15º Conferência Internacional de Pesquisas em Cacau, São José, Costa Rica, 2006. INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA SISTÊMICA PARA O CONTROLE DA VASSOURADE-BRUXA Crinipellis perniciosa(Stahel) Singer EM CACAUEIROS (Theobroma cacao L.) DOS CLONES ICS 1 E CCN 51. Deraldo Ramos Vieira e Raúl René Valle Palavras chave: elicitores químicos, resistência sistêmica adquirida, reação de hipersensibilidade Resumo A indução de resistência sistêmica adquirida em plantas contra fitopatógenos, se constitui numa alternativa tecnológica bastante promissora. Ela se caracteriza pela ativação dos mecanismos de resistência de caráter multigênico que se encontram em estado latente nas células vegetais, capazes de proteger a planta contra vírus, bactérias, fungos e nematóides, durante um longo período, ou talvez, por toda a vida da mesma. Alguns produtos indutores já estão disponibilizados no mercado. Com o objetivo de identificar algumas moléculas com capacidade indutora, foram testadas algumas substâncias que são metabolizáveis pela planta e de impacto ambiental praticamente nulo, no controle da vassoura-de-bruxa em cacaueiros. No experimento 1, plantas adultas do clone de cacau (Theobroma cacao L.) ICS 1, susceptíveis à vassoura-de-bruxa, foram submetidas numa única vez, à injeção no tronco, via xilema, de 20 mL dos diferentes indutores, caracterizados pelo controle (T0), glicose a 0,3 M (Molar) (T1), 0,6 M(T2), 0,9 M(T3) e 1,2 M (T4), o ácido salicílico 15 mM mais a glicose 0,6 M (80% + 20% da mistura respectivamente) (T5), o ácido salicílico a 15 mM (T6), cloreto de potássio 0,5 M (T7), a sacarose 0,3 M (T8) e 0,45 M (T9). Após 36 meses, registrou-se a eficiência de vários indutores na diminuição estatisticamente significativa de vassouras vegetativas, de almofadas, número de frutos infectados e aumento do número de frutos sadios por planta, quando comparados ao controle (Tukey (p 0,05). No experimento 2, plantas do clone de cacau (Theobroma cacao L.) CCN 51, susceptíveis à vassoura-de-bruxa, com 4 anos de campo, foram submetidas a tratamentos idênticos via injeção única no tronco, de10 mL por planta no ensaio 1 e via pulverização foliar de 100, 100 e 50 mL por planta no ensaio 2, caracterizados em seguida: controles (T0) água via pulverização e via injeção, ácido salicílico 15 mM mais glicose 0,6 M (80% + 20% da mistura respectivamente) (T1), ácido salicílico 15 mM mais glicose 0,6 M mais peróxido de hidrogênio 5mM (80% + 10% + 10% da mistura respectivamente) (T2), ácido salicílico 15 mM mais peróxido de hidrogênio (80% + 20% da mistura respectivamente) (T3) quitosana 200 ppm (T4), cloreto de potássio 0,5 M (T5). Após 18 meses, registrou-se a eficiência de alguns indutores na diminuição estatisticamente significativa de vassouras vegetativas, de almofadas, número de frutos infectados e aumento do número de frutos sadios por planta, quando comparados ao controle (Tukey p 0,05). Introdução A vassoura-de-bruxa atualmente se constitui na doença mais insidiosa e de maior importância sócio-econômica para a cacauicultura brasileira. O agente etiológico é o basidiomiceto hemibiotrófico denominado Crinipellis perniciosa. Atua Infectando tecidos jovens com células em plena divisão e crescimento (meristemas), localizadas em ramos, almofadas florais e frutos jovens do cacaueiro. Esse aspecto torna essa doença na mais difícil de ser controlada, haja vista os altos custos dispensados atualmente no controle químico, visando proteger as áreas da planta em pleno crescimento, portanto vulneráveis à doença. O C. perniciosa apresenta no seu ciclo de vida, uma fase biotrófica (parasítica), quando se estabelece no apoplasto, após a germinação dos esporos e formação das hifas (Andebrhan, 1983; Rudgard & Butler, 1987). Acredita-se que nessa fase ocorra um desbalanço hormonal, com a oxidação do AIA (auxina) pela ação de enzimas oxidativas do fungo, sendo uma lacase (polifenoloxidase) e outra uma peroxidase (Krupasagar & Siqueira, 1969). Verifica-se então, a quebra da dominância apical, estímulo das gemas laterais, superbrotamento ocasionado por uma hipertrofia e hiperplasia celular, onde o fungo estabelece uma relação parasítica com o hospedeiro, dando origem às vassouras (Krupasagar & Siqueira, 1969). O período de incubação do fungo até o surgimento das vassouras verdes, varia de 5 a 6 semanas (Lawrence & Campelo, 1991). Após 4 a 6 semanas, o fungo invade as células, matando-as, período no qual as vassouras começam a secar (Lawrence & Campelo, 1991). Decorridos 5 a 6 meses, o patógeno inicia sua fase saprofítica (reprodutiva), culminando com a liberação dos basidiósporos, estruturas responsáveis por novas infecções (Lawrence & Campelo, 1991). Atualmente a Ceplac recomenda o controle integrado da doença, através da poda fitossanitária, resistência genética, controle biológico e controle químico, o que propicia bons níveis de contenção da enfermidade. Porém, nos períodos de alta incidência, o controle químico se torna bastante caro e pouco eficiente e os genótipos considerados resistentes ainda apresentam níveis significativos de perda de frutos, da ordem de 20 a 40%, embora bastante inferior aos materiais genéticos tradicionais altamente susceptíveis, que apresentam uma perda de até 90 % da produção. Apesar da eficiência dos agroquímicos no controle de doenças de plantas, o surgimento de populações de patógenos resistentes a defensivos agrícolas, além de dificultar o controle, propicia grandes prejuízos tanto à industria daquelas substâncias quanto ao produtor. Outro aspecto referente à utilização desses defensivos em larga escala no controle de enfermidades de plantas, é o desequilíbrio ecológico que provoca no meio ambiente, afetando outros organismos não envolvidos nos patossistemas. Trabalhadores rurais no Brasil envolvidos na aplicação de defensivos agrícolas, geralmente apresentam ao longo de suas vidas, sérios problemas de saúde por conta da ocorrência de resíduos químicos em seus organismos. Hoje a população mundial, principalmente a européia, está bastante atenta para esse fato, exigindo de maneira crescente, produtos que tenham boa qualidade, que não sejam produzidos com o uso de pesticidas e isentos de resíduos tóxicos. Na natureza a ocorrência de doenças em plantas é uma exceção, ou seja, a grande maioria das interações entre plantas e microrganismos são incompatíveis, nas quais não há manifestação de doença (Agrios, 1997). A resistência sistêmica adquirida (RSA), mecanismo natural de defesa de plantas contra doenças, foi primeiramente observada por botânicos, no início do século XX (Chester, 1933). Ross (1961) mostrou através de experimento em laboratório que, necrose produzida por inoculação das folhas inferiores de plantas de fumo, com o vírus do mosaico do fumo (TMV), desenvolvia resistência em toda a planta. Posteriormente descobriu-se que esse tipo de resistência é de amplo espectro, ou seja, capaz de controlar doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus por um período de alguns dias, meses, ano ou por toda a vida da planta (Pascholati, S. F. et al., 1995; Görlach et al., 1996; Hunt & Ryals, 1996; Ryals et al.; 1996). Após a formação de lesões necróticas, seja como parte de um sintoma de doença ou como parte da resposta hipersensitiva (HR), registra-se nesse momento, a resistência localizada, na qual células vizinhas às lesões necróticas são induzidas no reforçamento das paredes celulares via lignificação e produção de proteínas ricas em hidroxiprolina, como também a síntese de fitoalexinas, ácido salicílico e proteínas relacionadas à patogênese, para interrupção do processo infeccioso. (Ryals et al., 1996; Schneider et al., 1996; van Loon et al., 1982). Após esses eventos, um sinalizador móvel recentemente caracterizado em Arabidopsis thaliana como sendo uma proteína transportadora de lipídio, induz o estabelecimento da RSA em toda a planta, com a produção de ácido salicílico livre e conjugado, aumento dos níveis de glucose e frutose, proteínas RP’s e lignificação da parede celular, protegendo a planta contra futuros ataques de fitopatógenos (Maldonado et al., 2002; Chandra et al.,1998). Resultados de trabalhos científicos no estudo da RSA, tornaram real a possibilidade de controlar doenças, aproveitando o arsenal de defesa latente existente nas plantas susceptíveis. Essas descobertas despertaram a atenção da comunidade científica que vislumbrou a possibilidade de modificar o paradigma referente ao controle de fitopatógenos, optando por uma tecnologia limpa, eficiente e ecologicamente correta (Percival, 2001; Lateur, 2002). O experimento objetivou viabilizar para a cacauicultura, mais uma tecnologia no controle do Crinipellis perniciosa, através da indução de resistência sistêmica em cacaueiros adultos do clone de Theobroma cacao L. ICS 1 e CCN 51 susceptíveis à vassoura-de-bruxa, através da utilização de elicitores químicos. Materiais e Método O experimento 1 foi conduzido no Centro de Pesquisas do Cacau, CEPECCEPLAC-Bahia-Brasil, km 22 da rodovia Ilhéus-Itabuna, Ilhéus-BA, utilizando cacaueiros adultos do clone ICS-1 susceptíveis à vassoura-de-bruxa com aproximadamente 30 anos de idade. Os tratamentos foram aplicados em dezembro de 2002 através da injeção única de 20 mL dos diferentes indutores no tronco dos cacaueiros via xilema, a 50 cm do solo, com seringa de alta pressão. Os tratamentos foram: T0, controle injeção com água destilada; T1, a glicose (G.) 0,30 M; T2, a glicose 0,60 M; T3, a glicose 0,90 M; T4, a glicose 1,20 M; T5, o ácido salicílico (A.S.) 15 mM + a glicose 0,60 M (80% + 20% da mistura, respectivamente); T6, o ácido salicílico 15 mM; T7, o cloreto de potássio (C.P.) 0,50 M; T8, a sacarose (S.) 0,30 M e T9, a sacarose 0,45 M. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 4 repetições e 10 plantas por parcela, totalizando 40 plantas por tratamento. As variáveis avaliadas por planta foram o número de vassouras vegetativas e de almofadas e número de frutos infectados e sadios. As avaliações foram efetuadas trimestralmente e os dados são referentes ao período de Janeiro de 2003 a dezembro de 2005 (3 anos). O experimento 2 foi instalado na Faz. Santo Antonio do Engenho, município de Simões Filho-Bahia-Brasil, no qual plantas do clone de cacau (Theobroma cacao L.) CCN 51, susceptíveis à vassoura-de-bruxa, com 4 anos de campo, foram submetidas aos tratamentos aplicados em setembro de 2003 com indutores idênticos via injeção única no tronco, de 10 mL por planta no ensaio 1 e 3 pulverizações foliares de 100, 100 e 50 mL por planta no ensaio 2, caracterizados em seguida: T0, os controles água via pulverização e via injeção, T1 o ácido salicílico 15 mM mais a glicose 0,6 M (80% + 20% da mistura respectivamente), T2, o ácido salicílico 15 mM mais a glicose 0,6 M mais o peróxido de hidrogênio 5mM (80% + 10% + 10% da mistura respectivamente), T3, o ácido salicílico 15 mM mais o peróxido de hidrogênio 5 mM (80% + 20% da mistura respectivamente), T4 a quitosana (Q.) 200 ppm, T5, o cloreto de potássio 0,5 M. O delineamento experimental utilizado nos 2 ensaios foi de blocos ao acaso, sendo constituído cada um deles, de 6 tratamentos 4 repetições, 5 plantas por parcela, 20 plantas por tratamento, 30 plantas por bloco, totalizando 120 plantas em cada ensaio. As variáveis avaliadas foram as mesmas do experimento 1, os dados foram coletados mensalmente e se referem ao período de outubro de 2003 a março de 2005. Resultados e Discussão Experimento 1 Tabela 1.Efeito de diferentes elicitores químicos na indução de resistência sistêmica no clone de cacau ICS1 para o controle da vassoura-de-bruxa. Janeiro/2003 a dezembro/2005(3 anos). Tratamentos Doses Vassouras Vassouras Frutos Frutos Futos Vegetativas Almofada Infectados Sadios Sadios --------------------- Número por planta ------ --- % -------------Controle 25 a 10 a 7a 6b 46 G. 0,3 M 8 b 5b 5a 12 ab 71 G. 0,6 M 6 b 6 ab 6a 16 a 73 G. 0,9 M 8 b 5b 5a 19 a 79 G. 1,2 M 7 b 5b 5a 17 a 77 Á. S. + G. 0,6 M + 15 mM 7 b 5b 5a 16 a 76 Á. S. 15 mM 9 b 7 ab 5a 14 a 74 C. P. 0,6 M 10 b 4b 4a 13 ab 76 S. 0,3 M 13 b 5b 5a 15 a 75 S. 0,45 M 7 b 3b 4a 13 ab 76 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p 0,05) Experimento 2 Ensaio 1 Tabela 1. Efeito de diferentes elicitores químicos na indução de resistência sistêmica no clone de cacau CCN 51 para o controle da vassoura-de-bruxa via injeção no tronco. outubro/2003 a março/2005. (1,5 ano). Tratamentos Doses Vassouras Vassouras Frutos Frutos Futos Vegetativa Almofada Infectados Sadios Sadios s --------------------- Número por planta ---- --- % --------------Controle 6a 8 bc 3 ab 4d 57 Á. S. + G. 0,6 M + 15 mM 7a 8 bc 2 bc 5c 71 A. S. + G. + P. H. 0,6 M + 15 mM+ 5mM 5a 6c 1c 6b 86 A. S. + P. H. 15 mM + 5mM 6a 7c 2 bc 3d 60 Q. 200 ppm 6a 10 ab 4a 6b 60 C. P. 0,5 M 5a 11 a 3 ab 8a 73 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p 0,05) Experimento 2 Ensaio 2 Tabela 1. Efeito de diferentes elicitores químicos na indução de resistência sistêmica no clone de cacau CCN 51 para o controle da vassoura-de-bruxa via pulverização foliar.outubro/2003 a março/2005. (1,5 ano). Tratamentos Doses Vassouras Vassouras Frutos Frutos Futos Vegetativa Almofada Infectados Sadios Sadios s --------------------- Número por planta ---- --- % --------------Controle 13 a 14 a 2a 1d 33 Á. S. + G. 0,6 M + 15 mM 3b 6c 2a 8a 80 A. S. + G. + P. H. 0,6 M + 15 mM+ 5mM 3b 6c 1a 6b 86 A. S. + P. H. 15 mM + 5mM 3b 11 ab 2a 6b 75 Q. 200 ppm 5b 6c 1a 6b 86 C. P. 0,5 M 5b 9 bc 2a 5c 71 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p 0,05) No experimento 1 todos os indutores foram estatisticamnte eficientes no controle de vassoura vegetativa comparados ao controle, com destaque para a G. 0,6 M; no controle de vassoura de almofada a S. 0,45 M e em seguida o C.P. foram estatisticamente os mais eficientes comparados ao controle ao controle; não houve diferença estatística entre os tratamentos no controle de vassoura em fruto; o número de frutos sadios foi estatisticamnete superior em 6 indutores com relação ao controle, entre os quais se destacou G. 0,9 M; o percentual de frutos sadios nas plantas induzidas foi bem maior do que o controle. O peróxido de hidrogênio (H2O2), apresentou boa ação indutora quando aplicado em combinação com o AS e uma ação ainda mais eficiente quando combinado com o AS e a G 0,6 M. O longo período no qual a resistência sistêmica esteve presente nos cacaueiros nesse experimento, pode ser justificado pela presumível “memória bioquímica”. que se estabeleceu nas plantas após a injeção única em 2002. Assim o contato freqüente entre as plantas e agentes estressores no ambiente como déficit hídrico, excesso de água no solo, com destaque para o Crinipellis perniciosa, permitiram reativar os eventos metabólicos inicialmente induzidos, de caráter multigênico e não específico, latentes, que se estabeleceram após as injeções, o que transformou uma interação inicialmente compatível para uma interação incompatível (Tuzun, 2001). Outro fator que certamente deve ter influenciado na estabilização e manutenção da RSA por longo período, é o aumento da recombinação somática provocada pelo estresse da indução que permite à planta uma flexibilidade genética, como mostram os resultados de trabalho realizado por Lucht et al, (2002), em Arabidopsis. A RSA também No experimento 2, ensaio 1, com relação a vassoura vegetativa todos os tratamentos foram estatisticamente iguais; com relação a vassoura de almofada nenhum tratamento foi melhor que o controle e alguns deles como a quitosana e o cloreto de potássio foram até inferiores; com referência ao controle de vassoura em frutos o único destaque foi para o A.S.+ G.+ P.H; o número de frutos sadios foi estatisticamente maior nas plantas induzidas com exceção do tratamento A.S.+ P.H.; o percentual de frutos sadios foi maior nas plantas ativadas. O C.P. apresentou a maior quantidade de frutos produzidos por planta e juntamente com os demais tratamentos com indutores superaram estatisticamente a testemunha. No experimento 2, ensaio 2, todos os indutores foram estatisticamnete superiores ao controle com relação à incidência de vassoura vegetativa; com relação a vassoura de almofada, somente o tratamento A.S.+ P.H. foi inferior ao controle; com relação ao número de frutos infectados, todos os tratamentos foram iguais; o número de frutos sadios foi estatisticamente maior em todos os tratamentos com indução, com relação ao controle, bem como o percentual de frutos sadios. É possível que a menor eficiência dos indutores no Experimento 2 ensaio 1, principalmente com referência ao controle de vassoura vegetativa e de almofada, tenha sido ocasionada pelo maior estresse provocado nos cacaueiros, pelo volume e/ou concentrações utilizados na injeção das plantas, ou pelo fato de se tratar de cacaueiros ainda jovens. Em experimentos com a utilização do indutor abiótico o BTH, desenvolvidos por Louws et al., 2001 com o cultivo do tomateiro e Romero et al., 2001 com o cultivo da pimenta, observou-se a diminuição da produção e tamanho das plantas. As maiores produções verificadas na maioria dos tratamentos com indutores com relação aos controles nos 3 ensaios, foram também verificadas em vários trabalhos sobre indução de resistência, como o desenvolvido por Leskovar e Kolenda, 2002 , no qual o indutor BTH além de controlar o ferrugem branca do espinafre, causado pelo fungo Albugo occidentalis, aumentou a produção em 50% com relação ao controle. Em todos os experimentos foi observado o aparecimento de uma clorose malhada quase imperceptível, em forma de micro pontuações (stippling) em folhas velhas das plantas induzidas, característica indicadora da presença da resistência sistêmica. Os indutores aplicados provocam em nível local, perturbações metabólicas como estresses osmótico e iônico (Agrios, 1997; Buchanan et al., 2000; McDowell et al.,2000; Vranová et al., 2002; Kawano et al., 2000) além de induzir várias rotas metabólicas envolvidas em mecanismos de defesa das plantas contra estresses biótico e abiótico. Provavelmente, houve ação direta de genes RSA, peroxidação de lipídios da membrana plasmática, quebra da integridade da membrana, abertura de canais de íons, com o influxo de Ca2+, H+ e efluxo de K+ e Cl-, alteração do pH, explosão oxidativa, ação da enzima de membrana NADPH oxidase, geração de espécies ativas de oxigênio (H2O2, O2-), de óxido nítrico (NO) ativação da rota dos fenilpropanoides via ação da fenilalanina amônia-liase, síntese de ácido salicílico, culminando com a reação de hipersensibilidade e morte celular (Agrios, 1997; Buchanan et al., 2000; McDowell et al.,200; Vranová et al., 2002; Kawano et al., 2000). Estes processos levam ao desenvolvimento da resistência localizada adquirida em células vizinhas `a região de ocorrência da morte celular, através do reforço da parede celular via liginificação, incorporação de glicoproteínas ricas em hidroxiprolina, peroxidase, proteínas relacionadas com patogênese, síntese de fitoalexinas, compostos fenólicos (Agrios, 1997). Concomitantemente, mensageiros, que podem ser lipídios transferidores de proteínas (ltp) (Maldonado et al., 2002), e/ou peróxido de hidrogênio dentre outros, propiciam a transmissão de um sinal para toda a planta, inclusive extremidade de ramos, almofadas florais e frutos jovens, colocando a mesma em estado de “prontidão” ou “competência” (priming), preparando-a para a reação de resistência contra sucessivos ataques pelo fungo. As micro explosões oxidativas e micro hipersensibilidades provavelmente presentes nas micro pontuações cloróticas acima citadas, a síntese de proteínas relacionadas com patogênese, a lignificação da parede celular, a síntese de novo de ácido salicílico e liberação das reservas previamente armazenadas nos vacúolos, na forma glicosídica, desenvolveram, por fim, a resistência sistêmica adquirida (Alvarez et al., 1998; Maldonado et al., 2002) nos tecidos distantes das áreas previamente induzidas. Todos esses eventos metabólicos foram, possivelmente, capazes de diminuir significativamente infecções em cacaueiros por Crinipellis perniciosa, nos 3 ensaios. Inoculação de plantas de pepino com Pseudomonas lachrymans ou Colletotrichum lagenarium, induziu após alguns dias, resistência sistêmica contra 13 diferentes doenças por um período de 11 meses (Kuc et al., 1977). Pelo fato da RSA se constituir num mecanismo de amplo espectro, certamente poderá controlar outras doenças que acometem o cacaueiro, a exemplo da podridão-parda, murcha de verticilium, murcha de Ceratocistis dentre outras. Okey & Sreenivasan, 1996, constataram a eficiência do A.S. no controle da podridão parda em cacaueiros; Vieira et al., 2000; Vieira et al., 2001 verificaram que plântulas do clone Sca 6 resistente à vassoura-de-bruxa, submetidas ou não à infecção por Crinipellis, apresentaram maiores teores de açúcares redutores e maior degradação de amido que o clone UF 613, susceptível à doença. Os autores após submeterem plântulas do clone UF 613 à solução de glicose 0,35 M, conseguiram igualar os teores de açúcares redutores nesse clone aos níveis encontrados no Sca 6, indicando assim a possibilidade de indução de resistência via aplicação de glicose. Nesse trabalho ficou evidenciado também a eficiência do A.S. tanto aplicado isoladamente, como também junto com a glicose 0,6 M, numa proporção de 4:1 da mistura, e outra mistura associado à G. 0,6 M e o P. H. 5 mM. Trabalho desenvolvido com um análogo do ácdio salicílico, o benzotiadiazol (BTH), resulltou na indução de resistência sistêmica em mudas de cacaueiros da cultivar Catongo, susceptível à vassoura-de-bruxa, quando aplicado 30 dias antes da inoculação, sem apresentar qualquer ação fungitóxica direta sobre o fungo, apresentando um controle que variou de 33,51 a 84,49%, em função de dosagens e épocas da indução (Resende et al., 2000). A eficiência desses tratamentos combinados, provavelmente se deve a ação da enzima A.S. glucosiltransferase, na reação que liga as duas substâncias para a forma glicosídica, denominada de glicosídeo do ácido salicílico (GAS) modulando os níveis de A.S. no apoplasto, evitando fitotoxidez e ao mesmo tempo, estocando a forma GAS em vacúolos. A forma livre do A.S. é a forma ativa, que é responsável pelo sinal de transdução no acionamento de genes que codificam para o aumento de proteínas RP (Klessig et al.,1994). A forma conjugada (GAS) é inativa e se constitue fonte de reserva de AS para suprir futuras demandas nos mecanismos de resistência contra novas infecções (Klessig et al.,1994; Chen, 1993). Os GAS’s são estocados no interior da célula (Klessig et al.,1994). A enzima que libera a molécula de AS da glucose é uma -glucosidase localizada no apoplasto (Klessig et al.,1994). Pesquisa sobre a utilização de glicose ou sacarose, na indução de RSA em plantas contra fitopatógenos é limitada. Porém, pesquisa desenvolvida por Salt et al. (1988), quando injetaram o fungo Perenospora tabacina em plantas de fumo, constataram um aumento sistêmico de glicose, bem como a acumulação de uma substância fungitóxica denominada β-ionone. A injeção desse composto em caule de fumo, protegeu a planta contra a doença blue mold e aumentou o seu crescimento. Maiores níveis de carboidratos solúveis também foram verificados em folhas de fumo sistemicamente protegidas, quando comparados aos níveis do controle (Pan et al.,1993). Estímulos acionados pelos estresses biótico e abiótico como déficit hídrico, salinidade, danos mecânicos e infecções por vírus, bactérias e fungos, podem modular a ação da invertase extracelular, enzima chave na hidrólise da sacarose (Sturm, 1999) e reguladora central da partição de assimilados, interagindo açúcares, estresses (biótico e abiótico) e hormônios (Roitsch, 2003). Açúcares além de regularem a expressão de genes do metabolismo primário, também regulam a expressão de genes específicos de ferimentos, como inibidores de proteinase e lipoxigenase, proteínas relacionadas com patogênese (Sadka et al., 1994). Além de suas funções essenciais como substratos de carbono, energia e biossíntese de polímeros dos vegetais, a glicose e a sacarose têm características hormonais, na função de mensageiros primários na transdução de sinais (Rolland et al., 2002) e modulam e coordenam os mecanismos internos da planta, de acordo com as condições ambientais, governando o crescimento e desenvolvimento (Koch, 1996; Sheen et al.,1999; Rolland et al., 2002). Hexoquinases funcionam como sensores de glicose na modulação da expressão de genes e múltiplas rotas na sinalização de hormônios (Rolland et al., 2002). Tem sido também demonstrado que a glicose ou a sacarose induzem a ação das enzimas sacarose sintase, amido sintase e uma invertase extracelular (Roitisch et al, 1995). Acumulação coordenada de hexoses e proteínas relacionadas com patogênese (RP’s) de ação anti-fúngica, nas formas de quitinases acídica e básica (PR-3) e uma osmotina (PR-5), constituem respostas de defesa contra patógenos durante a maturação de frutos em videiras (Salzman et al, 1998). Através de testes in vitro, constataram que a ação anti-fúngica da forma básica da PR-3 e PR-5, contra os fungos Guignardia bidwellii e Botrytis cinérea, foi aumentada em 70% quando adicionou-se ao meio nutritivo, solução de glicose a 1M. Estudos realizados em frutos durante a maturação, confirmaram os resultados in vitro. À mediada que os frutos iam amadurecendo, registrou-se um aumento nos níveis de glicose (0,4 a 1,6 M), associado ao aumento nos níveis das proteínas PR-3 e PR-5 e a resistência dos frutos contra os fungos testados in vitro (Salzman et al., 1998). Os autores acreditam que a ação da glicose, possivelmente estaria relacionada à repressão de genes que codificam para expressão das enzimas relacionadas a colonização de hospedeiros por patógenos, a exemplo da pectatoliase em Fusarium solani (Guo et al, 1995) e celulase em Trichoderma reesei (Ilmen et al., 1996). A ação da glicose contra o fungo, seria facilitada pela ação da PR-5, na abertura de poros na membrana fúngica (Salzman et al., 1998) . Em culturas de células de Chenopodium rubrum, sob o efeito de glicose em concentrações de 20 a 100mM, verificouse a produção de altas concentrações das enzimas envolvidas em mecanismos de defesa vegetal, como a fenilalanina amônia-liase (PAL), invertase da parede celular (CWIInvertase da Parede Celular) e reprimiu a Rubico (Ehness, 1997). Resultados semelhantes foram encontrados por Roitsch et al. (2003), trabalhando com cultura de células de tomate, quando verificaram que a glicose e a sacarose induziram o aumento da atividade das enzimas invertase e PAL. Pesquisa realizada com folhas de soja submetida a solução de sacarose 200mM, aumentou sobremaneira a produção de proteína vegetativa de reserva (VSP) A e B, e de muitas enzimas envolvidas em mecanismos de defesa de plantas contra fitopatógenos. Dentre elas destacam-se a chalcona sintase, que participa na síntese de fitoalexinas, a patatina que é uma acil hidrolase, responsável pela síntese de oxilipinas, substâncias com atividades em mecanismos de resistência de plantas contra patógenos (Heitz et al., 2002), a lipoxigenase, enzima envolvida diretamente na síntese de ácido jasmônico e o inibidor de proteinase I, indutor de resistência de plantas contra insetos (Sadka et al, 1994). Folhas destacadas e discos retirados de tecidos de folhas, caules e hipocótilos de plantas de girassol (Helianthus annus), após serem tratados com solução de sacarose a 100 mM, induziu a formação da escopoletina e aiapina, duas cumarinas com ação de fitoalexinas, as quais são induzidas quando o girassol é submetido aos estresses provocados por injúria mecânica, ataque de insetos, ataque de fungos patogênicos e não patogênicos (Gutierrez et al., 1995). A sacarose está envolvida também na indução de genes relacionados com reparo de tecidos danificados por insetos e ferimentos (wound genes) a exemplo de uma proteína ribossomal (rpL34 gene) numa rota independente do ácido jasmônico (Yu et al., 2000). Altos níveis de açúcares na planta reprimem genes ligados a assimilação de carbono e super expressa outros relacionados com proteínas de defesa da planta contra estresses, a exemplo de inibidores de proteinase II (Johnson et al., 1990), chalcona sintase (Tsukaya et al., 1991) PR 3 (Herbers et al., 1995), PR 1b e PR Q (Herbers et al., 1996a). A glicose e a frutose em concentrações entre 100 a 500 mM induz genes de defesa tanto em cultivo de fumo (Herbers et al, 1996b) como no cultivo de uva (Salzman et al, 1998). A utilização do KCl como indutor foi respaldada na possibilidade de provocar estresses osmóico e iônico sub-letais nos cacaueiros, levando as plantas a desenvolverem uma resposta multigênica, envolvendo mecanismos de defesa amplo, complexo, multifuncional e posterior aclimatação através de uma plasticidade fenotípica (Karban et al., 1999), tornando essas plantas resistentes a futuros estresses bióticos ou abióticos (Sairam et al., 2004). Um número de cDNAs isolados como resultado de um screening sobre genes expressados em plantas sob estresse salino, foram relacionados a genes envolvidos em mecanismos de defesa de plantas contra fitopatógenos. Pesquisas mostraram a expressão de proteínas relacionadas com patogênese sob estresse salino, a exemplo de uma ß-glucanase em arroz, uma endoquitinase em tomate e vários trabalhos tem associado também a osmotina (PR 5), uma proteína super expressada em plantas sob estresse salino (Buchanan et al., 2000) e também envolvida em mecanismos de resistência de plantas contra enfermidades (Salzman et al., 1998). Inibidores de proteinase envolvidos em resistência de plantas contra insetos, bem como enzimas que participam no controle de estresse oxidativo, a exemplo da ascorbato peroxidase e glutationa peroxidase, também são induzidas pelo estresse salino (Sairam et al., 2004). Cloreto de potássio em aplicação única 0,1 M em folhas inferiores de pepino, induziu resistência sistêmica em folhas superiores contra o fungo Sphareoteca fuliginea, por um período 25 dias (Reuveni et al., 1994). O KCl na mesma concentração, induziu resistência sistêmica em plantas de milho reduzindo em aproximadamente 80% a incidência de Puccinia sorghi, 10 dias após a inoculação (Reuveni et al,1996). Outros sais potássicos também induzem resistência sistêmica em plantas no controle de doenças. Irving et al. (1990), induziram resistência sistêmica em plantas de pepino contra Colletotrichum lagenarium, através do aumento da atividade das enzimas quitinase e peroxidase, (marcadores fisiológicos para RSA) através da aplicação de K2HPO4 a 50 mM. Gottstein et al. (1989), quando utilizaram soluções de K3PO4 e K2HPO4 foram bem sucedidos no propósito de induzir resistência sistêmica no cultivo do pepino contra a antracnose, por um período de até 40 dias. Walters et al. (1992), após utilizarem o K3PO4 a 10 mM, também lograram êxito na indução de resistência em Vicia faba contra Uromyces viciae-fabae, conseguindo um controle de até 75%, quando o intervalo entre os tratamentos e a inoculação foi de 12 dias. Todos esses autores são unânimes em afirmar que, a indução de resistência sistêmica nesses diferentes trabalhos, ocorre possivelmente, através do seqüestro do Ca2+ da membrana plasmática de células do hospedeiro, pela ação do fosfato, provocando a descompartimentalização celular, liberando ou possibilitando a síntese de enzimas hidrolíticas. Essas enzimas podem atuar na parede celular do hospedeiro, especialmente sobre substâncias pécticas, mais sensíveis à ação dessas enzimas, pela ação do Ca2+, liberando oligossacarídeos ou oligogalacturonatos, que poderão funcionar como um sinal de alarme ou causador da sua liberação. O seqüestro do Ca2+, todavia, pode ser um dos muitos caminhos para elicitar a produção do sinal de alarme. A ação do potássio também induz a liberação de Ca2+ da membrana plasmática, aumentando sua concentração no citosol, desencadeando em seguida reações em cascata para desenvolver mecanismos de defesa e de estabilização da região submetida ao estresse, bem como sistemicamente em toda a planta (Munnik et al, 2001). A quitosana que é conhecida como um elicitor endógeno, por se originar da parede celular de fungos, e produzida industrialmente via manipulação de e exoesqueleto de crustáceos, teve boa ação indutora, pricipalmente no ensaio 2 do experimento 2, possivelmente via rota do ácido octadecanoico. Trabalhos desenvolvidos por Kohle et, al, (1985) em células de soja, Doares et al., (1995) em folhas de tomate e Vasconsuelo et al., (2004), propiciaram, formação de calose, pelo influxo de cálcio da membrana plasmática para o citoplasma e síntese de ácido jasmônico e inibidor de proteinase I a indução dea fitoalexina antraquinona respectivaamente. O H2O2 gerado via exposão oxidativa desempenha um papel central nos eventos envolvidos na morte de células do hospedeiro, durante o fenômeno da hipersensibilidade. A produção de enzimas antioxidativas ou antioxidantes não enzimáticos, tem sido mostrado suprimir o mecanismo de morte celular durante várias interações incompatíveis hospedeiropatógeno. Além disso, a inibição de mecanismos endógenos de antioxidação, utilizando específicos e não específicos agentes farmacológicos, aumentando, desse modo, a concentração de espécies ativas de oxigênio como o H2O2, resultou na elevação dos níveis de morte de células do hospedeiro (Levine et al., 1994). A explosão oxidativa é uma resposta comum das plantas, quando submetidas tanto ao estresse biótico como o abiótico (Desikan et al., 2003). Esses estresses incluem fitopatógenos, elicitores, injúrias mecânicas, altas e baixas temperaturas, luz ultra-violeta e ozônio dentre outros (Hung et al., 2005). O H2O2 estimula a síntese dos ácidos benzóico e salicílico, através da enzima BA-2hidroxilase. O H2O2 aplicado na concentração de 5 mM em cultura de células BY-2 de fumo, provocou a morte de aproximadamente 10% das células, enquanto que 60% delas continuaram sadias (Hout et al, 2001). Referências Bibliográficas Agrios, G. N. Plant Pathology 4 ed. San Diego: Academic Press. 635 p. 1997. Alvarez, M. E., Pennell, R. I., Meijer, P. J., Ishikawa, A., Dixon, R. A., Lamb, C. Reactive oxygen intermediates mediate a systemic signal network in the establishment of plant immunity. Cell. 92: 773-784, 1998. Andebrhan, T. Epidemiologia e controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro. Ilhéus, CEPEC, Informe de Pesquisas. p.437-440, 1983. Buchanan, B. B., Gruissem, W., Jones, R. L. Biochemistry & Molecular Biology of Plants. 1367p. 2000. Chandra, A., Bhatt, R. K. Biochemical and physiological response to salicylic acid in relation to the systemic acquired resistance. Photosynthetica, 35: 255-258, 1998. 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