A educação e o uso consciente do computador

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A educação e o uso consciente do computador
Joice de Oliveira Borges
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“Informática é tecnologia, é o futuro.
Ela está aí, daqui para frente
ela vai sempre melhorar,
vai ajudar a vida dos homens”.
(Maria José do Amaral Ferreira)
Quando pensamos em soluções para a educação, devemos observar toda a trajetória
histórica dos meios de comunicação desde a linguagem até a multimídia. Pode-se
acompanhar os processos através dos quais se criam novas formas de socialização e
até mesmo novas definições de identidade individual e coletiva onde a educação se
apropria do desenvolvimento tecnológico para melhorar a qualidade do ensino e vendo
nos aparelhos eletrônicos formas de solucionar problemas do seu trabalho, na
instituição escolar, afirma Oliveira (1989). O simples fato da informática estar presente
na sociedade já foi suficiente para justificar a incorporação crítica das instituições de
ensino nesse processo de mudança e aquisição tecnológica e cultural, uma vez que
todo esse ambiente das novas tecnologias de informação e comunicação, como
Fagundes (1997) anuncia, acontece dentro de um contexto de revolução
paradigmática. Esse fator condiciona algumas pessoas a direcionar para o computador
as causas de todas as mudanças a que elas estão sendo sujeitas. Sabe-se que no uso
da informática é necessário uma preparação adequada do “agente de aprendizagem”,
propiciando assim sua utilização de forma inteligente em todo o âmbito pedagógico. O
computador, como qualquer outro recurso tecnológico aplicado ao ensino, pode ser
utilizado de diversas maneiras, contudo, o principal objetivo deve ser o sucesso no
processo de ensino-aprendizagem, na qual “o professor deve criar situações voltadas
para o coletivo – o animador da inteligência coletiva, não mais o fornecedor do
conhecimentos”. Como afirma Pierre Lévy (1993). “Nessa perspectiva , o computador é
usado para socialização e para o desenvolvimento das estruturas de pensamento”.
Regina Cauzaux (1995). Percebe-se que diante da informatização o professor e
o aluno e o processo de ensino-aprendizagem toma uma nova roupagem. O
professor passa de transmissor da informação e conhecimento para guia,
mediador à disposição do aluno, ajudando-o de forma dinâmica na
construção de forma crítica, pois “ensinar não é transferir conteúdo a
ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo... já
que a aprendizagem não se dá por transferência de conteúdo, mas por
interação, que é o caminho da construção”. (p.134) afirma Freire. É nessa
perspectiva que a educação se moderniza na medida em que se torna capaz
de ajudar no processo de desenvolvimento de sujeitos autônomos, que estão
a cada dia mais antenados, mas isso não diminui em nada a atuação do
professor que terá grande importância como sempre teve, só que agora
ajudará ao aluno na interpretação da grande quantidade de imagens
recebidas diariamente.
Regina Cazaux faz uma interessante comparação:
“O computador está para a Informática assim como o telescópio está para a
Astronomia: é um recurso sem dúvida fundamental, mas apenas um
instrumento”.
É, não dá mais para negar a importância e a relação de dependência da
informática em nossa vida cotidiana. Por isso não podemos ter medo,
devemos sim ter a informatização como um auxiliar da construção do
conhecimento individual e coletivo. Sob esse aspecto Pierre Lévy comenta
que “a internet vai nos permitir construir uma inteligência coletiva” de modo
a desenvolver o espírito crítico procurando sempre a variabilidade como diz
Emília Ferreiro: “Quem alfabetiza com textos variados prepara melhor para a
internet", ou seja, até mesmo antes da aquisição da informática já pode-se
trabalhar para e por ela.
Devido ao seu caráter inovador, o computador tem o poder de modificar o
comportamento do professor e alunos, ajudando na precisão dos dados, no
tempo gasto em sala ou através de aplicativos, recursos multimídia,
softwares que aguçam a curiosidade e a pesquisa possibilitando
interatividade e atualidade como jamais vista. Assim o computador é um
importante instrumento motivador e cabe a nós, educadores, utilizá-lo de
forma precisa, porque a aprendizagem de um conteúdo programático
depende, principalmente, da forma como ele é trabalhado pelo professor,
que deve assumir o papel de estimulador e criador de curiosidades, reflexões
e curiosidades desenvolvendo nos alunos a necessidade de pesquisar,
buscar, conhecer.
Precisamos entender que o computador ajuda o professor, mas jamais o
substituirá, pode até ilustrar as lições, mas jamais guiar o pensamento
abstrato, uma vez que essa dita “máquina de ensinar” só se faz útil no
momento em que o “agente de aprendizagem” programa ou armazena
informações para que a partir daí aconteça a construção do conhecimento,
ou seja, segundo Valente “o computador é um importante aliado nesse
processo”, no qual deve existir as relações e trocas de experiências
humanas, transformando informações em conhecimento e conhecimento em
saber, e “não sendo usado como substituto do professor, mas como mais um
recurso auxiliar de que ele dispõe para facilitar o desenvolvimento do
trabalho pedagógico interdisciplinar”, como afirma Regina Cazaux (1995).
Valente (1997) quando afirmou que “...a tarefa do professor é passível de
ser totalmente desempenhada pelo computador e talvez com muito mais
eficiência”. foi muito provocador, incentivando-nos a refletir sobre o impacto
tecnológico
da
informatização
na
educação.
É
necessário
nos
conscientizarmos de que não existe melhor tecnologia do que a mente
humana, porque temos a capacidade de pensar, sentir, refletir, descordar,
construir, intuir.
Podemos concluir que o uso de qualquer que seja a tecnologia educacional,
deve ter sempre um mediador que faça a contextualização e desperte a
reflexão e a criticidade dos alunos, percebendo assim que o livro, o quadro
negro, o vídeo e o computador entre outros recursos, todos tem a mesma
importância enquanto instrumento de promoção do ensino e da
aprendizagem.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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n.º 1. Maio/julho, 1997.
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http://www.faced.ufba.br/~menandro/disciplinas/edc287_2004_1/edc287_marco_2004/j
oice_tx.htm
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