Globalização e desemprego

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Blog: belsimonato.wordpress.com
HISTÓRIA
Profª Isabel Cristina Simonato
Globalização e desemprego
A Revolução-Técnico-Científica-Informacional (RTCI) e a crescente globalização da economia
disponibilizaram uma grande quantidade e variedade de produtos a preços relativamente baixos, mas, ao mesmo
tempo, trouxeram de volta um dos maiores temores atuais: o crescimento do desemprego. Antes da atual revolução
tecnológica, quando um industrial tinha de produzir mais mercadorias, contratava mais operários, ou seja, o aumento
da produção resultava em aumento do emprego. Depois da globalização, essa situação mudou por completo: o
industrial consegue aumentar a produtividade substituindo pessoas por máquinas inteligentes e robôs.
A RTCI vem eliminando milhares de empregos, sobretudo no setor industrial. Esse desemprego resultante da
substituição de seres humanos por máquinas inteligentes e robôs é chamado de desemprego estrutural, porque os
trabalhadores são excluídos do mercado de trabalho por um longo tempo (anos e não meses). Já o desemprego
conjuntural é aquele que ocorre durante as fases de crise da economia. No Brasil das últimas décadas, os setores de
eletrodomésticos, bancário e automobilístico estão entre os que mais eliminaram postos de trabalho. No setor
industrial essa perda vem sendo compensada pela criação de novos empregos nas áreas de telefonia, informática, lazer,
turismo, finanças, marketing1 etc. Mas muitos desses empregos exigem mão de obra qualificada, tornando-se
inacessíveis2 a boa parte da população mundial.
Com a crise mundial iniciada em 2008, a queda do emprego se intensificou e, segundo a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), em 2012 o desemprego no mundo voltou a subir. Veja a tabela.
Desemprego no mundo em 2012 (em %)
Região
2012
Mundo
5,9
Economias desenvolvidas e EUA
8,6
Europa central e sudeste europeu
8,2
Ásia oriental
4,4
Sudeste asiático e Pacífico
4,4
Sul da Ásia
3,8
América Latina e Caribe
6,6
Oriente Médio
11,1
Norte da África
10,3
África subsaariana
7,5
Fonte: OIT, 2012.
Entre os jovens – pessoas de 15 a 24 anos – essa situação é ainda mais preocupante: em 2012, a taxa de
desemprego no mundo chegou a 12,6 (73,8 milhões de pessoas). Em países da Europa, como Grécia e Espanha, esse
percentual ultrapassa os 50%. No Brasil, a taxa de desemprego entre jovens é de 14,5% sendo, portanto, 3,2 vezes
superior à registrada entre adultos. Além disso, o desemprego varia também com a raça e o gênero; a taxa de
desemprego entre os homens é de 13,8%, muito menor do que os 23% observados entre as mulheres; entre os homens
que se autodeclararam brancos, a taxa é de 18,7%, e entre os autodeclarados negros é de 23%.
Hoje, um dos pontos mais preocupantes quando o assunto é desemprego, é o longo período de tempo que os
jovens ficam afastados do mercado de trabalho. Na Europa, por exemplo, 35% dos jovens desempregados ficaram seis
meses ou mais nessa situação. Com isso eles perdem a motivação e não conseguem acumular experiência, o que
aumenta a dificuldade em encontrar nova colocação no mercado.
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Marketing ou Mercadologia ou, mais raramente, Mercância, é o processo usado para determinar que produtos ou serviços possam interessar
aos consumidores, assim como a estratégia que será utilizada nas vendas, comunicações e no desenvolvimento do negócio. A finalidade do
marketing é criar valor e satisfação no cliente, gerindo relacionamentos lucrativos para ambas as partes.
2 O mercado exige cada vez mais qualificação dos trabalhadores, lançando um desafio à população para se estudar e se especializar cada vez
mais.
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HISTÓRIA
Profª Isabel Cristina Simonato
- Desemprego estrutural e desemprego conjuntural
- O que é desemprego estrutural(conceito)
O desemprego estrutural é aquele gerado pela introdução de novas tecnologias ou de sistemas e processos
voltados para a redução de custos.
Estes novos elementos afetam os setores da economia de um país (indústria, comércio e serviços), causando
demissão, geralmente, em grande quantidade.
- Principais causas do desemprego estrutural (exemplos):
- Implantação de robôs no processo de produção industrial.
- Instalação de caixas eletrônicos em agências bancárias.
- Informatização em empresas e órgãos públicos, visando diminuir os processos burocráticos.
- Uso da Internet para serviços bancários, compras online e outros serviços.
- Adoção de processos administrativos eficientes nas empresas, visando otimizar o trabalho e reduzir a mão de
obra.
- Introdução de novas tecnologias, que visam a substituição de mão-de-obra humana por computadores e
máquinas automatizadas.
- Diferenças entre desemprego estrutural e conjuntural
Enquanto o desemprego estrutural é causado pela adoção de novas tecnologias e processos, o conjuntural é
gerado por crises econômicas internas ou externas. Crises econômicas, geralmente, diminuem o consumo, as
exportações, a produção e, por consequência de tudo isso, aumenta o desemprego.
Quando a economia de um país se recupera, após o fim de uma crise, o desemprego conjuntural tende a
diminuir. No caso do desemprego estrutural, as vagas de emprego fechadas naquelas funções não são mais retomadas.
- Desemprego estrutural e globalização
A globalização da economia, que ganhou força a partir da década de 1970, teve grande participação no
aumento do desemprego estrutural no mundo todo. A globalização econômica fez aumentar a competitividade em
âmbito internacional, principalmente através do comércio exterior, fazendo com que as empresas buscassem formas de
reduzir custos de produção, comercialização e transporte. Entre estas formas, podemos citar as principais causas do
desemprego estrutural: adoção de novas tecnologias e sistemas administrativos e produtivos de custos reduzidos
(ambos com diminuição de mão-de-obra).
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