1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA TAÍS BENINI DE OLIVEIRA SAÚDE MENTAL: CONCEPÇÃO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE GLORINHA/RS. PORTO ALEGRE- RS 2014 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA TAÍS BENINI DE OLIVEIRA SAÚDE MENTAL: CONCEPÇÃO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE GLORINHA/RS. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Atenção psicossocial do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista. Profa. Orientadora: MSc Tereza Rodrigues Porto Alegre - RS 2014 Miranda 3 O trabalho intitulado de autoria do aluno Taís Benini de Oliveira foi examinado e avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Área Atenção Psicossocial _____________________________________ Profª. MSc Tereza Miranda Rodrigues Orientadora da Monografia _____________________________________ Profª. Drª. Vânia Marli Schubert Backes Coordenadora do Curso ___________________________________ Profª. Dra. Flávia Regina Souza Ramos Coordenadora de Monografia Porto Alegre, RS 2014 4 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................6 1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................................7 1.2 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................................7 1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO ...................................................................................................................8 2- REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................................9 2.1 CONCEITO DE SAÚDE .....................................................................................................................9 2.2 SAÚDE MENTAL .............................................................................................................................10 2.3 ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NA ATENÇÃO BÁSICA ...............................................................11 3 MÉTODO.................................................................................................................................................14 4 RESULTADO E ANALISE....................................................................................................................15 5. DISCUSSÃO ...........................................................................................................................................17 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................22 REFERÊNCIAS ............................................................................................ Error! Bookmark not defined. APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO..........................................................................................................25 APENDICE B : TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................................26 5 RESUMO Estudo de natureza qualitativa, cujo objetivo foi explorar concepções sobre saúde mental dos técnicos de enfermagem que trabalham na atenção primária, no município de Glorinha – RS. Foi aplicado um questionário com três perguntas norteadoras. Participaram 6 técnicos de enfermagem, que atuam na atenção básica deste município. Como resultado observou-se que os técnicos apresentam um conceito ampliado de saúde mental. Porém quanto à abordagem no seu ambiente de trabalho, observou-se em muitas falas, que o modelo biomédico centrado na doença ainda é o modelo no qual os profissionais desempenham no trabalho. Modelo este, centrado na doença do paciente, queixa-conduta, onde a medicalização é o modelo terapêutico. Conclui-se que há um longo caminho a ser percorrido, pois os profissionais sentem-se despreparados para o atendimento qualificado do doente mental. A reforma psiquiátrica teve como objetivo a desinstitucionalização dos usuários, que viviam de forma precária e desumana nos hospitais, então de forma progressiva inicia-se a “devolução” do doente mental a comunidade e sua família, porém estes usuários ainda seguem necessitando de atenção de saúde. Nestes ambientes, deparase com famílias e profissionais despreparados para o acolhimento e a escuta desse usuário. Após a finalização deste estudo os resultados serão devolvidos aos profissionais, de modo que possam problematizar dificuldades e buscar soluções para resolver deficiências da equipe de técnicos de enfermagem da atenção básica do município de Glorinha – RS, discutindo a importância dessa equipe estar preparada para atender de forma interdisciplinar, acolhedora e integral aos pacientes que procuram atendimento nestas unidades de saúde. 6 1. INTRODUÇÃO A reforma psiquiátrica é uma luta iniciada na década de 1970 onde se busca o direito de desospitalização, um novo modelo assistencial em saúde mental, onde o louco, considerado perigoso, tem o direito de inscrição no mundo da cidadania, no espaço da cidade, no mundo dos direitos. O SUS (Sistema Único de Saúde) com seus princípios e diretrizes passa a garantir ao doente mental a construção de novas tecnologias para a melhoria da qualidade de sua vida através das políticas de saúde mental, com ações que garantem o direito e a inserção na comunidade. Essas novas ações de saúde mental são garantidas através das articulações da atenção primária com o programa de saúde da família em conjunto com equipes matriciais, fazendo o elo de ligação com a rede de cuidados. Entretanto, os desafios são aceitos e não podem ser ignorados. O sofrimento mental está cada vez mais presente na sociedade, sendo que, pelo menos, três cento da população sofre com distúrbio psíquico grave (CAMPOS et al 2007). No enfrentamento destes desafios algumas questões devem ser priorizadas em relação à efetiva inclusão de ações de saúde mental na atenção básica. É indiscutível o potencial do programa de saúde da família em operar mudanças através do seu poder vinculador junto às famílias na comunidade (CAMPOS et al 2007). Os estudos relacionam saúde mental e a estratégia de saúde da família, e demonstram a importância de capacitações, apoio e supervisão, investimentos através da educação permanente dos trabalhadores para construção de uma rede extra-hospitalar forte (SOUZA et al 2007). O presente trabalho tem como objetivo explorar a concepção de saúde mental do técnico de enfermagem na atenção básica de saúde do município de Glorinha-RS, através de um questionário com três perguntas norteadoras sobre o assunto. Este município conta com três serviços de atenção primária onde estes 6 profissionais atuam e uma população estimada para 2013 segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2014), de 7364 habitantes. Analisando os resultados pretende-se identificar o conhecimento dos profissionais sobre o assunto para posterior construção e formação de estratégias para o fortalecimento do atendimento qualificado e humanizado aos portadores de transtornos psíquicos, evitando o encaminhamento destes pacientes para o serviço de pronto atendimento no município ou internações desnecessárias. 7 1.1 JUSTIFICATIVA Como estudante na especialização de Linhas de Cuidado de Enfermagem-Saúde Psicossocial busco aprofundar meus conhecimentos em relação à problemática da saúde mental, bem como a concepção dos técnicos de enfermagem que atuam no atendimento ao doente mental, sobre o assunto, visto que no município de Glorinha a atenção à saúde mental é realizada em dois postos de saúde que tem atendimento uma vez por semana e atendimento realizado no centro da cidade em uma unidade básica de saúde, nesta unidade o atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, contando com apoio de um psiquiatra e uma psicóloga para atendimento da demanda.Concomitante com o atendimento da unidade básica de saúde acontece o atendimento de emergência. Estudos mostram que a produção do trabalho na área da saúde mental não é sistemática e tampouco planejada, tudo é feito informalmente no ato do contato com a pessoa em sofrimento psíquico, conforme ela se apresenta no serviço. Com isso esses trabalhadores acabam apenas encaminhando os usuários para local capaz de lidar com essa situação (SOUZA et al 2007). O que acaba não contribuindo com uma assistência efetiva e planejada, como pretendido pela reforma psiquiátrica. Segundo estimativas internacionais e do Ministério da Saúde (MS), 3% da população (5 milhões de pessoas) necessita de cuidados contínuos (transtornos mentais severos e persistentes), e mais 9% (totalizando 12% da população geral do país – 20 milhões de pessoas) precisam de atendimento eventual (transtornos menos graves) (CAMPOS et al 2007). Assim com este estudo pretende-se após seu término devolver os resultados aos profissionais, para que em conjunto possam problematizar suas dificuldades e buscar soluções para resolver as deficiências da equipe de técnicos de enfermagem na Estratégia Saúde da Família (ESF), discutindo a importância da equipe estar preparada para atender de forma interdisciplinar e acolhendo os pacientes de forma integral. 1.2 OBJETIVO GERAL Explorar as concepções sobre saúde mental dos técnicos de enfermagem que trabalham na atenção primária, no município de Glorinha – RS, e contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento a portadores de sofrimento psíquico. 8 1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO Identificar necessidades de ações de educação permanente para esses profissionais que atuam na linha de frente do município. 9 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONCEITO DE SAÚDE Em 1946, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já conceituava a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.” Conforme a Constituição Federal do Brasil saúde é direito de todos e dever do Estado, e deve ser garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e outros agravos, através do acesso universal e igualitário das ações tendo em vista a promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 1988). Segundo a Lei 8080/90: “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços” (BRASIL, 1990). Tendo em vista estruturar a atenção à saúde no Brasil, na década de 90 ocorre uma importante transformação das ações e serviços de saúde onde a atenção básica assume papel privilegiado na reorganização da rede de cuidados, através de novo rearranjo em que os cuidados primários constituem a porta de entrada para o sistema de saúde. O programa de agentes comunitários de saúde (PACS) e a ESF surgem neste contexto de mudanças políticos-assistenciais compondo as principais estratégias para a construção da atenção primária em saúde no Brasil. Assim a ESF foi concebida pelo MS em 1994, com o objetivo de reorganizar as práticas assistenciais de saúde, sendo o centro ordenador das redes de assistência a saúde. A ESF atua em um determinado território mapeado, sendo responsável por cerca de 4500 famílias. Conta com uma equipe formada por um médico, um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem e agentes de saúde, podendo contar com equipe de saúde bucal. Encontra-se de forma articulada com vários outros atores sociais, tendo em vista a prevenção e promoção da saúde na comunidade. A ESF enquanto formulação de uma nova política pública de atenção comunitária, procura neste momento posicionar-se muito mais como estratégia organizadora dos sistemas municipais de saúde do que com um programa verticalizado de ações a serem cumpridas. A equipe de saúde da família tem como objetivos de substituir o modelo tradicional de assistência à 10 saúde que estava pautado em ações de caráter curativas, hospitalocêntrico e com baixa resolutividade. 2.2 SAÚDE MENTAL Falar de saúde mental significa a compreensão de grande área do saber, e de ações que se caracterizam por seu caráter amplamente inter e transdisciplinar, bem como intersetorial, onde é necessário olhar para o sujeito respeitando sua subjetividade. Trabalhar com saúde mental compete a todos profissionais de saúde, particularmente aos profissionais da atenção primária, que desde as novas diretrizes das políticas de saúde foram convocados para intervir nos processos de cuidados das famílias e comunidades, reafirmando a Reforma Psiquiátrica (RP), que defende a possibilidade de inscrição do sujeito no mundo da cidadania e no espaço da cidade. A proposta do MS diz que a atenção em saúde mental deve ser feita dentro de uma rede de cuidados. Estão incluídos nesta rede: a atenção básica, os residenciais terapêuticos, os ambulatórios, os Cento de Atenção Psicossociais (CAPS), centros de convivência, os clubes de lazer, entre outros. Os CAPS são considerados dispositivos estratégicos na organização da saúde mental. Esse dispositivo é usado em municípios com população superior 20 mil habitantes. Nos municípios pequenos a atenção à saúde mental é realizada pela ESF. Podemos sintetizar como princípios fundamentais desta articulação entre saúde mental e atenção básica a noção de território, a organização da atenção à saúde mental em rede, a intersetorialidade, a reabilitação psicossocial, a multiprofissionalidade/interdisciplinaridade, a desinstitucionalização e a promoção da cidadania dos usuários (BRASIL, 2002). As ações de saúde mental na atenção básica devem obedecer ao modelo de redes de cuidado, de base territorial e atuação transversal com outras políticas específicas, a fim de buscarem o estabelecimento de vínculos, acolhimento e articulação de rede de cuidados. Essas ações devem estar fundamentadas nos princípios do SUS e nos princípios da Reforma Psiquiátrica (RP). Os doentes mentais, designados loucos pela sociedade, são muito bem conhecidos pela herança deixada nos tempos onde viviam enclausurados nos manicômios, tidos como pessoas perigosas longe de suas famílias e do contexto social. O discurso popular sobre a 11 loucura acabou associando as pessoas em sofrimento mental grave ideia de periculosidade e incapacidade. Este discurso serviu para justificar a existência dos manicômios e manter os doentes longe do convívio social. Desde a década de 1970 a RP busca a mudança deste paradigma, no ano 1990 com a criação do SUS, esta luta ultrapassa as barreiras sociais para consolidar os direitos do também cidadão dito “louco". Os primeiros movimentos de RP surgiram após o termino da segunda guerra mundial, impulsionado pelos trabalhadores e familiares dos pacientes que se encontravam em situação de total abandono em ambientes em péssimas condições de hospedagem, alimentação e totalmente isolados da sociedade. A primeira proposta de “revolucionar” a psiquiatria surgiu com Maxwelell Joones, através da retirada das pessoas dos hospitais para uma comunidade terapêutica, onde eram realizadas assembléias e reuniões coletivas. Essa proposta foi de grande importância para saúde mental, pois os sujeitos foram ouvidos e reconhecidos como capazes de participar de seu cuidado (CAMPOS et al 2007). Mas foi na Itália, na década 1970 que ouve a transformação do modelo assistencial psiquiátrico através da inserção e transformação social ocasionando fechamento dos hospitais psiquiátricos em substituição por serviços territoriais, assim o sujeito deixa de ser reduzido a sua doença, passa a ser visto nas sua totalidade de sujeito. A RP trouxe a desinstitucionalização dos pacientes que moravam nos manicômios longe de suas famílias e da sua comunidade. Com a criação da lei 10216/01 a saúde mental é direcionada para um novo modelo de assistência de saúde mental, priorizando o paciente como ser único com suas características individuais, subjetivas e biológicas, recebendo o direito de junto com sua família e a sociedade buscar reabilitação na comunidade de origem (BRASIL, 2001). A cultura é constituída por costumes, moral, leis, artes, crenças, conhecimentos e hábitos adquiridos pelo homem em uma sociedade, desse modo, a saúde e a doença são influenciadas por este contexto, além do reconhecimento à pessoa e das formas de tratamento (RODRIGUES, 2001) 2.3 ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NA ATENÇÃO BÁSICA 12 A partir da RP no Brasil, onde o modelo do hospital psiquiátrico se substitui por um modelo de atenção na comunidade, foram instituídas novas práticas de atenção psicossocial pautadas nas formas de cuidado e promoção de laços sociais das pessoas com sofrimento mental, desde serviços de atenção primária e saúde mental até uma rede complexa de atenção (CAPS, hospitais psiquiátricos). Atenção psicossocial é o estatuto de designação das práticas em saúde mental coletiva que se inscrevem como transição paradigmática da Psiquiatria, conservando para o termo a função de designar práticas reformadoras em sentido amplo (ROSA; LUZIO; YASUI; 2003). O cuidado na atenção psicossocial trata de qualificar a experiência subjetiva do sofrimento psíquico dos usuários e de suas relações familiares, no dia-dia dos serviços de saúde e na comunidade. A reabilitação Psicossocial faz parte da desisntitucionalização do doente mental, conduzindo-o para o cuidado na comunidade e produção de cidadania. Sendo assim é mais do que a realização de oficinas, de grupos ou de outras técnicas para reabilitar o sujeito para a vida social. É a produção cotidiana de cidadania com as pessoas com transtornos mentais e de aumento das suas capacidades de enfrentamento dos problemas da vida, dos contextos em que percorre, dos desafios de morar, trabalhar, viver e ser feliz. (ZEFERINO et al. 2013) As principais características dos programas de saúde mental desenvolvido pelas equipes de saúde da família são o envolvimento e a corresponsabilização dos pacientes e seus familiares. O atendimento na saúde da família tem poder de vínculo maior que nos centros de atenção psicossociais (saúde coletiva). Nesse modelo de atendimento na comunidade é priorizado o atendimento de pessoas de maior risco social e isso só é possível pela atuação do profissional junto às famílias e a imensa problemática do dia-dia de cada sujeito, a partir da conversação com os interlocutores envolvidos, respeitando o desequilíbrio psíquico e atuando na prevenção de internações, de suicídios e violência familiar. 2.4 TECNCISMO DO TRABALHO DA ENFERMAGEM VERSO PARADIGMA DA HUMANIZAÇÃO Com relação ao cuidado, sabe-se que os ambientes de convivência e de trabalho podem ter efeito mais ou menos lesivos à saúde das pessoas. A cultura e os valores têm também grande 13 influência sobre a saúde. O valor que se atribuí à vida, o reconhecimento de direitos de cidadania aos portadores de deficiências, a concepção sobre saúde, a sexualidade e a forma como cada povo lida com diferenças de gênero, de etnia ou mesmo econômicas, tudo isso amplia ou restringe a possibilidade de saúde das pessoas. Subjetividade é toda e qualquer manifestação dos sujeitos viventes. Tratar da subjetividade é impossível sem o apoio em certa teoria do sujeito. É impossível pensar no sujeito sem uma base material, biológica, produção particular, expressão individual de cada sujeito ou grupo. A Constituição 88 estabelece como princípios a integralidade e a universalidade, mediante o atendimento ao paciente com sofrimento psíquico o profissional de saúde deverá compreender o sujeito de forma particular respeitando suas expressões individuais, seus valores, suas limitações para poder construir ações de saúde que valorizem o sujeito e transformem em bem estar social. Os profissionais, ao estabelecerem relações de trabalho com pessoas ou grupos, contratransferem sentimentos e impressões, pré-julgando os usuários segundo critérios estereotipados. Esta padronização automática ocorre segundo categorias originárias da história pessoal de cada profissional. Por isso é importante refletir sobre o tipo de sentimento que cada relação de trabalho produz no profissional responsável. Os usuários também transferem seus sentimentos, afetos, inseguranças, etc, para o serviço e para os profissionais e estes afetos devem ser compreendidos, também conhecido como sentimento de transferência e contratransferência. Em estudo realizado por Tavares (2001) observa-se que os homens representam a grande maioria no universo de trabalhadores de enfermagem, é expressiva sua participação na psiquiatria. Este fato pode ser explicado pelas representações de violência sobre a instituição psiquiátrica, onde a força física masculina ainda é utilizada como forma de coerção e apaziguamento das formas de expressão incontrolável da loucura. 14 3. MÉTODO Trata-se de estudo de natureza qualitativa, onde a coleta de dados foi feita pelo próprio pesquisador que buscou entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação da realidade. Essa pesquisa foi realizada no município de Glorinha-RS, participaram desse estudo seis técnicos de enfermagem que trabalham no atendimento de saúde do município. Como ferramenta de coleta de dados, utilizou-se um questionário estruturado (APENDICE A) com três questões norteadoras. Este questionário foi entregue para os profissionais e solicitado a estes que respondessem as questões apontadas. Os dados foram coletados pela própria pesquisadora que respeitou a rotina de cada unidade e deu o tempo necessário aos profissionais para responderem as questões, e em um segundo momento os resultados foram transcritos na integra para posterior analise dos dados. Os profissionais foram convidados a participar do estudo. O questionário foi realizado respeitando o anonimato do entrevistado e permitiu a esse que desistisse assim que julgasse necessário. Após terem aceitado responder o questionário foi entregue a eles o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para enumerar os sujeitos da pesquisa foi usado as iniciais da palavra técnico em enfermagem (TE) e na sequência o número de 1 a 6 para organizar a ordem das respostas. Os resultados da pesquisa foram transcritos com garantia da integralidade das informações e analisados com as bibliografias abordadas no referencial teórico. 15 4. RESULTADO E ANALISE Questão 1: O que é saúde mental para você “ É o equilíbrio emocional, a capacidade de ser capaz de administrar a própria vida e suas emoções.”É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações, sem perder a noção de tempo e espaço, estar de bem consigo mesma e com os outros”(TE 1). “Para mim é saber lidar com situações difíceis sem perder o equilíbrio. É estar de bem consigo mesma e com o ambiente que se vive”(TE 2). “É ter controle emocional mesmo diante de situações adversas. É entender que temos limitações e algumas coisas independem das nossas vontades”(TE 3). “Saúde mental na minha opinião, é o bem estar consigo mesmo e com o meio em que vive, sem transtornos e alucinações, é a paz interior e o saber lidar com as situações da vida, sem deixar que as mesmas influenciem de maneira a retirar seu equilíbrio emocional ou físico.É saber administrar seus sentimentos e interferências negativas ou positivas do dia-dia com o equilíbrio que se espera de cada pessoa em sã consciência”(TE 4). “Para mim saúde mental é saúde da mente que deve estar equilibrada sem transtorno ou perturbações que podem desencadear, outros problemas mais sérios e assim causar danos a mente”(TE 5). “É a pessoa está são e sentir-se pleno das faculdades mentais”(TE 6). Questão 2 - Como você aborda no dia-dia do seu trabalho os usuários com sofrimento psíquico que buscam o atendimento na sua unidade de saúde. Cite exemplos: “Com uma assistência humanizada; procurando em conversa saber as causas do seu sofrimento, e as consequências que pode acarretar para o individuo e as organizações. Procurar indicadores de prevenção e manutenção da saúde. Não pensar que eles são os únicos responsáveis pelo seu sofrimento, que existem fatores que contribuem para a evolução da sua psique como: insegurança, incertezas do momento da competitividade e da hipersocializações” (TE 1). “Devemos atender conforme suas necessidades e atitudes, oferecendo apoio atenção, para se ter um melhor resultado”(TE 2). EX: “Observar as necessidades do paciente”. 16 “Procurar saber qual o tipo de doença que o paciente tem”. “Respeitar os limites do paciente” “Cada um exige um tipo de abordagem, depende da patologia e de como se apresentar.Há muitos atendimentos nessa área.Mas é preciso identificar os limites dos pacientes.E não se colocar em risco quando os mesmos estão em crise agressivo, ouvi-los, com atenção.Tentando se possível fazê-los compreender a situação.Mas é importante conhecer os pacientes e suas patologias e limitações”(TE 3). “Devemos abordar com cautela e averiguar primeiramente qual a doença psiquiátrica que este apresenta; não podemos esquecer que este paciente requer maior cuidados, pois pode causar danos não apenas a ele, mas também a toda equipe ou a outros pacientes, ser violento”(TE 4). Ex.) a-“Saber qual tipo de doença o paciente apresenta” b-“ Respeitar a sua individualidade o seu “problema” c- “Saber se é um paciente violento se precisa de reforço” d-“Tentar dar o máximo de segurança e reforço” e-“Explicar o procedimento que irá ser realizado “Bom são vários casos distintos. Alguns são violentos e agressivos. Outros que já pude observar são pessoas, que pela solidão, carência ou por outro motivo acabarão se vendo em um estado deprimido, com baixa estima, já apresentando grandes transtornos, precisando acompanhamento de um profissional para o tratamento e todo um cuidados que deve vir desde a triagem,para não perder nenhum detalhe. EX: Outro cuidado é com os procedimentos, porque eles na maioria das vezes apresentam confiança com seu cuidador, e precisam se sentir seguros para aceitar o tratamento”(TE 5). “Trato com carinho e respeito, ouço com paciência suas queixas e oriento;como funciona o atendimento na minha unidade”(TE 6). Questão 3- Na sua opinião como deve ser a assistência em saúde mental na atenção básica. “Assistência da saúde mental em suas práticas humanizada, uma forma de pensar e agir na saúde mental. Saúde da família, saúde mental, serviços de saúde mental. Repensar assistência á 17 saúde mental e suas possíveis implicações e articulações para o desenvolvimento de ações de saúde mental na atenção básica em saúde. Um apoio de uma equipe de saúde mental e a realização de treinamentos e orientações com as equipes de saúde. Como também um maior envolvimento com o usuário portadores de sofrimento psíquico e sua família”(TE 1). “Na atenção básica deve-se ter um acompanhamento mais próximo com os pacientes com doença mental. Oferecer grupos de apoio. Apoiar também a família. Deve-se oferecer cursos e treinamento para os profissionais”(TE 2). “Deve ter um maior acompanhamento real do paciente e família. Pois o que vemos muitas vezes são pacientes apenas medicados. Com isso não há uma boa adesão dos próprios pacientes ao tratamento. Sendo que deixam de tomar os medicações, voltando a ter crises repetidas, internações constantes, sem muita melhora”( TE 3). “Deveria ser não só priorizada para ser atendida no local, mas também na residência, deveria ter mais profissionais habilitados com curso especifico na área da psiquiatria para realizar um melhor atendimento; deveria ter mais grupos de tratamento com psicólogos e psiquiatras trabalhando em conjunto”(TE 4). “Na minha opinião a assistência em saúde mental, deveria ter o seu atendimento ao paciente sendo mais completo, se pudesse também ter a participação da família mas em um entendimento completo com os profissionais, e a família colaborar para este atendimento em todos os ângulos não só visando os benefícios que a família vai ter, como medicações, ou talvez internação, mas sim a melhora do paciente que realmente importa, família do paciente, que deve conhecer a doença do familiar para melhor poder ajuda-lo”(TE 5). “Deve conter uma equipe de saúde bem preparada e humanizada, mais o envolvimento da família do paciente, que deve conhecer a doença do familiar para melhor poder ajuda-lo”(TE 6). 18 5. DISCUSSÃO Nas falas da maioria dos técnicos de enfermagem entrevistados, observa-se uma concepção de saúde mental mais ampliada, ou seja, para além do conceito de saúde como ausência de doença. Apesar disso, como mostram as falas abaixo, os profissionais ainda atuam de forma a colocar em prática intervenções pautadas no modelo curativo, em que os atendimentos realizados na atenção básica são reflexos do modelo tecnicista. “Pois o que vemos as vezes são pacientes apenas medicados”(TE3) “Devemos abordar com cautela e averiguar primeiramente a doença psiquiátrica”(TE4) “Não podemos esquecer que este paciente requer meios de cuidados, pois pode causar danos não apenas ele [....]”(TE4) Estas falas demonstram que as ações da atenção em saúde ainda estão pautadas nas formas tradicionais de compreensão da saúde mental, sobressaindo o modelo biomédico hospitalocentrico, onde se tem a medicalização e o modelo médico centrado na doença,onde a medicalização é o modelo terapêutico. Segundo Amarante (2008) se faz um questionamento da capacidade resolutiva da equipe de saúde da família, visto que ela no SUS representa uma possibilidade para a inversão do modelo centrado na doença, e que teria seu poder resolutivo fundamentado na capacidade de descartar parcialmente os encaminhamentos para os níveis mais complexos de atenção e reduzir a excessiva "medicalização" das ações de saúde. Pode-se sintetizar como princípios fundamentais desta articulação entre saúde mental e atenção básica a noção de território, a organização da atenção à saúde mental em rede, a intersetorialidade, a reabilitação psicossocial, a multiprofissionalidade/interdisciplinaridade, a desinstitucionalização e a promoção da cidadania dos usuários (BRASIL, 2002) A segunda questão do instrumento busca identificar como acontece o processo de trabalho no dia-dia dos profissionais que atuam na atenção básica de saúde. As falas que se destacam são aquelas que os profissionais abordam os indivíduos com base no modelo privativista, onde o individuo será atendido conforme o comportamento de sua doença, ou sinais e sintomas dela, transgredindo o direito e a subjetividade do sujeito. “Devemos atendê-lo conforme suas necessidades e atitudes....”(TE2) 19 “Cada um exige um tipo de abordagem, depende da patologia e de como se apresenta...”(TE3) “Saber se é um paciente violento e se precisa reforço”(TE4) Em um segundo momento das falas, observa-se a escuta e o cuidado humanizado para o paciente que procura o serviço de saúde, conforme abaixo: “Com uma assistência humanizada; procurando em conversa saber as causas do seu sofrimento...”(TE1) “Porque eles na maioria das vezes apresentam confiança com seu cuidador, e precisam se sentir seguros para aceitar o tratamento”(TE4) “[...] trato com carinho e respeito, ouço com paciência suas queixas e oriento....”(TE6) Ao se comparar estas falas, percebe-se primeiramente como destaque a preocupação dos profissionais com a doença, os sinais e “atitudes” apresentadas pelo individuo, percebendo-se até um acolhimento, e em segundo momento é colocado a importância do atendimento acolhedor, transmitindo confiança e segurança para o doente mental. O toque, a escuta empática e demais práticas que integram a essência do cuidado de enfermagem podem ser recursos fundamentais do processo de cura. (HOGA apud GROËR, 2004) A assistência de enfermagem em Atenção Psicossocial requer métodos e sistematização baseados no Paradigma Psicossocial que incluam a avaliação física e mental, socialmente referenciada, e que dialoguem com outros saberes e fazeres (interdisciplinaridade), as práticas de atenção psicossocial são ações de cuidado pautadas por uma compreensão ampliada do processo saúde-doença (mental), que remetem a uma realidade biopsicossocial histórica e concreta e que se constitui a partir da integralidade e da cidadania da população (LUCCHESE et al, 2009) Espera-se que o cuidado seja voltado não só para visão biológica e biomédica, mas que integre as diversas unidades e multiplicidades dos seres. As ações dos profissionais de saúde precisam ser eficazes, contudo, precisam valorizar também a subjetividade do ser humano (BAGGIO; CALLEGARO; ERDMANN, 2009). Quando os técnicos são questionados como deveria ser feita a assistência na atenção básica de saúde, observamos diversas opiniões, mas as falas mais citadas são colocações referentes ao atendimento do doente mental e sua família. Observa-se também a necessidade dos profissionais de atualização na área da saúde mental. “Um maior envolvimento com usuários portadores de sofrimento e sua família”(TE1) 20 “Um apoio de uma equipe de saúde mental e a realização de treinamentos e orientações com a equipe de saúde”(TE1) “Oferecer grupos de apoio. Apoiar a família. Oferecer cursos e treinamento pra os profissionais de saúde”(TE2) “Deve ter um acompanhamento real do paciente e família”(TE3) “Deveria ter mais profissionais habilitados com curso...”(TE4) Segundo estudo Ações de saúde mental no Programa Saúde da Família Nunes et al (2007): Ademais, existe uma manifestação do desejo de se qualificarem para esse tipo de manejo por duas razões igualmente importantes: pelo sentimento de estarem descumprindo a ética do cuidar ao não saberem como o fazer, ou pela angústia provocada ao defrontar-se com situações humanamente e afetivamente exigentes, como frequentemente o são problemas dessa natureza. A maioria desses profissionais se sente despreparado para o manejo com pessoas portadoras de transtornos mentais, o que gera sentimentos de impotência e frustração. Conforme destacado na III Conferência Nacional de Saúde Mental, a necessidade de investir na gestão de pessoas para a construção do novo modelo assistencial, nas dimensões de potencialidades das pessoas, inserção nas políticas e projetos públicos. Segundo Fernandes et al (2011) em seu estudo: Desafios e perspectivas da saúde mental na Região Norte do Rio Grande do Sul, a educação continuada foi uma referência constante dos profissionais, que indicaram a necessidade de formação que aborde a temática da inserção da família no tratamento dos usuários e a realização de oficinas terapêuticas e grupos de apoio; a organização da rede de assistência; o tratamento e do manejo dos usuários nos principais tipos de transtornos mentais. A educação permanente é compreendida como sendo um processo educativo contínuo, de revitalização e superação pessoal e profissional, de modo individual e coletivo, com objetivo de qualificação, reafirmação ou reformulação de valores, construindo relações integradoras entre os sujeitos envolvidos para uma praxe crítica e criadora. (TAVARES apud FEUERWERKER, 2001) Os processos de capacitação do pessoal da saúde devem ser estruturados a partir da problematização do processo de trabalho, visando à transformação das práticas profissionais e a organização do trabalho, tomando como referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e o controle social em saúde. 21 Estudo realizado por Tavares (2001) mostra que a maioria dos profissionais relatam dificuldades em realizar com qualidade do atendimento de enfermagem ao paciente psiquiátrico. Considerando-se que o primeiro passo para cuidar de um paciente com transtorno psiquiátrico é estabelecer uma relação terapêutica, torna-se urgente a qualificação destes profissionais. 22 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A assistência em saúde mental ao longo da história foi marcada por um modelo privatista de exclusão, no qual os portadores de sofrimento psiquiátrico eram segregados da sociedade, enclausurados em manicômios, cujo tratamento violava os direitos humanos. O presente trabalho conclui que é necessário uma discussão com a sociedade sobre o percurso a seguir para a desinstitucionalização, conquista da RP no Brasil. Chamar a família do doente mental para a discussão, ouvir os profissionais que sentem necessidade de realizar um atendimento mais humanizado, uma escuta qualificada, porém sentem-se despreparados para atuar na ponta dos serviços de saúde. É necessário rediscutir Portaria nº 1174/GM, de sete de julho de 2005, para que a educação permanente seja uma realidade continuada dos serviços de saúde. 23 REFERÊNCIAS AMARANTE, P. D. C.; GIOVANELLA, L. O enfoque estratégico do Planejamento em Saúde e Saúde Mental. In: AMARANTE, P. D. C. (Org.). Psiquiatria Social e Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz 2008. BAGGIO, M. A.; CALLEGAROI, G. D.; ERDMANNI, A. L. Compreendendo as dimensões de cuidado em uma unidade de emergência hospitalar. Revista Brasileira Enfermagem, Brasília, v. 62, n. 3, p. 381-386, maio/jun. 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. º 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002. Brasília, 19 de fevereiro de 2002. Disponível em: <http: //portal.saúde.gov.br/ portal/arquivos/pdf/Portaria%20GM%20336-2002.pdf>. Acesso em 03/2014. ______. Presidência da República. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, 19 de setembro de 1990. Disponível em: <portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/LEI8080.pdf>. Acesso em 07/09/2010. ______. Constituição (1988). Constituição da República. Brasília: Senado, 1988. BRASIL. Lei nº 10.216, de 10 de abril de 2001, Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em 18/01/2014. CAMPOS, G. W. S.; MINAYO, M. C. S.; AKERMAN, M.; DRUMOND, M. Jr.; CARVALHO, Y. M. Tratado de saúde coletiva. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n10/12.pdf>. Acesso em 10/03/2014. FERNANDES, C. R.; NOGUEIRA, Q. D. S.; ROSSETO, M.R.V.; ANTAHUER, C. Desafios e perpectivas da saúde mental na região Norte do RS. Revista Contexto & Saúde. Editora Inijuí.V:10,N:20, Jan-Jun 2011, p.881-886. HOGA, L. A. K. A dimensão subjetiva do profissional na humanização da assistência à saúde: uma reflexão. Rev. esc. enferm. USP vol.38 no.1 São Paulo Mar. 2004. http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v38n1/02.pdf. Acesso em 05/05/2014. INSTITITO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso 02/05/2014 24 LUCCHESE, R.; OLIVEIRA, A. G. B.; CONCIANI, M. E. MARCON, S. R. Saúde mental no Programa Saúde da Família: caminhos e impasses de uma trajetória necessária. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(9):2033-2042, set, 2009. Acesso: 05/05/ 2014. RODRIGUES L. R. “Só quem sabe da doença dele é Deus” – O significado da doença mental no contexto cultural. [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP; 2001. ROSA, C. A.; LUZIO A. C.; YASUI S. Atenção Psicossocial: rumo a um novo paradigma na Saúde Mental Coletiva. In: AMARANTE, P. (Org.). Arquivos de Saúde Mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2003. SOUZA, A.; MATIAS, N. G.; GOMES, K. F. A.; PARENTE, A. C. M. A saúde mental no Programa de Saúde da Família. Revista brasileira de enfermagem, Brasília, v. 60, n. 4, p. 391395, jul./ago. 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/reben/v60n4/a06.pdf>. Acesso em 12/12/2013. TAVARES, C. M. A educação permanente da equipe de enfermagem para os cuidado nos serviços de saúde mental. In: FEUERWERKER, L. Estratégias para a mudança da formação dos profissionais de saúde. Cadernos CE. 2001 Dez; 2(4): 11-23. ZEFERINO, M. T.; JONAS, S. S.; CARDOSO, L. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina/Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, 2013. Fundamentos Históricos e Conceituais da Saúde Mental e Atenção Psicossocial, modulo 5. p. 44. 25 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO 1. O que é saúde mental para você? 2. Como você aborda no dia-dia do seu trabalho os usuários com sofrimento psíquico que buscam o atendimento na sua unidade de saúde? Cite exemplos: 3. Na sua opinião como deve ser a assistência em saúde mental na sua prática diária? 26 APENDICE B : TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Titulo da Pesquisa: Percepção de saúde mental dos técnicos de enfermagem da atenção básica do município de Glorinha-RS O(a) Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa: Percepção de saúde mental dos técnicos de enfermagem da atenção básica do município de Glorinha-RS na atenção básica de saúde. Esta pesquisa será realizada pela aluna Taís Benini de Oliveira CI: 20853018 de Pós-graduação Linhas de Cuidados em enfermagem-Eixo Saúde Psicossocial , sob orientação do professora Tereza Miranda Rodrigues. Mesmo com o convite, a participação nesta pesquisa qualitativa não é obrigatória e a qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento sem punição ou perdas no tratamento desenvolvido. O objetivo deste estudo é explorar a concepção sobre saúde mental de técnicos de enfermagem na atenção básica de saúde deste município Essa pesquisa será realizada no período de abril 2014. Concordando com a participação, garanto-lhe que os dados desta pesquisa serão administrados apenas pelo pesquisador, sua identidade será preservada e que esta pesquisa não apresenta riscos a sua integridade física. A desistência da pesquisa em qualquer momento não impede a continuidade do atendimento pela equipe de saúde . Durante sua participação na pesquisa, você não terá gastos. Ao assinar este termo de consentimento você também autoriza a leitura e uso de seus registros de prontuário, caso seja necessário. Os benefícios deste trabalho incluem a melhoria do atendimento ao usuário com sofrimento psíquico e a proposição de políticas públicas adequadas ao cuidado das famílias desses usuários. Você receberá a segunda via deste termo, onde consta o telefone de contato do pesquisador, podendo tirar dúvidas sobre o projeto e sobre sua participação, a qualquer momento. Assim, caso você tenha mais perguntas sobre esse estudo, por favor, entre em contato com Taís Benini de Oliveira , telefone: 51-98816766 Eu.........................................................................................., li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os métodos e meios da construção do estudo, riscos e benefícios que podem vir a ocorrer em consequência dos procedimentos de pesquisa, sendo que eles inexistem. Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade. Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para participar deste estudo. . Assinatura do informante Data: Assinatura do pesquisador___________________________Data:_______