UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE BIOLOGIA TRABALHO DE BIOLOGIA GERAL TUTORIA Tema: Características gerais dos corais importância para a biodiversidade fatores que prejudicam os corais Professor: Diego da Silva Ferreira Aluno: Carlos Figueiredo Nogueira Matrícula: 2008030091 – Turma A do 1º Período de Biologia a Distância - Realengo Rio de janeiro, 14/04/2008 Os recifes de corais formam um complexo ecossistema marinho, formados por pequenas colônias de animais chamados pólipos, que têm estrutura externa de composição calcária. Trata-se de um dos mais ricos e fascinantes ecossistemas marinhos. Se localizam em águas limpas e rasas, até 50 metros de profundidade, com temperaturas acima de 180 C, para que os vegetais possam receber a luz do sol e produzir alimentos. A melhor condição de desenvolvimento dos recifes de corais se encontra entre 5 e 10 metros de profundidade entre 22 e 260 C. No Brasil, em virtude da pouca transparência da água, a melhor condição se situa até 5 metros de profundidade. Os recifes de corais são exemplos de relações harmônicas através de simbiose entre os pólipos, onde as pequenas algas chamadas de zooxantelas vivem dentro dos corais, absorvendo o nitrogênio e fósforo dos resíduos minerais excretados pelos corais e o dióxido de carbono transforma em oxigênio. Quando o coral morre permanece o pólipo calcáreo, que possibilita servir de base para novos corais. O zooplâncton supre 5 a 20% das necessidades das zooxantelas. Estima-se que os recifes de corais tenham em média cerca de 15.000 anos em formação, tendo surgido após o último período glacial, quando o nível do mar subiu, inundando quase 100 km da plataforma continental. Existem aproximadamente 600.000 km2 de corais no mundo, dos quais 350.000 km2 se localizam na Austrália e formam o Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, com 2.000 km de extensão, composto por 2.000 ilhas e 3.000 colônias de corais e também uma espessura de 1.200 km entre a base vulcânica e a superfície. As barreiras de corais, além da rica e bela flora e fauna, se constituem em uma proteção da costa, pois quebram a força do mar, minimizando a erosão marinha. Classificação de Corais Os corais são classificados conforme a localização em: • Franja: Perpendiculares ao mar de águas rasas, próximos às praias; • Barreira: Paralelos à costa, mas separados por lagos de água rasa e salgada; • Atóis: Crescem ao redor de vulcões, que depois afundam, deixando-os à tona. Características dos Corais • Protegem a costa contra a ação erosiva dos mares • São sensíveis às variações de temperaturas • São a base de sobrevivência de espécies, inclusive pelágicos, que não vivem nos corais • Crescem verticalmente de 0,2 a 8mm/ano • Os moluscos e caranguejos se alimentam dos corais ou seu muco Importância Para a Biodiversidade Os recifes de corais são ecossistemas marinhos muito ricos em biodiversidade. Eles estão para o ambiente marinho como as florestas tropicais estão para os ambientes terrestres. Ou seja, os dois são os maiores centros de biodiversidade do planeta. Entre as inúmeras espécies que vivem nos corais estão os cnidários, as algas, as esponjas (poríferos), os vermes poliquetos (anelídeos), os moluscos, os crustáceos, os equinodermos e diversos tipos de peixes. Para se ter uma idéia, de cada quatro espécies marinhas, uma vive em ambientes recifais (incluindo 65% dos peixes). Por sua rica biodiversidade, os recifes de corais têm características muito importantes para o equilíbrio ecológico do ambiente marinho. Além de exportar matéria orgânica e nitrogênio para suas zonas circundantes, aumentando a produtividade dessas águas, eles consistem em um importante local de reprodução e de crescimento juvenil para muitas espécies de peixes. Mas, infelizmente, na mesma intensidade em que a história evolutiva formou um ecossistema muito rico em vida, os recifes são sistemas extremamente frágeis e susceptíveis à perturbação natural e humana. Fatores que Prejudicam os Corais De acordo com o Global Coral Reef Monitorinng Network – GCRMN , uma rede de governos, organizações não-governamentais (ONGs), institutos e indivíduos que monitoram a saúde destes ecossistemas, cerca de 27% dos recifes de coral do mundo estão definitivamente perdidos. Se as atividades predatórias continuarem no mesmo ritmo, sem nenhuma ação remediadora, o GCRMN calcula que a parcela de recifes perdidos atingirá o alarmante índice de 40% até 2010. A degradação dos recifes de corais está intimamente ligada às atividades humanas e econômicas. O aquecimento dos oceanos, por exemplo, resultado de mudanças climáticas, causam o grave impacto de expulsão de algas, as zooxantelas, que habitam os recifais. Este efeito se chama branqueamento. Outras causas de degradação são a poluição das águas, a mineração de areia e rocha, o uso de explosivos e cianeto (ou outras substâncias tóxicas) em atividades pesqueiras e a própria pesca predatória e sem controle em suas áreas. Para agravar a situação, o impacto ambiental negativo nos recifes de corais vem acompanhado de uma crise social, principalmente em relação às populações costeiras. Quase meio bilhão de pessoas vive num raio de 100 quilômetros de um recife de coral e muitos dependem deles para alimentação e geração de renda. Cerca de um quarto do pescado dos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, é proveniente de áreas de coral. Na Ásia, este pescado é a base da alimentação de um bilhão de pessoas. No Brasil, estima-se que cerca de18 milhões de pessoas dependem direta ou indiretamente desses ambientes. A Ameaça da Pesca de Arrasto A pesca de arrasto em águas profundas tem aumentado desde a virada do século, inclusive no Brasil, ameaçando os corais e a biodiversidade marinha. Segundo Alberto Lindner, do Cebimar - Centro de Biologia Marinha da USP - Universidade de São Paulo, a proibição total dessa prática é o único caminho para preservar espécies espalhadas em mares de 40 países. E o aprofundamento das pesquisas científicas na área pode ser o impulso definitivo para o movimento internacional pela moratória global à pesca de arrasto. Segundo Lindner, o movimento internacional favorável ao fim da pesca de arrasto nessas regiões é liderado pela Coalizão pela Conservação do Mar Profundo (DSCC, na sigla em inglês) – que reúne mais de 60 organizações ambientais em todo o mundo – e tem forte apoio de países como Brasil, Estados Unidos, Noruega e Austrália. As negociações na ONU - Organização das Nações Unidas, no fim de novembro, com o objetivo de proibir o arrasto em águas internacionais fracassaram graças ao boicote de países com forte atividade pesqueira. Sem apoio unânime, a proposta acabou rejeitada na assembléia geral da quinta-feira (07). “Islândia, Canadá, Espanha, Japão e Rússia foram os principais responsáveis pela dificuldade a se chegar a um acordo sobre a moratória. A conseqüência pode ser desastrosa em termos ambientais e científicos”, disse Lindner à Agência Fapesp. O pesquisador destaca que as águas profundas representam a maior parte da área do planeta. Cerca de 90% dos oceanos se encontram nessas regiões com profundidade superior a 200 metros. "Os corais estão presentes em várias regiões de águas profundas, tanto em regiões tropicais quanto em temperadas. Estão principalmente em montes submarinos e nas encostas das plataformas continentais - áreas muito visadas pela indústria da pesca. Muitos estão em águas internacionais, onde a legislação e a fiscalização são bastante precárias”, disse. A pesca de arrasto afeta os corais, que são destruídos pelos elementos metálicos que mantêm as redes no fundo ou são trazidos pelas próprias redes para a superfície. “Além disso, ao atingir os corais, esse tipo de pesca compromete toda a cadeia alimentar, pois devasta o hábitat de imensas quantidades de peixes e organismos”, disse. O fim da pesca de arrasto em águas profundas teria pequeno impacto social, segundo Lindner, uma vez que a quantidade pescada não é relevante para a segurança alimentar da população. Segudo ele, estudos feitos em Santa Catarina verificaram que cerca da metade do que é pescado no arrasto é desperdiçado. “É uma atividade que não gera muita riqueza, envolvendo quantidade pequena de barcos. Na costa brasileira ela é feita especialmente por embarcações estrangeiras. Muitos dos peixes visados são produtos de luxo direcionados para países desenvolvidos." Segundo O Greenpeace, a pesca de arrasto representa 1% do volume de pesca global anual e apenas 300 barcos a praticam em todo o mundo. Bibliografia: Ministério do Meio Ambiente Barnes, R.D. & Ruppert, E.E. Fapesp