América Latina no século XIX História - Prof.ª Izabela Gonçalves A AMÉRICA FRAGMENTADA ANTECEDENTES O processo de independência das colônias espanholas transformações socioeconômicas na América: falência da economia em várias regiões (México, Venezuela e Colômbia). diminuição da população (Uruguai e Venezuela). incremento do comércio internacional (Argentina e Chile). crescente endividamento com o exterior (México e Bolívia) Após a Independência, as ex-colônias espanholas da América passam por quase um século de disputas fratricidas pelo poder. Tais conflitos intra-elites mostram-se extremamente complexos devido à coincidência, neste momento, de três processos históricos que, na Europa, ocorreram separados: a transição ao capitalismo, a formação dos Estados Nacionais e a criação de identidades nacionais. Economia na América Hispânica do séc. XIX Transição para o “capitalismo periférico” criação de mercado de trabalho e de mercado de terras, em oposição ao passado de trabalho compulsório (mita, encomienda, escravidão etc.) e privilégios clericais (terras da Igreja); Manutenção da economia agro-exportadora; Dependência econômica da Inglaterra (empréstimos); Disputa entre liberais (que defendiam um liberalismo econômico) e conservadores. 1 Política na América Hispânica do séc. XIX Formação dos Estados Nacionais ocorre, efetivamente, a partir de 1860/70, mas o período anterior (1820-1860/70), marcado pelo domínio oligárquico, é fundamental para entender a organização desses Estados Nacionais; Regime adotado na maioria das ex-colônias espanholas da América: República; Contradição: implantação de economias liberais e regimes políticos oligárquicos; Há certa analogia deste período na América Hispânica com o Brasil no período regencial (debate centralização x descentralização); Argentina: disputas intermináveis entre unitaristas (Buenos Aires) e federalistas (interior). O resultado é a unificação. Os caudilhos (exemplos: Lopes, de Santa Fé; e Paz, de Córdova) dominam o interior, e defendem o federalismo, contra o unitarismo centrado em Buenos Aires; México: disputas entre conservadores (Igreja Católica) e liberais (Juarez). O desfecho é temporário segue-se a Revolução Mexicana, que derruba o longo governo do ditador Porfírio Díaz. Cultura na América Hispânica do séc. XIX Processos de formação de identidades nacionais; “Afirmar identidade é sublinhar oposição”: vão se criar elementos de identificação das populações dos países recém-independentes através da construção de uma alteridade, que recai, principalmente, sobre os índios e negros. Assim, ser argentino, por exemplo, é não ser índio nem negro, para as elites da época; Identificação de índios e negros com bárbaros. Construção de uma nacionalidade civilizada (inspirada no modelo europeu de civilização). Em resumo: oposição construída entre civilização e barbárie; Oposição tradição x modernidade também foi criada para condenar o passado colonial e acabar com os privilégios da Igreja, destruindo as outras reminiscências coloniais. Industrialização na América Hispânica em fins do séc. XIX Argentina: expressiva imigração européia; modernização concentrada nos setores têxtil e de alimentos, alvos intensos de investimentos estrangeiros (ingleses, principalmente); exportação de carnes e couros; privilégio aos serviços de infra-estrutura urbana, e principalmente aos meios de transporte (ferroviário e marítimo) que ligavam os frigoríficos do interior aos portos do litoral; México: industrialização acelerada durante o governo de Porfírio Díaz (que governou ditatorialmente durante 34 anos, até 1910); principais setores: têxtil, de alimentos, metalurgia e petrolífero (disputa EUA x Inglaterra); grande expansão da malha ferroviária; mão-de-obra nacional, com pouca imigração européia; Posteriormente, durante a 1ª Guerra, a incipiente industrialização na América é favorecida pela substituição de importações e pelas necessidades dos países envolvidos diretamente no conflito. Exportação de carnes se intensifica. 2