AUTOCUIDADO E ATENÇÃO RECEBIDA EM UNIDADES DE SAÚDE EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS DE UMA CIDADE DO SUL DO BRASIL Marina Floriano da Silva1; Msc. Betine Pinto Moehlecke Iser (orientadora)2. INTRODUÇÃO A prevalência de Diabetes Mellitus é considerada nos dias atuais uma epidemia mundial e um desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo, pois existe de forma crescente na sociedade. Tem expressivo impacto na morbimortalidade populacional, sendo responsável por complicações cardíacas, cerebrovasculares, vasculares periféricas, oculares, renais, neuropáticas, além de acelerar a morte e incapacidades por outras condições crônicas¹. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de portadores da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de dobrar esse número em 25 anos. No Brasil, as estimativas em 2006 eram de uma população de 6 milhões de portadores da doença, com expectativa de chegar a 11,3 milhões até 2030, tornando-se o 8º país com o maior número de pessoas com a doença2. As consequências humanas, sociais e econômicas do diabetes são alarmantes: 1,1 milhões de mortes para todas as idades, ou 1,9% do total de mortes, são decorrentes da doença, sendo 258 mil na região das Américas 3. O crescente impacto do diabetes na morbimortalidade é, em grande parte, decorrente do estilo de vida sedentário da população, excesso de peso e obesidade, fatores de risco cada vez mais presentes na vida moderna4. A estimativa dos anos de vida perdidos por incapacidade ou disabilityadjusted life year lost (DALY), uma medida do tempo de vida saudável perdido devido à doença e suas consequências, indica a contribuição do Diabetes Mellitus na carga global, alcançando cerca de 20 milhões, ou 1,3%, e com maior impacto nos países de alta renda. Na região das Américas, é a 6ª maior causa de DALYs, com 4,1 milhões ou 2,9% do total de DALYs3. O Diabetes Mellitus é uma doença de caráter crônico, que caso não seja tratada corretamente, pode trazer complicações irreversíveis. Estas alteram muito a qualidade de vida do paciente portador da doença, pois ele ficará incapacitado de realizar muitas atividades em sua vida diária, devido às consequências das complicações. Ao ter consciência de que o autocuidado é essencial para evitar as consequências da doença, o paciente diabético está contribuindo de maneira muito significativa para a sua saúde5,6. A atenção primária à saúde, fornecida pelas Unidades Básicas de Saúde, com Estratégia de Saúde da Família também é essencial para que o paciente diabético previna possíveis complicações que possam ocorrer. Muitos pacientes, a maioria com baixo poder aquisitivo não sabe o quão relevante é cuidar do seu próprio corpo. Grande parte da população tem acesso a estas Unidades Básicas de _____________________ 1 Graduando em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Bolsista do PUIC. E-mail: [email protected] ² Professora em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Coordenação Geral de Doenças e Agravos não transmissíveis - CGDANT/SVS/MS. E-mail: [email protected] Saúde, as quais são locais onde estes pacientes encontram, ou deveriam encontrar, orientações para aprender a lidar com a doença e a saber que estes cuidados precisam ser mantidos para sempre7,8. No Brasil são raros os estudos que relacionem o autocuidado realizado pelo paciente diabético e as medidas realizadas pela Atenção Primária à Saúde com relação à doença do paciente. O resultado da interação dessas duas situações pode repercutir de forma benéfica na vida do paciente no futuro, principalmente porque a atenção recebida no serviço de saúde contribui para a adesão do paciente ao tratamento. Deve-se considerar que a adesão ao tratamento pelo paciente diagnosticado com Diabetes Mellitus é de extrema importância para a redução do número de complicações. Assim sendo, o presente estudo objetiva estudar o autocuidado e atenção recebida por pacientes com Diabetes Mellitus em Unidades de Saúde em Tubarão, Santa Catarina, de maneira a identificar a realidade local e possibilitar a adoção de medidas educativas adequadas a tal realidade. Palavras-chave: Autocuidado. Saúde. Diabetes. MÉTODOS Foi realizado um estudo transversal com os pacientes diagnosticados com Diabetes Mellitus e cadastrados nas Unidades de Saúde localizados na cidade de Tubarão, Santa Catarina. Os pacientes incluídos no estudo foram selecionados a partir da listagem dos pacientes portadores da doença disponibilizada pela Secretaria Municipal de Saúde por meio do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Foram incluídos os pacientes vinculados às Unidades de Saúde, com diagnóstico de Diabetes Mellitus, de ambos os sexos e todas as idades. Foram excluídos do estudo os pacientes, que por algum motivo, não puderam responder ao questionário ou que não estavam presentes no dia das visitas. Realizou-se uma amostragem por seleção aleatória entre as unidades de saúde da Família do município (n=30) a partir da ordem entregue pela Secretaria de Saúde. A partir de um total de 2.721 pacientes cadastrados como portadores da doença, prevalência da doença de cerca de 6%, precisão de 4% e Intervalo de confiança de 95%, a amostra foi calculada em 129 pacientes, sendo estabelecida uma margem de substituição de perdas, totalizando 150 pessoas para a pesquisa. As Unidades de Saúde sorteadas foram: ESF Dehon, ESF Vila Esperança e ESF Monte Castelo. Com base no cadastro disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde existem 128 pacientes diabéticos no ESF Monte Castelo, 99 no ESF SAIS/ Dehon e 90 no ESF Vila Esperança, totalizando 317 pacientes. Realizou-se a proporção entre o número de pacientes em cada ESF em relação ao total de pacientes nestas três unidades estudadas. Obteve-se como necessário para coleta de dados 40% dos _____________________ 1 Graduando em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Bolsista do PUIC. E-mail: [email protected] ² Professora em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Coordenação Geral de Doenças e Agravos não transmissíveis - CGDANT/SVS/MS. E-mail: [email protected] pacientes no ESF Monte Castelo (60 pacientes), 32% no ESF SAIS/ Dehon (48 pacientes) e 28% no ESF Vila Esperança (42 pacientes). O projeto de estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Sul de Santa Catarina, UNISUL. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário estruturado, adaptado de questionários padronizados encontrados na literatura. O “Questionário de Atividades do Autocuidado com o Diabetes”, já validado no Brasil, orientou a coleta de informações sobre alimentação, atividade física, monitorização da glicemia, cuidados com os pés, medicação e tabagismo em pacientes diabéticos. Foram incluídas informações sobre peso e altura referidos, hábitos do paciente em relação à realização de exames glicêmicos, características do diagnóstico da doença e os cuidados em saúde recebidos na Unidade de Saúde para controle da sua doença. Foram também coletadas informações sociodemográficas (gênero, idade, estado civil, escolaridade). Após teste do questionário em 10% da amostra (N=15 pacientes), atendidos na Policlínica Central, o estudo foi iniciado. Em conjunto com cada unidade de saúde, definiu-se que a melhor logística para coleta de dados seria a realização de visitas domiciliares, acompanhando as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). De acordo com o Fechamento de Produção do mês anterior à coleta de dados, a Enfermeira responsável juntamente com a aluna pesquisadora, observaram qual a ACS que possuía mais pacientes diabéticos cadastrados, como critério para escolha dos domicílios a serem visitados. As ACS foram contatadas e entregue uma carta explicando o caráter da pesquisa. Os pacientes foram informados sobre o estudo através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e com a sua assinatura, foi efetivada a sua participação. Os dados foram digitados de acordo com cada ESF, em ordem alfabética. O armazenamento, gerenciamento e a análise de dados foram realizados com auxílio dos programas Microsoft Excel e Epi Info 3.5.4. As variáveis quantitativas serão descritas por medidas de tendência central e dispersão dos dados (média e desvio padrão ou mediana e distância interquartis) e as variáveis qualitativas serão descritas por meio de frequência (%) e intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre os 150 pacientes com diabetes estudados, 78 (52%) eram do sexo feminino; 67 (44,7%) estudaram o 1º grau completo (8ª série), 107 (71,3%) eram casados, e a média de idade foi de 63,74 anos (± 13,72). Entre os indivíduos, 133 referiram o peso e altura. Calculou-se o índice de Massa Corpórea (IMC), sendo que destes, 92 (61,3%) estão com excesso de peso (IMC≥ 25 kg/m2). Os pacientes receberam o diagnóstico de Diabetes Mellitus com idade média de 54,96 anos (± 12,75), sendo que 3 (2%) receberam o diagnóstico antes _____________________ 1 Graduando em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Bolsista do PUIC. E-mail: [email protected] ² Professora em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Coordenação Geral de Doenças e Agravos não transmissíveis - CGDANT/SVS/MS. E-mail: [email protected] dos 18 anos, 90 (60%) quando adulto (entre 19 e 59 anos), 57 (38%) quando idoso (maior ou igual a 60 anos). Quando questionados a respeito da última vez em que realizaram exame de sangue em laboratório para avaliar a glicemia, 127 (84,7%) realizaram há menos de um ano. Com relação ao resultado, 82 (54,66%) souberam responder o valor absoluto do resultado do exame, sendo que a média dos valores foi de 150,54 (± 57,92). Entre aqueles pacientes que apenas souberam referir se estava alterada ou não, 80 (53,3%) relataram estar normal (entre 70 e 130 mg/dL). No último ano, 141 (94%) realizaram pelo menos uma consulta com um médico, enfermeira ou outro profissional da saúde devido ao Diabetes Mellitus. A média de consultas foi de 1,85 (± 1,0). Entre os participantes, 145 (96,7%) receberam recomendações para mudanças de seus hábitos alimentares (para diminuir ou controlar o Diabetes Mellitus) por algum profissional da saúde (médico, enfermeiro, nutricionista). Nas últimas duas semanas anteriores à aplicação do questionário, a orientação alimentar foi seguida por 123 (82%) dos indivíduos entre 10 e 15 dias. Entre os participantes, 143 (95,3%) receberam recomendações para realização de caminhada ou outro exercício físico (para diminuir ou controlar o Diabetes Mellitus). Nas últimas duas semanas anteriores à aplicação do questionário, 76 (50,7%) dos participantes realizaram atividade física por pelo menos 30 minutos (minutos totais de atividade contínua, inclusive andar). Quando a resposta foi negativa (73 ou 48,7%), questionou-se o motivo específico da não realização de atividades físicas, sendo que 28 (38,4%) responderam ter problemas nos membros inferiores que impedem a realização de atividade física e 12 (16,4%) que não possuem tempo. Com relação ao tabagismo, 9 (6%) fazem uso de cigarro, 41 (27,3%) não usam atualmente, porém já usaram, 100 (67,3%) nunca fumaram. Destes, 33 (67,3%) foram orientados a parar ou reduzir o fumo para diminuir ou controlar a doença. Para aqueles que já fumaram alguma vez na vida ou que ainda permanecem utilizando o cigarro, questionou-se quando fez uso do último cigarro, sendo que 32 (65,3%) há mais de dois anos. Entre os participantes, 98 (65,3%) examinam os pés para verificar a presença de feridas ou irritações. Entre os participantes, 150 (100%) afirmam já terem realizado pelo menos uma avaliação dos olhos com oftalmologista. Com relação à última vez desta avaliação, 24 (16%) há menos de 6 meses, 32 (21,3%) de 6 meses a 1 ano, 49 (32,7%) de 1 a 2 anos, 44 (29,3%) há mais de dois anos. Após receber o diagnóstico de Diabetes Mellitus pelo médico, 138 (92%) responderam que foi receitado algum remédio nesta mesma ocasião. Destes, com relação ao tipo deste remédio, 117 (85,4%) responderam ser apenas hipoglicemiante oral, 12 (8,8%) injeção de insulina, 8 (5,8%) ambos (hipoglicemiante oral e injeção de insulina). O tempo entre o recebimento do diagnóstico e o início do uso de medicação para tratamento, foi 123 (82%) em até 2 meses, 19 (12,7%) de 3 meses a 1 ano, 5 (3,3%) de 1 a 5 anos, 3 (2%) mais de 5 anos depois. _____________________ 1 Graduando em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Bolsista do PUIC. E-mail: [email protected] ² Professora em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Coordenação Geral de Doenças e Agravos não transmissíveis - CGDANT/SVS/MS. E-mail: [email protected] Atualmente, 127 (84,7%) está em uso de hipoglicemiante oral, sendo que 89 (70,6%) fazem uso de Metformina, um (0,8%) faz uso apenas de Glibenclamida, 36 (28,6%) fazem uso de ambos (Metformina e Glibenclamida), e 5 (3,9%) fazem uso de outros medicamentos, incluindo Glimepirida e Vidalgliptina. Atualmente, 41 (27,3%) dos indivíduos estão em uso de insulina. Em relação à prescrição de medicamentos ao diagnóstico, 107 (91,5%) dos que foram orientados a usar o medicamento oral relataram o uso atualmente. Já aqueles que receberam apenas prescrição de insulina ao diagnóstico, 12 (100%) estão usando atualmente. Entre aqueles que foram orientados a usarem tanto hipoglicemiante oral quanto insulina (n=8), todos atualmente usam medicamento oral e 5 deles (62,5%) utilizam a insulina. Entre os participantes, 42 (28%) relataram ter alguma complicação por causa da doença, sendo as mais comuns, 23 (15,3%) por problemas nos olhos; 10 (6,7%) por problemas nos rins; 10 (6,7%) por problema circulatório, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVE); 7 (4,7%) por problemas nos pés, feridas, amputações. CONCLUSÕES Com relação ao diagnóstico de Diabetes Mellitus, maioria dos pacientes não soube relatar o seu tipo de diabetes por desconhecimento de que existia mais de um tipo. Entretanto, através da idade de recebimento do diagnóstico, presume-se que a maioria tenha diabetes tipo II, pois apenas 2% receberam o diagnóstico antes dos 18 anos, e grande parte recebeu o diagnóstico durante a vida adulta. O início do uso de medicação foi em geral em até 2 meses após o recebimento do diagnóstico da doença, e poucos esperaram algum tempo para iniciar uso. Desta forma, presume-se que poucos dos participantes tentaram fazer mudanças no estilo de vida antes de iniciar o uso de medicamentos, entre hipoglicemiantes orais ou insulina. A maioria dos pacientes estudados recebeu orientações tanto para a realização de atividade física quanto para mudanças nos hábitos alimentares. A maior parte dos indivíduos segue uma dieta alimentar saudável, porém apenas metade dos indivíduos realizam atividade física, sendo que muitos não conseguem realizá-la devido a problemas de saúde que impedem a realização de atividade física, como nos membros inferiores. O uso de cigarro foi relatado por poucos pacientes. O controle de complicações pelo exame dos pés para verificar a presença de feridas ou irritações, foi bastante relatado, o que pode explicar o baixo número de indivíduos com complicações nos pés, feridas e irritações. Todos já realizaram pelo menos uma avaliação dos olhos com oftalmologista, o que é conflitante em relação às complicações mais frequentes encontradas serem em relação aos olhos, o que pode envolver outros fatores. _____________________ 1 Graduando em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Bolsista do PUIC. E-mail: [email protected] ² Professora em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Coordenação Geral de Doenças e Agravos não transmissíveis - CGDANT/SVS/MS. E-mail: [email protected] REFERÊNCIAS 1. NOLTE, Ellen; MCKEE, MARTIN. Caring for people with chronic conditions: A health system perspective, 2008. 2. Ministério da Saúde: Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica: Diabetes Mellitus, Brasília, n. 16, 2006. 3. WORLD HEALTH STATISTICS. World Health Organization, 2008. 4. WORLD HEALTH STATISTICS. World Health Organization, 2011. 5. MICHELS, Murilo José; CORAL, Marisa Helena César; Sakae, Thiago Mamôru; DAMAS, Tanise Balvedi; FURLANETTO, Letícia Maria. Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes: tradução, adaptação e avaliação das propriedades psicométricas. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, Florianópolis, v. 54, n. 7, 2010. 6. DUARTE, Camila Kümmel; ALMEIDA, Jussara Carnevale de; MERKER, Aline Juliana Schneider; BRAUER, Fabiane de Oliveira; RODRIGUES, Ticiana da Costa. Nível de atividade física e exercício físico em pacientes com diabetes mellitus. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 58, n. 2, mar./apr. 2012. 7. OLIVEIRA, Kelli Cristina Silva de; ZANETTI, Maria Lúcia. Conhecimento e atitude de usuários com diabetes mellitus em um serviço de atenção básica à saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 862-868, 2011. 8. FERREIRA, Celma Lúcia Rocha Alves; FERREIRA, Márcia Gonçalves. Epidemiological characteristics of diabetic patients within the public health system – an analysis of the HiperDia system. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, Cuiabá, v. 53, n. 1, 2009. 9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2011: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 132 p.: il. – (Série G. Estatística e Informação em Saúde). FOMENTO _____________________ 1 Graduando em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Bolsista do PUIC. E-mail: [email protected] ² Professora em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Coordenação Geral de Doenças e Agravos não transmissíveis - CGDANT/SVS/MS. E-mail: [email protected] O trabalho teve a concessão de Bolsa pelo Programa UNISUL de Iniciação Científica (PUIC), da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). _____________________ 1 Graduando em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Bolsista do PUIC. E-mail: [email protected] ² Professora em Medicina da UNISUL, Campus Tubarão. Coordenação Geral de Doenças e Agravos não transmissíveis - CGDANT/SVS/MS. E-mail: [email protected]