SISTEMA DE SAÚDE MÃE DE DEUS “ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL: ABORDAGEM AOS ITINERANTES, ENTRE A RAZÃO, A CULTURA E O VÍNCULO À TERRA” Ir. Lúcia Boniatti, MSCS Dr. Fabio Leite Gastal Arlete Fante Maximiliano das Chagas Marques Porto Alegre, RS - Brasil SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................05 CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................07 OBJETIVO ...............................................................................................................10 FUNDAMENTAÇÃO .............................................................................................10 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE MISSIONÁRIA ..................................................11 RESULTADOS.........................................................................................................17 CONCLUSÃO .........................................................................................................20 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 21 2 LISTA DE ABREVIATURAS CAPS AD CID COREDE CNES CRS DA DAHA DQ FEE HBJ HMD HNSN HPSC HSA HSL IAPI MS MSCS NC RS SAME SES SSMD SUS USF Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas Código de Identificação da Doença Colegiado Regional de Desenvolvimento –RS Cadastro Nacional de Entidades de Saúde Controladoria Regional da Saúde Documento de Aparecida Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial Dependência Química Fundação de Economia e Estatística Hospital Bom Jesus Hospital Mãe de Deus Hospital Nossa Senhora dos Navegantes Hospital de Pronto Socorro de Canoas Hospital Santo Antônio Hospital Santa Luzia Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários Ministério da Saúde Missionarias São Carlos Scalabrinianas Normas Constitucionais Rio Grande do Sul Serviço de Arquivo Medico Secretaria Estadual de Saúde Sistema de Saude Mãe de Deus Sistema Único de Saúde Unidade São Rafael 3 LISTA DE QUADROS E TABELAS QUADRO 1 Fluxos Migratórios no Rio Grande do Sul de 1940 a 1999 QUADRO 2 Saldo Migratório por COREDE entre 1995 a 2000 TABELA 1 Unidades de serviços de saúde mental no SSMD e localização. QUADRO 3 Participação do Sistema de Saúde Mãe de Deus na composição dos leitos de Saude Mental do Rio Grande do Sul QUADRO 4 Distribuição dos Profissionais nos serviços de Saúde Mental por Unidade Hospitalar QUADRO 5 Distribuição dos profissionais nos serviços de Saúde Mental das unidades Ambulatoriais do sistema TABELA 2 Distribuição dos usuários internados por estabelecimento e por sexo TABELA 3 Distribuição dos usuários em relação à idade por estabelecimento TABELA 4 Distribuição dos usuários em relação ao Estado de nascimento e o Estado de Residência atual (n= 1084) TABELA 5 Distribuição dos usuários em relação ao Município de nascimento e o Municípios de Residência atual (n=1.084) TABELA 6 Distribuição dos usuários em relação ao motivo de internação (n=1.084) 4 “Jesus foi aonde ela estava, segurou sua mão e ajudou-a a se levantar. Então a febre deixou a mulher, e ela começou a servi-los”. ( Mc 1, 31) “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.”(Jo. 10,10) INTRODUÇÃO A liberdade do agir cidadão é talvez o grande cerne sobre o qual edificamos a lógica das relações sociais de nossa cultura. São pessoas detentoras do poder de autogoverno e autonomia, organizadas para atender aos compromissos sociais do exercício cidadão, ou seja, o acesso pleno aos direitos humanos e sociais e a resposta adequada aos deveres, que se transformam em vidas livres, imbuídas de sentido coletivo e de realização pessoal. A pessoa fragilizada pela doença mental perde sua liberdade de agir conforme os parâmetros de normalidade na sociedade. Os laços relacionais familiares rompem-se em virtude de seu proceder não conforme com os demais cidadãos. Isto pode acontecer inclusive na condição induzida pela dependência química, provocada pelo crescente uso de novas substâncias psicoativas de elevada potência degenerativa, bem como daquelas socialmente difundidas e aceitas, representando o seu enfrentamento um desafio social para as pessoas, as famílias, as organizações governamentais e as entidades cuja missão consiste em atender aos mais pobres especialmente os migrantes. Os migrantes por estarem submetidos a um ambiente social e econômico pouco favorável se deparam com fatores que afetam sua saúde, pois dificilmente o migrante consegue manter seus costumes originais. Esta realidade encerra no seu bojo anomalias resultantes dos desajustes familiares e sociais decorrentes da frustração e desesperança. Com facilidade o migrante é envolvido no processo de consumo da droga e do álcool. A doença mental compromete o juízo da pessoa, a autodeterminação, tornando-a doente, prisioneira dos efeitos causados pela droga, migrante entre terrenos da normalidade e da anormalidade. Ela não consegue se inserir por incapacidade, impossibilidade ou dificuldade de submissão aos hábitos de convivência. Esta condição favorece o aumento nos níveis de violência, promove a inversão de valores familiares e humanos, a degeneração dos núcleos familiares e a ruptura dos laços sociais fundamentais à constituição de uma sociedade justa e fraterna. Diante desta realidade a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo – Scalabrinianas e em conformidade com o carisma, assume serviços de saúde como forma de realizar sua missão especifica em hospitais, assistência domiciliar, os centros de saúde pública e através de maneiras e meios que o atendimento à saúde do migrante exige (NC 120). 5 Esta experiência reflete as estratégias adotadas e implementadas pelo Sistema de Saúde Mãe de Deus com as equipes designadas ao atendimento de pessoas fragilizadas pelo álcool e as drogas. A doença mental está classificada entre as doenças crônicas como a diabetes e a hipertensão. A intervenção profissional neste grupo de doenças, ainda incuráveis, consiste em propiciar conforto, adaptação às necessidades e capacidades e no caso dos dependentes químicos, a identificação da condição em que a pessoa está envolvida e estimular a mudança dos comportamentos associados ao risco do consumo, promover a abstinência, buscando a minimização das seqüelas e o controle de possíveis recidivas (recaídas). Partindo da referência constante no Documento de Aparecida, no qual a Igreja fez a opção pela vida quando Cristo enviou seus apóstolos a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos (Cf. DA 417), coloca-se a Congregação das Irmãs mscs, na mesma direção ao procurar meios de assistir aos migrantes nas diferentes instâncias do sofrimento humano. Diferente de outras doenças e sofrimentos onde o sucesso está na obtenção da cura, o tratamento da doença mental e da dependência química se baseia no fortalecimento dos laços entre os profissionais de saúde e o paciente, na extensão da capacidade de adaptação, resposta ao meio e manutenção da abstinência, e na minimização dos danos físicos, psicológicos e sociais decorrentes da doença. Dada a urgência induzida pela ascensão do consumo de substâncias psicoativas e seu impacto na vida das pessoas, famílias e sociedade brasileira, somada à frágil e ainda inicial resposta das instituições públicas, a Congregação das Irmãs, mscs, nos serviços de saúde, acolheu o desafio de estruturar e apresentar serviços de saúde integrados a Política Nacional de Saúde Mental e de Combate ao Álcool e Outras Drogas, com objetivo de contribuir com ferramentas inovadoras para a reconstrução das vidas e famílias devastadas pela doença. Para tanto, foram constituídos dois Centros de Atenção Psicossocial para o Atendimento Integral ao Usuário de Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) IAPI e Vila Nova, um Pronto-Atendimento e Unidade de Internação em Saúde Mental do IAPI e uma unidade de saúde para internação e desintoxicação de mulheres dependentes químicas (Unidade São Rafael) vinculados ao Sistema Único de Saude - SUS de Porto Alegre, além da extensão das atividades nos hospitais: Hospital Nossa Senhora dos Navegantes - de Torres, Hospital Santa Luzia - de Capão da Canoa, Hospital Santo Antônio - de Santo Antônio da Patrulha, Hospital Bom Jesus de Taquara Hospital Universitário – de Canoas, este último em fase de implantação dos leitos de saúde mental. A experiência apresenta resultados acumulados ao longo do ano de 2009, 2010 e 2011 na atenção aos doentes mentais e usuário de álcool e outras drogas, mostrando respostas positivas para a sociedade por pessoas que perceberam no tratamento uma forma de retorno à situação primordial do seu juízo, sua mente e seu corpo, e uma oportunidade para a restituição de sua liberdade e cidadania para uma outra vida possível 6 CONTEXTUALIZAÇÃO A constituição humana é formada primordialmente pelo seu corpo, sua mente e seu juízo e a condição humana é a integração plena de corpo e alma. De posse de ambos, as pessoas se assenhoram de suas vidas, podendo discernir entre o certo e errado, entre o direito e o dever, fazendo escolhas que as orientem para o bem viver. Segundo o Papa Bento XVI faz-se necessário fortalecer uma “maior justiça social” e uma urgente e “sólida formação moral”, pois, além da pobreza material “incide de maneira relevante a pobreza moral”, com “o perigo do consumismo e do hedonismo”, que “tornam vulnerável a estrutura da sociedade e da família”. A doença mental atinge o núcleo da afirmação da liberdade (condição humana – personalidade e integração corpo e alma), tornando o sujeito vulnerável, migrante entre os diferentes espaços da interação social, provocando conflitos pessoais, familiares e comunitários, comprometendo a integração e o relacionamento culminando em processos de isolamento, segregação e migração. Este cenário, somado à ascensão do consumo de substâncias psicoativas, e à invasão da sociedade por comportamentos auto-agressivos e dissociadores dos núcleos familiares e de relacionamento, provocam nas pessoas a sensação de impotência para a produção de respostas efetivas. As vidas segregadas, mutiladas pela doença mental provocada pelas drogas, tornamse dispensáveis e indesejáveis, levando pessoas a perderem seus vínculos de identificação com a terra, a família, a comunidade, a Pátria e Deus. Nesta realidade está inserida a Congregação das Irmãs, mscs, seguindo os apelos do Fundador João Batista Scalabrini que dizia: “Onde está o povo que sofre, ali está a Igreja e à Congregação”. (cfe.scalabrini) A doença mental e as drogas estão para além das fronteiras geográficas, e temporais, acometendo as pessoas independentemente do seu status social, de sua cor da pele, de seu sexo, de sua religião, infligindo mecanismos de degeneração e morte, exigindo coragem para o enfrentamento. Como resposta indispensável e urgente, emerge o modelo de atenção em Saúde Mental e ao dependente químico estruturado pelo Sistema de Saúde Mãe de Deus, tomando como norte a missão de inserir-se junto aos povos migrantes, aos desassistidos e aos marginalizados dos recursos de suporte do Estado, acolhendo, escutando, compreendendo a pessoa e o sofrimento trazido e ao mesmo tempo trabalhando para o resgate da própria identidade, autodeterminação, emancipação, promovendo ações de afirmação da vida e do amor por si e pelo próximo. Considerando que a história recente de formação das regiões metropolitanas do Estado do Rio Grande do Sul está diretamente relacionada ao êxodo rural e a migração para os espaços urbanos em busca de melhores condições de vida, manifestadas na procura de 7 postos de trabalho (KOUCHER, 2006), e que o processo migratório estabelece rupturas com os laços culturais, familiares, afetivos, linguísticos e simbólicos, produzindo mal-estar e sofrimentos (LECHNER, 2007), tem-se nas cidades onde estão vinculados os serviços do Sistema de Saúde Mãe de Deus desafios para a construção de soluções ao adoecimento decorrente destes processos. Os Fluxos migratórios podem ser vistos no Quadro 1. Ao se tomar a Região Metropolitana de Porto Alegre, que teve uma acentuada concentração populacional até o início da década de 90, decorrente dos fluxos populacionais internos do Estado para a metrópole na busca de melhores condições de vida, verifica-se nestes espaços uma ampla diversidade de identidades culturais, muitas vezes conflitantes e desapropriadas de um espaço efetivo de inserção, inclusive no que concerne ao acesso aos bens e serviços (KOUCHER, 2006). Quadro 1 – Fluxos migratórios no Rio Grande do Sul de 1940 a 1999 Fonte: Fundação de Economia e Estatística – RS, 2001 Esta dinâmica de concentração trouxe para Porto Alegre e cidades do entorno como Canoas, populações com diferentes graus de instrução, capacidades de inserção nas vagas de trabalho disponíveis e perfis socioculturais, promovendo contrastes e segregação, incluindo a constituição de núcleos de concentração de excluídos e marginalizados em favelas e áreas de ocupação irregular. Esta situação, associada com a percepção que os migrantes são considerados mais expostos ao risco de desenvolvimento de doenças mentais, decorrente basicamente da exclusão social e da discriminação (PUSSETTI et al, 2009), encontramos nestas duas cidades um polo urgente de intervenção e medidas protetoras. 8 Estas ações foram promovidas pela inserção de quatro novos serviços de saúde mental na rede SUS da cidade de Porto Alegre em articulação com o gestor público, proporcionando aos doentes mentais e aos dependentes químicos a busca e a construção de estratégias de proteção e de manutenção da abstinência, bem como de reconstrução dos vínculos sociais. Além destes, na cidade de Canoas, a reestruturação do Hospital Universitário em parceria público-privado com o gestor daquele município, ofertará ainda em 2011 pelo menos 75 leitos para doentes mentais e dependentes químicos, ampliando a cobertura pública para atenção e enfrentamento ao problema das pessoas destas regiões. Em contrapartida, a partir dos anos 90 os fluxos internos de migração do Estado do Rio Grande do Sul apontaram para a constituição de novos espaços de atividade econômica, com grande crescimento das Regiões do Vale do Paranhana e Litoral, onde o Sistema de Saúde Mãe de Deus atua diretamente nas cidades de Taquara, Santo Antônio da Patrulha, Capão da Canoa e Torres. Quadro 2 – Saldo migratório por COREDE entre 1995 e 2000 Fonte: Fundação de Economia e Estatística – RS, 2001 Assim, com o olhar de quem atende pessoas em sofrimento e promovem mudanças de hábitos e comportamentos, a Congregação das Irmãs, mscs tem nesses espaços de presença, migrantes e pessoas necessitadas, as quais são ajudadas a construir uma nova vida, onde se deixa o encarceramento da doença, restituindo o livre arbítrio e o direito de ir e vir. Nesta perspectiva e com base neste trabalho, orientados pelos valores congregacionais, as Irmãs, mscs e seus colaboradores conseguem concretizar sua missão institucional respeitando e assumindo o compromisso, ético de assistir aos povos em transição, itinerância e migração 9 OBJETIVO Apresentar as ações de assistência aos doentes mentais e dependentes químicos desenvolvidas pela Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo – Scalabrinianas nos serviços de saúde prestados pelo Sistema de Saúde Mãe de Deus, tomando como eixos a mudança comportamental, a prática da autonomia e autodeterminação, o reforço familiar, em uma perspectiva de proteção da vida e promoção da fraternidade e amor entre os humanos. FUNDAMENTAÇÃO: “ Alarga o espaço de tua tenda, estende a lona, estica as cordas, não te detenhas” (Is. 54,2) O Sistema de Saúde Mãe de Deus dando respostas aos apelos dos gestores públicos municipais, estaduais e de âmbito federal amplia sua presença junto aos mais pobres e migrantes para acolher suas necessidades em saúde física e psíquica. Assumindo a missão de prestar serviço de saúde com qualidade às pessoas atingidas pela dependência química de álcool e outras drogas, posicionando-se como parceiro do estado e protagonista da promoção social no desafio de salvar vidas e famílias esfaceladas pela doença. Cientes da missão as Irmãs, mscs que atuam no SSMD e da mensagem de seu fundador Scalabrini, contextualizam este empreendimento na passagem dele pelo Monte Pena (Itália). “... e passando em visita pastoral pela região encontra um grupo de lenhadores em árduo trabalho e sofrimento, assistindo aquela cena constata que ali deveria centrar a sua visita – junto aos lenhadores em processo de sobrevivência”. A escolha do SSMD na implantação de serviços para acolher pessoas e famílias vitimadas pela dependência química é uma resposta de atenção e escuta as mazelas sociais da atualidade. A Igreja nos alerta para não ficarmos indiferentes diante do flagelo do álcool e das drogas, pois esta destruindo a humanidade, especialmente as novas gerações. Nossa tarefa se desenvolve enfocando a recuperação da vida física, emocional e espiritual junto a estas populações acompanhando e apoiando as políticas governamentais para ajudar diminuir essa pandemia (Cf. DA 422). O exílio é uma experiência que marcou profundamente a história e a fé do povo da antiga Aliança. Particularmente, no exílio da babilônia, os sentimentos de nostalgia da pátria, de tristeza e solidão. Assim o doente mental sente saudades de voltar à vida que tinha antes e clama por alguém que o acolha, o escute e o encaminhe para busca de uma nova situação de vida. A vivência da hospitalidade junto aos grupos dependentes de drogas é um caminho de esperança para um novo dia. “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque graças a ela alguns, sem saber, acolheram anjos...” (Hb 13, 1-2). 10 Outro aspecto que se trabalha é o livre arbítrio, a liberdade da vontade humana para aderir ao bem ou ao mal. Através da escuta e do conhecimento desenvolvido junto aos pacientes tentamos contribuir para que na linha da fé tome decisão livre e consciente, que brota da liberdade do espírito com coragem e honestidade racional. O primeiro passo é obter a liberação da prisão provocada pela química das drogas. O processo de atendimento de cada paciente é seguir o caminho da compaixão, da acolhida, na esperança do resgate da identidade de cada um servindo de ponte entre a vida prisioneira da droga e a liberdade da volta ao lar. A Palavra de Deus, Eucaristia, a Espiritualidade Scalabriniana, o exemplo do Fundador e co-fundadores ilumina, fortalece à caminhada diária no contexto da saúde mental. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE MISSIONÁRIA As ações em Saúde Mental do Sistema de Saúde Mãe de Deus envolvem a atenção aos doentes mentais e aos dependentes químicos, homens e mulheres, referenciados pela rede do Sistema Único de Saúde ou ingressados por livre demanda nas emergências, prontoatendimentos ou ambulatórios, totalizando uma responsabilidade sanitária sobre aproximadamente 2.400.000 vidas. Tabela 1 - Unidades de serviços de saúde mental no SSMD e localização. Serviço CAPS AD Vila Nova CAPS AD IAPI Pronto-atendimento em Saúde Mental do IAPI Unidade de Internação São Rafael Hospital Bom Jesus Hospital Santo Antônio Hospital Nossa Senhora dos Navegantes Hospital Santa Luzia Cidade Porto Alegre Taquara Santo Antônio da Patrulha Torres Capão da Canoa 11 Quadro 3 – Participação do Sistema de Saúde Mãe de Deus na composição dos leitos de Saúde Mental do Estado do Rio Grande do Sul Fonte: DAHA – Secretaria da Saúde do Estado, setembro 2011 Quadro 4 – Distribuição dos Profissionais nos serviços de Saúde Mental por Unidade Hospitalar Fonte: CNES – Ministério da Saúde, setembro 2011 12 Quadro 5 - Distribuição dos profissionais nos serviços de Saúde Mental das unidades Ambulatoriais do SSMD Fonte: CNES - Ministério da Saúde, setembro 2011 O Cotidiano da Atividade Missionária No Plano Nacional da Saúde Mental está previsto a estruturação de serviços com ênfase na reabilitação e reinserção social dos seus usuários. No Sistema de Saúde Mãe de Deus, os serviços de comprovada resolubilidade estão integrados ao meio cultural em articulação com a rede assistencial de saúde mental e aos princípios da Reforma Psiquiátrica. Seus projetos terapêuticos sob a perspectiva estratégica da redução de danos sociais e à saúde contemplam práticas com flexibilidade e abrangência necessárias a esta atenção específica (M.S, 2004, pg. 22). A Equipe Multidisciplinar, voltada para o “acolhimento” e o fácil acesso ao atendimento, tem parcerias estabelecidas com outras organizações que permitem oferecer ao paciente, opções terapêuticas para refletir que uma nova vida é possível. A saúde mental neste processo de mudança prepara equipes e ampara seus pacientes na busca por um serviço cada vez mais especializado e integrado a rede existente. 13 Os recursos terapêuticos ofertados empregam as ferramentas de: Escuta e acolhimento individual: com equipe interdisciplinar, dentro de suas especialidades avalia, trata, acompanha e encaminha as necessidades individuais de cada paciente; Escuta e acolhimento em grupo: modalidade terapêutica abrange grupos que intervêm em várias etapas da evolução do tratamento. Articulação com as comunidades: as ações voltadas às atividades educativas e preventivas junto à comunidade, desde palestras em escolas, igrejas, CIPA’s locais, participação em Conselhos locais e municipais. Articulação com os Serviços de Saúde: reuniões periódicas, treinamento das equipes de saúde, de cursos de aperfeiçoamento, discussões de casos, elaboração de rotinas, supervisão, contrarreferência. Interconsultas: atendimento telefônico pelo profissional durante todo o período de funcionamento discutindo em tempo real os casos atendidos ou acompanhados pela unidade de saúde. Articulação com as famílias: atendimentos em grupo visando proporcionar-lhes melhor entendimento do problema, a expressão de seus sentimentos e a apropriação de habilidades para enfrentamento do problema; Visitas Domiciliares: realizadas com a participação das equipes de saúde da família em busca dos faltantes, levantamento de problemas ou fatores complicadores ao tratamento. O Tratamento As modalidades de tratamento: variam quanto à necessidade de freqüência dos usuários ao serviço, ao tipo de serviço disponível, podendo ocorrer de modo hospitalar ou ambulatorial, por vezes combinando ambas as situações. O acesso: o acesso aos serviços dá-se de diversas formas, prevendo as necessidades de cada indivíduo. Valendo-se da experiência de que não se pode postergar o início do tratamento quando o paciente encontra-se motivado a iniciá-lo, busca-se respeitar o modelo formal de acesso aos serviços de especialidades médicas da rede pública de saúde (onde o encaminhamento é feito por uma central de agendamento às especialidades). Nas unidades, o usuário é atendido por um profissional especializado imediatamente ao seu contato, sem necessidade de prévio agendamento de forma a manter o componente motivacional, posteriormente, são atendidos os aspectos formais e burocráticos do sistema. O Diferencial: os pacientes que buscam espontaneamente o serviço tanto quanto os referenciados pelas demais unidades, no transcurso de seus tratamentos, são estimulados a criar ou fortalecer os vínculos com as suas unidades de origem, o que lhes facilitará a alta e o seguimento posteriores. O Cotidiano: as atividades, incluindo as temáticas dos grupos de psicoeducação, expressão de sentimentos, experimentação produtiva, criação e espiritualidade, procuram respeitar os conhecimentos prévios dos pacientes. Visam a proporcionar o questionamento do cotidiano, das vivências e da realidade sócio-cultural na qual estão inseridos. Bem como, oferecer novos conhecimentos acerca de atitudes e valores que os ajudem a tomar decisões adequadas à sua saúde e bem-estar físico, mental, espiritual e social. A abordagem que 14 considera o indivíduo em sua dinâmica interação com o contexto, pelo qual é influenciado e lhe confere, inclusive, papel interventivo na saúde desta comunidade. A Capacitação da Equipe: a estruturação de rotinas administrativas, a adequação das condutas baseadas em evidências científicas, as modalidades de atendimento e o aperfeiçoamento da equipe dão-se de forma periódica, contínua, através de reuniões semanais, seminários e discussões de casos com supervisão. A Participação Cidadã: por meio de assembléias mensais os pacientes também têm espaço para discussão e participação nas decisões que impactam nas atividades diárias de convivência e busca de melhorias ao seu bem-estar, o que lhes proporciona o exercício de cidadania e autogestão. As Parcerias: além dos profissionais contratados, desenvolvem atividades nas unidades as Irmãs e voluntários da comunidade, na Pastoral da Saúde e ações de apoio (Campanhas para arrecadação de roupas e materiais de higiene necessários para o bem estar dos pacientes). Os Testemunhos: como retorno de um trabalho realizado seguem os exemplos ditos pelos próprios pacientes: “Eu morava na rua!” Antônio, por 15 anos, afastado da família, buscou o serviço por apresentar sérios problemas clínicos, além de déficits cognitivos causados pelo abuso crônico de múltiplas drogas. Após as intervenções realizadas, obtiveram-se resultados como: o resgate do convívio familiar; participação destes nos atendimentos; consciência do diagnóstico; adesão ao tratamento e a inclusão dos familiares na construção de suas metas de vida para o futuro. “Voltei para minha família!” Júlio, usuário de crack, 26 anos de idade, sem contato com a família havia dois anos. Sua mãe buscou atendimento no grupo de familiares por desconhecer o paradeiro de seu filho. Após intervenção da equipe, através do Serviço Social, descobriu-se que o filho estava sendo atendido pela equipe de Estratégia de Saúde da Família, denominada ESF Sem Domicílio, que presta atendimento aos moradores de rua. O filho foi então referenciado para atendimento no CAPS AD IAPI tornando possível o restabelecimento dos laços entre mãe e filho e inicio da intervenção no tratamento de sua dependência. “Minha vida volta a ter sentido!” Estevão, paciente alcoolista, 55 anos, procura ajuda num momento difícil de sua vida: o falecimento de sua filha, apresentando idéias de desesperança e suicídio. Ao participar das atividades terapêuticas, encontrou nos grupos, segundo suas palavras “um espaço para falar dos meus sentimentos”. Relata: - “Quando perdi minha filha, perdi o sentido da vida; quando cheguei ao CAPS encontrei uma nova família e uma nova razão para viver”. Atualmente participa do coral de apresentação dos pacientes para a comemoração do aniversário de inauguração do CAPS AD IAPI. “Volto a ter um Lar!”, Miguel, 34 anos, outrora hóspede de um albergue municipal, dependente de crack, após um ano de tratamento no serviço, com algumas recaídas, abandonos e reinícios de tratamento, retomou os estudos e, com a orientação da equipe de saúde, consegue receber o auxílio previdenciário (auxílio-doença), e com isso alugar uma peça para morar e deixar o albergue. 15 “Penso e posso!” Getúlio, 43 anos, após várias tentativas para resolver seu problema, chega motivado, mas pouco encorajado para tentar, novamente, um meio de conseguir lidar com sua dependência. Participando dos grupos terapêuticos no CAPS AD IAPI, onde ouve de seus semelhantes os sucessos e insucessos que estes tiveram, o que o conforta em saber que não é o único que também tropeça nas pedras do caminho. Relata em uma das sessões o quanto estava satisfeito e mais disposto por ter tido sucesso em aliviar a fissura, com as técnicas de enfrentamento desta, aprendidas nos grupos. “Hoje sei que posso controlar meu comportamento, dizer não sem me sentir incerto. E penso que posso sim me manter limpo”. “Novamente trabalho!”, Cícero, 32 anos, separado, mora com os pais, afastado do trabalho pelas consequências do uso de substâncias químicas múltiplas, não conseguindo período de abstinência superior a uma semana, expressando o medo de, além de seu trabalho, continuar a perder outros valores, como sua dignidade e o amor de sua família. Após várias recaídas e períodos curtos de abstinência, paciente foi encaminhado a comunidade terapêutica onde permaneceu por 3 meses. Após a alta, agora havia mais tempo abstinente, foi iniciado plano terapêutico voltado à mudança de comportamento. Estimulou-se o envolvimento dos familiares no tratamento, foi encaminhado ao programa de reabilitação ao trabalho. Atualmente encontra-se abstêmio, com trabalho formal. “Agora sei do que se trata!”, Oscar, 56 anos, funcionário público, casado, mora com esposa e filhos. Paciente alcoolista pesado vinha consumindo cerca de 2 garrafas de destilado/dia, veio ao CAPS AD Vila Nova, após desintoxicação aguda em serviço de emergência. Dizia-se “perdendo o respeito dos familiares”. Tratada a fase inicial da abstinência, na investigação clínica, foi diagnosticada Doença de Parkinson, com quadro depressivo associado a esta e ao alcoolismo. Iniciado o tratamento integral de suas patologias, com o passar dos meses o paciente encontra-se assintomático, com seus laços familiares reforçados. Paciente relata a percepção de ter iniciado abuso do álcool para tentar atenuar os sintomas parkinsionanos e que uma abordagem correta agora lhe oferece conforto e condições de manter-se abstinente. Encontra-se ainda em auxílio doença, mas aguarda com expectativas boas seu retorno ao trabalho. Oscar é extremamente participativo nos grupos, sempre ajudando com estímulos e diálogo amigável os demais pacientes. “Como me re-encaixo?”, Vitória, 49 anos, separada, uma filha, sem emprego formal, residia sozinha e foi encontrada desacordada pela vizinha. Vinha fazendo uso abusivo de álcool nos últimos anos. Após iniciar no CAPS AD Vila Nova e participar das atividades terapêuticas, foi possível o envolvimento de sua filha e de sua irmã no processo. Foi encaminhada a comunidade terapêutica onde permaneceu por nove meses. Durante este período o CAPS acompanhou sua evolução, e paciente mantinha acompanhamento médico no CAPS, uma vez que a comunidade não dispunha deste profissional. Durante o período de sua internação, os familiares mantiveram sua frequência aos grupos de familiares, para aprender sobre a conduta e o manejo com o problema após a alta. Em seguida, a equipe do CAPS iniciou o trabalho na sua reinserção social. Como resultado a paciente está trabalhando como monitora na mesma comunidade onde esteve internada. Voltou a morar com a filha. Frequenta grupos de apoio e está sendo preparada para a alta. 16 RESULTADOS As tabelas apresentam os resultados em números e o perfil dos pacientes atendidos desde a implantação dos serviços de saúde mental. Tabela 2 – Distribuição dos usuários internados por estabelecimento e por sexo. Estabelecimento Feminino (%) Masculino (%) HBJ 70 (57,4) 52 (42,6) HPSC 09 (37,5) 15 (62,5) HSA 134 (55,6) USR 550 (99,8) HNSN 91 (62,8) HSL 115 (40,7) PA e UI IAPI 1943 (43,0) Fonte: Controladoria Hospital Mãe de Deus, setembro, 2011 107 (44,4) 01 (0,2) 154 (37,2) 167 (59,3) 2579 ( 57,0) Tabela 3 – Distribuição dos usuários em relação à idade por estabelecimento. 11-18(%) 19-29(%) 30-39(%) 40-49(%) 50-59(%) 60 ou +(%) HBJ 2 (1,6) 33 (27,0) 30 (24,6) 38 (31,1) 13 (10,7) 6 (4,9) HPSC 2 (8,3) 8 (33,3) 3 (12,5) 5 (20,8) 5 (20,8) 1 (4,2) HSA 4 (1,7) 45 (18,8) 59 (24,6) 67 (27,9) 47 (19,6) 18 (7,5) USR 25 (4,5) 147(26,7) 94 (17,1) 42 (7,6) 7 (1,3) HNSN 7 (4,9) 31 (21,7) 33 (23,1) 46 (32,2) 21 (14,7) 5 (3,5) 282(100) - -- - - - 459 (10,2) 1384(30,6) 1118 (24,7) 801(17,7) 466(10,3) 292 (6,5) Estabelecimento HSL PA e UI IAPI 236(42,8) Fonte: Controladoria Hospital Mãe de Deus,setembro, 2011 Tabela 3 - Indica que (84,8%) com idades inferiores a 49 anos, sendo a população entre 19 e 39 anos a mais exposta (57,9%) a eventos de internação por transtornos mentais, especialmente por dependência química. 17 Tabela 4 – Distribuição dos usuários em relação ao Estado de nascimento e o Estado de Residência atual (n=1.084) Relação entre Naturalidade Residência local de Estados p-valor 1 (%) atual (%) nascimento e de moradia2 Espírito Santo 2 (0,6) - - Minas Gerais Mato Grosso do Sul Paraná Rio Grande do Sul Santa Catarina 2 (0,6) - - 1 (0,3) - - 8 (2,5) - - 299 (91,7) 1070 (98,7) 322 (98,7) 13 (4,0) 14 (1,3) 4 (1,3) 1 (0,3) - - São Paulo 0,03 Fonte: Controladoria do Hospital Mãe de Deus, setembro, 2011 1 – Os dados referentes à naturalidade foram quantificados sobre um n=326; 2 – Cruzamento entre o município de nascimento e o local de residência atual sobre um n=326; Tabela 5 – Distribuição dos usuários em relação ao Município de nascimento e o Município de Residência atual (n=1.084) Naturalidade Residência atual p-valor (%)1 (%) Porto Alegre Santo Antônio da Patrulha Taquara 31 (9,5) 52 5 (48,4) 86 (26,4) 135 (12,5) 39 (12,0) 113 (10,4) Torres 23 (7,1) 65 (6,0) Osório 21 (6,4) 39 (3,6) Outros 126 (38,6) 207 (19,1) <0,001 Fonte: Controladoria do Hospital Mãe de Deus, setembro, 2011 1 – Os dados referentes à naturalidade foram quantificados sobre um n=326; Tabela 5 em relação ao município de nascimento e residência atual. Neste caso, os municípios apresentaram um crescimento de cerca de 3 vezes na população residente, sendo desses cerca de 75% migrantes. 18 Tabela 6 – Distribuição dos usuários em relação ao motivo de internação (n=1.084) CID-10 Descrição Frequência F14 Transtornos mentais devido ao uso de cocaína 26,1% F19 Transtornos mentais devido ao uso de múltiplas drogas 17,3% F32 Episódios depressivos 16,4% F10 Transtornos mentais devido ao uso de álcool 12,0% F06 Transtornos do humor orgânicos 5,6% Fonte: SAME- Hospital Mãe de Deus, setembro, 2011 Os dados da tabela 6 revelam que 55,4% dos pacientes demonstraram como motivo de internação a necessidade de desintoxicação química. A posição dos episódios depressivos, como terceira maior causa de internações, também é um reflexo das distorções nas relações e laços sociais, na fugacidade das interações e trocas, bem como, dos conflitos de identidade nos espaços de ocupação. Por estes achados, percebemos no serviço de saúde mental realizado pelo Sistema de Saúde Mãe de Deus, em suas diversas unidades, uma oportunidade de resgate de vidas em sofrimento, contribuindo na construção da autoestima pessoal e a chance de retorno a uma vida social produtiva. 19 CONCLUSÃO Esta experiência de serviço revela o valor da acolhida aos rostos sofridos e fragilizados pela doença. A Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo – Scalabrinianas dá resposta desta forma às angústias sociais das populações de nosso tempo e realiza a sua missão institucional, apoiando os migrantes envolvidos com drogas, álcool e vitimados pela dependência química. Desta forma realizam ações missionárias e evangelizadoras. “Mais do que a outros, compete precisamente a nós esta missão de regeneração social, a nós que recebemos de Deus os meios e a competência...”, o chamado e o envio. (Scalabrini) Além de almejar a cura ou a abstinência, o tratamento do doente mental e do dependente químico necessita prever o resgate dos laços familiares e sociais, levando ao entendimento do problema pelo paciente e seus familiares, deve a abordagem promover a reinserção destes nos meios sociais e laborais, além da construção de pontes para uma vida moral e espiritual digna de verdadeiros seres humanos e sociais. A reestruturação destes laços, a dignidade readquirida como conseqüência da mudança de atitudes, e o retorno ao convívio comunitário e familiar, são fatores que, mais do que benéficos aos pacientes e suas famílias, o são para a sociedade onde, ao longo do tempo, se observarão seus maiores benefícios. Este modelo de assistência permite uma visão concreta do modelo de gestão desenvolvido pelo Sistema de Saúde Mãe de Deus, onde a qualidade assistencial é estruturante de um sistema que em suas ofertas de cuidado consegue articular o público e o privado, a inovação e a melhor tradição de atenção à saúde, bem como a ação direta frente a problemas sociais visando à promoção da qualidade de vida e de valores éticos. Desafios Este relato mostra o enfrentamento de novos desafios numa sociedade dinâmica e em movimento. O Sistema de Saúde Mãe de Deus ao ser desafiado pela realidade sanitária e social postou-se frente ao problema e o tem enfrentado, com o apoio da ciência, da técnica e da razão, mas sem perder de vista as pessoas e seus imperativos missionários, na medida em que todas e cada uma das ações empreendidas estão alinhadas aos princípios do Evangelho, das orientações originais de Scalabrini e das novas diretrizes da Igreja na mensagem do Papa Bento XVI. O esforço estará voltado para sustentar ao longo do tempo a Missão com a capacidade de adaptação e atualização na medida em que os desafios surgirem e se renovarem tais como foi demostrado nesta emergência médico-social hoje representada pelas Drogas na sociedade brasileira. 20 BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Saude. A politica para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. 2ª ed.. 2004. Brasília- DF. BIBLIA SAGRADA. Edição Pastoral. São Paulo. Paulus, 1990. BURNS, R. (2011). Psicoterapia de grupo. In: Diehl, A. e al. Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas (pp.328-330). Porto Alegre: Artmed. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria GM/MS nº 336/06. Brasília, 2006. CANDATEN, Analita. Espiritualidade de um Povo a Caminho. CSEM. Brasília, 2007. CENTRO DE ESTUDOS MIGRATÓRIOS – CSEM/DF. A presença das Irmãs Missionárias Scalabrinianas na Saúde. Brasília. Abcbsb 2005. CENTRO DE ESTUDOS MIGRATÓRIOS – CSEM/DF. 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