introducao-a

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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
Quando se fala em sociologia, várias questões costumam ser levantadas: Ela é uma ciência? Qual o seu campo
de estudo? Por que existe?
Em primeiro lugar, devemos lembrar que o homem só consegue sobreviver em sociedade. E este fato, em si,
implica uma série de inferências.
É impossível às pessoas viverem em grupo sem que sejam estabelecidas certas regras, pois sem elas a todo
momento os interesses de uma se chocariam com os interesses de outra.
Além disso, quando as pessoas se relacionam acontece entre elas uma série de processos. Como resultado de
sua interação vamos observar, pois, conseqüências que afetam as pessoas e os grupos.
Vemos, portanto, que viverem sociedade, e uma sociedade cada vez mais complexa, exige o estudo dos
fenômenos que vão aparecer por exigência deste fato. A estes fenômenos chamamos de "sociais", e é para estudálos que existe a sociologia.
A sociologia, no entanto, não fica apenas no estudo dos "fenômenos sociais", mas parte para o levantamento de
possíveis soluções e o estudo de maneiras como interferir nestes fenômenos, tendo por fim o bem-estar coletivo.
Entretanto, como toda sociedade é dominada por um grupo que procura deter em suas mãos o poder, o saber e a
riqueza, a sociologia não é muito bem-vista e tem sido até, muitas vezes, banida das universidades.
O sociólogo é uma pessoa que sempre deverá questionar a sociedade, e portanto incomoda, e isto não é nem um
pouco agradável para aqueles que preferem manter as coisas como estão...
Definição da sociologia
Podemos, pois, definir a sociologia como uma ciência que estuda os fenômenos sociais, procurando refletir sobre
eles e tentando explicá-los, através de certos conceitos, técnicas e métodos.
De imediato percebemos que se ela trata de fenômenos acontecidos entre seres humanos, não pode ser uma
ciência exata; ela não pode, pois, usar o método científico, que implica em provocar o fenômeno, dando condições
para que ele possa ser repetido por outros cientistas, com a devida generalização, que levaria ao estabelecimento de
leis.
É impossível, por exemplo, para estudarmos o comportamento de um grupo, diante de uma catástrofe gritar
deliberadamente dentro de um recinto qualquer advertências tipo "fogo!" Por que isto é impossível? Porque fere a
ética. Porque, provavelmente, provocaria uma desordem tal que vidas estariam expostas ao risco.
Ela não pode, portanto, ter uma posição determinista em relação ao seu objeto de estudo (o fato social); a
possibilidade de quantificação das variáveis com que lida, para seu estudo objetivo e sua transmissibilidade futura,
assim como a capacidade de generalização das relações entre as variáveis descobertas, é algo bastante relativo e
precário.
A sociologia, então, não pode, jamais, usar de previsibilidade matemática porque o seu universo de estudo é o
social, o humano, universo este em que não se percebe a ordem implícita no universo físico.
Apesar, pois, da sociologia, como qualquer outra ciência, ter um campo descritivo, analítico e explicativo, ela é
diferente, pois ao tratar com o ser humano fica impossibilitada de usar o método experimental ou fisicalista, que
caracteriza as chamadas ciências exatas. Entretanto, ela é considerada uma ciência humana. É ciência porque usa,
cuidadosamente, métodos e técnicas que lhe permitem estudar o social. Observa, compara, pesquisa, usa
questionários, formulários, entrevistas, "estudos de caso", "surveys", históricos e, principalmente, usa a estatística.
Podemos afirmar que sem a estatística dificilmente a sociologia poderia ser considerada uma ciência.
Campo de estudo
Seu campo de estudo, como já expliquei antes, é toda a organização da sociedade (a estática) e tudo que
acontece entre seus membros (a dinâmica). Como, então, o relacionamento entre os homens se estrutura - tomando
formas definidas - e como ele se processa - seu funcionamento - isto é o que interessa à sociologia.
Fenômeno social
É chamada, pois, de "fenômeno social" toda ocorrência que se dá na interação dos grupos humanos.
Ela existe, portanto, porque existe o homem, porque ele vive em grupo e porque é necessário compreender esta
convivência para se propor maneiras de se viver melhor.
Aliás, todo conhecimento da realidade, seja qual for, deve implicar uma disposição para a sua transformação;
caso contrário, este conhecimento é oco e inócuo.
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