Cliente: Anefac

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Cliente: Anefac
Data: 02/04/2014
Mídia/Veiculo: Web/Zero Hora
Inserção/Editoria: Matéria/ Notícia
Entrevistado: Miguel de Oliveira
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Profissional do Ano
Colaboração
Institucional
Juro sobe para 11% ao
ano e BC indica que
ciclo de alta ainda não
terminou
Para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária
eleva a taxa Selic pela nona vez consecutiva
Caio Cigana
[email protected]
Emparedado pela persistência da inflação de um lado e pelos sinais de fraco
crescimento da economia de outro, o Banco Central (BC) optou nesta quartafeira por mais um aumento moderado do juro básico do país. O Comitê de
Política Monetária (Copom) anunciou que a Selic passa a ser de 11% ao ano, alta
de 0,25 ponto percentual esperada quase que por unanimidade no mercado.
X
Após a nova alta, a nona seguida desde abril do ano passado, permanece a
curiosidade se foi a última elevação de 2014 ou se a pressão dos alimentos e dos
preços administrados – como energia, passagens e combustíveis – pode levar a
mais um aumento em maio. Ou após as eleições, já que o calendário do BC
marca duas reuniões do Copom após o segundo turno. O comunicado divulgado
junto com a decisão, ao mencionar os próximos passos, deixou uma porta aberta
para novo aperto na reunião do colegiado no próximo mês.
O comunicado
"O Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic em
0,25 ponto percentual, para 11% ao ano, sem viés. O comitê irá monitorar a
evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então
definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária."
Para o economista Antonio Madeira, da LCA Consultores, seria temerário dar
fim agora ao uso do juro para tentar controlar a inflação, correndo-se o risco de
novas elevações após o pleito de outubro.
– Além dos alimentos, temos uma inflação represada nos preços administrados,
que em algum momento terão de ser ajustados – diz Madeira, defendendo que
uma elevação ainda maior neste ano poderia ajudar a segurar os índices
inflacionários principalmente em 2015.
Mesmo que a alta do juro não seja capaz de conter o preço dos alimentos,
consegue evitar efeitos secundários como repasses, lembra Alexandre Barbosa,
economista-chefe do Banco Cooperativo Sicredi. Analista que apostava em
maior possibilidade de o BC sinalizar ontem ter encerrado o movimento de alta
da Selic, Barbosa lembra que permanecem pressões com maior impacto nos
preços no médio prazo, como reajuste de passagens de ônibus em algumas
capitais, o reconhecimento do BC de um possível aumento da gasolina e o aviso
do governo de que a conta de luz vai subir em 2015.
Barbosa lembra que, ano passado, enquanto os preços livres aumentaram 7,3%,
nos administrados o percentual foi de apenas 1,5%. A expectativa do governo é
que subam 5% neste ano. Na semana passada, o BC reviu para cimas as
projeções de inflação para 2014, agora de até 6,2%, e para 2015, da ordem de
5,5%.
Se a intenção do Planalto fosse chegar ao centro da meta (4,5%) da inflação até o
final do próximo ano, a Selic teria de chegar a dezembro em 12%, avalia o
economista. Para Barbosa, como os reflexos dos aumentos da taxa de juro
demoram a ser sentidos na atividade econômica, novas altas teriam impacto
quase imperceptível no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
O governo não dispõe mais de mecanismos para segurar a inflação no curto
prazo, entende Samy Dana, professor da Escola de Economia da Fundação
Getulio Vargas em São Paulo. A melhor saída, avalia, seria priorizar soluções de
gargalos que elevam o custo Brasil, como infraestrutura, reforma tributária e
investimento em educação para melhorar a produtividade da mão de obra.
– Não existe canetaço que resolve isso todos os dias. E não é culpa deste
governo. É de todos os últimos – diz.
Cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac) mostram que, para o consumidor, o impacto isolado da
decisão de ontem é mínimo. A soma das sucessivas altas desde 2013, porém,
preocupa:
– De hoje (quarta) para amanhã (quinta) o efeito é pequeno, cerca de R$ 2 na
prestação mensal de um automóvel. Mas a taxa de juro sobe há um ano. Esses
aumentos acumulados causam impacto – alerta Miguel Ribeiro de Oliveira,
diretor executivo da Anefac.
Quanto ficou mais caro comprar um automóvel
Março de 2013: taxa Selic de 7,25% ao ano
O juro para a compra de automóvel estava em 1,52% ao mês. Com isso, quem
adquirisse um carro de R$ 25 mil em 60 vezes pagaria parcelas de R$ 338,10 e,
no final, gastaria R$ 38.286
Março de 2014: taxa Selic de 10,75% ao ano
O juro passou para 1,75% ao mês. Para comprar um automóvel do mesmo valor
de R$ 25 mil em 60 vezes, o consumidor passou a desembolar parcelas de R$
376,33 e, no final, pagaria R$ 40.579,80
Desembolso maior
Na prestação: R$ 38,23
No total do carro: R$ 2.293,80
VÍDEO: entenda a relação entre juro e inflação
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2014/04/juro-sobe-para11-ao-ano-e-bc-indica-que-ciclo-de-alta-ainda-nao-terminou-4464137.html
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