Introdução

Propaganda
Introdução.
O objetivo da leitura é analisar as relações entre linguagem e escola, para a
compreensão do problema de educação das camadas populares no Brasil,
considerando que as camadas populares constituem a grande maioria da
população brasileira, segundo o IBGE, quase 70% da população economicamente
ativa e ainda nem é preciso buscar razões ideológicas ou políticas para concluir
que a escola brasileira é fundamentalmente, uma escola para o povo.lembrando
que a escola que temos é antes contra o povo que para o povo, a escola tem se
mostrado incompetente para a educação das camadas populares e essa
incompetência, gerando em um fracasso escolar .Em 82a escola pública era
insatisfatória para o povo tanto no aspecto quantitativo e qualitativo.
O conflito entre a linguagem de uma escola fundamentalmente a serviço das
classes privilegiadas, cujo padrões lingüístico usa e quer ver usado, já a
linguagem das camadas populares que a escola censura e estigmatiza é uma das
principais causas do fracasso escolar dos alunos pertencentes a essa camada.
O fracasso escolar da/na escola.
Na escola,diferença é deficiência.in:Soares, Magda.Linguagem e escola:
Uma escola para o povo ou contra o povo?
Segundo o autor não é de hoje que sofremos com a precariedade de ensino, em
1882 Rui Barbosa já havia denunciado as péssimas condições de ensino para o
povo no Brasil. Ele apresentou proposta para que surgisse mais escolas para
melhoria de ensino na época. No Brasil sempre nos deparamos com expressões,
“igualdade de oportunidade educacionais” e “educação como direito de todos” tudo
isso em favor da democratização de ensino, logo esse discurso pela
democratização escolar procura responder á demanda popular por educação, por
acesso a instrução e ao saber. Com o passa r do tempo a democratização ao
ensino toma uma direção quantitativa em defesa da ampliação de ofertas
educacionais, aumento do número de escolas para classes populares,
obrigatoriedade e gratuidade do ensino elementar, voltada para a melhoria
quantitativa do ensino.
Apesar dessa luta para uma escola onde todos tivessem acesso, o povo ainda não
é vencedor, ainda não há uma escola para todos, a escola que existe é antes
contra o povo que para o povo, pois conforme o censo de 1980 não havia 100%
de alunos matriculados no ensino de 1° grau, que geralmente a idade freqüentada
é de 7 a 14 anos, que pela constituição é obrigatória e ainda as altas taxas de
evasão mostram que poucos alunos conseguem aprender e por isso não
permanecem nela.
 Uma primeira explicação: A ideologia do dom: Todos devem ter lugar na escola e
todos terá um mesmo ponto de partida e o ponto de chegada dependerá de cada
um ou seja para o sucesso ou para o fracasso, levando em consideração a
aptidão, inteligência e talento de cada um, segundo a ideologia do dom o fracasso
do aluno explica-se por sua incapacidade de adaptar-se e de ajustar-se ao que é
oferecido, para essas ideologia, não é a escola que se volta contra o povo e sim o
povo que se volta contra a escola.
 Uma segunda explicação: A ideologia da deficiência cultural: Segundo essa
ideologia os mais dotados, os mais aptos, os mais inteligentes constituiriam, as
classes dominantes e socioeconomicante favorecida e os que não tivesse essas
características, logo os menos dotados, menos aptos, menos inteligentes,
constituiriam as classes dominadas e socioeconomicamente desfavorecida.
 Uma terceira explicação: a ideologia das diferenças culturais.
Segundo essa ideologia não há grupo social que se possa faltar cultura em
determinado grupo é estar negando sua própria existência. Os padrões culturais
das classes dominadas são considerados como uma “subcultura” avaliada em
comparação com a cultura dominante, a diferença se transforma em deficiência,
em privação, em carência.
 O papel da linguagem: A linguagem e a cultura constituem a questão
fundamental, tanto na ideologia da deficiência cultural quanto na ideologia das
diferenças culturais.
A ideologia cultural tem sua origem no conceito de “déficit lingüístico”.
A ideologia das diferenças culturais tem seu principal suporte em estudos de
Sociolingüística sobre a linguagem das camadas populares.
A linguagem é o principal produto da cultura e é o principal instrumento para sua
transmissão.
Deficiência lingüística?
A patalogização da pobreza.
De acordo com o autor por volta do inicio dos anos sessenta, 77 milhões de
pessoas viviam em estado de pobreza crônica, essa população era constituída
predominantemente pelas minorias étnica: Negros, porto-riquenhos, chicanos.
Descriminadas no mercado de trabalho e vendo suas crianças e jovens
descriminados pelo sistema de ensino, as maiorias étnicas começaram a
reivindicar a “igualdade de oportunidades”, lema da democracia liberal de que o
país tanto se orgulhava. Na área da educação, buscou-se analisar o problema das
dificuldades de aprendizagem e do fracasso, na escola, das crianças, “defeitos”,
deficiência, veio explicar “cientificamente” a “desigualdade” de que vinha sendo
vítima a criança pobre na escola, culpando disso a própria criança e seu contexto
social.
No Brasil a ideologia da deficiência chegou a partir dos meados da década de 70,
o fracasso escolar das crianças das camadas populares passou a ser atribuído,
tanto no discurso pedagógico, á “pobreza” do contato cultural dessas crianças e as
“deficiências” que daí resultaram: carências afetivas, dificuldades cognitivas, déficit
lingüístico. Geralmente as camadas populares utilizam “vocabulário pobre”, erros
de linguagem e comportamento social e inadequado.
A hipótese do déficit lingüístico.
Segundo o texto a teoria da deficiência cultural afirma que as crianças das classes
populares chegam á escola com uma linguagem deficiente, que impede de obter
sucesso nas atividades, geralmente elas não sabem nome de objetos comuns,
usam frases incompletas...
Déficit lingüístico é atribuído á “pobreza” do contexto lingüístico em que vive a
criança, particularmente no ambiente familiar.
As crianças das classes favorecidas, afirmam os partidários da teoria da
deficiência cultural e do déficit lingüístico, vive num ambiente rico em estimulações
verbais, é incentivada a perguntar e a responder, conseqüentemente elas não
enfrentam dificuldades de aprendizagem quando ingressam na escola, já as
crianças das camadas populares apresentam déficit lingüístico, resultado da
privação lingüística devido a comunidade social e a família que convivem.
Download