Perigos para o ambiente Numerosos estudos revelaram conseqüências trágicas provocadas pela contaminação de POPs na vida animal, em muitos locais do mundo, mas sobretudo nas latitudes temperadas e frias. Os oceanos, nos últimos 75 anos, transformaram-se no armazém de muitos dos poluentes químicos produzidos. Assim, à medida que estes poluentes aumentam no ambiente marinho, aumenta também o risco de contaminação para os animais do topo da cadeia alimentar. Desta forma, os mamíferos marinhos, como os ursos polares, as focas ou as baleias, tendem a acumular, de um modo relativamente fácil, grandes quantidades de POPs devido à sua posição na cadeia alimentar, à grande quantidade de tecidos gordos e à passagem destes poluentes das mães para as suas crias. Alterações no sistema reprodutivo e imunitário ocorrem em populações de animais selvagens que estão em contato com alguns destes poluentes, sendo também normal que se observem desregulações ao nível do sistema endócrino. Alguns animais selvagens têm surgido com alterações sexuais e ao nível do desenvolvimento, seguindo-se uma diminuição da sua capacidade reprodutiva, originando, em espécies mais sensíveis, o seu desaparecimento. Estudos efectuados 1. Falhas no sistema reprodutor com o conseqüente decréscimo da população de focas, no mar de Wadden (1950-75). 2. Um complexo de doenças – hiperplasia adrenocortical – nas focas cinzentas do Mar Báltico por volta dos anos de 1970, ocasionando uma quebra na fertilidade, alterações no cérebro e aumento das glândulas adrenais. Alguns destes efeitos ainda persistem. 3. Uma forte mortalidade em massa de focas em redor das costas européias em 1992 originado por um vírus. Os compostos organoclorados são suspeitos de exacerbarem o problema pois enfraquecem o sistema imunitário. 4. Declínio das populações de cetáceos no mar do Norte e no mar Báltico, possivelmente relacionado com os compostos organoclorados. 5. Mortalidade em massa de golfinhos riscados no Mediterrâneo de 1990-92 causada por um vírus. Também neste caso os compostos organoclorados são suspeitos de aumentar o problema enfraquecendo o sistema imunitário. 6. Vários problemas de saúde nas baleias Beluga contaminação por PCBs. estão associados a 7. Feminização das gónadas dos machos da baleia Bowhead. Apesar de ainda não existir confirmação pressupõe-se que os POPs estejam envolvidos na grande incidência desta situação – 2 em 155 baleias. 8. Uma elevada taxa de mortalidade nos ursos polares está relacionada com os elevados valores de poluentes organoclorados. 9. Malformações genitais em 4 ursos polares. Possivelmente causadas por exposições a níveis altos de PCBs no útero. 1 10. Jacarés da Flórida no lago Apopka têm surgido com dramáticas alterações físicas e comportamentais relacionadas com a desregulação do sistema endócrino provocadas por um acidente químico que se verificou no referido lago. 11. Nos anos 50 verificou-se uma queda acentuada da população de trutas dos Grandes Lagos devido a uma contaminação por dioxinas que alcançou valores suficientemente elevados para matar as trutas que se encontravam em desenvolvimento nos ovos, causando um decréscimo na reprodução das trutas. 12. Estudos realizados concluíram que o albatroz do Pacífico Norte transportava consigo combinações de POPs como os PCBs, dioxinas e furanos considerados responsáveis por problemas reprodutivos e de saúde. 13. Foram descobertas lontras na Colômbia que apresentavam modificações reprodutivas relacionadas com a contaminação por pesticidas sintéticos, PCBs e dioxinas. Fonte PERIGOS para o ambiente. [S.l.: s.n.]. 2