Auguste Comte Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre Texto extraído do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/August_Comte Filosofia Positiva A Filosofia Positiva de Comte nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e torna-se pesquisa de suas leis, vistas como relações constantes entre fenômenos observáveis. Tendo por método dois critérios, o histórico e o sistemático, outras ciências antes da sociologia, segundo Comte, haviam atingido a positividade: a Matemática, Astronomia, a Física, a Química e a Biologia. Assim como nestas ciências, em sua nova ciência chamada de física social e posteriormente Sociologia, Comte usaria da observação, da experimentação, da comparação, da classificação e da filiação histórica como método para a obtenção dos dados reais. Comte teve o mérito de firmar que os fenômenos sociais podem ser percebidos como os outros fenômenos da natureza, ou seja, como obedecendo a leis gerais. Em 1851 Comte instituiu uma sétima ciência, a Moral, cujo âmbito de pesquisa é a constituição psicológica do indivíduo e suas interações sociais. Pode-se dizer que o conhecimento positivo tem como fundamento "ver para prever, a fim de prover" - ou seja: conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa melhorar sua realidade. Dessa forma, a previsão científica caracteriza o pensamento positivo. O espírito positivo, segundo Comte, tem a Ciência como investigação do real. No social e no político, o espírito positivo passaria o poder espiritual para o controle dos cientistas, embora esse poder seja exclusivamente baseado nas opiniões e no aconselhamento, afastando-se a ação política prática a esse poder espiritual. O seu método em termos gerais caracteriza-se pela observação, mas deve-se perceber que cada ciência, ou melhor, cada fenômeno tem suas particularidades, de modo que o método de observação para cada fenômeno será diferente. Além da realidade, outros princípios caracterizam o Positivismo: o relativismo e o espírito de conjunto (hoje em dia chamado de "holismo"). Na verdade, na obra "Apelo aos conservadores", Comte apresenta sete definições para o termo "positivo": real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. A Lei dos Três Estados O alicerce fundamental da obra comtiana é, indiscutivelmente, a "Lei dos Três Estados", tendo como precursores nessa idéia seminal os pensadores Condorcet e, antes dele, Turgot. Segundo o marquês de Condorcet, a humanidade avança de uma época bárbara e mística para outra civilizada e esclarecida, em melhoramentos contínuos e, em princípio, infindáveis - sendo essa marcha o que explicaria a marcha da história. A partir da percepção do progresso humano, Comte formulou a Lei dos Três Estados. Observando a evolução das concepções intelectuais da humanidade, Comte percebeu que esta evolução passa por três estados teóricos diferentes: o estado 'teológico' ou 'fictício', o estado 'metafísico' ou 'abstrato' e o estado 'científico' ou 'positivo', em que: No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, ou seja, as idéias baseadas no sobrenatural são usadas como ciência. Ainda nesta fase, a sociedade se encontra em uma estrutura militar fundamentada na propriedade e na exploração do solo. No segundo, já se encontram as idéias naturais, mas ainda há a presença do sobrenatural na ciências. A indústria já se expandiu mas não totalmente, a sociedade já não é francamente militar. Pode-se dizer que este estado serve apenas de intermediário entre o primeiro e o terceiro. No terceiro, ocorre o apogeu do que os dois anteriores prepararam progressivamente. Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais de ordem inteiramente positiva. A indústria torna-se prepoderante, tendo como atividade única e permanente a produção.