Tratamento de espasticidade Dra Alexandra Passos Gaspar Dra Simone Carazzato Maciel A definição mais simples da espasticidade é aquela que a descreve como desordem motora, caracterizada pela hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento com exacerbação dos reflexos profundos e aumento do tônus muscular sendo a mesma, velocidade dependente. A espasticidade está presente em doenças que acometem o sistema nervoso central via cortico espinal. A hiperexcitabilidade está relacionada diretamente com a atividade anormal dos fusos musculares e lesões em SNC tanto como cerebrais podem desencadeá-la, uma vez que as fibras extrafusais dos músculos são inervadas a nível espinhal, mas recebem influência inibitória e facilitatória de vias supra espinhais. (Mukherjee and Chakravarty 2010) A espasticidade não deve ser encarada como vilão no que diz respeito à reabilitação e nem sempre necessita de tratamento. Precisa ser avaliada corretamente sendo tratada apenas em casos em que piore a funcionalidade do paciente, gere deformidades ou dor e dificulte a higiene, posicionamento, o uso de órteses e outra atividade de vida diária (AVD). O tratamento da espasticidade na AACD procura seguir preceitos já previamente determinados com estudos científicos seguindo diretrizes determinadas pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina e pela literatura mundial. Em nosso serviço não possuímos um ambulatório específico para este tratamento. Os pacientes são atendidos em seu ambulatório de origem, avaliados pelo médico fisiatra que define a melhor opção de tratamento e sendo necessário encaminha para avaliação do ortopedista ou neurocirurgião. 1.Organograma de atendimento Ambulatório de fisiatria Espasticidade + Deformidade + Avaliação ortopedista fisiatra e reabilitação Se grave neurocirurgião Espasticidade – manter acompanhamento com fisiatra O tratamento da espasticidade tem algumas particularidades na criança e adulto que serão descritas neste capítulo, porém os princípios básicos são comuns a ambos. Algumas patologias são mais prevalentes como a paralisa cerebral, trauma crânio encefálico (TCE), acidente vascular encefálico (AVE), lesão medular (LM), Parkinson e esclerose múltipla. As diretrizes definidas pela AMB definem muito bem estes aspectos orientando o tratamento da espasticidade com os seguintes preceitos: (Mayo NM, 1991). 1.Não existe um tratamento de cura definitiva da lesão; 2. O tratamento é multifatorial visando diminuição da incapacidade; 3.O tratamento deve estar inserido dentro de um programa de reabilitação; 4. O tempo de tratamento deve ser baseado na evolução funcional O momento de tratar As intervenções anti espásticas devem ser realizadas o mais precocemente possível em situações em que haja risco de deformidades, dor, piora de função e interferência nos cuidados com o paciente. Não há uma regra, mas o tratamento já pode ser iniciado na fase aguda, inclusive na unidade de terapia intensiva com medidas mais sistêmicas com o uso de medicação via oral ou com medidas mais pontuais como bloqueios periféricos utilizando a aplicação da toxina botulínica ou fenol. (Wissel, Ward et al. 2009; Wissel, Schelosky et al. 2010) Wissel e colaboradores em um estudo com pacientes após AVC fase aguda e subaguda mostraram que aqueles que tinham maior espasticidade apresentavam maior incidência de dor e menores índices de Barthel se comparados aos indivíduos com tônus normal. Estes autores sugeriram neste estudo alguns fatores preditivos para espasticidade severa mais precoce entre eles: baixo índice de Barthel na avaliação inicial, hemiespasticidade, aumento moderado de tônus muscular ( Ashworth >3 ), envolvimento de mais de uma articulação no primeiro seguimento pós lesão e paresia em qualquer dos pontos avaliados. .(Mukherjee and Chakravarty 2010; Perrier, Korner-Bitensky et al. 2010).O processo de reabilitação inclui a avaliação da espasticidade e o entendimento de sua interferência no aspecto funcional do paciente e uma vez detectada uma limitação imposta pela mesma, será sempre tempo de tratá-la. Tratamento O tratamento deve envolver múltiplas medidas como: 1. afastar fatores possíveis agravantes 2.uso de órteses 3.meios físicos como a crioterapia 4.eletroterapia 5.medicação via oral 6.neurólise com fenol 7.aplicação de toxina botulínica 8. cinesioterapia 9. tratamento neurocirúrgico e ortopédico É sempre importante lembrar de avaliar e afastar possíveis fatores agravantes da espasticidade, que provocam estímulos nociceptivos, como fraturas, ossificação heterotópca, luxação do quadril, úlceras de pressão, presença de processos infecciosos, hábito intestinal e esvaziamento vesical irregular e trombose venosa profunda entre outros. 2.Tratamentos realizados para espasticidade Medicamentos Baclofeno Tizanidina Gabapentina Uso de órteses Bomba de Baclofeno Cirurgias ortopédicas espasticidade Bloqueios periféricos Toxina botulínica Fenol Rizotomia cinesioterapia Meios físicos Em outros capítulos do livro serão abordados cinesioterapia, orteses e cirurgias ortopédicas. Medicamentos A espasticidade pode ser tratada com medicação via oral de forma exclusiva ou em conjunto com outros tratamentos como a neurólise química. Não há certo ou errado quanto ao medicamento de escolha para iniciarmos o tratamento. Em nossa experiência, seguindo o que a literatura recomenda e outros serviços realizam, em geral, iniciamos o tratamento com baclofeno. Baclofeno Esta medicação tem ação central. Age como análogo de GABA e uma vez ligado a este receptor no terminal pré sináptico, inibe o reflexo de estiramento muscular. A quantidade de medicação que atravessa a barreira hematoencefálica é baixa e por esta razão necessitamos de doses mais altas para conseguirmos níveis séricos suficientes. Utilizamos doses variáveis de 10 mg duas a 4 vezes ao dia em adultos e em crianças 0,75-2,5 mg/Kg/d, dividido em até 4 vezes ao dia. As dosagens altas raramente são utilizadas devido aos efeitos colaterais como sonolência, boca seca, obstipação intestinal e desconforto gástrico. A dosagem máxima tolerada de 80 mg raramente é utilizada devido aos efeitos colaterais como sonolência, boca seca e desconforto gástrico apresentados ao atingirmos estas dosagens. Uma preocupação que deve ser também considerada é a diminuição do limiar para convulsões em pacientes epilépticos. Benzodiazepínicos A ação relaxante dos benzodiazepínicos deve-se a um aumento da inibição pré sináptica.O diazepam, benzodiazepínico de longa duração, ainda é uma das medicações mais utilizadas em nossa prática por tratar-se de droga barata e de acesso fácil à nossa população.A dose inicial em geral é de 5 mg à noite para adultos. Em crianças a dose é de 0,12 a 0,8 mg/Kg/d, dividido em até 3 vezes ao dia, iniciamos com a menor dose à noite Em situações em que a atenção pode estar comprometida como no TCE, por exemplo, efeitos colaterais como a sonolência pode ser muito prejudicial, alterando a reabilitação e a qualidade de vida. Nestes casos procuramos associar outros tratamentos não medicamentosos e diminuir as doses da medicação ao máximo tolerado pelo paciente. Uma outra estratégia é a associação de outras medicações como a tizanidina , baclofeno ou gabapentina que muitas vezes são melhor toleradas. Em crianças de baixo peso e ou mesmo em adultos com grave comprometimento respiratório, é preciso ter cautela porque a medicação pode favorecer a depressão respiratória. Tizanidina A tizanidina é um agonista de ação central de receptores alfa 2 adrenérgicos.A dosagem utilizada varia de 2 mg de 12/12 h a 2 mg de 8/8h.A dose máxima é de 36 mg/dia e o aumento deve ser sempre gradativo. Dantrolene sódico O dantrolene sódico tem uma ação diferente dos demais, já que age no próprio músculo interferindo com a liberação do cálcio no retículo sarcoplásmatico do músculo. Por ter alguns efeitos colaterais graves como hipertermia maligna e hepatite, não é utilizado em nossa prática, mas deve ser citado como uma possibilidade de tratamento.A dose via oral é de 4-8 mg/kg/dia administradas em 3-4 vezes ao dia.(Mukherjee and Chakravarty 2010) Uma revisão sistemática sobre o uso de medicações anti espásticas mostrou que os estudos são muito precários, poucos são controlados e randomizados e que não avaliam como rotina desfechos como qualidade de vida.(Montane, Vallano et al. 2004). Gabapentina A gabapentina inicialmente utilizada para tratar a epilepsia já tem seus efeitos comprovados no tratamento da espasticidade, principalmente em pacientes com lesão medular têm, já que a medicação também pode ser utilizada para dor neuropática além, da espasticidade, complicação comum nestes pacientes. (Gruenthal, Mueller et al. 1997) (Priebe, Sherwood et al. 1997) .Ela inibe a liberação de glutamato na fenda pré sináptica .(Shimoyama, Shimoyama et al. 2000; Coderre, Kumar et al. 2005). Devemos iniciar com doses mais baixas como 300 ou 400 mg e aumentar de forma gradativa. Bloqueios periféricos A utilização de substâncias locais em músculos ou nervos pode auxiliar no tratamento da espasticidade. Em geral, o bloqueio periférico esta melhor indicado em situações onde a espasticidade é mais localizada, quando o tratamento conservador isolado não é suficiente ou quando os efeitos sistêmicos das medicações impedem o seu uso. As substancias mais comumente utilizadas são o fenol e a toxina botulínica. Contra indicações gerais: -Alergia a medicação -processos infecciosos no local da aplicação -contraturas e deformidades estabelecidas. Nestas situações, em geral, não existe beneficio da redução da espasticidade, sendo a indicação de cirurgia ortopédica a opção mais adequada, mas em algumas situações extremas como o discreto relaxamento pode facilitar a higiene ou posicionamento, deve haver uma análise caso a caso. Uso de toxina botulínica (TBA) O uso da TBA em pacientes neurológicos deu-se por volta dos anos 80 após aprovação do FDA devido ao sucesso no uso desta medicação na oftalmologia. A ação da TBA deve-se a sua ligação em receptores de acetilcolina na fenda pré sináptica, impedindo a liberação de acetilcolina e a conseqüente contração muscular. A toxina causa uma denervação química de fibras musculares intra e extra fusais.Sua ação tem início em 24 horas após a aplicação e seu efeito tem duração em torno de 4 meses. (Rosales, Arimura et al. 1996). Após um período novos brotamentos axonais ocorrem e novamente as fibras musculares antes denervadas na junção mioneural,fazem novas conexões. A aplicação de TBA pode tornar mais visível ou favorecer a fraqueza muscular já que sua ação é diretamente muscular. Por esta razão, a avaliação com cautela da função, da força e espasticidade ,devem ser realizadas de maneira concomitante antes da aplicação. Utilizamos os exames clínicos avaliando a força (utilizando graus de 0 a 5) ,espasticidade (escala de Asworth modificada),exames de marcha,escalas funcionais para membro superior,medida da independência funcional entre outros. A aplicação da toxina botulínica pode ser realizada utilizando algumas técnicas entre elas: uso da eletroestimulação para encontrar o ponto motor, uso do ultrassom,eletromiografia de superfície ou apenas a palpação do músculo baseada na anatomia.Não há consenso na literatura de qual seria a técnica mais adequada.Em nosso serviço alguns profissionais utilizam o eletroestimulador e outros apenas a anatomia como base para encontrar o melhor ponto motor. As toxinas utilizadas no Brasil são as que seguem: 100U(BOTOX e PROSIGNE), 500 U (Dysport) e ainda mais recentemente a de 200U (BOTOX) sendo todas do tipo A. A diluição é realizada em soro fisiológico 0,9%%.Não deve ocorrer durante a diluição turbilhonamento evitando a quebra da molécula e uma menor eficácia da medicação. As doses que devem ser aplicadas variam para cada músculo havendo uma dose mínima para efeito satisfatório (Plaguezuelos Cobos).Cada paciente deve ser analisado individualmente e a dose máxima total respeitada (400 U de BOTOX e PROSIGNE e 1600 U de Dysport). O uso de TBA possui algumas contra indicações relativas como: doença neuro muscular, coagulopatia ou uso de medicações anticoagulantes que não possam ser suspensas, contraturas fixas e absolutas como: lactação e gestação, uso de potencializadores como aminoglicosídeos, alergia conhecida ao medicamento e infecção no local da aplicação. Em geral a aplicação pode ser realizada em atendimento ambulatorial exceto em casos muito graves, falta de colaboração do paciente e em crianças para aplicação em múltiplos pontos onde haja dificuldade de colaboração e desconforto excessivos. Nesses casos a aplicação pode ser realizada sob anestesia em regime de hospital dia. Uso em pacientes adultos Em pacientes adultos temos alguns pontos mais visados que variam de acordo com as patologias:(Sommerfeld, Eek et al. 2004) (Lundstrom, Terent et al. 2008) Clínica de LEA: tríceps sural,tibial posterior,reto femoral,adutores,bíceps braquial,braquioradial,peitoral maior,flexores de punho e dedos. A técnica para aplicação de cada músculo pode ser bem estudada em manual específico para tal.(Pleguezuelos C,2009) Em pacientes pós AVE alguns trabalhos já evidenciaram melhora na espasticidade de membros superiores ((Rodgers, Shaw et al. 2008), (Ozcakir and Sivrioglu 2007; Urban, Wolf et al. 2010) e inferiores (Ozcakir and Sivrioglu 2007; Kaji, Osako et al. 2010) após aplicação de toxina botulínica. Um estudo duplo cego randomizado com 120 pacientes hemiplégicos mostrou a melhorada espasticidade em membro inferior com impacto na marcha. (Kaji, Osako et al. 2010) Clínica de lesão medular a toxina botulínica é menos utilizada. Em pacientes com LM alguns pontos motores são injetados com fenol já que muitos pacientes têm sensibilidade ausente. (Levi, Hultling et al. 1995; Elbasiouny, Moroz et al. 2010) 3. Bloqueio periférico na clínica de adultos da AACD RAO n. muscul cut n.fem LEA m gastroc LM m.peitoral 0 5 10 15 20 m. flexores de dedos Uso em crianças Em crianças com paralisia cerebral duas revisões sistemáticas foram realizadas, uma em membros inferiores e outra em superiores. Nos membros inferiores os trabalhos encontrados mostram que o uso da toxina botulínica parece ser promissor, melhorando a espasticidade e a função, porém mais trabalhos com maior rigor cientifico devem ser realizados (Ade-Hall 2011). Nos membros superiores o uso da toxina botulínica associado à terapia ocupacional mostrou-se efetivo no manejo da espasticidade, mas não de maneira isolada. (Hoare Brian 2011) Na nossa prática clínica, consideramos que o uso da toxina botulínica quando associado a um programa reabilitacional auxilia na prevenção de deformidades, facilita o uso das órteses, adia e auxilia na decisão dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos. Os músculos mais freqüentemente abordados na paralisia cerebral são: gastrocnêmicos, adutores, isquiotibiais, tibial posterior, nos membros inferiores e nos membros superiores: bíceps braquial, pronador redondo e adutor de polegar. Fenol O fenol provoca uma desnaturação protéica (proteólise), com interrupção dos sinais eferentes das células hiperexcitáveis do corno anterior da medula, através de uma necrose axonal, ocasionando melhora da espasticidade. A utilização desse álcool ocorre há mais de 50 anos. A aplicação é em geral, realizada em nervos motores, pelo risco de disestesia se aplicados em nervos mistos e em casos específicos também em pontos motores. Para a localização dos nervos é necessário a utilização de um eletroestimulador.A certificação de que estamos no local correto para aplicação, ocorre ao obtermos uma contração muscular com uma corrente de 1 miliampére ou menor. Importante lembrar que anteriormente à injeção do fenol devemos aspirar para nos certificarmos que não foi atingido nenhum vaso e que a aplicação será realmente realizada no nervo. Os nervos mais frequentemente abordados por nós são: nervo musculocutaneo, e ramo anterior do nervo obturador. Os pontos motores mais frequentemente aplicados são: músculo peitoral e isquiotibiais em região medial. Muito frequentemente realizamos bloqueios mistos com o uso do fenol e de toxina botulínica num mesmo procedimento, já que em alguns casos a dose máxima de toxina botulínica não é suficiente. Figura 4: Eletroestimulador para aplicação de fenol Técnicas cirúrgicas Bomba de baclofeno intratecal A utilização de elevadas doses de baclofeno por via oral pode não ser suficiente para diminuir a espasticidade, expondo o pacientea um risco maior de efeitos colaterais. A via intratecal possibilita a utilização de doses menores. Os pioneiros do uso do baclofeno intratecal foram Penn e Kroin, na decada de 80, em pacientes com espasticidade de origem medular. Este estudo mostrou uma redução da espasticidade avaliada através da escala de Ashworth comparandoo uso de baclofeno intratecal comparado com a infusão de soro fisiológico.(Penn, Savoy et al. 1989) Em revisão feita por Buttler e colaboradores ,a bomba intratecal mostrou-se eficiente em pacientes com paralisia cerebral para melhora da espasticidade principalmente nos membros inferiores. As complicações foram incomuns(Butler and Campbell 2000). O uso em crianças e adultos com marcha funcional ainda é incerto. Pin e colaboradores fizeram uma revisão sistemática e encontraram em alguns estudos piora funcional nas transferências(Pin, McCartney et al. 2011) Um estudo prospectivo em AVC também observou melhora da espaticidade no hemicorpo acometido, facilitando o treino de força muscular, independência e qualidade de vida (Schiess, Oh et al. 2011) Nossa experiência acompanhando alguns casos de grave espasticidade e distonia em crianças com paralisia cerebral mostrou resultados promissores, porem trata-se de um procedimento com custo elevado e ainda não disponível no nosso serviço. Rizotomia dorsal seletiva Técnica utilizada com mais freqüência em pacientes com lesão medular e paralisia cerebral crianças ou adultos. Após uma laminectomia e exposição de raízes medulares L2S1,selecionam-se aquelas raízes com resposta exagerada na estimulação elétrica e seccionam-se as mesmas.A técnica é interessante por ser procedimento de custo relativamente baixo e sem necessidade de controle a longo prazo como no caso da bomba intratecal de baclofeno.Por ser técnica irreversível sua realização deve sempre ser discutida com todo a equipe de reabilitação .( (Elbasiouny, Moroz et al. 2010). A técnica apesar de realizada em região lombar também melhora a espasticidade em membros superiores por redução dos impulsos ascendentes nos interneurônios entre região cervical e lombar. A técnica pode ser utilizada em pacientes mais graves, mas também em pacientes mais leves com objetivo de melhora funcional e não apenas na prevenção de deformidades, melhora da higiene e da dor. A rizotomia na paralisia cerebral (PC) é realizada em nosso serviço já há algum tempo. Atualmente, os critérios para indicação da técnica são: diagnóstico de PC, condições para freqüentar terapias, possibilidade de aquisição de órteses necessárias, tratamento anterior ineficiente (medicação oral, bloqueios periféricos entre outros), pacientes com PC tipo diparesia espástica, sem movimentações involuntárias associadas, boa compreensão e colaboração seletividade e sem deformidades, força motora presente (3 ou +), GMFCS II e III , idade entre 5 e 7 e Ashworth 2 ou mais. Nos casos mais graves (GMFCS V) é importante a avaliação das deformidades da coluna, pois podem piorar após a rizotomia. Bibliografia Butler, C. and S. Campbell (2000). "Evidence of the effects of intrathecal baclofen for spastic and dystonic cerebral palsy. AACPDM Treatment Outcomes Committee Review Panel." Dev Med Child Neurol 42(9): 634-645. Coderre, T. J., N. Kumar, et al. (2005). "Evidence that gabapentin reduces neuropathic pain by inhibiting the spinal release of glutamate." 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