DIABETES_E_PE_DIABETICO

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DIABETES E PÉ DIABÉTICO
DEFINIÇÃO:
Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal da
glicose ou açúcar no sangue [1]. A glicose é a principal fonte de energia do organismo, mas
quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde.
Quando não tratada adequadamente, causa doenças tais como infarto do coração, derrame
cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização (lesões
vasculares), dentre outras complicações.
CAUSAS E PATOFISIOLOGIA:
Existem dois mecanismos fundamentais:

Falta de insulina. Nestes casos, o pâncreas não produz insulina ou a produz em
quantidades muito baixas. Com a falta de insulina, a glicose não entra nas células,
permanecendo na circulação sanguínea em grandes quantidades. Para esta situação,
os médicos chamaram esse tipo de Diabetes de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM tipo
1).A diabetes mellitus do tipo I é também caracterizada pela produção de
anticorpos à insulina (doença auto-imune). É muito recorrente em pessoas jovens, e
apresenta sintomatologia definida, onde os enfermos perdem peso.

Mau funcionamento ou diminuição dos receptores das células. Nestes casos, a
produção de insulina está normal. Mas como os receptores (portas) não estão
funcionando direito ou estão em pequenas quantidades, a insulina não consegue
promover a entrada de glicose necessária para dentro das células, aumentando
também as concentrações da glicose na corrente sanguínea. A esse fenômeno, os
cientistas chamaram de “resistência à insulina”. Para esse segundo tipo de Diabetes,
o médicos deram o nome de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM tipo 2).
Genética:
Ambos os tipos 1 e 2 de diabetes são no mínimo parcialmente herdáveis, sendo a do tipo 2
a que apresenta mais herdabilidade. O tipo 1 de diabetes parece ser desencadeado por
infecções (principalmente virais) e, em uma proporção menor de pessoas, por exposições
ambientais a drogas ou estresse.
Existe um forte padrão de herança para o diabetes do tipo 2. Aquelas pessoas com parentes
de primeiro grau com diabetes do tipo 2 possuem um risco muito maior de desenvolver a
diabetes tipo 2, com o risco aumentando com o número de parentes acometidos. A
concordância entre gêmeos monozigóticos é de quase 100% e cerca de 25% das pessoas
com a doença possuem uma história na família de diabetes.
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Patofisiologia:
O pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio denominado insulina. Este
hormônio é responsável pela regulação da glicemia (glicemia: nível de glicose no sangue).
Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de
respiração aeróbica (utilizar glicose como fonte de energia), é necessário que a glicose esteja
presente na célula. Portanto, as células possuem receptores de insulina (tirosina quinase)
que, quando acionados "abrem" a membrana celular para a entrada da glicose presente na
circulação sanguínea. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose
no sangue, já que esta última não é devidamente dirigida ao interior das células.
Visando manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro hormônio
antagónico à insulina, denominado glucagon. Ou seja, quando a glicemia cai, mais glucagon
é secretado visando reestabelecer o nível de glicose na circulação.O glucagon é o hormônio
predominante em situações de jejum ou de estresse, enquanto a insulina tem seus níveis
aumentados em situações de alimentação recente.
Como a insulina é o principal hormônio que regula a quantidade de glicose absorvida pela
maioria das células a partir do sangue (principalmente células musculares e de gordura, mas
não células do sistema nervoso central), a sua deficiência ou a insensibilidade de seus
receptores desempenham um papel importante em todas as formas da diabetes mellitus.
Grande parte do carboidrato dos alimentos é convertido em poucas horas no
monossacarídeo glicose, o principal carboidrato encontrado no sangue. Alguns
carboidratos não são convertidos. Alguns exemplos incluem a frutose que é utilizada como
um combustível celular, mas não é convertida em glicose e não participa no mecanismo
regulatório metabólico da insulina / glicose; adicionalmente, o carboidrato celulose não é
convertido em glicose, já que os humanos e muitos animais não têm vias digestivas capazes
de digerir a celulose.
A insulina é liberada no sangue pelas células beta (células-β) do pâncreas em resposta aos
níveis crescentes de glicose no sangue (por exemplo, após uma refeição). A insulina habilita
a maioria das células do corpo a absorverem a glicose do sangue e a utilizarem como
combustível, para a conversão em outras moléculas necessárias, ou para armazenamento. A
insulina é também o sinal de controle principal para a conversão da glicose (o açúcar básico
usado como combustível) em glicogênio para armazenamento interno nas células do fígado
e musculares. Níveis reduzidos de glicose resultam em níveis reduzidos de secreção de
insulina a partir das células beta e na conversão reversa de glicogênio a glicose quando os
níveis de glicose caem.
Níveis aumentados de insulina aumentam muitos processos anabólicos (de crescimento)
como o crescimento e duplicação celular, síntese protéica e armazenamento de gordura.
Se a quantidade de insulina disponível é insuficiente, se as células respondem mal aos
efeitos da insulina (insensibilidade ou resistência à insulina), ou se a própria insulina está
defeituosa, a glicose não será administrada corretamente pelas células do corpo ou
armazenada corretamente no fígado e músculos. O efeito dominó são níveis altos persistentes
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de glicose no sangue, síntese protéica pobre e outros distúrbios metabólicos, como a
acidose.
DIAGNÓSTICO
A diabetes mellitus é caracterizada pela hiperglicemia recorrente ou persistente, e é
diagnosticada ao se demonstrar qualquer um dos itens seguintes:
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Nível plasmático de glicose em jejum maior ou igual a 126 mg/dL (7,0 mmol/l)em
duas ocasiões.
Nível plasmático de glicose maior ou igual a 200 mg/dL ou 11,1 mmol/l duas
horas após uma dose de 75g de glicose oral como em um teste de tolerância à
glicose em duas ocasiões.
Nível plasmático de glicose aleatória em ou acima de 200 mg/dL ou 11,1 mmol/l
associados a sinais e sintomas típicos de diabetes.
O Diabetes Melito Gestacional possui critérios de diagnóstico diferentes.
O termo diabetes, geralmente se refere à diabetes mellitus, mas existem muitas outras
condições, mais raras, também denominadas como "diabetes". A mais comum delas é a
diabetes insípida (insípida significa "sem gosto" em Latim) na qual a urina não é glicosada.
Esta diabetes pode ser causada por danos aos rins ou à glândula pituitária.
SINAIS E SINTOMAS
A tríade clássica dos sintomas da diabetes:
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poliúria (pessoa urina com frequência),
polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos),
polifagia (apetite aumentado).
Pode ocorrer perda de peso. Estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente
no tipo 1, particularmente em crianças (semanas ou meses) ou pode ser sutil ou
completamente ausente — assim como pode se desenvolver muito mais lentamente — no
tipo 2. No tipo 1 pode haver também perda de peso (apesar da fome aumentada ou
normal) e fadiga. Estes sintomas podem também se manifestar na diabetes tipo 2 em
pacientes cuja diabetes é mal controlada.
COMPLICAÇÕES
As complicações da diabetes são muito menos comuns e severas nas pessoas que possuem
os níveis glicêmicos (de açúcar no sangue) bem controlados, mantendo-os entre 40 e
200mg/dl.
As complicações causadas pela diabetes se dão basicamente pelo excesso de glicose no
sangue, sendo assim, existe a possibilidade de glicosilar as proteínas além de retenção de
água na corrente sanguínea, e retirada da mesma do espaço intercelular.
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Complicações agudas
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Cetoacidose diabética
Coma hiperosmolar não-cetótico
Hiperglicemia
Coma diabético
Amputação
Complicações crônicas
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Aterosclerose
Hipertensão ( por aumento de H2O no sangue, além da glicolisação irregular do colágeno e
proteínas das paredes endoteliais o que pode causar tromboses e coágulos por todo o
sistema circulatório);
Tromboses e coágulos na corrente sanguínea;
Problemas dermatológicos ( por desnaturação de proteínas endoteliais)
Pé diabético
Problemas neurológicos principalmente no pé, como perda de sensibilidade e
propriocepção;
Dificuldade em coagular o sangue
Problemas metabólicos generalizados.
Fator de risco à periodontite
TRATAMENTO
A diabetes mellitus é uma doença crônica, sem cura por tratamentos convencionais, e sua
ênfase médica deve ser necessariamente em evitar/administrar problemas possivelmente
relacionados à diabetes, a longo ou curto prazo.
O tratamento é baseado cinco conceitos:
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Conscientização e educação do paciente, sem a qual não existe aderência.
Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente.
Vida ativa, mais do que simplesmente exercícios.
Medicamentos:
o Hipoglicemiantes orais
o Insulina
Monitoração dos níveis de glicose e hemoglobina glicada.
É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua dieta,
exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o objetivo de manter
os níveis de glicose a longo e curto prazo adequados. Um controle cuidadoso é necessário
para reduzir os riscos das complicações a longo prazo.
Isso pode ser alcançado com uma combinação de dietas, exercícios e perda de peso (tipo
2), várias drogas diabéticas orais (tipo 2 somente) e o uso de insulina (tipo 1 e tipo 2 que
não esteja respondendo à medicação oral). Além disso, devido aos altos riscos associados
de doença cardiovascular, devem ser feitas modificações no estilo de vida de modo a
controlar a pressão arterial e o colesterol, se exercitando mais, fumando menos e
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consumindo alimentos apropriados para diabéticos, e se necessário, tomando
medicamentos para reduzir a pressão.
Cura do Diabetes Mellitus Tipo 2 por Cirurgia
Um estudo feito por médicos franceses publicado na ScienceDirect [7], confirmou o que
médicos já haviam observado, a cirurgia de redução de estomago usada no tratamento da
obesidade mórbida ajuda a controlar o diabetes mellitus tipo 2, um estudo mais
aprofundado feito por Francesco Rubino [8], levou à criação de uma cirurgia no intestino
que tem alta eficiência no tratamento da diabetes tipo 2 para pessoas não obesas.
PREVENÇÃO
Como pouco se sabe sobre o mecanismo exato pelo qual a diabetes tipo 1 se desenvolve,
não existem medidas preventivas disponíveis para esta forma de diabetes. Alguns estudos
atribuíram um efeito de prevenção da amamentação em relação ao desenvolvimento da
diabetes tipo 1. Os riscos da diabetes tipo 2 podem ser reduzidos com mudanças na dieta e
com o aumento da atividade física.
Prevenção das complicações
De fato, quanto melhor o controle, menor será o risco de complicações. Desta maneira, a
educação do paciente, entendimento e participação é vital. Os profissionais da saúde que
tratam diabetes também tentam conscientizar o paciente a se livrar certos hábitos que sejam
prejudiciais à diabetes. Estes incluem o tabagismo, colesterol elevado (controle ou redução
da dieta, exercícios e medicações), obesidade (mesmo uma perda modesta de peso pode ser
benéfica), pressão sanguínea alta (exercício e medicações, se necessário) e sedentarismo.
Um artigo da Associação Americana de Diabetes recomenda manter um peso saudável, e
ter no mínimo 2½ horas de exercício por semana (uma simples caminhada basta), não
ingerir muita gordura, e comer uma boa quantidade de fibras e grãos. Embora eles não
recomendem o consumo de álcool, eles citam que o consumo moderado de álcool pode
reduzir o risco.
PÉ DIABÉTICO:
Os problemas que aparecem na perna e, particularmente no pé dos diabéticos constituem
um constante desafio à ciência e à profissão médica.
As alterações anatomopatológicas do diabete mellitus são numerosas, acometem o corpo
como um todo e de várias formas, principalmente no período avançado da moléstia e na
região de transição da perna ao tornozelo e no pé propriamente dito.
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A neuropatia diabética e suas alterações da sensibilidade dos pés têm sido as maiores
responsáveis pelo aparecimento destas lesões de difícil tratamento e de prognóstico
reservado.
Normalmente, o diabético só se dá conta da lesão quando esta se encontra em estágio
avançado e quase sempre com uma infecção secundária, o que torna o tratamento
extremamente difícil, devido à insuficiência circulatória.
SINAIS E SINTOMAS
Desaparecimento ou diminuição dos reflexos do tendão, das rótulas e do calcanhar
são freqüentes.
Diminuição na sensibilidade térmica e dolorosa e áreas de anestesia são justificativa às
tão freqüentes lesões.
Na verdade, o grande problema do diabético - devido à sua falta de sensibilidade - é
que só se apercebe da seriedade de seu caso, quando sente o mau cheiro exalado pela
gangrena diabética.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito pela história clínica e pelo exame físico da lesão que geralmente é
indolor, porém extensa e de odor extremamente desagradável devido à necrose úmida que
provoca.
TRATAMENTO
No tratamento do pé diabético, é fundamental encarar sempre esses pacientes como casos
graves, pois é imprevisível o potencial evolutivo que encerram as lesões nos diabéticos,
particularmente quando se associam à polineuropatia, à vasculopatia e às infecções.
É necessário o controle rigoroso da glicemia através da dieta e de insulina ou
hipoglicemiantes orais, bem como da limpeza diária e tratamento precoce das lesões - o
mais imediato possível.
A cirurgia arterial direta e a simpatectomia são possibilidades que podem ser utilizadas.
PREVENÇÃO
 é necessário secar bem os pés, cortar cuidadosa e periodicamente as unhas;
 é preciso evitar a colocação de calor local, tipo bolsas de água quente e
proximidade com o fogo;
 é recomendável fazer um exame diário dos sapatos, evitando pregos ou corpos
estranhos soltos no interior deles
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Estas são precauções que, na maioria dos casos, evitam o aparecimento da moléstia, que,
em geral, leva a amputações.
Professora Roberta Jorge do Nascimento – 6º P de Fisioterapia /UCB
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