, 1989 in Sorokin, 1993). O agente infeccioso da “White band” é ainda desconhecido, mas supõe-se ser uma bactéria (Peters et al., 1983 in Sorokin, 1993). ►Desenvolvimento humano: poluição da água, agricultura insustentável (uso indiscriminado de fertilizantes e pesticidas), desmatamento de mangues e florestas em geral, mineração, especulação imobiliária, saneamento inadequado, água quente advinda de hidrelétricas, indústria petroleira (derramamento de petróleo e derivados), produtos tóxicos advindos de fábricas, dragagem e uso de explosivos na construção de portos, etc.; ► Pesca: pesca predatória, pesca com explosivos, pesca com venenos (cianeto, etc.), “muro-ami” (bater nos corais com bolsas de pesos para espantar os peixes), etc.; ►Turismo e lazer: presença humana (pisoteio, lixo jogado, etc.), embarcações (âncoras, lixo, etc.), mergulhadores não conscientizados, pesca, souvenires advindos de organismos marinhos, coleta de organismos para aquários e coleções, construção de hotéis com recifes, aterro de manguezais para construção de hotéis e casas de veraneio, poluição advinda de hotéis, etc.; ►Aquecimento global: rápido aumento do nível do mar, aumento na temperatura da água, redução nos níveis de calcificação, alteração nas correntes oceânicas, alterações nos padrões meteorológicos, etc.; ►Crescimento populacional: a superpopulação amplifica todos os problemas citados acima. Recifes de Algas Calcáreas • As algas tem fundamental função de proteção e aderência/cimentação dos organismos marinhos, podendo ter crescimento vertical de 0,3 a 10mm/ano e ramificação de 8 a 20mm/ano. No Brasil, os recifes de algas calcáreas se encontram no nordeste e no único atol do atlântico sul, o atol das rocas. Como as florestas tropicais, as concentrações de corais correm risco de deixar de existir em prazo relativamente curto. Estudos realizados por biólogos, estima que se não for feito nada para reduzir a ação predatória do homem, os corais podem desaparecer em menos de 100 anos. Um em cada 3 recifes de corais 1 está em mau estado, possivelmente o planeta só descobrirá a real importância dos corais quando já não houver mais nada o que fazer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.museudouna.com.br/corais.htm http://www.sudema.pb.gov.br/textos_corais.htm http://www.recifescosteiros.org.br/recifes.php http://www.recifescosteiros.org.br/reefcheck/historico.php http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=5964&iLingua=1 http://www.ufrpe.br/lar/index3.html