Espíndola, o Premiado

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ESPÍNDOLA, O PREMIADO
Jornal Diário da Noite – São Paulo / SP - 13 de setembro de 1968
Por Quirino da Silva
O pintor mato-grossense Humberto Espíndola acaba de receber o prêmio Prefeitura
Municipal no IV Salão de Arte Contemporânea de Campinas, sendo que em julho do
corrente ano recebeu o 2° prêmio de pintura no Salão de Arte de São Caetano do Sul.
Aline Figueiredo, presidente da Associação Mato-grossense de Artes, esteve ontem na
redação desta folha e, em palestra com o repórter, disse: “A pintura de Espíndola, embora
na sua obra o motivo fixado seja o boi, não se pode afirmar ser ele um pintor regionalista.
Transmite à sua pintura mais o espírito do assunto objetivado, isto é, a essência,
colocando a temática num padrão universal, transformando o boi num mito. O boi no
dicionário plástico de Espíndola é como um símbolo de riqueza, de força, que ele
transforma do real em irreal”.
Sobre
Espíndola,
Mário
Schemberg, certa vez concluiu:
“Espíndola
é
uma
das
personalidades mais interessantes
da
nova
geração
brasileira.
Enriquece o nosso movimento
realista com sua visão de um
mundo duro e agreste”.
Frederico Morais, por ocasião do IV
Salão de Brasília, declarou: “O boi
é tratado com muita sabedoria e
elegância. Há mais do que
suficiência plástica em sua obra”.
O crítico José Geraldo Vieira,
referindo-se á obra de Espíndola,
concluiu: “...Sua pintura é ao
Foto extraída do jornal original.
mesmo
tempo
figurativa
e
simbolista, rural e civilizada. Não se trata dum primitivo ou ingênuo, nem dum folclorista
regional. O seu dicionário plástico é ordenado em sintaxe, elenco e repertório próprios.
Trata-se de pintura mato-grossense como origem, mas de pintura sul-americana, bem
ocidental, como destinação”.
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