Resumo

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UM CORPO-SEM-ÓRGÃOS, SOBREJUSTAPOSIÇÕES.
QUEM A PESQUISA [EM EDUCAÇÃO] PENSA QUE É?
Autor: Cristian Poletti Mossi (UFSM) – [email protected]
Orientador(a): Marilda Oliveira de Oliveira (UFSM)
A tese objetivou produzir uma investigação no terreno da Educação e das Artes, utilizando
como potência teórica e metodológica a prática do corpo-sem-órgãos (enunciada
primeiramente pelo dramaturgo francês Antoni Artaud em sua conferência radiofônica
Para acabar com o julgamento de deus [1947], e amplamente evidenciada por Deleuze &
Guattari, especialmente nas obras O anti-Édipo [2010] e Mil Platôs [1996]), a fim de
propor algumas linhas, como intensidades de desterritorialização e devir que atravessem
e arrastem estratos os quais envolvem formas já instituídas de produzir pesquisa. Formas
estas que foram por mim chamadas de pesquisas majoritárias.
Fabricar um corpo-sem-órgãos, para os autores mencionados, não se trata de aniquilar o
corpo orgânico, tampouco se refere a uma mera metáfora e/ou conceito. Produz-se um
corpo-sem-órgãos sempre que se busca incessantemente outro corpo distante dos
parâmetros já instituídos que restringem formas de ser e estar no mundo. Busca-se,
nesse sentido, que uma minoria – como uma gagueira – faça vacilar uma Maioria que
supõe estados de dominação, padrões aceitáveis em relação aos quais estão formas
marginais de existência (Deleuze & Guattari, 1997).
Metodologicamente, a tese orientou-se pela colagem de textos e imagens em constante
tensão que foram sendo produzidos e/ou coletados ao longo da pesquisa e que, dispostos
sobre um plano horizontal não-hierárquico (na forma de sobrejustaposições, como eu as
chamei), deram origem a uma tese-livro-objeto que se apresenta não como o resultado de
uma trajetória (um mero relatório de pesquisa acabado), mas como seu próprio processo.
Trata-se de sobreposições e justaposições inventivas de disparadores de afectos
(enquanto desencadeadores de devires e, segundo Spinoza [2010], como aumentadores
e/ou diminuidores das potências de agir) em um presente furtivo, priorizando violentar o
pensamento a pensar em formas singulares de produzir pesquisa, em detrimento de
encontrar resultados fixos e inequívocos.
Palavras-chave: corpo-sem-órgãos, sobrejustaposições, pesquisa, educação
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