Capítulo 1 BASES DA GENÉTICA Genética é um termo de origem Latina “genesis” que significa nascimento. É a Ciência que estuda a herança das características dos seres vivos. Isso corresponde ao estudo de todos os processos de transmissão do material genético de geração a geração em qualquer organismo. A primeira ramificação abrange a Mendeliana que estuda a variabilidade Genética Clássica ou genética discreta ou descontínua (por exemplo, a cor dos olhos) e a Genética Quantitativa que estuda a variabilidade genética contínua (por exemplo, a altura de indivíduos). A Genética atualmente sofre ainda diversas ramificações de acordo com o organismo estudado ou o nível de organização em que esse estudo é realizado. Assim temos as divisões de Genética Humana, Genética Animal, Genética Vegetal e Genética de Microrganismos. Essa última corresponde ao estudo da genética de fungos, de bactérias, de protozoários e de vírus. Ao nível de organização, a Citogenética estuda o padrão cromossômico nas populações e sua implicação evolutiva, a Genética Molecular estuda as características e propriedades do material genético (DNA ou Ácido Desoxiribonucleico e RNA ou Ácido Ribonucleico) e de moléculas semantoforéticas (que trazem de maneira indireta a informação da composição genética de um organismo) como as proteínas não catalíticas (insulina, etc.) e catalíticas ou enzimas (proteases, amilases, etc.). Ao nível populacional, a Genética de Populações estuda a dinâmica dos genes nas populações, a quantificação dos efeitos causadores de mudança nas frequências dos genes e o modo que a estrutura de uma população afeta sua composição genética . O trabalho de Gregor Mendel (1866), é a base da genética clássica e a análise dos seus dados sobre o padrão de segregação de diferentes aspectos de sete caracteres qualitativos de ervilha (Vicia faba) analisados individualmente a partir de linhagens puras para cada caracter, permitiu elucidar o mecanismo da herança dessas características qualitativas. Trouxe novos conceitos com os termos: unidade de transmissão dos caracteres, o gene; as combinações de genes para uma ou mais características ou genótipo; o padrão que um indivíduo apresenta em relação a uma característica estudada (textura de semente: lisa ou rugosa), resultante da interação do genótipo - ambiente ou fenótipo; genes iguais ou diferentes denominados de alelos; que hoje sabemos são pertencentes a um mesmo lugar ou locus no cromossomo; alelo dominante o que determina o padrão fenotípico quando em presença de outro alelo igual (A) ou em presença de um alelo que não se manifesta (a). Alelo (a) encoberto na manifestação do fenótipo, também denominado por Mendel de recessivo; o indivíduo que apresenta dois alelos iguais (AA, aa) ou homozigoto; e aquele que apresenta dois alelos diferentes (Aa) ou heterozigoto. Mendel ainda introduziu o conceito de diplóide para os indivíduos que portam dois genes para um mesmo carácter, mais tarde evidenciado como os indivíduos que tem dois cromossomos de cada tipo (2n cromossomos) e haplóide para os gametas que possuem um gene para cada característica, explicado pela sua origem através da divisão redutora ou meiose que a partir de células mãe, reduz o número de cromossomos das células originadas para n, que diferenciadas formam os gametas, o conceito de haploidia foi mais tarde aplicado a indivíduos de populações com reprodução assexuada onde cada organismo possui em suas células um único conjunto de cromossomos. Mendel estabeleceu as duas Leis da herança: 1a Lei - Princípio da Segregação. Um híbrido Amarelo (Aa), indivíduo resultante de um dos cruzamentos usados por Mendel de duas variedades distintas para coloração da semente de ervilha Sementes Amarelas (AA) e Sementes verdes (aa), possui os dois fatores parentais que se separam e segregam nos gametas (A e a) em um cruzamento monohíbrido (Aa x Aa) da F1 entre si de sementes amarelas, produzindo uma F2 de descendentes na proporção genotípica de 1/4 de ervilhas com sementes amarelas (AA), 2/4 de ervilhas com sementes amarelas (Aa) e 1/4 de ervilhas de sementes verdes (aa) e com uma proporção fenotípica portanto de 3/4 de ervilhas com sementes amarelas e 1/4 d ervilhas com sementes verdes. Amarela Verde AA x aa Geração Parental (P) Geração Filial 1 (F1) 100% Amarela Aa Gametas (50%)A, (50%)a Cruzamento Monohíbrido da F1 Aa x Aa Geração Filal 2 (F2) 1/4 AA, 2/4 Aa, 1/4 aa 3/4 Amarela 1/4 verde Gametas Femininos Gametas masculinos A a A AA Aa a Aa Aa 2a Lei - Princípio da Transmissão Independente, Mendel, agora considerou o produto de indivíduos que diferiam entre si, em dois pares de genes, em cruzamentos dihíbridos (AaBb x AaBb). Para isso utilizou em um dos cruzamentos, duas linhagens puras de ervilha, sementes amarelas e lisas (AABB) com sementes verdes e rugosas (aabb). Da F1 cruzada entre si, de sementes amarelas e lisas (AaBb), obteve as proporções de 9/16 amarelas e lisas; 3/16 amarelas e rugosas; 3/16 verdes e lisas e 1/16 verdes e rugosas, provando que dois pares de genes tem transmissão independente. Geração Parental (P) Amarela Lisa AABB x Verde Rugosa aabb Geração Filial 1 (F1) 100% Amarela Lisa AaBb Cruzamento Dihíbrido: AaBb x AaBb Geração Filial 2 (F2) 9/16 A_B_, 3/16 A_bb, 3/16 aaB_, 1/16 aabb Amartela Lisa Amarela Rugosa Verde Lisa Verde Rugosa Para obtenção dos genótipos segregantes da F2 basta utilizar o Quadro de Punnet: GAMETAS FÊMEAS 1/4 AB 1/4 AB M A C H O S 1/4 Ab 1/4 Ab 1/4 aB 1/4 ab 1/16 AABB 1/16 AABb 1/16 AaBB 1/16 AaBb 1/16 AABb 1/16 AAbb 1/16 AaBb 1/16 Aabb 1/16 AaBB 1/16 AaBb 1/16 aaBB 1/16 aaBb 1/16 AaBb 1/16 Aabb 1/16 aa Bb 1/16 aabb 1/4 aB 1/4 ab A noção que os cromossomos carregam os genes, como percebe-se, só foi aceita mais tarde e constituiu-se na Teoria Cromossômica da Herança. Thomas Hunt Morgan em 1910, trouxe a primeira evidência para essa teoria. Foi obtida a partir de estudos em uma mosca da fruta, a Drosophila melanogaster. D. melanogaster cor de olho selvagem (vermelho) e do mutante white (branco) Esse organismo que mostrou-se como um dos mais adequados organismos para estudos genéticos, pelo seu pequeno tamanho e baixo número de cromossomos, fácil criação em pequenos espaços de laboratório, cultura de manutenção econômica, grande número de descendentes por geração, grande número de gerações em pouco espaço de tempo e a possibilidade de se obter fêmeas virgens logo após a eclosão para efetuar cruzamentos precisos. Morgan cruzou moscas de linhagens puras com olhos vermelhos (gene dominante) e de olhos brancos. Entretanto nem toda a progênie era de olho vermelho. Quando cruzava machos de olho vermelho da geração F1 com suas irmãs fêmeas de olho vermelho produzia somente ¼ de machos de olho branco mas nenhuma fêmea de olho branco. Para uma explicação desse resultado a cor de olho nessa mosca deveria ser ligada ao sexo. Então existiriam cromossomos sexuais que carregariam genes como os da coloração de olhos. Observando essa e outras características com o mesmo padrão de segregação em Drosophila: asas pequenas (Miniature), cor de corpo amarela (Yelow), Morgan trouxe, portanto, como evidência da Teoria Cromossômica da Herança, os padrões de segregação dos genes ligados aos cromossomos sexuais em Drosophila. Embora W. Waldeyer (1888) tenha sido quem usou o termo cromossomo pela primeira vez, foi W. C. Von Nageli (1842) quem primeiro os observou, mas foi W. Fleming (1879-1875) que utilizando novas técnicas de coloração os descreveu, denominando essa substância existente no núcleo de cromatina. Foi O. Hertwig(1875) quem primeiro referiu a fusão do esperma com o ovo para formar o zigoto. A identificação dos cromossomos como carregadores dos genes foi rapidamente demonstrada em trabalhos de 1880 de T. Boveri, K. Rabi e E. Van Breden, e mais tarde evidenciadas em publicações de Mc.Clung (1902), W.S.Sutton (1903), T.Boveri (1904), E.B.Wilson (1905). Em 1885, A. Weissmann já afirmava que a herança era baseada exclusivamente no núcleo e em 1887 predizia a ocorrência e uma divisão redutora que denominou de meiose. Em 1890, O. Hertwig e T. Boveri descreviam o processo de meiose em detalhe. Em 1913, A. Sturtevant criava o primeiro mapa genético usando as características de Drosophila melanogaster. Demonstrava que os genes existiam em ordem linear nos cromossomos. Em 1927, L. Stadler e H. J. Muller demonstravam que os genes podiam ser originados artificialmente ou induzidos por mutações usando radiações ionizantes como o Raio-X. Os cromossomos de eucariotes são formados por nucleoproteinas, as histonas e não histonas associadas a DNA. Possuem em sua estutura dois braços separados por uma constrição primário ou centrômero, e ainda constricções secundárias que separam eventuamente o braço cromossômico de uma pequena região chamada de satélite. No M.E., um cromossomo na fase descondensada e com atividade de síntese de RNA, pode ser observado com um estrutura de contas em colar (os nucleossomos) constituídos de DNA enrolado (core DNA) em uma bola de 4 pares de histonas,H2A,H2B,H3 e H4, (core Histona) que juntos constituem cada nucelossomo. Observe o esquema na figura a seguir. DNA histona H1 nucelossomo conjunto de 8 moléculas de histonas visualização esquemática de um nucleossomo Dentro da região do centrômero existem regiões onde no processo de divisão celular os fusos acromáticos se ligam. O lugar onde ocorre essa ligação é o Kinetocoro, região constituída de DNA e proteina, a sequência de DNA dessa região é chamada de CEN DNA, que possui comprimento de 120 pares de base e está constituído de várias sub-regiões, CDE-I, CDE-II e CDE-III. Quando ocorrer uma mutação pontual na região III, isso elimina a possibilidade do centrômero funcionar na segregação do cromossomo durante a divisão celular. Atualmente foram evidenciados 3 tipos de proteinas que pertencem a essa região. esse complexo de proteinas é denominado Cbf-III. Esse complexo se liga a região III normal mas não tem capacidade de se ligar a essa região III mutada. Outra estrutura típica do cromossomo do eucarote é a região terminal do cromossomo chamada de telômero. Telomeros são as regiões de DNA terminal do cromosssomo, usualmente heterocromáticas e constituídas de sequências repetidas tandemicamente (com as mesmas sequências de bases). Algumas sequências repetidas de Telomeros Espécie Homem Tripanosoma Leveduras Sequência TTAGGG TAGGG (TG)1-3 TG2-3 Uma técnica utilizada para estudo da complexidade dos cromossomos de diferentes espécies consiste em desnaturar o seu DNA e após renaturar o mesmo. A taxa de renaturação ou reanelamento do DNA é uma função da espécie da qual ele foi isolado. No gráfico abaixo, podemos observar essa propriedade, onde no eixo Y temos a percentagem de DNA de filamento simples (C) em relação a concentração total de DNA iniciador (Co). No eixo X temos em escala logaritimica o resultado do produto da concentração inicial de DNA (mmoles/l) pelo tempo da reação (Seg.), desinado como valor Cot. A curva obtida é chamada por conseguinte curva Cot. Um valor útil é o valor Cot 1/2, o valor Cot onde o DNA teve 50% de renaturação. VIRUS E. COLI LEVEDURA % C D N A Na fase larval de insetos ainda podemos encontrar um tipo especial de cromossomos. São cromossomos gigantes resultantes da grande duplicação de DNA, chamados de cromossomos politênicos. A D. melanogaster tem sido estudada quanto a atividade do padrão de puffs de RNA ( anéis de Balbiani), nos diversos estágios larvais para cada um dos 2 braços de cada um dos 4 pares de cromossomos, permitindo com isso estabelecer relações taxonomicas entre as diversas populações estudadas. Entre os principais citogeneticistas nessa área pode ser citado M. Ashburner. cromossomos politênicos de Drosophila Em oócitos de anfíbio ainda tem sido descrito um outro tipo de cromossomo em eucariote, são os cromossomos plumosos que embora não ativos em transcrição de RNA, durante os últimos estágios da prófase I meiótica, esses oócitos depositam grande quantidade de gema e crescem muito, nesse período, os cromossomos crescem muito em comprimento até 100 vezes mais longo que um cromossomo mitótico, possuindo inúmeras alças laterais como pode ser visualizada na foto abaixo. cromossomos pumosos de Triturus sp. Depois da redescoberta dos experimentos de Mendel, dois dos primerios geneticistas, Bateson e De Vries (Mendelianos) propuseram que caracteres contínuos como altura, não eram herdáveis e que somente as grandes variações descontínuas eram causadas por genes. Galton, primo de Drawin, na segunda metade do Século XIX, fundava um grupo que procuraria explicar a origem das diferenças físicas e mentais no homem. Algumas dessas características eram métricas, como de indivíduos mais baixos produzindo descendentes mais baixos que a média da população, mostravam uma condição de herança. Técnicas biométricas foram então desenvolvidas, tais como como correlação e padrão das regressão. Os biométricos, observando que o características quantitativas eram uma mescla das características da geração anterior, se opunham a idéia de unidades de herança segregando em separado. Johansen, em uma análise detalhada do tamanho e peso de sementes de cultivares de Phaseolus vulgaris (feijão), separou pelo peso diferentes tipos de linhagens desde as mais leves (15cm) até as mais pesadas (90cm). A autopolinização permitiu uma fácil obtenção de linhagens altamente consanguíneas e homozigotas e com grande uniformidade. Em 1906 Yule, a partir dos experimentos de Johansen, sugeriu que a variação quantitativa podia ser determinada um número grande de loci de genes, cada um deles com um efeito individual pequeno. Mais tarde Nilson-Ehle demonstraram uma segregação e transmissão real de genes com efeitos quantitativos. Eles mostraram que havia 3 pares de genes na determinação da cor grão do trigo, sendo os genes A,B e C para a cor roxa dominantes sobre os genes a,b e c para cor branca. Consideraram três hipóteses, na proporção esperada de descendentes entre heterozigotos (1 par de genes, com 3 roxos :1 branco; dois pares, com 15 roxos : 1 branco e 3 pares de genes com 63 roxos para 1 branco, o que verdadeiramente ocorria). Em 1930 e 1932, R. A. Fisher, S. Wright e J.B.S. Haldane desenvolveram os fundamentos algébricos para a compreensão do processo evolutivo e de caracteres quantitativos. Fisher foi mais além, desenvolvendo os fundamentos da análise de variância em delineamentos experimentais com a avaliação dos efeitos sobre variáveis respostas em experimentos agronômicos. Em 1912, Feulgen introduz a técnica de coloração do DNA cromossômico com especificidade técnica denominada reação de Feulgen que permitiu a realização de inúmeros estudos de quantificação de DNA. A importância biológica do DNA e RNA como material genético começou a ser demonstrada a partir dos trabalhos de Griffith(1928) com bactérias não patogênicas transformadas em patogênicas quando misturadas com patogênicas mortas pelo calor. Em 1944, D.T Avery, C.M. Mac Leod e M. Mac Carty demonstraram que esse princípio transformante era o DNA. Em 1953, J. Watson e F. Crick demonstraram a estrutura de dupla hélice do DNA. A partir da década de 1960, entre 1968 e 1973 W. Arber, H. Smith, D. Nathans e outros descobriram endonucleases de restrição, enzimas que permitiam o corte de pedaços de DNA e sua manipulação iniciando-se possibilidade de a manipular era da genes Engenharia através de Genética. A técnicas de recombinação de DNA permitiu que P. Berg em 1972 criasse a primeira molécula de DNA recombinante. Em Eucariotes ou organismos que possuem núcleo definido e cujo material genético é o DNA, foram descobertas sequências espaçadoras ou introns, essas sequências são genes que são transcritos em RNA mas nunca são transladados do núcleo para o citoplasma. São removidas do RNA antes de seu transporte para o citoplasma. Os introns foram descobertos por P. Sharp e colaboradores (1977). Os segmentos do gene entre introns são transcritos e transladados para o citoplasma e denominados exons. O resultado da remoção de um intron pode ser visto quando o RNA mensageiro ou m-RNA é hibridizado ao DNA de onde o intron foi removido. O DNA forma estruturas de dupla cadeia para o exon no RNA. Como o intron não tem nada a parear, ele forma estruturas de cadeias simples. Para um intron ser removido ele deve ser cortado ou sofrer o processo de “splicing”. Esse processo pode ser através do auto - splicing descoberto por T. Cech (1982), que demonstrou que o RNA pode ter propriedades catalíticas. O intron nesse caso age com propriedades catalíticas e o RNA com atividade enzimática pode ser chamado de ribozima. Os introns com auto-splicing são chamados de introns do grupo I. Os introns do grupo II, do RNA nuclear de eucariotes, são removidos com a ajuda de proteinas através de partículas de RNA-proteina chamadas de spliceossomas. Esse tipo de intron foi descoberto por J. Abelson e E. Brody. Os componentes do mecanismo de splicing são pequenas ribonucleoproteinas nucleares ou snRNPs (small nuclear ribonucleo proteins) e pronunciadas “snurps” assim denominadas por J. Steitz e colaboradores. Cerca de 5 dessas partículas tomam parte no mecanismo de splicing, cada uma delas composta de uma ou mais proteinas e uma pequena molécula de RNA, sendo designadas por U1,U2,U4,U5 e U6. As moléculas de RNA variam de tamanho (de 100 a 215 bases). Existem ainda introns do grupo II, mitoncondriais. Finalmente existe ainda exemplos de sequências de DNA que não predizem a sequência de proteina mesmo após a remoção de introns. Isso ocorre pela inserção ou deleção no RNA mensageiro de nucleotídeos antes que ele seja transladado. Essa inserção ou deleção é quase que exclusiva de uridinas(Us). O processo é chamado de edição de RNA. Esse processo foi particularmente evidenciado para síntese de proteinas mitocondriais de um grupo de parasitas, os Trypanosomos. Em um caso, mais que 50% dos nucleotídeos do m-RNA foram por adição de uridinas. As uridinas estavam também deletadas quando comparadas ao gene original. Esses parasitos tem outra característica, possuem mini - círculos e maxi - círculos de DNA nas mitocôndrias especializadas, chamadas cinetoplastos ou “kinetoplastlos”. Em média os kinetoplastos contém 50 maxi - círculos e 5000 mini - círculos concatenados como ligações em cadeia. Esses achados foram evidenciados por L. Simpson e colaboradores (1990). Ambos os maxi - círculos e mini - círculos são fôrmas para um RNA “guia” (gRNA), um s-RNA que guia o processo de edição do RNA mensageiro. O dogma central original da informação genética previa o fluxo de informação do DNA-RNA-Proteina. Pensava-se que esse esquema, da informação sair do DNA para editar sequências de proteinas, fosse inviolável. O sentido inverso da informação RNA-DNA entretanto foi evidenciado em vírus causadores de tumores como o linfosarcoma de Rous, tanto como o vírus da AIDS que fazem uma polimerase de DNA dependente de RNA conhecida como transcriptase reversa, capaz de sintetizar DNA a partir de moldes de RNA viral descobertos por H. Temin e D. Baltimore. Uma segunda modificação do dogma central original foi dada pela possibilidade do RNA agir como molde para sua própria replicação, um processo observado em uma pequena classe de bacteriófagos como o R17,f2,MS2 e o Q. Esses fagos de RNA são os mais simples fagos conhecidos. capítulo 1 Exercícios e Problemas 1. Observe o esquema anterior e procure em bibliografia uma hipótese plausível para explicar a origem das células procariotes e eucariotes. 2. Monte um esquema com sequência de nucleotídeos características do DNA, RNA e uma sequência de aminoacidos que seriam formados correspondentes a sequência proposta com base nos conecimentos do código genético. 3. Diferencie um cromossomo de procariote de um cromossomo de eucariote. 4. Faça um esquema do processo de divisão mitótica. 5. Faça um esquema do processo de divisão meiótica. 6. Para o cariótipo humano caracterize um homem normal uma mulher normal um homem com síndrome de Klinefelter. uma mulher com síndrome de Down. 7. Mostre para Drosophila melanogaster o numero cromossômico de uma fêmea com 3X, e uma XO. 8. Caracterize um Intron. Exemplifique. 9. Quando voce supeita a ocorrência de um intron? 10. Explique o mecanismo genético de certas células cancerígenas.