A CAPACITAÇÃO DO CRISTÃO1 Pedro 3

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A CAPACITAÇÃO DO CRISTÃO
1 Pedro 3.15
INTRODUÇÃO
Sr. Presidente, demais integrantes da mesa diretora, irmãs e irmãos convencionais,
amigas e amigos. Muito obrigado por esta oportunidade.
Quero iniciar a minha fala, nesta ocasião, fazendo menção de um dos fatos mais
importantes para o cenário evangélico brasileiro este ano, que foi a divulgação do
resultado do Censo 2000, realizado pelo IBGE, em que acusa um grande crescimento
dos evangélicos no Brasil causando uma grande repercussão na mídia brasileira e até
mundial.
Exemplo disso foi a reportagem da Revista Veja (1) publicada no dia 03 de Julho de
2002 sob o título “A NAÇÃO EVANGÉLICA” O maior país católico do mundo está ficando
cada vez mais evangélico e isso começa a mudar muita coisa no Brasil. O crescimento
da fé evangélica está mudando o Brasil dos esportes à política, das favelas aos bairros
chiques, dos presídios à televisão.
Nesta reportagem os impressionantes dados do último censo do IBGE (2000) são
analisados:
Mais de 15% dos brasileiros são evangélicos, o que representa um contingente de 26
milhões de pessoas. Isso representa um número 5 vezes maior que em 1940 e o dobro
do de 1980: Dobramos o número de evangélicos em 20 anos.
No Espírito Santo, segundo estado em proporção de evangélicos, somos 27,5%,
perdendo só para Rondônia que tem 27,7% (passa de um quarto da população).
Segundo a própria revista Veja, a persistir este ritmo, mais da metade dos brasileiros
serão evangélicos em menos de 50 anos.
Isso é maravilhoso, mas requer reflexão. Não podemos mergulhar nas águas do
triunfalismo e esquecer dos problemas e dificuldades que enfrentamos.
Toda essa multidão de evangélicos é consciente da sua fé? Dá bom testemunho de sua
fé? Está devidamente treinada e capacitada para servir ao Senhor em suas igrejas?
A Capacitação do Cristão é o tema proposto para os batistas capixabas este ano,
seguindo a ênfase da CBB.
Para facilitar nossa reflexão algumas perguntas são necessárias: Quem é cristão para
receber capacitação? O que é capacitação? Capacitar para que? Capacitar como?
Vamos começar com a definição de termos: O Dicionário Brasileiro da Língua
Portuguesa (2) define capacitar como sendo “tornar capaz, habilitar, convencer,
persuadir, fazer acreditar” e capacitado como alguém “capaz, habilitado, convencido,
persuadido”. A palavra capacitação não existe no dicionário.
O texto escolhido para a reflexão é 1 Pedro 3.15 “antes santificai a Cristo, como Senhor,
em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor
a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (Versão Revisada da
IBB)
Quero destacar duas idéias deste versículo e refletir sobre elas enfocando a
Capacitação do Cristão:
A CAPACITAÇÃO DO CRISTÃO COMEÇA QUANDO HÁ UMA COMPLETA SUBMISSÃO DA
PESSOA AO SENHORIO DE CRISTO
“antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações” – Versão Revisada da
IBB/Edição Revista e Atualizada da SBB
“Tenham no coração de vocês respeito por Cristo e o tratem como Senhor” – Nova
Tradução na Linguagem de Hoje “Antes, santifiquem a Cristo como Senhor em seu
coração” – Nova Versão Internacional
Estas palavras foram escritas pelo apóstolo Pedro, que antes de conhecer Jesus
chamava-se Simão. Foi levado ao Senhor pelo seu irmão André e ao encontrar-se com o
Mestre ouviu dos seus lábios: “Você é Simão, filho de João, mas de agora em diante o
seu nome será Cefas – Pedro” (João 1.42).
Pedro foi escolhido como apóstolo e tornou-se um dos três amigos mais íntimos de
Jesus, juntamente com Tiago e João. Mais do que isto, Pedro sempre se destacou como
líder do grupo apostólico pelo seu temperamento impulsivo e questionador.
No final do ministério de Jesus o apóstolo Pedro negou a Jesus covardemente, mas
recuperou-se logo após a ressurreição de Cristo, reiterando o seu grande amor pelo
Mestre.
Depois do dia de Pentecostes, foi grandemente usado pelo Espírito Santo de Deus.
Perseguido pelas autoridades judaicas e romanas foi preso várias vezes e ameaçado
mas “jamais deixou de falar das coisas que tinha visto e ouvido de seu Mestre e Senhor
Jesus Cristo” (Atos 4.20).
Tornou-se um líder de referência para os cristãos primitivos. Por volta do ano 63 d.C,
estando ele em Roma, pouco antes de ter sido crucificado sob o império de Nero,
escreveu duas cartas aos cristãos da Ásia Menor, falando da salvação e da conduta dos
cristãos que sofrem, bem como dando orientações contra os falsos mestres e suas
falsas doutrinas.
Através destas cartas Pedro procurou estimular os crentes a permanecerem firmes no
Senhor mesmo diante das muitas perseguições que estavam enfrentando e
enfrentariam da parte do Império Romano.
É neste contexto de perseguição e sofrimento que Pedro relembra aos crentes a
necessidade de “santificar a Cristo, como Senhor, em seus corações”.
1.1. O que a Bíblia ensina sobre o Senhorio de Cristo?
A Bíblia apresenta Jesus com muitos nomes: Salvador, Cristo, Messias, Ungido, O que
Tem Autoridade, Leão de Judá, Estrela da Manhã, Filho da Justiça, Água da Vida. O alfa
e o ômega. O primeiro e o último. Mas a forma mais extraordinária que Jesus é
apresentado é como SENHOR.
A palavra Senhor é uma tradução da palavra grega kyrios, nome com o qual os escravos
chamavam os seus donos/senhores. Nessa relação, entre senhores e escravos, segundo
William Barclay (3) havia duas idéias básicas:
1. O Senhor tinha autoridade sobre a vida do escravo – Era sua propriedade particular
e podia fazer o que quisesse (comprar, vender, emprestar e até matar).
2. O Senhor tinha autoridade sobre o tempo do escravo – O escravo estava 24 horas
disponível ao seu Senhor.
Segundo Juan Carlos Ortiz (4) escrita em letras maiúsculas a palavra KYRIOS
designava o Imperador Romano. Funcionários públicos e soldados romanos saudavamse, ao se encontrarem, dizendo: “César é o Senhor”. Ao que se respondia: “Sim, o
Senhor é César”. Isso trouxe sérios problemas para os Cristãos. Ao se negarem em
declarar César como Senhor e afirmar que Jesus Cristo era o Senhor, muitos sofreram
perseguições, tortura, humilhações e morte. Muitos cristãos morreram por ter Jesus
Cristo como o Senhor de suas vidas.
Isso não inibia os crentes sinceros e verdadeiros que declaravam em alto e bom som:
JESUS CRISTO É O SENHOR. Pedro reitera isso em sua carta, mesmo prestes a sofrer o
martírio por amor a Cristo..
1.2. O Que Estamos Fazendo com o Senhorio de Cristo?
Claro que Jesus continua sendo anunciado como Senhor, mas na prática, observa-se um
deslocamento de ênfase. Conquanto haja um discurso sobre o Senhorio de Jesus, a
prática tem mostrado muito mais a pregação de um Evangelho centrado no homem,
suas necessidades, seus gostos e suas vontades.
Ricardo Gondim (5) aponta para o perigo do Evangelho Utilitarista e Humanista, que
coloca o homem no centro e não Deus, enumerando algumas de suas características.
Segundo ele:
a. O Evangelho Humanista Não Ataca e Não Resolve o Problema Principal da
Humanidade, que é o problema do Pecado: Promete-se felicidade, prosperidade,
alegria, harmonia interior, mas fala-se muito pouco em arrependimento, conversão,
regeneração, novo nascimento, submissão total a Jesus Cristo.
b. O Evangelho Humanista concentra-se nas necessidades dos homens e não na vontade
de Deus: A ordem do culto (rápida e bem ligth); as orações (me dê, me ajude, abençoe
a minha família, meu, minha), as músicas (bem animadas e com expressões favoritas:
dá-me, ajuda-me, abençoa-me). Não é uma questão de gramática. É uma questão de
atitude. Tudo é feito em função das pessoas, não de Jesus Cristo, O SENHOR. Não nos
basta mudar de vocabulário. É preciso mudar de mentalidade, de atitude.
c. O Evangelho Humanista promete o Céu, Mas não fala do Reino: O reino de Deus foi a
grande tônica da mensagem de Jesus: “Chegou a hora e o Reino de Deus está perto.
Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho” (Marcos 1.15). A grande
ênfase do evangelho humanista é a felicidade do homem, a vida abundante
esquecendo-se que isso só é possível mediante a submissão ao reino de Deus.
É aquilo que Dietrich Bonhoeffer (6), pastor e teólogo alemão que foi preso, torturado
e depois enforcado pelos nazistas com 39 anos de idade chamou de GRAÇA BARATA: “a
graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado”.
d. O Evangelho Humanista gera consumidores de religião e não servos de Deus:
Segundo Robert Lay (7), em média 20% dos membros das igrejas evangélicas tornamse produtores e 80% consumidores nas igrejas (consomem sermões, lições, estudos,
música, aconselhamento, etc.). Consomem e são cada vez mais exigentes (Se não
estiver bom mudam de igreja). São infiéis – tem dificuldade de entregar os seus
dízimos, não trabalham, não dispõem de tempo nem dos bens para o serviço do
Senhor.
Acredito sinceramente que tudo começa com o tipo de evangelho que estamos
pregando. Não podemos enfatizar demasiadamente a oferta e deixar de mostrar o peço
do discipulado: Uma Submissão Total ao Senhorio de Jesus Cristo.
e. Deus é servido pelo que DÁ e não por quem É: As pessoas vão à igreja para receber
bênçãos e não para oferecerem suas vidas para serem moldadas pelo Senhor. Quando
dão alguma coisa é pensando na troca. Deus é amado por aquilo que é capaz de dar e
não por aquilo que é.
f. Quer Jesus como Salvador, mas não como o Senhor: Receber os benefícios que Jesus
dá como Salvador não é difícil. As pessoas aceitam intelectualmente as verdades do
evangelho, mas resistem ao fato de renderem suas vidas ao domínio do Senhor Jesus
Cristo. Usa-se muito uma expressão que nem bíblica é: “aceitar Jesus como Salvador”.
John MacArthur, Jr. (8) afirma que Jesus é chamado de Senhor (Kyrios) nada menos do
que 747 vezes. Só no livro de Atos Jesus é chamado de Senhor 92 vezes enquanto de
Salvador apenas 2 vezes. Por aí fica bem claro que na pregação do Cristianismo
primitivo o Senhorio de Cristo era o ponto central da mensagem cristã, o que não
acontece na maioria das vezes hoje.
1.3. Que Resultados Estamos Alcançando com a Pregação deste Tipo de Evangelho?
É inegável que as Igrejas Evangélicas estão sempre cheias (ver dados do Censo
revelados pelo artigo da Revista Veja). Isso tem aspectos positivos e também
negativos, que devem nos levar à reflexão. Vejamos:
a. Aspectos Positivos:
- Muitos brasileiros têm sido transformados pelo poder do Evangelho.
Quando uma pessoa realmente se converte ao Senhor Jesus Cristo, sua vida é
totalmente modificada. E isso tem acontecido em nosso país, graças a Deus.
Escravos de vícios têm sido libertados, lares têm sido restaurados e a sociedade tem
sido grandemente beneficiada pela presença evangélica no Brasil.
- Um dos grandes serviços prestados pelos evangélicos no Brasil é na área da
Educação. Depois de um humilde começo, os evangélicos controlam 934 instituições de
ensino em vários níveis com mais de 740 mil alunos.
- A ação social tem sido uma marca muito forte nos evangélicos brasileiros. Além do
envolvimento pessoal de cada crente, das Igrejas em geral, instituições tem sido
criadas visando atender as necessidades das pessoas em todos os sentidos. Só como
exemplo (Veja) Na Casa de Detenção, em São Paulo, onde havia 7.600 presos até o
início da desativação, há seis meses, um quinto dos presos havia se convertido. Em
nosso Estado os batistas têm sido notáveis na área da ação social. Cuidado e
acompanhamento de AIDÉTICOS, crianças e adolescentes marginalizados, marinheiros
que aportam em nosso Estado, etc.
- A Média de leitura dos evangélicos brasileiros gira em torno de seis livros por ano (o
dobro da média nacional). É o povo do livro, que estimula a leitura. Muitos aprendem a
ler em função da Bíblia e assim vencem o analfabetismo.
- Temos evangélicos presentes em todos os segmentos da sociedade, a maioria deles
prestando grandes serviços para a sociedade. Estamos nas Universidades, nos
governos, na justiça, nas delegacias, nos hospitais, nas maiores escolas do país, nos
grandes clubes de futebol, estivemos na seleção do PENTA (quem não vibrou com
Lúcio, Kaká e Edmilson ajoelhados, com o rosto em terra, agradecendo a Deus depois
da conquista do penta campeonato?) estamos em todos os lugares.
b. Aspectos Negativos:
- Os aproveitadores de “carteirinha” penetram nas igrejas, aproveitando as versões
facilitadas do evangelho, especialmente na perspectiva do evangelho utilitarista e
humanista, aproveitando o mercado que o crescimento dos evangélicos cria. Ser
evangélico no Brasil hoje é um grande negócio para políticos, atletas, artistas, cantores
e até mesmo traficantes usam as Igrejas para faturar. Até mesmo pessoas que não tem
absolutamente nada a ver com Jesus, nem com o seu Evangelho estão produzindo
discos, livros, shows gospel, etc. É preciso que se tenha muito cuidado com isso.
- As diferenças socio-economicas continuam escandalosas, a violência assola nossa
nação, a corrupção continua gritante, havendo corrupção até mesmo em alguns
segmentos evangélicos. O índice de divórcio é alarmante também entre os evangélicos
e outras questões éticas. Nosso engajamento político e social é muito tímido. Ainda
estamos exageradamente alienados das grandes questões que envolvem a sociedade
brasileira, deixando para os ímpios o controle de situações que teríamos condições de
contribuir para a transformação da sociedade. O grande crescimento evangélico não
tem feito cair os problemas éticos do Brasil na proporção inversa.
- Há uma ênfase exagerada em programas. Ed René Kivitz (9) cita Richard Halverson
que disse: “no início, a igreja era uma comunhão de homens e mulheres centrados no
Cristo vivo. Então a Igreja chegou à Grécia e tornou-se uma filosofia, depois, chegou a
Roma e tornou-se uma instituição, em seguida no resto da Europa e tornou-se uma
cultura, chegou à América e tornou-se um empreendimento”. Kivitz arremata dizendo
que “ao chegar ao Brasil a igreja tornou-se um evento. A maioria dos modelos
eclesiásticos contemporâneos tende a resumir a ekklesia a uma sucessão de eventos
religiosos nos finais de semana, negligenciando a dinâmica
comunitária do povo de Deus” tão destacada nas igrejas do Novo Testamento.
Demasiadamente preocupada com o FAZER, a Igreja está esquecendo-se do SER.
- Conseguimos integrar poucas das pessoas que se manifestam dizendo-se converter a
Jesus Cristo. E quando as integramos, a maioria torna-se consumidores e a minoria
produtores, muitas das quais acabam sendo excluídas no percurso de sua caminhada
eclesiástica. O vazamento existente nas igrejas evangélicas brasileiras é uma das
preocupações permanentes da liderança hoje.
- Falta de seriedade no testemunho de pessoas não discipuladas nem doutrinadas
adequadamente. A qualidade de vida cristã de grande parte dos evangélicos no Brasil é
questionável, bem como seu comprometimento com os valores do Reino de Deus.
Jorge Himitian (10) descreve a Igreja, ou parte dela, como “a Inglaterra espiritual” –
que tem um rei (rainha), com seu trono, sua pompa, seu palácio, sua corte, seu séqüito.
Onde o rei (rainha) recebe aplausos, glórias, homenagens do seu povo. Reina, mas não
governa. Não tem comando.
O rei (rainha) passa a ser um personagem tradicional, uma figura decorativa. Tem um
primeiro ministro, uma câmara Lords e outra dos comuns que governam
verdadeiramente o país. Assim é na vida de muitos crentes.
Aclamam Jesus como Senhor. Louvam o Senhor. Mas não permitem que Ele governe as
suas vidas.
Juan Carlos Ortiz (11) afirma que algumas pessoas pensam e vivem como se houvessem
três caminhos:
O caminho largo: para aqueles que não querem saber nada sobre Deus: aqueles que
estão indo para o inferno.
O caminho estreito: para os pregadores, pastores, demais líderes e missionários.
O caminho médio (nem muito largo, nem muito estreito, para o resto dos crentes.
Aqueles que se reúnem aos domingos, consomem estudos, mensagem, boa música,
energia) Mas não passam disso. Claro que isso não é ensinado, não faz parte do manual
de doutrinas. Mas é assim que muitos vêem a vida cristã. É assim que muitos vivem.
Este terceiro caminho, o médio, é uma invenção humana. Jesus Cristo deixou claro que
só existem dois caminhos.
Duas possibilidades. E todas as pessoas do mundo se enquadram dentro de um deles:
Ou estamos andando no caminho largo (reino das trevas, onde cada um faz o que bem
entende) ou no caminho estreito (reino de Deus, tendo Jesus como Senhor, fazendo a
Vontade de Deus).
Nossa realidade é diferente da de Pedro e da dos crentes perseguidos do primeiro
século. Mas a necessidade de uma completa submissão a Jesus Cristo como o Senhor é
algo que se aplica a todos os crentes de todos os tempos. Na verdade trata-se da
essência do evangelho. Não existe cristão sem submissão ao senhorio de Cristo, muito
menos cristão capacitado para servi-lo sem uma completa entrega ao Senhor.
Jesus Cristo precisa ser o Senhor de minha/sua vontade, do meu/seu tempo, dos
meus/seus bens, do meu/seu lar, da minha/sua profissão, dos meus/seus estudos, do
meu/seu caráter, da minha/sua vida toda.
É preciso resgatar completamente o princípio bíblico de que cada crente deve ser um
ministro, um servo do Senhor, totalmente consagrado ao Senhor, produzindo frutos e
não apenas consumindo. Alguém totalmente submisso ao Senhorio de Jesus Cristo. Só
então estaremos andando na direção da Capacitação Cristã.
A segunda idéia que desejo destacar no texto é que:
A CAPACITAÇÃO DO CRISTÃO ACONTECE ATRAVÉS DE UM SISTEMA DE
TREINAMENTO QUE PREPARE TODOS OS CRENTES PARA ARTICULAREM A SUA FÉ
“e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos
pedir a razão da esperança que há em vós” – Versão Revisada da IBB/ Edição Revista e
Atualizada da SBB
“Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão
da esperança que há em vocês – Nova Versão Internacional
“Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a
esperança que vocês têm” – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
A idéia básica aqui é que cada crente deve estar pronto, preparado, capacitado para
responder aos questionamentos dos não crentes. Só um sistema que contemple cada
novo convertido, oferecendo-lhe as competências necessárias para articular a sua fé,
utilizando-se do raciocínio lógico, consegue lograr êxito nesta empreitada. Isso deve
acontecer em, pelo menos 3 dimensões diferentes:
2.1. Um Sistema que Ofereça a Cada Crente a Capacidade de Defender a Sua Fé
A palavra “responder”, do texto bíblico, é a tradução da palavra apologian que significa
fazer a defesa da fé através de respostas racionais e inteligentes às questões
levantadas pelos incrédulos (12). E Pedro diz que isso deve ser feito com mansidão e
temor.
O apóstolo Paulo afirmou categoricamente: “Eu sei em quem tenho crido” (2 Timóteo
1.12). Pedro também sabia e deixou claro que todos os crentes devem saber. Você sabe?
Será que os crentes de nossas Igrejas sabem porque são crentes, ou porque são crentes
batistas?
Ilustração: Porque você é um crente batista? “Porque posso usar bermuda, ir à praia e
ver televisão e ainda assim sou considerado crente e membro da igreja”. (Afirmação de
um pastor batista quando indagado sobre suas convicções doutrinárias batistas).
O fato é que, em nome do rápido crescimento, das estatísticas, da falta de habilidade
em ensinar e outros motivos, temos recebido membros em nossas igrejas sem
convicção doutrinária. E o pior é que são mantidos sem convicção indefinidamente.
É preciso desenvolver um sistema de ensino que conscientize o crente quanto à sua fé e
desenvolva uma consciência crítica, para que possa adquirir uma base doutrinária
sólida a ponto de poder se defender das falsas doutrinas.
Como brasileiros recebemos uma herança triste da nossa educação, criando um
problema gravíssimo para a educação cristã, ou seja, uma educação acrítica, que no
caso da fé cristã, constitui-se numa porta aberta para a inserção de doutrinas e
práticas alheias aos ensinos da Palavra de Deus.
Tem surgido movimentos e ondas, como o Movimento G12 com sua manipulação
psicológica, ênfase exagerada no emocionalismo e outras distorções doutrinárias, que
tem causado tantos males aos evangélicos de todas as matizes no Brasil inteiro,
machucando quem se envolve, as Igrejas Evangélicas sérias e o próprio reino de Deus.
Uma coisa é o respeito e a submissão à figura e autoridade do pastor conforme a Bíblia
nos ensina. Isso precisa ser observado e mantido com fidelidade. Outra coisa é o crente
receber tudo cegamente, sem passar pelo crivo da razão, do questionamento, da
análise crítica, sendo cerceado de sua capacidade de filtrar os ensinamentos que
recebe.
A Bíblia afirma que “as pessoas de Beréia eram mais educada do que as de Tessalônica
e ouviam a mensagem com muito interesse. Todos os dias estudavam as Escrituras
Sagradas para saber se o que Paulo dizia era mesmo verdade. Assim, muitos judeus
naquela cidade creram, e também não-judeus, tanto mulheres da alta sociedade como
também muitos homens” (Atos 17.11-12).
Escrevendo aos Tessalonicenses o Apóstolo Paulo afirmou: “Examinem tudo, fique com
o que é bom e evitem todo tipo de mal” (1 Ts 5.22).
Já aos Gálatas o apóstolo disse: “Estou muito admirado com vocês, pois estão
abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo e estão
aceitando outro evangelho. Na verdade, não existe outro evangelho, porém eu falo
assim porque há algumas pessoas que estão perturbando vocês, querendo mudar o
evangelho de Cristo. Mas, se alguém, mesmo que sejamos nós ou um anjo do céu,
anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que temos anunciado, que seja
amaldiçoado” (Gálatas 1.6-8).
Aos Efésios Paulo escreve: “Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja. Ele
fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo
de Cristo. Desse modo todos nós chegaremos a ser um na nossa fé e no nosso
conhecimento do Filho de Deus. E assim seremos pessoas maduras e alcançaremos a
altura espiritual de Cristo. Então não seremos mais como crianças, arrastados pelas
ondas e empurrados por qualquer vento de ensinamentos de pessoas falsas. Essas
pessoas inventam mentiras e, por meio delas, levam outros para caminhos errados.
Pelo contrário, falando a verdade com espírito de amor, cresçamos em tudo até
alcançarmos a altura espiritual de Cristo, que é a cabeça” (Efésios 4.11-15)
É preciso que cada crente aprenda a explicar a sua fé, de maneira racional e
inteligente. Assim sendo, saberá se defender diante das muitas falsas doutrinas que o
inimigo lança no mundo diariamente.
Além disso, para que haja a capacitação é indispensável que se crie
2.2. Um Sistema que Ofereça a Cada Crente a Capacidade de Pensar Sua Fé
Como dizia um determinado professor no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil:
“Converter-se a Jesus Cristo não significa cometer um suicídio intelectual”. Pelo
contrário. Em Cristo alcançamos a verdadeira lucidez para poder pensar, refletir.
Nossa fé baseia-se em fatos. Não é uma mera crendice, um mero misticismo fanático.
Não acontece no vácuo, no vazio. Está baseada em fatos concretos narrados na Bíblia
Sagrada e precisa ser exercitada com a faculdade de raciocínio dada por Deus a cada
ser humano.
Graças a Deus o quadro está mudando. Mas, há bem pouco tempo, muitos pensavam
que o Evangelho era para pessoas ignorantes. Esta era a visão que se tinha,
especialmente nas universidades. Então, quando os jovens crentes chegavam lá,
entravam em crise diante de questionamentos feitos e muitos deles abandonavam a fé,
escandalizados e frustrados.
Hoje, graças a Deus, muitos universitários estão se convertendo ao Senhor Jesus. As
Universidades se constituem um dos mais desafiadores campos missionários, como sua
ênfase na pesquisa e na reflexão. Por outro lado, uma verdadeira multidão de jovens
das nossas igrejas estão tendo acesso a cursos de graduação e pós-graduação. Temos
também muitos professores e diretores de universidades comprometidos com Jesus
Cristo. Isso é maravilhoso, mas requer acompanhamento por parte das igrejas. Mais do
que
nunca precisamos criar um sistema se ensino em nossas igrejas que contemple a nossa
mocidade, ensinando-os a pensar e acompanhando-os no processo de formação
acadêmica.
Stephen Kanitz (13), declarou com admiração: “Curiosamente não ensinamos nossos
jovens a pensar. Gastamos horas e horas ensinando como os outros pensam ou como os
outros solucionaram problemas de sua época, mas não ensinamos nossos filhos a
resolver os próprios problemas. Num mundo em que se fala de mudanças constantes,
em que o volume de informações dobra a cada 18 meses, o melhor bem que podemos
fazer aos nossos filhos e ensinar-lhes a pensar”.
Quando pensamos na Educação Cristã esta realidade é ainda mais gritante.
Em função da natureza absolutista de nossas doutrinas, simplesmente não damos
espaço ao exercício da reflexão.
Dusilek e Soldati (14), ao abordarem este assunto, afirmam: “Essa falta de reflexão, em
muito acrescida com a falta de tempo para a leitura, é também determinada pela
crônica falta de espaço. Não há estímulo pra a reflexão.
Somos abafados pela nossa rotina cotidiana, cujo espaço para o exercício do pensar é
praticamente nulo. Não temos também muitos espaços educacionais para o exercício
da reflexão. A própria igreja não está muito preparada para a reflexão. Quer ver uma
prova disso? Se alguém começa a pensar e questionar com muita propriedade algumas
atitudes da Igreja, o que se faz? Encara-se isso como contribuição ou como ato de
rebeldia do irmão?”
John Stott (15) teólogo inglês declarou acertadamente: “Não podemos servir de
instrumento à arrogância intelectual do homem, mas cumpre-nos prover o necessário
para a sua integridade intelectual. O homem todo, inclusive seu intelecto, emoções e
vontade, deve converter-se”. Stott escreveu um interessante livro intitulado “CRER É
TAMBÉM PENSAR” em que advoga que é impossível um cristianismo de mente vazia.
Afirma também que “nossa proclamação do evangelho precisa ter um sólido conteúdo”
(p. 45).
Utilizando-se especialmente do método da maiêtica e do recurso das parábolas, Jesus
foi mestre também em levar as pessoas a pensar, a raciocinar. Muitas vezes quando
indagado sobre alguma questão, respondia com outra pergunta, para induzir seus
ouvintes ao raciocínio, à reflexão.
Dificilmente ofereceu algum conteúdo sem estimular seus ouvintes a pensar. É isso que
precisamos fazer, tanto individualmente como em termos de sistema de ensino
eclesiástico. Capacitar cada crente através do exercício do raciocínio, da reflexão, do
pensar inteligentemente.
Além de estar capacitado para defender e de pensar sua fé, é preciso que cada crente
seja inserido em:
2.3. Um Sistema que Ofereça a Cada Crente a Capacidade de Explicar a Sua Fé
Há quem faça perguntas por ironia, querendo ridicularizar o evangelho.
Para estes cada crente deve ser capacitado a dar respostas sábias e inteligentes, como
fruto de sua capacidade de raciocínio e reflexão. Mas há também aqueles que são
sinceros. Passam por crises existenciais que só um relacionamento vivo e real com
Deus pode satisfazer. Então indagam, perguntam sobre a razão da esperança que há
nos crentes, que há no Evangelho, que há na Igreja. Daí é preciso que cada crente
esteja capacitado para explicar a sua fé, testemunhando de Jesus para aqueles
que estão sedentos e famintos pelas verdades da Palavra de Deus.
Segundo o apóstolo Paulo (Efésios 2.12) as pessoas que não tem um relacionamento
pessoal com Deus vivem sem esperança no mundo. Anseiam por vida, paz, razão para
existir. Nada nem ninguém é capaz de satisfazer os mais profundos anseios do ser
humano além de Jesus. Só Cristo satisfaz.
Quando percebem que a vida dos verdadeiros discípulos de Jesus evidencia tudo isso,
as pessoas questionam, perguntam, querem saber a razão da esperança que há nos
cristãos. Então Pedro diz que cada crente deve estar constantemente preparado para
atender a estas pessoas, anunciando-lhes as boas novas de salvação.
Quando surgem estas oportunidades, o crente deve estar capacitado para compartilhar
as verdades do evangelho, conduzindo os questionadores aos pés do Senhor Jesus,
através de uma argumentação consistente e inteligente, baseada na Palavra de Deus.
No dia de Pentecostes, Pedro pregou a Palavra de Deus corajosamente e apresentou os
principais fatos relacionados ao Evangelho de Jesus Cristo. No final do seu discurso as
pessoas perguntaram: “Irmãos, o que devemos fazer?” Então Pedro respondeu:
“Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para que
os seus pecados sejam perdoados, e vocês receberão de Deus o Espírito Santo” (Atos
2.37-38). O resultado foi extraordinário. Quase 3 mil vidas se converteram ao Senhor
Jesus.
Pedro soube responder objetivamente à indagação dos seus ouvintes. Agora Pedro
desafia cada crente a estar sempre pronto/preparado/capacitado para responder com
mansidão e temor aqueles que lhes indagarem a razão da esperança que há nos
cristãos., testemunhando de Jesus de tal forma que as pessoas sejam persuadidas a se
entregar ao Senhorio de JESUS CRISTO. Para que isso aconteça, cada discípulo de Jesus
precisa ser devidamente treinado, capacitado.
ALGUMAS SUGESTÕES PARA A CAPACITAÇÃO DO CRISTÃO
1. Enfatizar a pregação de Jesus Cristo como o Senhor no processo de evangelização,
deixando sempre claro o preço do discipulado cristão: Submissão total ao Senhorio de
Jesus Cristo, jamais barateando o evangelho por qualquer que seja a razão.
2. Incluir todos os crentes num processo de treinamento que os possibilitem a adquirir
pelo menos 5 competências:
a. Viver os valores do reino de Deus de maneira a impactar as pessoas que estão ao seu
redor.
b. Entender o conteúdo da sua fé de maneira a torná-lo convicto daquilo que crê.
c. Defender a sua fé com lógica e inteligência.
d. Compartilhar a sua fé em Jesus Cristo como um estilo de vida, através dos seus
relacionamentos.
e. Tornar-se um agente de transformação da sociedade, consciente, bem informado,
engajado nos movimentos sociais e comunitários.
3. Liberar o pastor para que exerça o seu ministério com ênfase na capacitação dos
crentes, incluindo treinamento de líderes, discipulado, cursos, treinamentos que visem
equipar cada crente. Segundo pesquisa realizada por Christian A. Schwarz, Liderança
Capacitadora é uma das oito marcas de qualidade nas Igrejas mais saudáveis e
crescentes do mundo. Como pastores precisamos abrir mão de questões secundárias,
para que tenhamos tempo para equipar os crentes, ensinando-lhes o que devem fazer,
porque devem fazer e como devem fazer a Obra do Senhor.
4. Inserir todos os novos crentes em três níveis de treinamento:
a. Individual: Através do acompanhamento de um crente mais maduro que vai conviver
com ele mais de perto, compartilhando sua vida, experiência, os valores e os ensinos
de Jesus Cristo.
b. Pequenos Grupos nas Casas: Onde o novo crente tenha a oportunidade de conviver
com outros crentes, relacionando-se mais de perto e aprendendo com eles, exercitando
os dons que recebeu do Senhor, compartilhando suas experiências, vivendo os
princípios de mutualidade: “uns aos outros” tão destacados no Novo Testamento e
engajando-se no evangelismo de outras pessoas. Grupos Pequenos, Células ou Grupos
Familiares é outra marca das igrejas mais saudáveis e crescentes do mundo, segundo a
pesquisa de Schwarz.
c. Comunidade maior: A Igreja num todo, onde o crente se reúne sistematicamente
para adorar ao Senhor e testemunhar daquilo que o Senhor está fazendo em sua vida e
ao seu redor.
5. Inserir TODOS os crentes num processo de capacitação através de um trilho de
treinamento graduado, bem definido, que tenha começo, meio e fim, onde cada crente,
ao se converter, saiba por onde começar, para onde ir e onde deve chegar.
6. Capacitar com propósito bem definido, possibilitando ao crente ser e fazer
verdadeiros e frutíferos discípulos de Jesus Cristo e envolver-se nos ministérios da sua
Igreja.
Reconhecendo que, acima de tudo, “somos capazes de fazer o trabalho, pois a nossa
capacidade vem de Deus” (2 Coríntios 3.5) e adotando as medias acima propostas,
estaremos contribuindo decisivamente para a expansão do reino de Deus e para que
todo o joelho se dobre e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a
glória de Deus Pai (Filipenses 2.11).
REFERÊNCIAS CITADAS
(1) EDUARD, José. A nação evangélica: o maior país católico do mundo está ficando
cada vez mais evangélico e isso começa a mudar muita coisa no Brasil. Veja, São Paulo,
ano 35, n.26, p. 88-95, 3 de julho de 2002.
(2) CAPACITAR, capacitado. In: Dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo:
Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda., 1981. p.352
(3) BARCLAY, Willian. Mateo I, Buenos Aires: Editorial La Aurora, 1973, p.262
(4) ORTIZ, Juan Carlos. Ser e fazer discípulos. São Paulo: Ed. Loyola, 1981, p.55-56
(5) GONDIN, Ricardo. Fim de milênio: Os perigos e desafios da pós-modernidade na
Igreja, São Paulo: Abba Press. 1997, p.121 a 131.
(6) BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado, São Leopoldo: Sinodal, 1980, p. 10
(7) LAY, Robert, Módulo de treinamento de igreja em células I, Curitiba: Ministério
Igreja em Células, p.
(8) MACARTHUR, Jr. John F. O evangelho segundo Jesus. São Paulo: Fiel. 1994, p. 239
(9) KIVITZ, Ed René. Quebrando paradigmas. São Paulo: Abba Press, 1995. p.56
(10) HIMITIAN, Jorge. Jesus Cristo é o senhor, São Paulo: SEPAL, 2002. (p.70)
(11) ORTIZ, Juan Carlos. Op. Cit. p. 46
(12) CHAMPLIN, Russell Norman. O novo testamento interpretado versículo por
versículo, Vol. VI, São Paulo: MILENIUM, p. 140. 1979
(13) KANITZ, Stephen. Aprendendo a Pensar. Veja, São Paulo, ano 35, n. 31, p.20, 07 de
Agosto de 2002.
(14) DUSILEK, Sérgio Gonçalves e SOLDATI, Gustavo. O Jovem no mundo pós-moderno.
Rio de Janeiro: Edições Vida Plena, 1999. p. 12.
(15) STOTT, John R.W. Stott. Crer é também pensar. São Paulo: ABU Editora. 1986, p.
(16) SCHWARZ, Christian A. Mudança de paradigma na igreja, Curitiba: Editora
Evangélica Esperança. 2001. p.21.
SERMÃO OFICIAL PROFERIDO NO DIA 22 DE AGOSTO DE 2002
NA 86a ASSEMBLÉIA DA CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO NA
PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE JACARAÍPE
Pr. Valdir Stephanini - Bacharel e Mestre em Teologia na área de Ministério Pastoral
pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, Licenciado em Pedagogia pela UFES,
pastor da PIB da Cidade da Serra - ES.
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