Roma Republicana: 509 a.C. a 27 a.C. O “ser plebeu” e o “ser escravo” na Roma Antiga Tanto plebeus quanto escravos tinham que trabalhar para sobreviver, porém, o plebeu não necessariamente era obrigado a isso, pois possuía a “liberdade” de escolher, enquanto que os escravos obrigatoriamente tinham que fazer o que lhes era ordenado. Ainda, os plebeus eram uma classe social romana, enquanto que a classe dos escravos era composta, em sua maioria, por estrangeiros que se tornaram escravos após a vitória de Roma sobre o povo que estes integravam. A origem do sonho plebeu de ter o direito de participar na Política romana O motivo de insatisfação dos plebeus se dava pelo fato destes, a princípio, não terem o direito de representação da sua classe social no Senado. Ocorre que antes da expulsão dos etruscos, os patrícios tinham feito um acordo com os plebeus, e que nos primeiros catorze anos de regime republicano, não foi concretizado, o qual prometia dar aos plebeus a oportunidade de participar da vida política romana, fato que os motivou a fazer uma greve geral reivindicando o cumprimento da promessa patrícia. As principais conquistas políticas dos plebeus ao longo do período republicano: *Criação do Tribuno da Plebe: poder de vetar as leis (495 a.C.) *Lei das XII Tábuas: feita por 10 juristas nomeados pelos patrícios para compilarem de forma escrita as leis de Roma (450 a.C.) *Lei Canuléia: permissão de casamento entre patrícios e plebeus (445 a.C) *Leis “Licínia Sextia”: abolição da escravidão por dívida e abertura de participação direta dos plebeus no consulado (366 a.C.) *Plebiscito (comício plebis/assembléia) passou a ter força de lei (286 a.C.) Como a greve plebéia perdeu lentamente seu poder de pressionar o Senado por mudanças políticas Alguns plebeus possuíam cargos estratégicos na sociedade romana, tal como o de soldados do exército romano. Especialmente este cargo inviabilizava as ordens dos patrícios de acabar com as greves por meio do uso da violência, auxiliando assim os outros plebeus que possuíam empregos diferentes a obter benefícios políticos que agradava a toda classe plebéia, independentemente da profissão dos envolvidos. Porém, quando o Estado romano passou a premiar com terras os membros do Exército que obtivessem vitórias sobre outros povos estrangeiros, as greves passaram a perder a sua força social, já que para os plebeus que faziam parte do Exército interessava muito mais conseguir seu lote de terra do que manter a luta social dos plebeus contra a classe dos patrícios. O principal motivo que desencadeou as Guerras Púnicas entre romanos e cartagineses entre 264 e 146 a.C. O principal motivo para a guerra entre os dois povos deveu-se ao fato de ambos quererem controlar o comércio no mar Mediterrâneo, sendo que antes da guerra era Cartago, ex-colônia fenícia, quem detinha a hegemonia comercial sobre a região. Após terríveis combates, a vitória coube à Roma que estabeleceu sua supremacia marítimo-comercial no Mediterrâneo desde a Península Ibérica até a Ásia Menor. Além de dominar as terras dos cartagineses, de controlar o comércio terrestre e o comércio feito por meio do Mar Mediterrâneo, houve a conquista de mão-de-obra escrava que passou a ser leiloada pelo Estado romano para os grandes proprietários de terras romanos (patrícios). Todos os tipos de negócios rendiam ao Estado uma grande arrecadação de impostos, enquanto que, para a maior parte dos plebeus, na medida em que mais terras eram conquistadas, maiores dificuldades surgiam em suas vidas. Expansionismo romano (aumento das fronteiras dos territórios dominados pelos romanos) Até o séc. III a.C. – Domínio sobre a península Itálica Guerras Púnicas (264-146 a.C.) – Roma Cartago. Vitória romana e domínio do Mar Mediterrâneo (“Mare Nostrum” – “Nosso Mar”). Consequências sociais desencadeadas pelo expansionismo: enriquecimento para patrícios e membros do exército, concentração fundiária (poucos tendo a maior parte das terras e muitos tendo nenhuma), aumento do número de escravos na sociedade romana, desemprego para os camponeses plebeus, gerando êxodo rural e concentração de uma grande massa de miseráveis nas cidades romanas. Os efeitos das conquistas militares durante o período republicano para a maioria dos romanos pobres Os efeitos imediatos das conquistas militares na vida da maioria dos romanos pobres foi um empobrecimento ainda maior, já que a guerra trouxe consigo uma enorme oferta de escravos, que passaram a realizar atividades que antes eram pagas aos plebeus desempenharem. Assim, as guerras geraram uma diminuição dos salários pagos aos plebeus e, ainda, um aumento progressivo do número de desempregados na sociedade romana. Ou seja, promovendo uma melhoria na vida dos militares de origem plebéia, os movimentos grevistas acabaram sendo enfraquecidos. Crise da República Derrota da tentativa de reforma agrária dos irmãos Graco. Revoltas de escravos. Destaque: Espártaco. Rivalidades entre generais – Mário vs. Sila. Primeiro Triunvirato – Júlio César, Pompeu e Crasso. Segundo Triunvirato – Marco Antônio, Otávio e Lépido A luta entre o Senado e o Exército: como o Senado perdeu seu poder social e político para os chefes do Exército. Devido ao tipo de governo realizado pelos patrícios e seus representantes políticos no Senado, os plebeus progressivamente tiveram as suas vidas modificadas para pior já que as ações realizadas eram feitas para agradar a classe dos patrícios e somente parte da classe dos plebeus. Como as revoltas sociais promovidas pelos plebeus e mesmo por escravos se tornaram freqüentes no final do período republicano, o Exército passou a assumir o controle político de forma definitiva, já que o Senado não mais tinha competência para administrar os conflitos da sociedade sem que isto resultasse em novas revoltas, as quais sempre eram controladas pelo Exército, que, por esta razão, passou a competir com o Senado pelo poder político, já que o militar já estava em suas mãos e não poderia ser tirado pelos patrícios políticos. A política de pão e circo e sua função social Para controlar a massa urbana, principalmente composta de plebeus desempregados que viviam com o mínimo necessário para manterem-se vivos, o Estado inicia a “Política do Pão e Circo”, que consistia na distribuição de alimentos e na diversão gratuita a todos que quisessem ou precisassem disso para viver e preencher o tempo ocioso. Com isto, o Estado romano impedia as manifestações políticas que reclamassem por emprego, por melhores condições de vida, por efetivas representações e mudanças políticas, e impedia, principalmente, que lutassem em favor de uma reforma agrária que possibilitaria um grande número de pessoas viverem sem depender do assistencialismo do Estado romano.