Novas Tecnologias na Educação In Revista Inovação, Vol. 14, Nº 3, 2001. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional. Este número da Revista Inovação, coordenado pelo Professor João Pedro da Ponte é exclusivamente dedicado às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na Educação, integrando-se bem no já volumoso conjunto de publicações de qualidade a que o IIE nos habituou. Na sua nota de apresentação refere-se que “o importante não são as TIC, mas os projectos educativos em que elas se inserem, e é o valor e a natureza destes projectos que importa discutir. Quanto às tecnologias, haverá, sobretudo, que ponderar, não só quais os objectivos visados, mas também quais os recursos existentes, quais as potencialidades que estas tecnologias oferecem para melhor os atingir, bem como as vantagens, desvantagens e limitações de cada uma das alternativas em presença”. Neste sentido, a publicação integra as contribuições de vários professores e investigadores que foram convidados a escrever sobre diferentes temas relacionados com as sua áreas de estudo, dos quais chamamos a atenção para alguns deles. O texto de Isabel Chagas fala-nos da aprendizagem da ciência e da importância dos contextos de aprendizagem com suporte na Internet, descrevendo um pouco da investigação realizada na Faculdade de Ciências de Lisboa. Paulo Dias da Universidade do Minho desenvolve algumas ideias sobre as comunidades de aprendizagem na Web, nomeadamente os aspectos relacionados com a comunicação em rede, os contextos e o desenvolvimento de estratégias para uma aprendizagem colaborativa. O artigo de Vítor Teodoro (FCT – Universidade Nova de Lisboa) e de Odete Valente (Faculdade de Ciências de Lisboa) centra-se sobre um programa de modelação com particular valor na Matemática e na Física - o Modellus. A análise que aí é feita equaciona o software como uma ferramenta que pode suportar uma visão construtivista da aprendizagem, onde uma nova visão do ensino emerge, baseada na criação e exploração de diversificadas representações de fenómenos físicos. Como aí é referido, este ambiente de trabalho centrado no Modellus cria um contexto de exploração experimental que pode ajudar a ultrapassar dificuldades de aprendizagem resultantes de um tratamento puramente formal de conceitos-chave como o crescimento exponencial, a velocidade ou a aceleração de um móvel. Algumas opiniões de alunos e professores testemunham e confirmam estas ideias. Num outro texto, uma equipa da Universidade de Évora constituída pelos colegas José Luís Ramos, Manuela Bacelar e Isabel Fernandes, divulga e discute alguns resultados de um estudo de casos realizado em 12 escolas portuguesas: A Escola que Aprende. Como são usadas as TIC, em particular as redes, na escola, que factores contribuem ou dificultam a sua efectiva integração, exemplos de boa prática do seu uso com alunos e estratégias de gestão mais usadas são alguns dos principais aspectos, ilustrados com indicadores recolhidos do estudo que combina uma abordagem simultaneamente qualitativa e quantitativa. Sob o título Para o Desenvolvimento Organizacional da Escola – um Círculo de Estudos: um dispositivo de formação a distância, Maria José Martins do IIE descreve-nos sinteticamente a organização e implementação de um Círculo de Estudos a distância, as preocupações com “a contextualização da formação e da sua aplicabilidade ao desenvolvimento das pessoas e das organizações” e uma apreciação de formandos e formadores baseada em relatórios e monitoragem das sessões. Uma publicação de leitura obrigatória para professores envolvidos em projectos sobre utilizações educativas das TIC. José Duarte Setembro de 2002