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ESTUDO DA INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS NA OCORRÊNCIA DE
ENTEROPARASITAS EM CRIANÇAS NO MUNICÍPIO DE RIBEIRA (VALE DO RIBEIRA, SP,
BRASIL).
Souza, Bruno Alencar Herrera; Waib, Cláudia M.
Faculdade de Ciências da Saúde - Universidade de Marília (Marília - SP)
Tendo em vista a carência de dados de natureza epidemiológica sobre parasitoses em cidades
como um todo no Brasil, foi realizada análise de ocorrência de enteroparasitoses em crianças no
município de Ribeira (SP), uma vez que este município é um dos mais carentes na região do Vale
do Ribeira, principalmente em relação ao saneamento. O trabalho foi desenvolvido durante a
"Operação Vale do Ribeira/ Projeto Rondon", em julho de 2006. Foram visitados 139 domicílios em
6 comunidades rurais e na zona urbana. Todas as crianças residentes nas áreas visitadas foram
avaliadas. As amostras foram coletadas no local, após visitas domiciliares, e analisadas no
Laboratório de Parasitologia da FCS/ Universidade de Marília, através do método de centrífugoflutuação em formol-acetato de etila (Paratest® ). Durante a execução do trabalho também foi
aplicado questionário para obtenção de dados referentes a vários tópicos pertinentes (tipo de
instalação sanitária, destino do lixo doméstico, abastecimento de água etc.). Os resultados obtidos
mostram que das 55 crianças analisadas, 61,82% eram portadoras de algum enteroparasita, sendo
que 91,2% pertenciam à zona rural. As analises mostraram que 47,06% das crianças estavam
infectadas por protozoários, 32,5% por helmintos (geohelmintos) e 20,59% por ambos. Os
resultados do questionário demonstram a grande falta de saneamento básico o que foi corroborado
pelos resultados dos exames coproparasitológicos, principalmente na zona rural. Nesta área, onde
a ocorrência de enteroparasitoses foi maior, cerca de 31,0 % da população estudada consumia
água captada diretamente dos riachos próximos, nos quais também eram lançados os dejetos do
esgoto doméstico (62,8 % das residências possuíam fossa rudimentar - que normalmente escoava
para algum riacho ou os dejetos eram depositados na vegetação ao redor). A maioria das
residências (62,8%) possuía horta para subsistência, que ficava geralmente próxima às fossas. A
falta de investimento em saneamento básico além do esclarecimento das populações afetadas
continua sendo fator chave na ocorrência de enteroparasitoses nas regiões mais carentes do país.
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