da música, de mil platôs: a intercessão entre filosofia e

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DA MÚSICA, DE MIL PLATÔS: A INTERCESSÃO ENTRE
FILOSOFIA E MÚSICA EM DELEUZE E GUATTARI
Henrique Rocha de Souza Lima
[email protected]
Mestre em Estética e Filosofia da Arte
Universidade Federal de Ouro Preto
Palavras-chave: Deleuze, Música, Ritornelo, Escuta.
Tendo como pano de fundo uma elaboração conceitual peculiar a respeito
das noções de tempo e obra de arte, a produção filosófica de Gilles Deleuze e Félix
Guattari desenvolve uma relação muito específica entre filosofia e música. É
notável o modo segundo o qual estes autores se apropriam do pensamento
expresso nos escritos de compositores como Edgard Varèse, Pierre Boulez, Olivier
Messiaen e John Cage, bem como do pensamento expresso nas próprias obras
musicais destes compositores e nas de tantos outros. Livros como Mil Platôs e O
que é a Filosofia? apresentam seus conceitos filosóficos por meio de uma simbiose
com o pensamento e com acontecimento musical, abrangendo uma gama de
referências que envolve desde a música ocidental desenvolvida entre os séculos
XVI a XIX e a música de massa do século XX até tradições musicais nãoocidentais, incluindo os contextos da improvisação e da música em situações
ritualísticas. Levando em consideração os múltiplos pontos de contato entre esta
produção filosófica e a música, pode-se perceber uma relação consideravelmente
diversa das que foram produzidas por outros autores da tradição do pensamento
ocidental, de Platão a Lévi-Strauss. Um dos traços distintivos desta produção
reside na elaboração de dois conceitos em especial: o de individuação e o de
ritornelo. Como síntese de meu trabalho de dissertação de mestrado, intitulado
Da música, de Mil Platôs: a intercessão entre filosofia e música em Deleuze e
Guattari, esta comunicação se propõe a expor os traços distintivos que fazem com
que esta produção filosófica coloque em ato um modo singular de relação entre
filosofia e arte. Sendo ao mesmo tempo nutrida de pensamento produzido em
música e produzindo conceitos para se pensar o acontecimento musical em sua
complexidade, a filosofia de Deleuze e Guattari nos leva a pensar nos modos pelos
quais uma filosofia produz seus próprios conceitos, seu próprio conteúdo e sua
própria expressão, por meio de interfaces que ela estabelece com a estética e com
o pensamento em arte, ao mesmo tempo em que ela projeta no horizonte do
pensamento novas imagens de Pensamento, Tempo, Obra de arte, Silêncio e
Escuta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VARÈSE, E. Novos instrumentos e nova música, in: MENEZES, F. Música
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