Universidade do Minho Pratica Pedagógica AS TIC NO MUNDO DE TRABALHO PRÁTICA PEDAGÓGICA II Docente: Doutora Mª João Gomes Trabalho elaborado: António Ferreira nº41648 Rolanda Duarte nº42036 1 Universidade do Minho Pratica Pedagógica Índice Introdução ......................................................................................................................... 3 As TIC no mundo profissional: no sistema educativo e empresarial ............................... 4 Teletrabalho ...................................................................................................................... 6 ☺ Este trabalho possui várias vantagens para os teletrabalhadores: ........................... 7 ☺ As empresas também possuem vantagens com este método de trabalho: ............... 7 ☺ Com todas estas vantagens a própria sociedade também beneficia: ....................... 8 ☹ Contudo este método de trabalho não possui só vantagens também se encontra desvantagens no teletrabalho: ....................................................................................... 8 ☹ As empresas também sofrem com as desvantagens: ................................................. 9 ☹ As desvantagens na sociedade também são evidentes: ............................................. 9 Telemedicina .................................................................................................................. 10 As TIC no Mundo Profissional: a necessidade de novas competências e novas modalidades de trabalho ................................................................................................. 11 Conclusão ....................................................................................................................... 17 Bibliografia: .................................................................................................................... 18 2 Universidade do Minho Pratica Pedagógica Introdução O Nosso trabalho incide sobre uma realidade que, embora não seja um dado adquirido, passa por ser incontornável: a globalização, o desenvolvimento tecnológico e científico e a “abertura” comunicacional. Quer dizer num mundo em constante mutação e transformação, as TIC são a base nuclear e o suporte para todo o possível desenvolvimento. No entanto, o mundo das TIC não é tão simples e linear pois vai exigir uma nova modalidade de competências e de utensílios educativos novos, porque sem eles as novas modalidades de trabalho não terão grande capacidade de implementação, desenvolvimento e inovação. Perante isto, o teletrabalho, através do uso das TIC, possibilita um alcance extraterritorial, que é a forma de trabalho que atende a novas exigências de globalização. Este modo de trabalho é indiferente à cor, ao sexo, idade, deficiência física ou o local onde se encontra o trabalhador. Valoriza antes, o domínio e os saberes da competência que o sujeito trabalhador manifesta no domínio das TIC e o seu desempenho. O único requisito, independentemente do sitio e local de trabalho, é que o teletrabalhador esteja ligado e situado em rede comunicacional. Em suma, as TIC têm como objectivo final desenvolver novas competências, novas modalidades de trabalho e novas oportunidades de formação. Ir para a Hiperligação 3 Universidade do Minho Pratica Pedagógica As TIC no mundo profissional: no sistema educativo e empresarial ➾ O termo tecnologias da informação e da comunicação (TIC) é normalmente utilizado para definir uma vantagem de serviços, aplicações e tecnologias, utilizando uma diversidade de softwares e de hardwares. As TIC são constituídas por serviços de telecomunicações tais como a telefonia móvel e fixa, o fax, correio electrónico e essencialmente a Internet que permite a todos os computadores uma ligação entre si, permitindo um acesso ao conhecimento e a informação que se encontram nos sistemas informáticos de todo o mundo. As TIC têm a particularidade de proporcionar novos estilos de trabalho isto tanto numa empresa como numa escola. São necessários para implementar novas competências e novas modalidades de trabalho, por isso é necessário a sua integração no mundo de trabalho e no sistema educativo. Tudo isto requer um esforço continuado de investigação, desenvolvimento curricular e avaliação. No desenvolvimento curricular, a realização de unidades de ensino exemplares (materiais escritos ou paginas web) pode ter um papel muito importante com o intensivo uso das TIC, também importantes são as análises prospectivas sobre o potencial e o impacto que as TIC podem propor ao ensino de cada disciplina, a educação de uma população escolar específica. É também útil e necessário material para a utilização de novo software educacional ou equipamento, com actividades a desenvolver pela população escolar. É de referir a importância dos novos dispositivos de ensino-aprendizagem, como por exemplo o ensino à distância para públicos escolares específicos (alunos com incapacidade física, doentes, atletas, etc. …). É também importante analisar as potencialidades e o impacto que as TIC podem trazer ao processo de avaliação, podendo executar-se a avaliação através do computador. As TIC no sistema educativo proporciona novas competências, novos estilos de trabalho dentro da escola, permitem através da sua utilização estudar meios de melhorar o ensino de alunos cujos grupos são específicos, alunos de diferentes etnias, culturas, diferentes níveis de resultados, alunos cuja língua materna não é a língua portuguesa. 4 Universidade do Minho Pratica Pedagógica É de referir que a formação dos professores é importante para perspectivar o trabalho e a sua formação é necessário conhecer as mudanças culturais e profissionais associadas ao uso das TIC na educação. Em relação à formação é importante conhecer com maior rigor o alcance e o potencial de diversas estratégias de formação (como cursos, oficinas e projectos), isto tanto na formação contínua como na inicial, o alcance de dispositivos como o ensino à distância para a formação de professores deve também ser analisada. Há necessidade de estudar as TIC na organização escolar. É de ter em atenção, o papel das TIC no projecto da escola, o papel de investigação-acção de professores e questões relacionadas com a constituição de parcerias entre grupos de professores e outros actores como instituições de formação, empresas… As tecnologias de informação e comunicação proporcionaram novas modalidades de trabalho. O trabalho na sociedade da informação é caracterizado pelo uso da tecnologia da informação e comunicação (TIC) no desenvolver das suas actividades, assimilando grandes cargas de inovação de tecnologia e conhecimento no produzir de bens e serviços. Ir para a Hiperligação 5 Universidade do Minho Pratica Pedagógica Teletrabalho ➾ Esta prática possibilita levar o trabalho até às pessoas em vez da tradicional deslocação dos trabalhadores para a empresa. Esta é considerada uma das principais características do trabalho: atractivo tanto para o trabalhador que aspira a maior qualidade de trabalho, como para as empresas que podem ter trabalhadores mais competentes independentemente do local de trabalho onde se encontram. Ou seja o teletrabalho é uma forma de organização do trabalho em que a actividade profissional é desenvolvida fora do local de trabalho, atractivos por todos os seus constituintes. Esta forma de trabalho é também usada por pessoas com necessidades especiais, permitindo-lhes o seu reconhecimento no mercado de trabalho pelas suas capacidades, desvantagens conseguindo que se assim apresentam ultrapassar a nível da mobilidade. As TIC possuem um contributo a nível social, abrem portas a novas oportunidades, tanto ao nível das condições económicas como ao nível do contacto social, em que o teletrabalho proporciona uma fonte de contactos sociais através do uso do telefone e de outros meios de comunicação. As tecnologias de informação e comunicação (TIC) são uma ferramenta essencial que permitem ultrapassar obstáculos, como falta de acessibilidades e podem ser uma forma de integração no mercado de trabalho, inclusive a possibilidade da criação de oportunidades de mercado. Mesmo trabalhadores que apresentam deficiência física podem executar um bom trabalho. A deficiência física que o trabalhador pode possuir não é significado de um trabalho mal executado. Eles podem ser tão produtivos como qualquer trabalhador e tem, na maioria dos casos, mais consciência daquilo que estão a fazer, pela percepção que têm em relação as suas incapacidades. É pois necessário que as empresas recorram a este segmento da população. É fundamental acreditar neles, é preciso ajudá-los a tornarem-se autónomos e auto-suficientes, estimular as suas competências técnicas e a relação inter-pessoal com o estabelecimento de contactos proporcionado pelo teletrabalho. 6 Universidade do Minho Pratica Pedagógica O teletrabalho é muito mais do que um modo de ganhar dinheiro, é uma forma de participação na sociedade, de atingir objectivos e um meio para a realização pessoal. ☺Este trabalho possui várias vantagens para os teletrabalhadores: Há uma redução de deslocações, usufruindo assim de um espaço podendo ser consagrado ao lazer. Verifica-se também uma diminuição de custos, porque os teletrabalhadores vivem no mesmo local onde trabalham perto, caso dos telecentros, e assim poupam em deslocações, refeições. O trabalho pode ser executado a ritmo individual, criando deste modo rotinas de trabalho pessoais, facilitando a diminuição de trabalho. Com o tempo que não perdeu nas deslocações o teletrabalhador pode usufruir de uma vida mais calma dispondo de tempo para a família, lazer, para objectos culturais e para uso pessoal. ☺As empresas também possuem vantagens com este método de trabalho: Verifica-se um aumento da produtividade devido ao aproveitamento de parte do tempo gasto nas deslocações, à inexistência de cansaço motivada pelas deslocações, e devido ao aumento de motivação e “conforto” no trabalho. Verifica-se uma transformação da estrutura de custos da empresa, há uma grande flexibilidade no planeamento de trabalho e desfrutam de recrutamento mais eficiente e mais objectivo. 7 Universidade do Minho Pratica Pedagógica ☺Com todas estas vantagens a própria sociedade também beneficia: O teletrabalho acaba por facilitar a descentralização do trabalho. Pode-se considerar que o teletrabalho pode contribuir para diminuir o desemprego. Possibilita a flexibilidade de horários e modalidades de teletrabalho. Possibilita a inserção profissional de deficientes e permite que a população idosa continue a ter uma vida activa verificando-se assim um aumento de satisfação pessoal e profissional dos teletrabalhadores. ☹ Contudo este método de trabalho não possui só vantagens também se encontra desvantagens no teletrabalho: Os teletrabalhadores deparam-se com um isolamento social e profissional, enfrentam a solidão, perdem contactos; mesmo com novas tecnologias virtuais estas não substituem o contacto face a face. Pode provocar uma redução das oportunidades de trabalho, porque com a implementação das TIC, a divisão da estrutura tradicional de trabalho entra em colapso, fazendo aparecer uma mão-de-obra excedentária que as TIC não conseguem absorver. O trabalho pode ser prejudicial ao ambiente familiar, pelo facto de o teletrabalhador viver obcecado com o trabalho e não usufruir de tempo para a família. Há também falta de legislação na aplicação ao teletrabalho. Com o contacto quase que permanente com os meios de telecomunicações, estas podem viciar, e o excesso de trabalho pode provocar graves doenças. 8 Universidade do Minho Pratica Pedagógica ☹ As empresas também sofrem com as desvantagens: Há uma maior dificuldade por parte das empresas em controlar e supervisionar o trabalho executado pelos teletrabalhadores, diminuição da coesão no seio da empresa, grandes investimentos associados a equipamentos de base tecnológica, riscos a nível da segurança e também da confidencialidade da informação, podendo haver fugas de informação que podem prejudicar tanto a empresa como os seus clientes. ☹ As desvantagens na sociedade também são evidentes: Há vulnerabilidade perante a competição de potencial trabalho e mão-de-obra. Uma outra desvantagem é a infoexclusão existindo barreiras psicológicas no indivíduo no domínio das tecnologias e desta modalidade de trabalho por faixas muito alargadas de cidadãos. O que vai impedir que o teletrabalho absorva a totalidade da mão-de-obra. Estamos perante uma nova sociedade, independentemente das vantagens e desvantagens existentes, há um novo ritmo no desenvolvimento das actividades humanas. O teletrabalho permite a inserção de um grande número de trabalhadores bastando apenas a difusão das TIC para isto acontecer. Contudo, e como verificamos anteriormente o teletrabalho é um grande “culpado” do aparecimento de implicações tanto a nível social como familiar. Ir para a Hiperligação 9 Universidade do Minho Pratica Pedagógica Telemedicina ➾ As tecnologias da informação e comunicação proporcionaram grandes mudanças a todos os níveis de trabalho, inclusive na saúde. Uma outra nova modalidade de trabalho que utiliza as TIC é a Telemedicina, que tem como característica introduzir uma nova forma de Assistência na Saúde. A Telemedicina já existe desde os finais do século passado, sendo já antiga e ampla. Caracteriza-se pelo desenvolvimento tecnológico em diversos campos, sobretudo nos sectores de informática em saúde e de telecomunicações. As pessoas cada vez em maior numero têm acesso aos serviços de saúde, através do uso da Internet. A teletemática que é constituída pelas telecomunicações e informática é utilizada na saúde para serviços à distância, pretende promover a saúde global, educar e controlar inúmeras doenças. O termo telesaúde também é utilizada quando a finalidade da teletemática se orienta no campo da saúde pública e telemedicina quando orientada a aspectos de pratica clínica. Geralmente, a telemedicina é mais utilizada em hospitais e instituições de saúde que procuram outras instituições para consultar e trocar informações. Também se tem vindo a aplicar a telemedicina para obterem outras opiniões, na assistência de idosos, doentes crónicos, de alto risco e também a assistência ao paciente em sua própria casa. Uma outra aplicação da telemedicina é a assistência primária em regiões com desvantagem geográfica ou sociocultural. Trata-se de uma assistência do qual os pessoas possível. É necessário também técnicos de saúde referem os cuidados que as tecnologias melhorem na colecta primários saúde para a de informações, na pessoal e análise colectiva. Em suma, necessário distribuição, é e para utilizar um correctamente a modelo de serviços e de distribuição informação e para melhorar a qualidade para a telemedicina, deverá ser prático e na assistência em saúde. disponível para o maior número de 10 Universidade do Minho Pratica Pedagógica As TIC no Mundo Profissional: a necessidade de novas competências e novas modalidades de trabalho ➾ A tecnologia serve, e serviu sempre, toda a relação que o homem estabelece com o meio envolvente. Desde tempos imemoriais, a época sedentária/agrária, pelas revoluções renascentistas, à revolução industrial, a tecnologia esteve ao serviço do homem no melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, no saber, no conhecimento cientifico, no aumento da produtividade, na sua realização pessoal, na qualidade de vida, na extracção de recursos naturais, etc., cujo fim último era o bem estar colectivo. Após estas revoluções económicas, científicas e tecnológicas, chegámos, no séc. XX e no séc. XXI, à grande revolução tecnológica, formas, designada desde de múltiplas pós-moderna, da aprendizagem, em rede, até Sociedade de informação. Desta multiplicidade de designações, aquela que me parece mais correcta é de compressão do tempo e espaço, quer dizer rapidez, e eficácia na globalização dos saberes e dos movimentos económicos. No entanto, refiro desde já a seguinte característica desta sociedade: a separação nítida entre aqueles que respondem a solicitações, conhecimentos e bens económicos, e são poucos, e aqueles que estão à margem deste processo, e são muitos. Para esta realidade, e já vemos porquê, muito contribui aquilo a que passamos a designar por TIC - Tecnologias da Informação e da Comunicação. Estas Tecnologias, TIC, com as suas mutações, implicam grandes mudanças e mutações na vida dos cidadãos, e isto porque provocam o efeito de espiral: necessidades – respostas - necessidades novas; o que faz necessitar de novas necessidades tecnológicas. E assim sucessivamente, até ao infinito. Vejamos um exemplo concreto: o telemóvel. Quando surgiu, era de difícil manuseamento, muito primitivo em termos tecnológicos, como, só acessível a uma pequena parcela da população, e o seu interesse no mundo do trabalho e económico era secundário. Mas a publicidade aparece, releva as suas qualidades, e apara além disso, dá um estatuto social a quem o possui. A estratégia 11 Universidade do Minho Pratica Pedagógica passa por produção em massa, simplificação tecnológica, diminuição dos processos, grande eficácia, e toda a gente, ou quase toda já o pode comprar. Para além disso, é peça importante no mundo do trabalho e dos negócios. Como este exemplo e TIC, outros se vão estender ao mundo dos negócios e do trabalho, arrastando a partir daqui a noção de globalização da economia e do trabalho, em que as TIC desempenham um papel fundamental, o que arrasta alto crescimento económico, e um mundo de trabalho flexível e competitivo; o retorno é uma fraca coesão social, individualização egoísmo, dependência dos membros da sociedade e, até, um alto controlo sob os indivíduos. Daqui aparecem os países desenvolvidos (poucos), e subdesenvolvidos (quase todos). Para este cenário, um pouco tenebroso, diga-se de passagem, as TIC, desempenham um papel muito importante. Porquê? Porque desempenham funções nucleares a saber: 1 - Transmissão de informação de forma rápida (limitando o espaço e o tempo) contribuindo para o crescimento económico; 2 - Individualização e isolamento das formas de trabalho e produção, o que implica uma escassa coesão social e reivindicativa; 3 - Leva à dependência psicossocial, na incerteza do futuro e insegurança pessoal e colectiva; Ora as TIC, são a ferramenta fundamental da globalização económica e da mudança no mundo do trabalho: o que dantes se fazia com muitos, hoje são precisos poucos; os horários rígidos, as TIC respondem com flexibilidade; no séc. XX existia um local concreto de trabalho, hoje com as TIC, “qualquer” local serve para trabalhar: em casa, no avião, nas férias, etc. Os fluxos financeiros processam-se sem a autoridade burocrática do Estado presente, o desinteresse deste (Estado) por domínios fundamentais da vida dos cidadãos, como a saúde, a educação e a assistência social, veja-se o caso de Portugal. Surge e decorre daqui a pergunta fundamental: Até que ponto as TIC beneficiam ou prejudicam, a partir do mundo do trabalho, a vida das pessoas? 12 Universidade do Minho Pratica Pedagógica Um dos elementos mais preocupantes dos nossos tempos, as TIC para isso muito contribuíram, é o desemprego, fruto da tal compressão espaço/tempo, que atinge todo o mundo, e em especial aqui no Vale do Ave, pois os produtos são elaborados com novos processos e de forma mais rápida, incidindo aqui a automatização um papel relevante, veja-se o sector bancário, com o desemprego cada vez mais crescente. Outro aspecto relevante das TIC e sua aplicação no mundo da produção e do trabalho, é o fosso cada vez mais cavado entre o primeiro mundo desenvolvido/ TIC e o mundo subdesenvolvido/ ausência das TIC, onde impera a miséria, a fome, desemprego, marginalidade, pois não existem alternativas dignas de sobrevivência, pois as empresas não se instalam aí, pois não há infra-estruturas capazes, e trabalhadores qualificados no domínio das TIC. Assim, deste ponto de vista, domínio, destreza e capacidade de utilização das TIC, estas populações são supérfluas, inviáveis economicamente, a sua educação não produz benefícios, só custos para a economia global, logo a educação a todos os níveis, e principalmente destreza das TIC, torna-se inconsequentemente e desnecessária. Automaticamente, em consequência disto, as TIC vão isolar, individualizar e distrair os homens e mulheres, mantendo uma escassa coesão social, provocando a ausência de ideias comuns, pouca solidariedade e não busca de benefícios colectivos para a sociedade, parecendo, assim, uma fraca qualidade de vida, para a globalidade dos Homens. 13 Universidade do Minho Pratica Pedagógica No entanto, as TIC arrastaram consigo benefícios inestimáveis, como a difusão dos saberes, a difusão dos conhecimentos científico-tecnológicos, que atingem a diversidade da população humana pela positiva, gerando um aproveitamento até no campo ético, difusão da cultura e do ensino, o que dantes demorava dias, horas, e até anos, a saber conhecer, hoje está ao alcance de um pequeno “click” do teclado das TIC. A contrapartida, já referida atrás, não convém esquecê-la, pois as TIC e a sua lógica de mercado, arrasta consigo o desemprego, aumenta o ritmo do trabalho constante, o aumento da produção, a concentração da riqueza em poucos e a consequente precariedade do emprego e da relações de trabalho, direito de todos os cidadãos, pois nesta era das TIC, o trabalho e os utilizadores, o mercado é de tal modo volátil, que o risco, a ansiedade e o viver perigosamente são partes integrantes deste mundo/TIC, pois ao trabalhador/utilizador das TIC é exigido um compromisso total com a economia, o trabalho, o lucro, já que tudo é auto-programável, e os motores da economia e do trabalho são a inovação tecnológica/TIC e os indivíduos adaptam-se às vontades e valorizações dos mercados financeiros motor da economia, do trabalho, da globalização, da inovação e da produtividade, pois tudo nas TIC funciona na tal compressão espaço/tempo, em rede. Pode dizer-se que esta economia, esta forma de novas competências e métodos de trabalho tem um fundamento: as TIC estão baseadas na cultura da inovação, do risco, das grandes expectativas e da esperança no futuro. O mundo da velha economia está a ser ultrapassado e só lhe resta ser pessimista, se não quer adaptar-se aos ventos de mudança/TIC. Uma última palavra, decorrente deste desenvolvimento das TIC, ainda pouco referido que é a chamada Infoexclusão: a desigualdade, provocada pela educação na utilização das TIC está a aumentar consideravelmente entre grande parte da população mundial, pois arrasta consigo uma rede complexa de relações económicas de dependência, culturais de auto-afirmação, e de identidades próprias. Por último, este trabalho, não ficaria completo sem uma referência, ainda que breve, à Educação e as TIC. Há quem afirme, peremptoriamente, que sem educação não existe desenvolvimento económico. A asserção, é no fundo verdadeira, mas como explicar o subdesenvolvimento do terceiro mundo e até de Portugal no conjunto dos países europeus? A resposta é complexa, e, como tal, vamos desviar-nos desse assunto. Assim, respeitaremos tão só o seguinte: as TIC e a Educação em Portugal. Há um tópico 14 Universidade do Minho Pratica Pedagógica transversal à Sociedade Portuguesa: as TIC no ensino como factor social e impulsionador do desenvolvimento, a par de uma formação sólida, quer técnica, quer humanística, dos diferentes grupos a que se destina, sem descurar e potenciar o uso crítico das TIC nos processos educacionais. Daí se poder questionar o uso das TIC como um mundo e um processo, que trazem implícito um uso que podem não ser coerentes com os fins educativos. Veja-se o uso pernicioso da Internet nos nossos jovens educandos, e este é só um dos aspectos relevantes das denominadas TIC e até são socialmente valorizadas. Por outro lado, não se vê, por exemplo, o carácter elitista das TIC, e seu uso na Educação, pois, uma minoria vai tirar daí vantagens sobre a imensa maioria, o que vai implementar uma discrepância ainda maior em termos de inclusão social. Mas, e para terminar, abordaremos a importância das TIC no ensino em Portugal. Já o Memorando para a Aprendizagem ao Longo da Vida fez o enfoque de que a maior parte dos trabalhadores sejam produtores e utilizadores intensivos de produtos e serviços TIC. A Comissão Europeia, ela própria, lançou o Plano de Acção ELearning para o período 2000-2004, cujos objectivos eram os seguintes: Infra-estruturas e Equipamento, Formação/TIC, conteúdos e serviços de qualidade, Redes e Plataformas de cooperação Europeias. Mais, o Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal “PRODEP III” no prazo de 2000-2006 tinha, entre outros, o guiar e promover o desenvolvimento da Sociedade de Informação e do Conhecimento em Portugal, proporcionando o surgimento das estratégias para a acção no sector da Educação, visando a efectiva integração das TIC no sistema de ensino não superior público em Portugal, bem como no sistema de Educação Não-Formal e formação inicial e continua de professores, tirando partido das suas potencialidades como elemento e factor de mudança. Há quase o imperativo de integrar as TIC no curriculum, e, conhecer e avaliar software educacional. Há o estender das TIC a todos os níveis de ensino: Básico, Secundário, Superior; à Formação Contínua, ao Ensino à Distância, à Formação Profissional, ao Apoio das CERCI’s, o estímulo à população adulta para a procura da formação em TIC, no ensino recorrente, aos alunos com necessidade educativas especiais, por fim, no apoio aos próprios professores na preparação das actividades, ao apoio individual aos alunos e na avaliação, reduzindo o peso das lições repetitivas, e das sempre cansativas tarefas e 15 Universidade do Minho Pratica Pedagógica reuniões administrativas, passando tudo isto pela forma de ajudar os professores e outros profissionais da Educação, no estabelecimento de redes de conhecimento entre a comunidade dos professores, e o intercâmbio de experiências e partilha de boas iniciativas. Como se pode depreender de tudo o que foi dito, há um número infindo e infinito de oportunidades e de possibilidades permitidas pelo uso, lúcido e claro, das TIC. Portanto, convém não fazer das TIC a essencialidade do saber, conhecer, e Ser Humano (s), pois de contrário, poderíamos afirmar, socorrendo-nos da máxima Cartesiana “faço click, logo existo”, que arrasta consigo a ideia que quem não faz “click” está à margem, e na margem, da sociedade. Seria uma pena! 16 Universidade do Minho Pratica Pedagógica Conclusão Perante a análise do nosso trabalho, concluímos que as TIC proporcionam e continuam a proporcionar grandes oportunidades a nível do trabalho. Com as novas tecnologias, podemos aceder a uma nova qualidade de vida, com novas práticas de trabalho, como por exemplo, o teletrabalho, a telemedicina, e todo o suporte para a educação. As TIC implementaram-se nas empresas, em qualquer área de trabalho, escolas, proporcionado uma grande revolução, oferecendo-nos eficácia e rapidez no modo como realizamos o trabalho. O teletrabalho é um dos resultados das TIC, favorecendo as pessoas pois “evita” o deslocar-se de casa para a empresa, trabalhando os teletrabalhadores perto de casa, ou mesmo em casa, não enfrentando o caos do trânsito, despesas na alimentação, e o stress da pontualidade. É óbvio que o teletrabalho não possui apenas vantagens; uma das maiores desvantagens assenta em distúrbios psicológicos devido à solidão que estes trabalhadores enfrentam. Mais ainda, há todo um mundo que se abre ao nosso conhecimento, e que deve ser partilhado por todos, com a afirmação das TIC. No entanto, não podemos esquecer nunca os outros, de modo a não criar uma nova/velha sociedade de párias – os infoexcluídos; a nossa atitude deve ir ao encontro da generalização das TIC, e tornar a globalização num mundo de solidariedade comunicacional tecnológica. 17 Universidade do Minho Pratica Pedagógica Bibliografia: Castells, Manuel (2001). A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. A Sociedade em Rede. Rio de Janeiro, Paz e Terra Castells, Manuel (2004). A Galáxia Internet – reflexões sobre a Internet, negócios e sociedade. Lisboa, F. Calouste Gulbenkian www.altavista.pt www.google.pt www.sapo.pt 18