CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA Processo n.º 3131-11.00/11-2 Parecer n.º 109/12 CEC/RS O Projeto “Teatro dos Seres Imaginários” é recomendado para a Avaliação Coletiva. 1 – O projeto “Teatro dos Seres Imaginários” apresentado pela Skené Projetos Culturais (CEPC 2433), que tem como responsável Everton Kniphoff da Cruz, foi devidamente habilitado pelo Setor de Análise Técnica da SEDAC e encaminhado a este Colegiado pela Diretora de Economia da Cultura. Segundo a sinopse o projeto trata da criação e produção de espetáculo teatral de bonecos inspirado em “O Livro dos Seres Imaginários” de Jorge Luis Borges e Margarita Guerrero. O espaço cênico será montado em uma estrutura personalizada, adaptada a espaços abertos ou fechados, onde o público entrará por debaixo do palco e fará parte do cenário. Na justificativa os produtores referem que só o título já é suficiente para que a cabeça da gente não pare mais de pensar muito e de uma maneira diferente. ...Livremente inspirado no livro de Borges, mergulhamos neste caleidoscópio teatral, captando a cada movimento o que estes entes fantásticos revelam. Cada indivíduo possui um criatório inesgotável que pouco revela e quase sempre evita encará-lo. É na imaginação infinita dos homens que esta experiência se alimenta. Somos capazes de criar os seres mais absurdos e curiosos como harpias, fênix, centauros, unicórnios, valquírias, dragões e muito mais. Nosso objetivo é criar uma experiência única e sensorialmente inesquecível, onde possamos interagir “fisicamente” com este mundo. Uma fascinante percepção do estranho, do admirável, do mágico. No prólogo de “O Livro dos Seres Imaginários”, Borges e Margarita afirmam: “Um livro desta índole é necessariamente incompleto; cada nova edição é o núcleo de edições futuras, que podem multiplicar-se ao infinito”. A analogia vale para a obra teatral que propomos levar às pessoas. Dar continuidade a esta enxurrada de idéias. Lidar com a ilimitada capacidade humana de transformar a realidade por intermédio da imagem, do som, da música, da luz, enfim, da dramaturgia. O importante é que, acima de tudo, não haja espaço para uma postura indiferente. Procuramos o inusitado, desde o espaço onde se dará a apresentação até as formas animadas e a participação dos espectadores. 2 - A ficha técnica do espetáculo atesta o grau de seriedade do projeto e nos dá a certeza de seu sucesso. A criação e a direção de arte é de Cacá Sena; roteiro, argumento e direção cênica de Jackson Zambelli. Cenografia de Cacá Sena e Duda Spinelli; desenho das criaturas por Heloisa Dille sendo os bonecos – incluindo os servos motores – confeccionados pela microempresa 3K Bonecos dirigida por Edson Mezeck (Osório- CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA RS). A estrutura de palco, som e luz é de Bathista Freire e a trilha sonora está a cargo de Sergio Olivé e Jackson Zambelli. Duda Spinelli é o responsável pela animação 3D Max; Charles Kray encarrega-se da manipulação e a arte fotográfica é de Marina Fujiname. Cacá Sena é filho de Antonio Carlos Sena – que em 1954 criou o TIM - Teatro de Marionetes e neto de d. Odila Cardoso de Sena que, bem antes de 1954, começou a confeccionar os mais de cem bonecos do acervo – e hoje do Museu – do TIM. Vale ressaltar que o TIM é o grupo de teatro mais antigo em atividade no Brasil. Cacá Sena iniciou sua atividade profissional com teatro de bonecos em 1976; fundou o grupo Cem Modos, ministrou oficinas em vários estados do Brasil, inclusive em instituições de ensino superior. Recebeu inúmeros prêmios e atuou no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Buenos Aires, Montevideo, Barcelona, Madrid, Salamanca, Santiago de Compostela e outras cidades espanholas, bem como em Lisboa e Évora em Portugal. Atuou vários anos em televisão e cinema. Jackson Zambelli possui vasta experiência em teatro e cinema como roteirista, diretor, autor de trilhas sonoras, animação e teatro com objetos. Dirigiu o insólito espetáculo “Automákina Universo Deslizante” do grupo De Pernas Pro Ar, onde também foi co-autor da trilha sonora. Recebeu vários prêmios como o Açorianos de melhor CD instrumental, o Prêmio Petrobrás 2004 de Teatro e, no Festival de Gramado, o Kikito de direção de arte e o prêmio José Lewgoy como roteirista de “Os Olhos do Pianista”. Também os demais integrantes da equipe possuem experiência e reconhecimento em suas respectivas áreas de atuação. Sergio Olivé, por exemplo, iniciou estudos musicais, aos cinco anos, com professores particulares ingressando após no Collegium Musicum e no Conservatório Municipal de Música de Buenos Aires, sua cidade natal. Ainda na Argentina integrou a orquestra do CMMBA, participou de laboratórios, foi professor, pianista e arranjador para cantores e grupos de música erudita e popular, compondo músicas para teatro e dança. Nos últimos trinta anos tem viajado pela Europa, América do Sul, Central e do Norte realizando concertos, cursos e oficinas, bem como continuando estudos de aperfeiçoamento. Já recebeu muitos prêmios, inclusive no Festival de Cinema de Gramado e o Açorianos de trilha sonora. Bathista Freire, proprietário da Luz Cênica Produções Culturais Ltda., é um dos mais prestigiados iluminadores do Estado, desenvolvendo trabalhos para clientes como Casa de Cinema, Bienal de São Paulo, SESC, UFRGS, Bienal do Mercosul, Tangos & Tragédias, A Caixa do Elefante, dentre inúmeros outros. As apresentações do Teatro dos Seres Imaginários será na Usina do Gasômetro em espetáculos contínuos, com entrada franca, para as quais deverão ser contratados artistas e técnicos que irão assessorar a equipe de criação. A análise do projeto não deixa dúvidas de que se trata de um trabalho cuja estreia será bastante aguardada, também em função das inovações a serem utilizadas, como as pequenas “máquinas” eletrônicas e os efeitos especiais, criando a expectativa de um espetáculo de alta qualidade. E que, com certeza, contribuirá para o aprimoramento técnico e artístico dos profissionais de teatro em nosso Estado. 3. Em conclusão, o projeto “Teatro dos Seres Imaginários” por seu mérito cultural, relevância e oportunidade é recomendado para participar da Avaliação Coletiva CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA podendo vir a receber do Sistema Pró-Cultura o incentivo fiscal de até R$ 230.494,00 (duzentos e trinta mil quatrocentos e noventa e quatro reais). Porto Alegre, 23 de Março de 2012 Hamilton Dias Braga Conselheiro Relator Informe: O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial. O Presidente, nos termos do Regimento Interno, optou por: votar ( ), não votar (X) ou desempatar ( ). Sessão das 10 horas do dia 23 de março de 2012. Presentes: 18 Conselheiros. Acompanharam o Relator os Conselheiros: Ana Méri Zavadil Machado, Alcy Cheuiche, Isaac Newton Castiel Menda, Alexandra Kloeckner Eckert Nunes, Adriano José Eli, Gilberto Herschdorfer, Graziela de Castro Saraiva, Paula Simon Ribeiro, Nelson Coelho de Castro, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Nicéa Irigaray Brasil, Loma Berenice Gomes Pereira, José Mariano Bersch, Nilza Cristina Taborda de Jesus Colombo, Paulo Roberto de Fraga Cirne e Gisele Pereira Meyer. Adendo ao Parecer após a Avaliação Coletiva realizada no dia 11/04/2012 O Conselho Estadual de Cultura do RS comunica que: Após análise, este projeto foi considerado prioritário, para captar recursos do Sistema Estadual de Incentivos às Atividades Culturais de acordo com a Lei 10.846, de 19 de agosto de 1996. Porto Alegre, 11 de abril de 2012 Walter Galvani da Silveira Conselheiro Presidente do CEC/RS