Exercícios Pré-vestibular 10-12-10 01- Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os quais seriam a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Assinale o que for falso. a) Tales de Mileto, o primeiro filósofo, teria afirmado "tudo é água", indicando, assim, um princípio material elementar, fundamento de toda a realidade. b) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamismo do universo. Afirmou que nada permanece o mesmo, tudo muda; que a mudança é a passagem de um contrário ao outro e que a luta e a harmonia dos contrários são o que gera e mantém todas as coisas. c) Parmênides de Eléia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a unidade do ser do princípio de que "o ser é" e "o não-ser não é", elaborando uma primeira formulação dos princípios lógicos da identidade e da não-contradição. d) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o desenvolvimento da filosofia e da ciência, uma vez que os pré-socráticos sofreram influência do pensamento mítico, e de suas obras apenas restaram fragmentos e comentários de autores posteriores. 2- Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas que ele representa, assinale o que for falso. a) No mito da caverna, Platão pretende descrever os primórdios da existência humana, relatando como eram a vida e a organização social dos homens no princípio de seu processo evolutivo, quando habitavam em cavernas. b) O mito da caverna simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício da filosofia é capaz de promover, libertando o indivíduo das sombras da ignorância e dos preconceitos. c) É uma característica essencial da filosofia de Platão a distinção entre mundo inteligível e mundo sensível; o primeiro ocupado pelas Idéias perfeitas, o segundo pelos objetos físicos, que são suas cópias imperfeitas. d) No mito da caverna, o prisioneiro que se liberta e contempla a realidade fora da caverna, devendo voltar à caverna para libertar seus companheiros, representa o filósofo que, na concepção platônica, conhecedor do Bem e da Verdade, é o mais apto a governar a cidade. 3-Com base na filosofia de Kant, assinale o que for falso. a) O método de Kant é chamado criticismo, pois consiste na crítica ou na análise reflexiva da razão, a qual, antes de partir ao conhecimento das coisas, deve conhecer a si mesma, fixando as condições de possibilidade do conhecimento, aquilo que pode legitimamente ser conhecido e o que não. b) A revolução copernicana operada por Kant na filosofia consiste em colocar no centro do conhecimento a realidade e não a razão que é a luz natural. c) Com a sua explicação da natureza do conhecimento, Kant supera a dicotomia racionalismo-empirismo. d) Kant ao examinar o problema do conhecimento humano, distinguiu duas formas básicas do ato de conhecer: o conhecimento empírico e o conhecimento puro 4- Em relação ao pensamento político de Maquiavel assinale o que for falso: a)Maquiavel inaugura um pensamento político moderno que rejeita o legado ético-cristão. b) Maquiavel tem uma visão do homem e da política como elas deveriam ser. c)A política deve ater-se ao real, deve preocupar-se com a eficiência da ação e não teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de governo. d) Maquiavel redefine as relações entre ética e política,não julga mais as ações políticas em função de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas em função da necessidade dos resultados que as ações políticas devem alcançar. 05- Assinale o que for falso: a) Maquiavel faz a apologia da tirania, pois considera ser a forma mais eficiente de o príncipe manter-se no poder e garantir a segurança da ordem social e política para seus súditos. b) Na concepção política de Maquiavel, não há uma exclusão entre ética e política, todavia a primeira deve ser entendida a partir da segunda. Para ele, as exigências da ação política implicam uma ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos na vida privada. c) Para Maquiavel, a sociedade é dividida entre os grandes, isto é, os que possuem o poder político e econômico, e o povo oprimido. A sociedade é cindida por lutas sociais, não pode, portanto, ser vista como uma comunidade homogênea voltada para o bem comum. d) O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito. 06-Friedrich Nietzsche critica o pensamento socrático-platônico e a tradição da religião judaico-cristã por terem desenvolvido uma razão e uma moral que subjugaram as forças instintivas e vitais do ser humano, a ponto de domesticar a vontade de potência do homem e de transformá-lo em um ser fraco e doentio. Assinale o que for falso. a) Ao criticar a moral tradicional racionalista, considerada hipócrita e decadente, Nietzsche propõe uma moral não-repressiva, que permite o livre curso dos instintos, de modo que o homem forte possa, ao mesmo tempo, acompanhar e superar o movimento contraditório e antagônico da vida. b) Para Nietzsche, o super-homem deveria ter a missão de criar uma raça capaz de dominar a humanidade, sendo, por isso, necessário aniquilar os mais fracos. c) Nietzsche identifica dois grandes tipos de moral, isto é, a moral aristocrática de senhores e a moral plebéia de escravos. A moral de escravos é caracterizada pelo ressentimento, pela inveja e pelo sentimento de vingança; é uma moral que nega os valores vitais e nutre a impotência. d) Nietzsche parte do pressuposto de que os valores são meras criações. 07-"Pode-se afirmar, portanto, que a arte é uma forma de o homem se relacionar com o mundo, forma que se renova juntamente com a produção da vida. O homem (...) busca sempre novas possibilidades de existência, busca transcender, ultrapassar e descortinar novas dimensões da realidade." (Filosofia, Ensino Médio. Curitiba: Seed-PR, 2006, p. 309). Sobre a arte como forma de pensamento, marque o que for falso. a) A arte fornece um entendimento do mundo dado pela intuição, ou seja, por um conhecimento imediato da forma concreta e individual, que não reporta à razão, mas ao sentimento e à imaginação. b) A arte compartilha do mesmo universo conceitual da filosofia; pois, como esta, ela alcança uma compreensão do mundo por meio de conceitos logicamente organizados, abstrações genéricas distantes do dado sensorial e do momento vivido. c) A imaginação desempenha um papel fundamental na arte; é ela que faz a mediação entre o vivido e o pensado, entre a presença bruta do objeto e sua representação. Na medida em que torna o mundo presente em imagens, a imaginação nos faz pensar. d) A estética é um ramo da filosofia, que estuda racionalmente o belo e o sentimento que suscita nos seres humanos. 08- A modernidade, como o conjunto de idéias e de valores que norteou o pensamento e a ação humanos desde o final do século XVIII, é essencialmente caracterizada pelo racionalismo, isto é, uma firme crença no poder da razão para conhecer e transformar a realidade. Marque a alternativa falsa. a) O Iluminismo, movimento intelectual ocorrido no século XVIII, manifesta, de maneira especial, os ideais da modernidade, fomentando as aspirações de liberdade e progresso harmonizados pela razão "iluminada". b) A modernidade é marcada pelo renascimento, movimento que criaria a base conceitual de valores que permitiram a arrancada da razão e ciência. c) Uma das características do Renascimento e da Modernidade que lhe é associada é um processo de secularização da ciência que se expressa por uma dissociação entre a teologia e a filosofia da natureza. D) Inspirado no humanismo o renascimento defendia o retorno aos ideais de exaltação da fé e liberdade. 9-Em relação à A dialética idealista de G. W. F. Hegel assinale o que for falso: a)Hegel criticou o inatismo, o empirismo e o criticismo kantiano, pois opõe-se à concepção de uma razão intemporal difundida nos mesmos; b) Contra a concepção intemporal da razão, Hegel afirma que a razão é história, e isso é o que há nela de mais essencial. c) Sendo a razão história, ela se torna, para Hegel, relativa, isto é, o que vale hoje não vale mais amanhã, nenhuma época pode, portanto, alcançar verdades universais. d) Para Hegel, a história não é a simples acumulação e justaposição de fatos e de acontecimentos no tempo, mas resulta de um processo cujo motor interno é a contradição dialética. e) A concepção de história de Hegel e a concepção de história formulada por Marx no materialismo histórico são idênticas. 10- “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. - É verdade. - Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade”. (PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar: a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros. b) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz. c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos políticos, faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece. d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas. 11- “Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através do acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”. (LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.139.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato social em Locke, considere as afirmativas a seguir. I. O direito à liberdade e à propriedade são dependentes da instituição do poder político. II. O poder político tem limites, sendo legítima a resistência aos atos do governo se estes violarem as condições do pacto político. III. Todos os homens nascem sob um governo e, por isso, devem a ele submeter-se ilimitadamente. IV. Se o homem é naturalmente livre, a sua subordinação a qualquer poder dependerá sempre de seu consentimento. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 12- “Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível [...]. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz”. (CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Trad. de Lydia Cristina. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1995. p. 73.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato político em Hobbes, considere as afirmativas a seguir. I. A renúncia ao direito sobre todas as coisas deve ser recíproca entre os indivíduos. II. A renúncia aos direitos, que caracteriza o contrato político, significa a renúncia de todos os direitos em favor do soberano. III. Os procedimentos necessários à preservação da paz e da segurança competem aos súditos cidadãos. IV. O contrato que funda o poder político visa pôr fim ao estado de guerra que caracteriza o estado de natureza. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 13- Tendo por base o método cartesiano da dúvida, é correto afirmar que: a) Este método visa a remover os preconceitos e opiniões preconcebidas e encontrar uma verdade indubitável. b) Ao engendrar a dúvida hiperbólica, o objetivo de Descartes era provar que suas antigas opiniões, submetidas ao escrutínio da dúvida, eram verdadeiras. c) A dúvida hiperbólica é engendrada por Descartes para mostrar que não podemos rejeitar como falso o que é apenas dubitável. d) Só podemos dar assentimento às opiniões respaldadas pela tradição. e) A dúvida metódica surge, no espírito humano, involuntariamente. 14- O que caracteriza a filosofia é a coragem para enfrentar a tradição irrefletida, o distanciamento dos problemas imediatos da vida, a procura pela unidade do saber em face à pluralidade das ciências, a crítica da cultura e das ideologias, assegurando a racionalidade e a reflexão crítica. Sobre o exposto, assinale o que for falso. a) Sócrates, no seu trabalho de maiêutica e ironia, enfrentou a sociedade do seu tempo e obteve a pena máxima, condenado a tomar cicuta. b) Filósofo é aquele que pergunta e que transforma as respostas em perguntas, porque nenhum saber é eterno e isento de críticas em seus fundamentos. c) A reflexão filosófica, por ser racional e abstrata, não tem aplicação prática, reproduzindo eternamente as mesmas perguntas sem sentido. d) Mais do que um saber teórico, a filosofia é uma atitude e um modo de vida, pois não se trata de acumular verdades, mas radicalizar a dúvida e a insatisfação diante dos problemas fundamentais da existência. 15-Com em seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o que for falso. a) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e as respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio de uma narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um passado imemorial. b) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades: Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos. c) Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de todas as coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não se contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o cosmo. d) As explicações míticas constroem-se de maneira argumentativa e autocrítica. 16 - Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia présocrática se preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Sócrates procura o conhecimento indagando o homem. Assinale o que for falso. a) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu mestre. b) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia. c) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos. d) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo caminho para a sabedoria. 17 –Em relação a concepção da democracia concebida pela Antiguidade Clássica grega em Atenas. Assinale o que for falso. a) A democracia ateniense era limitada, pois impedia o acesso à esfera pública de um grande contingente da população, composto pelas mulheres, pelos escravos e pelos estrangeiros, todos eles relegados à vida privada. b) O homem grego realizava-se como cidadão participando da esfera pública, era nela que adquiria notoriedade e podia afirmar sua individualidade como homem livre. c) Na esfera pública, a relação entre os cidadãos era regida pelo princípio de igualdade diante da lei e do igual direito à palavra. Os cidadãos formavam uma assembléia em que a prática da violência estava excluída. d) Na antiguidade clássica em Atenas, os metecos eram considerados cidadãos e por isso podiam participar das decisões da polis. 18- Em relação ao pensamento medieval marque o que for falso: a)No contexto da idade média, a igreja surge como uma força espiritual política. B) A grande questão discutida pelos intelectuais da idade média é a relação entre fé e razão, entre filosofia e teologia. c) A filosofia dos padres da igreja também conhecida como patrística surge com a decadência do império romano, quando o cristianismo se expande. d) “Creio para que possa entender” é uma expressão agostiniana que explica a subordinação da fé ao pensamento racional. 19 - Que filósofo moderno nos convocou ao exercício metódico da dúvida? a.( ) Rousseau. b.( ) Montesquieu. c.( ) Espinosa. d.( ) Hume. e.( ) Descartes. 20 - Para Aristóteles, a filosofia nasce: a.( ) como resposta ao nosso desejo de imortalidade. b.( ) da necessidade de dominarmos o mundo exterior. c.( ) para nos livrarmos das paixões e das percepções sensíveis. d.( ) do assombro que sentimos diante do mundo. e.( ) com a tarefa de suplantar as superstições e todas as formas de dominação. 21 - A teoria aristotélica do justo meio termo implica que: a.( ) a excelência se encontra num certo ponto intermediário entre o excesso e a falta. b.( ) a justiça se esgota na moralidade. c.( ) os defeitos de um homem nunca podem ser transformados em bem. d.( ) a ética aristotélica se confunde com a sua metafísica. e.( ) não se pode aceitar que um mandamento moral seja condicional. 1-d 2-a 3-b 4-b 5-a 6-b 7-B 8-D 9-c 10-D 11-C 12-b 13-A 14-C 15-D 16-C 17-D 18-d 19-e 20-d 21-a