Filosofia contemporânea – Aspectos gerais Aqui se pretende apresentar apontamentos de temas e alguns filósofos da Filosofia contemporânea que podem ser úteis para o estudo da filosofia, porém está longe de esgotar o tema. Os eventos históricos ajudam a entender as muitas transformações que se processam nos temas filosóficos, pois a casa momento histórico novos problemas são apresentados e portanto, as certezas clássicas são colocadas por terra. Observa-se que profundas mudanças se processaram nas questões como ética, política e poder ao longo da história até os dias atuais Pode-se destacar como contribuintes da formação desse pensamento: Hegel, destacando sai compreensão de filosofia e de história da filosofia. Para ele, a filosofia ocupa-se do imutável e a história da filosofia trata da manifestação no tempo, da exteriorização do imutável. Nietzsche se ocupa de denunciar a decadência da filosofia e da religião cristã que se distanciam da vida. Husserl desenvolve a fenomenologia em meio a crise da ciência. Defende o retorno às coisas mesmas, considerando os conceitos como algo secundário. Para ele nossa consciência é sempre a consciência de algo, voltada para o mundo, intencionalmente ligada a ele. Rompe com a dicotomia cartesiana. Sartre defende a existência como experiência da liberdade. A existência é resultado das escolhas que fazemos. Defende que o ser humano é capaz de escolher o que será dentre as possibilidades, torna-o, portanto, responsável por sua vida. Para ele, primeiro o ser humano nasce e depois decide o que será. Merleau-Ponty – Fenomenologista – Defende o retorno ao mundo vivido que implicará numa prévia reflexão sobre o corpo que é o hábito primordial que me possibilita a percepção do mundo com um sentido. Foucault – Trata do poder e a sua presença no discurso e nas instituições de seu tempo. Esse poder passa para um controle interno pelo próprio indivíduo que controla o tempo e o espaço gerando seres humanos mais dóceis para conviver em sociedade. A filosofia de Foucault tem sido estudada por diversas instituições atuais como forma de pensar a administração. Para ele, a filosofia deveria ser um ensaio, uma experiência modificadora de si mesma, conduzindo o indivíduo a um exercício de si. Pensa a temática do sujeito. As questões de saber e poder, a liberdade humana, num momento histórico em que a liberdade estava reduzida. Anos 60 - Arqueologia do saber – filosofia do “solos epistemológicos” – a produção discursiva é o foco, dialoga com o estruturalismo numa perspectiva arqueológica. Anos 70 – Genealogia do poder – enfraquece a filosofia dos solos epistemológicos, mas não a abandona, porém seu foco agora está na filosofia dos dispositivos e dialoga com a psicanálise e o marxismo ( Microfísica do poder). Anos 80 – Ontologia do presente – toma uma filosofia dos modos de subjetivação, com conexões com diversos autores, entre eles, Nietzsche. Interrompida por sua morte Sua obra emerge do pensamento sartriano. Foi aluno de Merleau-Ponty . O pensamento de Heidegger – Aquilo que era pensamento religioso, Heidegger entende como nossa relação com o ser em geral. Faz uma desconstrução do pensamento religioso mostrando que nos relacionamos com o ser. Trabalha com o ser e ente – passa a ser a relação do ser para com o homem e do homem para com o ser – essa é a matriz de seu pensamento. Ser para Heidegger é entendido não como conceito de algo, mas sim com o que nos relacionamos, com sentido da coisa que se revela em determinada situação, assim, o ser se mostra com infinitas possibilidades: a água que nos salva da sede, a água que nos afoga uma enchente é a mesma água se pensarmos em sua constituição coisal: H2O, porém não é a mesma no pensamento heideggeriano, pois ela muda seu significado, seu sentido. Uma coisa é a alegria de matar a sede, outra coisa é o pânico de morrer numa enchente. Essa dupla transcendência, efluxo e influxo, está presente no pensamento heideggeriano. Comunicação e Filosofia contemporânea. Bergson – comunicação como obstáculo, pois em termos de teoria do conhecimento a forma de conhecimento privilegiada que temos é a intuição, porém a intuição não pode ser comunicada, pois é algo invisível, acontece no espírito, na mente e na tentativa de comunicála é preciso vestir uma roupagem que a desfigura e assim perde-se parte daquilo que é. Aparece aqui um paradoxo: se não se comunica, esse algo intuído não se pode ser pensado como conhecimento, pois o conhecimento tem que ser comunicado e pensado Para Bergson é preciso fazer uso de metáforas – uma linguagem móvel e movente que possibilita uma aproximação da intuição podendo dar-lhe expressão e comunicá-la. Administra assim, a tensão entre intuição e comunicação. A filosofia adotou o conceito, tem a característica de fixar o significado, tirando a mobilidade. É muito genérico.