Estado de Minas Belo Horizonte 25 de agosto de 1960 Coreografia

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Estado de Minas
Belo Horizonte
25 de agosto de 1960
Coreografia baseada no Amanuense Belmiro será apresentada pelo Ballet
Klauss Vianna
O festival anual se efetuará de 10 a 13 de setembro e terá a participação do
primeiro bailarino do Municipal, Dennis Gray. – Programados sete números que já
se acham em ensaio.
Será apresentado nos próximos dias 10, 11, 12 e 13 de setembro o festival
anual do Ballet Klauss Vianna, grupo que se tem destacado no terreno do ballet
brasileiro pelas suas pesquisas e pelas qualidades dos espetáculos que
apresenta. Anualmente, o coreógrafo Klauss Vianna cria um programa
inteiramente novo, que é interpretado primeiramente para o público da capital e,
mais tarde, nas diversas cidades do interior de Minas e capitais de outros estados.
Foi convidado para tomar parte no festival deste ano o primeiro bailarino do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Dennis Gray, que também é coreógrafo tendo
montado para o Ballet do Rio de Janeiro uma coreografia que muito agradou a
primeira dama do ballet mundial, Margot Fonteyn.
Dennis Gray montou para o Ballet Klauss Vianna um bailado intitulado Delírio
com a música Rapsódia Sueca. Como bailarino Dennis Gray apresentará o seu
grande sucesso A Dança da Fita, número difícil e de ótimo efeito, que interpreta
sozinho. A Dança da Fita é um trecho do bailado A Papoula Vermelha.
Programa.
Já estão prontos e sendo cuidadosamente ensaiados os sete números que
farão parte do programa dos quatro espetáculos. Será o seguinte programa:
1- Concerto Barroco – coreografia Klauss Vianna.
2-- As Estações – coreografia de Klauss Vianna sobre a música de Vivaldi;
3- Jazz – música de jazz pelo quarteto de John Lewis;
4- Delírio – coreografia Dennis Gray;
5- O Amanuense Belmiro – Baseado no romance homônima de Cyro dos
Anjos. Coreografia Klauss Vianna.
6- Caso do Vestido – baseado no poema de Drummond. Coreografia Klauss
Vianna.
7- Solidão – com música especialmente composta pelo maestro Sérgio
Magnani. Coreografia Klauss Vianna.
Para o bailado de O Amanuense Belmiro, que será dançado inteiramente
sem música, apenas com sons e ruídos. Também o Caso do Vestido é dançado
sem música, sendo o poema falado nos bastidores pelo coro do Teatro
Experimental.
Os cenários e figurinos estão sendo cuidadosamente preparados por dois
dos melhores artistas plásticos: Wilma Martins (roupas) e Augusto Degois
(cenários).
Opiniões Críticas.
Atestam algumas opiniões críticas a qualidade dos espetáculos do Ballet
Klauss Vianna, que foi escolhido pelos cronistas artísticos da capital como o
melhor conjunto de ballet que se exibiu na cidade durante o ano passado.
No Estado de Minas: “Em 1959, a dança pertenceu a Klauss Vianna. Seu
festival, em junho foi o desabrochar de um trabalho silencioso e consciente de 4
anos”. (João Marschner)
Comentando o ano artístico de 1959 assim se expressou O Diário 18-1-60:
“O Ballet Klauss Vianna esteve em seu plano de destaque. Apresentou-se
evoluindo, com inovações que prevêem grandes realizações. Constituiu uma
equipe homogênea, tecnicamente preparada e que estão prometendo uma quase
revolução nos métodos usuais do ballet, muito ligados a tendências conservadoras
que vinham dificultando o seu desenvolvimento”.
No Diário da Tarde, de 3-11-59: “Em breve o segundo grupo de Klauss
Vianna adquiria tanta experiência e tanta capacidade quanto o primeiro e começou
a brilhar em apresentações cada vez mais interessantes e belas”.
(Foto)
Lúcia, Jura e Marilena, três graciosas figuras do Ballet Klauss Vianna.
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